quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Somos todos nocivos ao meio ambiente


João tinha um carro a gasolina e trocou por um carro a álcool para ser ecologicamente correto. Um dia, disseram a João que carros álcool também poluem e ele trocou por um carro elétrico. Entretanto, um estudo comprovou que a energia dispensada para construção de um carro elétrico compromete o equilíbrio ambiental e destrói a camada de ozônio. João comprou uma bicicleta, mas disseram que o material dos pneus era, apesar de reciclado, altamente poluente em seu processo de fabricação. João passou a só andar a pé. Mas para andar a pé João passou a comer mais e ficou sabendo que os alimentos degradam alguns recursos naturais para serem produzidos. João virou nômade e passou a vagar comendo coisas que caiam das árvores. Tudo ia bem até o dia em que João soube que as roupas que ele usava eram industrializadas e o processo de confecção consumia o equivalente a uma árvore de energia. João passou a andar pelado.
E,então, vagava pelado pelas ruas comendo coisas que caiam das árvores. A alimentação de João, por vezes, produzia gases em seu organismo e ele se tornava um ser poluente. João parou de comer.
Certo dia, caiu, desnutrido.... morto.
As pessoas que passavam olhavam com desdém aquele homem esquálido, nu e morto no meio da rua e diziam:
- Olha só. Morto... vai começar a feder, liberar gases de decomposição, provocar doenças... Meu Deus, tem gente que não faz a sua parte por um mundo melhor.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Monografias, vida acadêmica e cara de pau: uma tríade clássica


Toda monografia começa com aquela conversa de "agradeço primeiramente a Deus, agradeço a meus pais, aos meus mestres que me ensinaram lições de vida, ao meu orientador pela paciência e blá, blá, bla..." Mas creio que vai chegar um dia em que as pessoas atingirão um grau de sinceridade que nos fará sentir saudade dos tempos de hipocrisia em que nos adoçávamos com mentiras, mas não nos amargávamos com verdades. E aquele aluno malandro começará os agradecimentos de seu trabalho de conclusão de curso assim:

Agradeço primeiramente ao Google sem o qual esse trabalho não seria possível, agradeço a meus pais que pagaram o curso enquanto eu ficava bebendo no bar com a galera, agradeço aos meus amigos que me ajudavam nas provas permitindo que eu pegasse uma questão de cada um para não ficar em DP em mais uma matéria, agradeço ao meu orientador que, possivelmente, não leu uma linha dessa monografia que fiz aparecer em última hora, mas que se encontra aliviado nesse momento próximo a se ver livre de mim em definitivo, agradeço a Microsoft que inventou os atalhos CTRL+C e CTRL+V e tornou o mundo um lugar melhor.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Então é Natal.... então, é final de ano...


Então é Natal. Época de ouvir a Simone cantando "então é Natal..." e passearmos no comércio comprando lembrancinhas baratas para os amigos ao som daquelas harpas tocando "Jingle bells", época de ganhar presentes sem vergonha em amigos ocultos, tempo de assistir ao show do Roberto Carlos na TV todo de branco cantando "São tantas emoções..." (com risadinhas ao final), momento de confraternização em que comemos muito de noite e ainda sobra empada fria para tomar com Coca-Cola no dia seguinte assim que acordar. Isso tudo, sem esquecer que é a marca para começarmos a contagem para o ano novo com a famigerada retrospectiva com cara de Globo repórter e com o Show da virada... todo mundo de branco contando de frente para trás e assistindo aos fogos em Copacabana pela TV que, todo ano, nos surpreende sendo exatamente igual ao que foi nos últimos anos. No dia seguinte, a ressaca da festa não nos impede de assistir aos videntes, pais de santo, tarólogos, astrólogos, geólogos, numerólogos, sexólogos e outros ólogos fazerem suas previsões e, logo após, sumirem, mudarem de nome, deixarem o bigode crescer durante o ano para não lhes jogarem na cara a besteirada que disseram no início do ano.
É isso... porque então é Natal...
E ano que vem haverá outro igual a esse e aos outros que passaram, mas mesmo assim, é Natal.
Feliz Natal!
Esse voto de boas festas é válido por 10 anos.... Ou enquanto o Roberto Carlos viver.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Dr. Rossano Broxado (personal auto-ajuda a seu alcance)

Na onda dos conselheiros, o blog SACO DE FILÓ, oferece aos seus leitores um serviço de auto ajuda gratuito. Com a assessoria de Dr. Rossano Broxado, doutor em Autoajudologia aplicada pela Universidade de Fakeland (FUNI – Fakeland University), pesquisador reconhecido pelo L’Institute Trompeur de Paris. Ao lado a foto do Dr. Rossano, ele tem olhos puxados, mas não sabe ainda se é nissei, sansei... sempre que perguntado, responde; nunsei.


Carta 1
Dr. Rossano,
Desde criança sinto que as pessoas não me dão atenção. Sinto-me como uma pessoa excluída a quem não foi dada a chance de ser ouvida. Meus país não me ouviam, minhas colegas não me davam confiança, os balconista não me atendiam, nem meu cachorro vinha quando que chamava. O que acontece comigo que leva o mundo a me tratar assim? O que tem de errado comigo?
Maria K. – Botucatu-S.P


Resposta:... hã... Olhe, você não é chata. Olhe para um espelho, veja como a vida é linda. Olhe para o espelho e repita: eu sou legal, eu não sou chata. Você vai ver que aquela a quem você mais preza continuará ali no reflexo sem te abandonar. Agora só falta as outras pessoas. Lute, acredite no seu sonho de um dia deixar de ser chatinha.

Abra os olhos e diga: eu não sou esquisito!
Foto meramente ilustrativa

Carta 2
Dr. Rossano,
Sempre fui chamado de feio, minha mãe dizia que o IBAMA obrigou a colocar insulfilm na incubadeira para não traumatizar os outros nenéns. Na escola, me chamavam de cabeção, orelhudo e tudo mais. Cresci com esse trauma e acho que esse bloqueio está me limitando na minha vida profissional como modelo e manequim.
Reinaldo G. – Belford Roxo-RJ


Resposta: Beleza é uma questão que está nos olhos de quem vê. Olhe no espelho e repita: eu sou lindo, eu sou lindo... Grite para o mundo, eu sou lindo! Pronto, você já está ficando lindo. Repita sempre isso, nunca se esqueça de que isso acaba virando uma verdade. Lute, acredite no seu sonho e o universo conspirará para que você seja lindo ou, no mínimo, não traumatize mais as criancinhas.


Dr. Rossano em uma dinâmica de grupo mostrando a um aluno que acontece se ele não for para a frente do espelho repetir: Eu sou forte, eu sou forte...

A foto não é meramente ilustrativa
Carta 3
Dr. Rossano,
Sofro de dupla personalidade. Às vezes, sou bom, às vezes sou mau. Às vezes, sou limpo, às vezes sou porco para caramba, às vezes sou ladrão, às vezes sou honesto. Eu não sei Dr. quero ser uma coisa só. Não suporto mais este conflito interno. O que devo fazer?
Mr. Hide – Nova Lima-GO

Resposta: A primeira coisa a fazer é reunir todo mundo, todos estes seus EUs em frente ao espelho e repetir em coro: nós somos uma coisa só, nós somos uma coisa só... Acredite no seu sonho, mas fique de olho para o ladrão não roubar o honesto, para o malvado não sacanear o bonzinho e nem porquinho chegar fedendo ao exercício de auto-estima.



Supositórios de otimismo do Dr. Rossano.
Afinal, o que é um suposítório para quem está f#$%@udido mesmo

Atenção
Dr. Rossano também faz palestras motivacionais em empresas, escolas, clubes de futebol, velórios, aniversários, bodas de prata, casas de massagens, bares, oficinas de alinhamento e balanceamento de pneus, farmácias, hospitais, academias de jiu-jitsu e consultórios odontológicos. O espelho fica por conta dos contratantes.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Formaturas e outras chaturas


Para início de conversa, formatura é igual a gases, só o dono é que não acha tão ruim. No mais, aos outros, "fede" para caramba. O fato é que final e início de ano é época dessas festas que acabamos indo por pura consideração ao amigo, à família do amigo, ao fulano ou ao beltrano, ao parente gente boa. Mas o fato é que uma obrigação social que se vai para não ficar mal na fita. Agora, como se nada fosse tão ruim que não possa piorar, faço uma série de sugestões aos formandos e às comissões de formatura para tornar pior o que já é ruim.

1. Faça discursos longo e citando peculiaridade de um por um da turma. Não se preocupe, as pessoas adoram ficar duas horas ouvindo coisas como: "e a Fernanda, hein. Sempre apressada e tão organizada..." lido com aquela vozinha de criança lesada.

2. Estique faixas bem grandes com dizeres pessoais na frente dos outros, afinal, ninguém se importa de ver o que está no palco. A parte de trás da sua faixa já basta. Pessoas adoram ler coisas ao contrário em faixas de pano.

3. Leve cornetas e/ou sprays de corneta. Mostre que o quanto você pode ser desagradável. Se não der, enfie os dedos na boca e assovie muito. Se não souber assoviar grite "uhuhuhuhu" a cada 2 minutos.

4. Sugira músicas como "we are the champions", Queen. Seja original... no Sul do Tibet, isso seria o máximo de originalidade. Carruagens de fogo também é super original... em algum lugar no mundo.

5. A cada um que recebe o diploma, peça para ser entregue pela avozinha dele que está sentada no meio da platéia e que demora uns 20 minutos para subir entregar e voltar. Não deixe passar para o próximo sem terminar cada entrega.

O resto fica por conta da sua criatividade.
E nunca se esqueça: Achou que está ruim? Saiba sempre que nada é tão ruim que não possa piorar.

sábado, 12 de dezembro de 2009

O dono da história

Cada um conta sua história de uma maneira muito particular. Dizem que um autor só conta histórias passadas no Leblon, outro, em São Paulo, já o outro, no Nordeste. O fato é que somos o que escrevemos e escrevemos a realidade em que vivemos. Dessa forma, cada um narra um mesmo evento de seu ponto de vista. É isso que torna o mundo muito menos tedioso. Afinal de contas, tudo que havia para ser dito, já o foi. O que nos resta é dizer de maneira diferente.
Por exemplo, imaginemos a história da Branca de Neve e os sete anões.
Se ela fosse contada pelo Manoel Carlos, com certeza, Branca de neves se chamaria Helena e moraria no Leblon. Se fosse o Silvio de Abreu os sete anões morariam no Brás ou no Bexiga e teriam um sotaque muito esquisito e gesticulariam uma barbaridade quando estivessem falando. Se fosse escrita por Aguinaldo Silva, Branca de Neve teria um romance gay com a bruxa má e um dos anões seria viciado em maçãs envenenadas só para criar polêmica.

Numa novela mexicana, Branca de Neve seria uma menina de rua maltrapilha, mas que, na verdade, seria filha de um grande milionário, teria uma madrasta ruim à beça e um irmão desconhecido por quem se apaixonaria sem saber. No final, morreria antes de qualquer chance de ser feliz.

Mas se a história fosse contada por Nelson Rodrigues, os anões teriam um desejo secreto de ter relações sexuais com a Branca de Neve que se sentia meio mãe deles e sentia culpa por causa disso. Eles trabalhariam na floresta como funcionários públicos, não se chamariam Dunga ou Feliz, mas Almeida, Palhares, Oliveira e teriam uma casinha num bosque próximo para encontros amorosos.

Nas letras de um roteirista de Hollywood, Branca de neve, ao ser vista morta pelo príncipe, teria aos seus pés um homem que jurava vingança. O chefe do príncipe encantado, um homem sisudo e misterioso, olharia para ele e diria: John, fique fora disso. Mas o príncipe não desistiria e descobriria uma conspiração para matar sua parceira e concluiria sua vingança.
Mas e se fosse narrada em Cuba, Fidel mandaria prender a bruxa ianque símbolo do imperialismo e a condenaria por tráfico de maçã, pois, na ilha, não há macieiras. E na Venezuela, com certeza, os anões trabalhariam em um poço de petróleo.

E no Brasil...?
Bem, no Brasil , a Branca de Neve seria levada pelos anões a um posto do SUS. Os anões esperariam horas para serem atendidos e descobririam que ela deveria ser transferida para outro hospital porque ali não tinha leito para atender pacientes intoxicados. A bruxa teria um processo aberto na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por venda de alimento estragado e daria declarações no Fantástico que estava providenciando a substituição do lote. O príncipe chegaria atrasado e ficaria muito frustrado ao saber que o super plano de saúde que ele fez não inclui futuras esposas com as quais viesse a viver feliz para sempre.



quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O fracasso de uma geração de pais


Não há uma receita para educar um filho, mas existem milhões de exemplos do que não fazer. Como pais, não devemos ter a ilusão de que nunca vamos errar, mas pelo menos que sirvam de exemplo para nós os erros que vemos no dia-a-dia.
Digo isso porque tomei conhecimento de um caso que deve ser modelo do que não se fazer com os filhos. O fato foi que um menino foi pego colando na escola e foram tomadas as devidas providências; confisco da prova, zero e ele foi para prova final. Os pais procuraram a escola para tomar uma atitude. Contra o filho que foi desonesto? Não. Contra a escola. Acentuaram em seu discurso que a escola foi severa demais, ameaçaram de processo, questionaram a professora, questionaram a escola, alegaram que todo mundo faz, mas pegaram o coitadinho para Cristo. Quer saber como essa história termina?
A curto prazo o menino continua com zero e de prova final e, a longo prazo, os pais dele vão saber e pagar um preço que vai fazê-los desejar voltar no tempo em que, um dia, eles lhe ensinaram que leis e regras são para serem burladas, que punições só se aplicam aos filhos dos outros e que limites é ele quem define para o mundo.
Mas o tempo não volta... não volta mesmo e eles não sabem a lição de vida que perderam a oportunidade de dar para seu filho.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Reality mas não tão "reality" show. Nem tão show...


Já vi reality show de pessoas trancadas numa casa, pessoas tentando ser empresários, moças querendo ser modelos, gente enfurnada na roça, gente passando fome e comendo porcaria numa praia paradisíaca, gente trancada numa casa transando do dia inteiro (isso tem em canal por assinatura sabia?), enfim, a mesma história no final das contas... gente olhando gente fazendo coisas que gente faz normalmente...
E aí vem mais uma a fazenda, mais um big brother, mais uma atração exatamente igual às que passaram antes e eu fico me perguntando o porquê de tanta audiência de uma coisa banalmente desinteressante. Aquele prazer de ficar olhando humanos como ratinhos de laboratório é algo que me soa como bizarro.
Já li diversas teorias sobre o fascínio que isso desperta, mas nenhuma delas me convenceu plenamente além do óbvio voyeurismo humano. As pessoas se agrupam na sala para ouvir os discursos tensos (sic) dos apresentadores (Bial, Bial.. quem te vi quem te vê) e sempre os mesmos desfechos. Cansei de falar mal desses programas, já superei essa fase. O que me guia nessas linhas é a perplexidade de uma fórmula repetida à exaustão e que, todo ano, ainda atrai milhões de espectadores.

Eu devo estar ficando um velho chato. Definitivamente, o problema é comigo.

Em tempo:
No final, é sempre o mesmo resultado. O mesmo que se esperava desde o início e que as emissoras tentam convencer que foi dado pelo voto popular.. ahã...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Viver a vida no Leblon... cuidado com o José Mayer. Ele está à espreita.


Que o Manoel Carlos gosta de dar papéis de bicho-papão ao José Mayer todo mundo já sabe, mas acho que ele está levando as coisas ao extremo. Minha esposa, noveleira de carteirinha, me disse hoje que a Taís Araújo, a Helena, não vai ficar com Marcos (José Mayer). Ela vai ficar com o Thiago Lacerda que, na verdade, é filho da Marcos e ele não sabe. Ah... a filha adotiva também é, possivelmente, filha dele de verdade. Seguindo esse roteiro, eu dou uma força ao Manoel Carlos.
Taís Araújo descobrirá que também é filha do José Mayer e, por conseqüência, irmã da Lilian Cabral (que também é filha do José Mayer). Manoel Carlos, que também ficará sabendo que é filho de José Mayer se desentenderá com o diretor da novela, seu irmão por parte de pai. Eu fico por aqui me perguntando por que pegam tanto no pé do José Mayer.
Pai, perdoai-lhes...

sábado, 28 de novembro de 2009

Sem planejar não dá. Os eternos amadores...


Outro dia eu agarrei no trânsito uns 15 minutos sem saber por quê. Foram minutos de angústia para entender que se tratava de uma obra no alfasto na pista. Até aí tudo bem. É necessário investir nisso, afinal, pagamos os impostos para dirigir em ruas com o menor número de buracos possível. Mas o que me chama a atenção é o fato de escolherem como horário ideal o de 4 horas da tarde de uma quarta-feira. Período em que o transito já começa a esboçar o quanto será ruim para as próximas horas.
No Brasil, consideram-se bons horários para podar árvores, pintar faixas, consertar alfasto períodos como horário de almoço, saída e entrada no trabalho e, por falta de planejar as obras, esses serviços se tornam uma solução a médio prazo, mas um transtorno imediato.  E que transtorno...
Quando estive nos EUA em 2000 (em NY), achei engraçado como os asfalto era lisinho sempre, como as faixas eram bem nítidas e como as árvores eram tão bem podadas. Fique pensando a que horas eles faziam isso que eu não via. E não é que descobri.... Eles usam o período pós-rush nos centros comerciais e os finais de semana nas áreas residenciais. Uma espécie de alternância de escala para tornar o serviço algo mais fácil de fazer para o funcionário e para os transeuntes, um raciocínio óbvio.
Certa vez perguntei a um colega engenheiro por que não se fazia o mesmo por aqui e ele alegou um monte de coisas: questão trabalhista, cultural, legal, estratégica... Enfim, falta absoluta de planejamento e cálculo de impacto da ação no meio em que se opera.
Somos um país ainda de pessoas que amam o que fazem e seguindo o sentido da palavra que define aqueles que fazem as coisas por amor, somos eternos amadores.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Os aniversários e os chatos


Sem fazer cena, não acho graça em aniversário. Quando somos crianças, tudo tem um gosto especial. É festa, é farra, até as tias velhas que nos dão meia ou seus pacotes moles com roupas são motivo de alegria. Nós nos sentimos especiais e únicos naquele dia pelo qual esperamos o ano todo.
Mas os anos vão passando e a contagem de idade vai virando um peso. Ficamos mais velhos, mais maduros, mais carecas (esse sou eu), mais experientes, mais frágeis (esse sou eu também), mais ranzinzas (olha eu de novo aí) com coisas que, na adolescência, eram parte da farra. Mas, de tudo, uma coisa que eu nunca gostei nem desde o tempo de criança eram os chatos que puxavam o coro do parabéns e ao, final, completavam com as musiquinhas: com quem será que o fulano vai casar/vai depender/ele aceitou.. (e vai por aí)
Isso é realmente e de fato desagradável... Quer reconhecer um chato legítimo? Ele pergunta se você vai fazer exame de fezes quando está bem vestido, diz que “você vai pagar a conta” quando você senta na cabeceira de uma mesa, manda PowerPoint com mensagens edificantes (sic) e imagens de anjinho, escreve “Bom Fds” nos scraps de Orkut , por fim, canta o maldito “com quem será”...
O código penal precisa de uma revisão na sua lista de crimes hediondos, não acha?

sábado, 21 de novembro de 2009

Corrupção de cada dia não nos deis hoje... nem em tempo algum.


Incomoda-me o político que recebe dinheiro para liberar projetos, que emprega parentes e correligionários, aquele que pede parte de uma verba para facilitar as coisas e vem com a história de quem quer rir tem que fazer rir. Tenho profundo nojo dessa frase.
Mas o fato é que construímos um país de alma corrupta nas pequenas coisas e não nas grandes canetadas. Construímos um país corrupto quando colamos na escola ou na faculdade e fraudamos na prova para tirar proveito da mentira.  Ou então, quando oferecemos dinheiro ao policial para fugir da multa. Atingimos nosso ápice quando achamos que a faixa seletiva é do tamanho da nossa certeza de que estamos corretos e argumentamos que todo mundo faz, mas que nos pegaram para Cristo. "Vai prender traficante, bandidos e assaltantes, não cidadão honesto... como eu".
Extrapolamos a decência mínima para convivência social quando alegamos que nossos erros não deveriam ser punidos, pois tem gente que faz coisa tão pior. Corrompemo-nos quando buscamos soluções fáceis e compráveis para coisas que não são simples de resolver. Pervertemo-nos quando perdemos a vergonha por trás do argumento de que “todo mundo faz” e se eu não fizer passo por bobo.
Uma vez cometi uma infração de trânsito e fui parado por um policial rodoviário que, depois de pedir minha a carteira, documento do carro e ver que estava tudo ok, soltou um “e então, como ficamos”. Não pensei duas vezes:
- Bem, o senhor eu não sei, mas acho que eu fico multado, né?
O homem ficou tão desarmado de sugestões a fazer, não esperava ouvir isso. Acredito sinceramente que não estava acostumado a ouvir isso. Acabou rindo, perguntou de onde eu era e me liberou com a recomendação de que não desse mais bobeira.
Sei qual é o jogo proposto, mas não quero participar dele. Não é esse o país em que acredito e não quero que seja isso que deixo para meu filho.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Nótícias curiosas: morcegos, sexo oral e macacos bonobos



Morcegos fazem sexo oral para prolongar a relação

(Extraído da da Folha Online)
Morcegos asiáticos de uma espécie frugívora --que se alimenta de frutas-- praticam sexo oral, o que contribui para aumentar o tempo da cópula, mostra uma pesquisa publicada no periódico PlosOne. (Leia mais)


A reportagem conclui dizendo que isso é um comportamento raro entre os animais só sendo identificado nos macacos bonobos. Estes praticam o sexo oral somente entre os machos (??) jovens, mas apenas como uma brincadeira. Ahã... Eles também fazem sobrancelhas, fazem luzes, escova de chocolate, unhas personalizadas com florzinhas, usam lápis de olho, preferem calcinhas a cuecas, fazem cover da Sher... mas é só uma brincadeira entre os machos (sic) mais jovens.


Comentário 1
Não sei não, mas acho que os bonobos vão se extinguir não vai demorar...


Comentário 2
Quando leu a notícia dos morcegos e do sexo oral, Robin deu uma piscadinha e falou: bobinhos, eu já sabia!


sábado, 14 de novembro de 2009

Um erro justificando o outro: a lógica do calhorda


Não é de hoje que vejo que uma canalhice serve para justificar a outra aqui no Brasil, que, no senso comum, um erro serve para atenuar outro como se fosse algo que flui dentro de uma lógica perversa e amoral. Quando temos um crime (principalmente de corrupção), logo aparece alguém para dizer que o cara foi bode expiatório, que tem gente fazendo pior por aí e não dá em nada. Enfim, absolvido porque existe um ladrão maior que ele. Isso é o que chamo de jurisprudência da "calhordice".
Aparece um para dizer que fulano empregou parente, mas sicrano é bem pior porque empregou mais parentes. Logo, por que o escândalo? Surge outro para dizer que o bandido estuprava e logo outro mostra um pior que estuprava e matava.
E assim, segue-se numa eterna repetição do erro maior redimindo o menor. Chega-se, então, a uma conclusão cruel, porém, prática. Se for cometer um crime, assegure-se de que próximo a você há um ato mais vil. Dessa forma, a absolvição é compulsória.


terça-feira, 10 de novembro de 2009

A moça da UNIBAN e a falta do que falar


Passamos a semana discutindo o comprimento do vestido da moça da UNIBAN. É curto, é justo dar uma vaia, uma expulsão, uma revogação. Enfim, uma falta do que falar em um país com tanta coisa para se falar. Foi uma leva de gente pegando carona na lacuna sensacionalista de assuntos da mídia que quase se apagou a historia dos deputados gazeteiros, do caso do MEC fazendo propaganda para o governo Lula no ENADE e dos 20 anos da queda do muro de Berlim. Tudo isso por conta do vestidinho justo da moça da UNIBAN.
Pessoalmente, tenho muito medo dos discursos que se ancoram em chavões como “pela família”, “pela moral e os bons costumes”, “pela decência”. Essas palavras só mostraram, em sua história, que serviram para esconder o desrespeito à família, a imoralidade, os maus costumes e a indecência generalizada. Tudo isso sob a tênue e mal cheirosa capa da hipocrisia. Acredito que aqueles políticos do interior de São Paulo ou aqueles lá do Pará (hoje esquecidos da mídia) envolvidos com pedofilia fossem capazes de fazer um discurso acalorado pela moral e os bons costumes antes que suas máscaras caíssem. Talvez se juntassem no coro das vaias à moça da UNIBAN.
Mas os alunos da faculdade não deixaram a coisa passar em branco e fizeram justiça apedrejando a moça com vaias e agressões verbais bem ao estilo islâmico medieval de punição. Foram justos, assim como Deus é justo...
Mas o vestidinho da moça da UNIBAN era mais justo ainda.

P.S.: O muro de Berlim caiu, mas o muro da moça da UNIBAN continua lá erguido firme e forte no pátio da faculdade.

sábado, 7 de novembro de 2009

A educação e as besteiras que a permeiam


A educação é uma das áreas em que permeia o maior número de modismos e baboseiras. Houve uma época em que não se podia corrigir o aluno, outra em que não se poderia corrigir com caneta vermelha, pois isso  traumatizava e a aluno e criava um indivíduo desequilibrado para o resto da vida (O maníaco do parque só era corrigido com caneta vermelha. Viu? Deu no que deu... ) Certa vez, proibiu-se que corrigissem qualquer coisa, pois isso inibia o indivíduo. "Deixa errar, uma hora ele aprende." Aí, veio a moda do "não chamar de tia". Isso atrapalhava a relação com o professor. Outro dia, ouvi a besteira mais nova, pequenos palcos em sala de aula (aqueles de faculdade que servem para aumentar a visibilidade do professor em turmas grandes) inibem o aluno e o fazem se sentir diminuído.
Eu sugiro, então, novas modas. O aluno não deve ir à aula, pois isso inibe o seu direito de escolha. Ele deve buscar a escola espontaneamente e não devemos interferir. E, se o aluno for, não devemos submetê-lo a nenhum tipo de avaliação, pois isso o expõe e afeta sua dignidade como ser humano. O processo de aprendizagem deve ser em local em que o aluno se sinta bem e de sua escolha e a avaliação deve ser do jeito que o aluno queira. Não se deve violar o tempo de cada um, mesmo que isso custe décadas. O aluno sempre busca aprender, quem atrapalha é o professor.
Devemos retirar todas as palavras com "não" ou prefixos negativos do vocabulário para não criar um ambiente de negatividade e opressão ao educando. Se o aluno começar a falar ou mesmo a se manifestar fisicamente na sala, mesmo que em hora inadequada, devemos permitir como parte de uma manifestação legítima de expressão humana. Na verdade, nós, professores, é que somos inadequados no tempo do aluno.
Enfim, só ironizando é que conseguimos entender o ponto a que chegamos na educação brasileira. É só assim que percebemos o ridículo que nos conduz ao abismo.
Senhor, tende piedade de nós...

sábado, 31 de outubro de 2009

Twitter veio para ficar - a síntese da construção da informação


Discordo do Saramago quando ele diz que o twitter é algo que nos coloca a um passo do grunhido. Pessoalmente, não gosto do jeito de ele escrever e acho que muita gente deve pensar barbaridades sobre aquele mania de não fazer parágrafo em seus livros. Minha relação com ele é a seguinte: gosto da história, não gosto da forma.
Uma vez já apontei aqui que o blogue é uma linguagem diferente e que encontra sua limitação nas barras de rolagem de um monitor. Textos muito longos, temática pesadas ainda são casos distantes da realidade dos leitores de tela. Há colegas que resolvem publicar capítulos de seus livros em blogues. Pessoalmente, isso não dá certo. Até porque há um ponto de saturação de leitura no monitor. Ninguém aguenta ficar lendo páginas e páginas, por horas, na frente de um monitor.
O blogue pede uma linguagem mais rápida e mais eficiente. Um uso adequado do hipertexto para não cansar o leitor. E onde o twitter entra nisso? Pois é... o Twitter é a síntese da informação que coloca o leitor direto no ponto para sair atrás da complementação que lhe interessa e assim cria um critério de triagem mais segmentarizado do que qualquer outro.
Tenho a convicção de que tudo que já havia para ser dito já o foi. Os blogues vêm nos ensinar como se diz isso na internet e o twitter nos mostrar como dizer o máximo com o mínimo de palavras. O mais, o leitor busca por si. Só apontamos o caminho.
Desculpe, Saramago... mas você está errado.
Aliás, você, leitor, já está seguindo o saco de filó no twitter?

Twitter Button from twitbuttons.com

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O mito do traficante filósofo e outros textos apócrifos



Vez por outra aparece um mito novo na internet. Um dos que me chamaram mais atenção foi uma entrevista que li de, supostamente, um líder uma organização criminosa paulista (leia mais). Durante a entrevista, ele apresenta um grau de reflexão sobre a sociedade, sobre filosofia, sobre sociologia, apresenta uma leitura sociológica do processo de empobrecimento decorrente da má distribuição de renda e o agravamento da pobreza por causa dos fluxos migratórios irregulares no passado.
O líder da organização, embora cite não haver saída (santa incoerência), faz considerações sobre a necessidade de reestruturação do sistema penal com ares de jurista e estudioso do histórico do setor carcerário brasileiro. E sentencia a aporia (sentimento de ausência de saída). Entre um termo técnico da área de economia, política ou de sociologia, insere-se uma gíria que destoa (incoerência vocabular para quem tem um nível de leitura e reflexão desses) do texto e das análises políticas, sociais e filosóficas. Ao final da entrevista (sic), ficamos pensando que este cara deveria estar em uma cátedra de uma universidade e não numa cela.
Mas o fato é que a isso damos o nome de texto apócrifo (sem autoria confirmada). Assim como em um evangelho que apresenta textos apócrifos, a internet virou um paraíso para textos sem endereço e sem pai. Normalmente, são caracterizados por ausência de fonte específica, linguagem incompatível com o enunciador do discurso e grau de reflexão improcedente para os atos praticados pelo mesmo. Além da clássica incoerência interna do texto...
E o cara termina citando Dante em Italiano... "deixai toda a esperança vós que entrais"...
É... deixai mesmo.

sábado, 24 de outubro de 2009

Psiquiatras, psicopatas e testes psicotécnicos


Poucas coisas são tão sem pé nem cabeça quanto os testes psicotécnicos que fazemos em exames de trânsito. A examinadora lhe dá um papel, uma instrução quanto ao desenho que deve ser feito e você segue o que o instrutor da auto-escola lhe ensinou para não pensarem que você é maluco: Se desenhar bonequinho, faça um chão, se fizer uma árvore, faça o chão... Ah se fizer uma flor, desenhe o chão. Por fim, concluo... malucos não sabem desenhar chão. Nunca entendi a lógica disso.
E se eu desenhasse um sujeito esquartejado por um machado ao lado de uma árvore, sangue para todo lado, pessoas correndo ao fundo e um cara vestido de Jason.. Será que eu colocar o chão faz diferença?
Certa vez, vi, em um livro, um teste de borrões e enxerguei um borrão que parecia o clip da música crazy, num segundo momento pensei em uma borboleta, depois pensei em uma máscara daquelas do carnaval de Veneza. Fiquei pensando será que daí posso deduzir que tenho tendências a roqueiro ou a carnavalesco performático. A segunda hipótese decepcionaria minha esposa.
O fato é que não sei se me enquadro no grupo dos normais ou no grupo dos psicopatas incuráveis e altamente nocivos à sociedade, mas nem me aprofundo nessa reflexão. Só sei que li, outro dia, que um em cada três homens apresenta tendências à psicopatia... Por prevenção e cuidados de auto-preservação, quando entro com mais dois caras para uma reunião em um lugar fechado, fico perto da porta....

P.S.: É igual ao sistema de cartões em um banco, ele manda eu inserir o cartão, digitar os dados, retirar o cartão, escolher a operação e inserir o cartão de novo. Confirmar a operação, inserir o cartão de novo. Será que eles pensam, na paranóia de segurança, que bandidos só sabem enfiar o cartão uma vez na máquina?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Festas impopulares do Brasil

Todo mundo conhece o Círio de Nazaré, festa religiosa que acontece no mês de outubro em Belém do Pará. Mas o que poucos conhecem é a tradição do Círio de Nazaré Tedesco, uma festa realizada unicamente em metade de 2004 e 2005 em homenagem a Nossa Senhora do Destino em Jacarepaguá. A procissão criada por Aguinaldo Silva encabeçada por Maria do Carmo à frente enquanto o bicheiro José Wilker carrega sua ninfa-bebê num "felomenal" (sic) altar. O cortejo segue pelas ruas do projac e termina com a nortista sofrida interpretada por Suzana Veira achacada pelo ex-marido, papada pelo José Mayer e descobrindo que é mãe da Carolina Dieckmann.
A tradicão só durou durante uns 11 meses no horário nobre e valeu a pena ver de novo anos depois. As penitentes Jennifer e Eleonora é que prosseguiram com sua luta pela liberação das rinhas de aranhas no Brasil. Criaram em 2006 a SFA (Spider Fighting Association) e pleiteiam a inclusão da atividade como esporte olímpico.


sábado, 17 de outubro de 2009

Os males de sempre dizer "sim"

Sabe quando perdemos um amigo? Não é quando dizemos "não", mas quando dizemos "sim" quando deveríamos ter dito "não". Temos uma eterna (e vã) esperança de estarmos bem com todos o tempo todo e por causa disso vivemos violentando a nós mesmos e amargando o imenso fracasso de nunca conseguirmos essa proeza.
O "sim" é movido pelo eterno medo de não gostarem da gente, mas nos esquecemos de que já não gostam ou, quando muito, são indiferentes. E se gostam de verdade, não é um "não" que irá mudar isso de uma hora para outra.
Mas não é que, ainda assim, lutamos para ficar tudo bem, o tempo todo com todo mundo e persistimos no "sim". E nunca se esqueça de que, se você diz um milhares de vezes "sim", isso não te exime de, ao primeiro "não", ser rebaixado à classificação de um dos piores seres humanos da face da terra. O "sim", independente da quantidade de vezes que seja proferido, nunca, mas nunca mesmo, redime sua alma.
Precisamos nos libertar dessa doença do sim e proferir o "não" bem alto, liberto, libertador. Aquele "não" que traga em sua essência todos os limites que queremos que existam entre nós e o resto de nossa espécie, seja mãe, irmão, filho, pai, espírito santo e amém. E que sigamos sem ter medo, sem preocupação, sem ansiedade, num eterno movimento de "foda-se" que, este sim, nos faz mais feliz e nos liberta em definitivo.


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Casa de praia: um passaporte para o inferno

José comprou uma casa de praia para descansar nos fins de semana. O cunhado de José se animou e pediu a casa para levar uns amigos. Não tendo como negar e ficar mal com a família da esposa, ele acabou cedendo. No escritório, os colegas, assim que ficaram sabendo, já marcaram a confraternização de fim de ano para a casa de praia do José. Não dá para dizer não, tem uns amigos de mais de 20 anos lá... Deve uns favores a eles. No último final de semana, José foi para a casa de praia e teve que levar a sogra, os vizinhos de longa data e optou por alugar uma van para carregar todo mundo. Passou o dia consertando uns estragos que os antigos proprietários deixaram e alguns problemas largados por seu cunhado.. uma janela quebrada aqui, uma maçaneta empenada ali, um banheiro entupido. Durante um ano, ele passou todos os finais de semana limpando, consertando, pintando, desentupindo banheiros, emprestando, pagando IPTU e, finalmente, terminou vendendo a casa de praia.

José desistiu, vendeu definitivamente, investiu a maior parte do dinheiro e comprou uma TV de 42 polegadas LCD. Hoje, ele passa o domingo vendo futebol, trancado, no quarto....

Por precaução, até hoje não contou nada sobre a TV... a ninguém

sábado, 10 de outubro de 2009

Educação e limites não são antônimos

Vez por outra aparece um guru da educação anunciando o óbvio. Brada-se uma tautologia como se enunciasse a mais nova descoberta. É aí que tenho a sensação de que tudo que havia de inteligente a ser dito, já o foi. Resta agora proclamar a obviedade em tons de sentença bíblica. O homem deve seguir o seu destino.... e alguém pensou que não devesse. Sim... mas que destino é esse? A educação legítima é aquela que liberta. Tá bom... me mostra o cara que disse que a legítima é a que aprisiona que eu dou uma coça nele. O saber é O SABER.. vixe! Isso é gastroentestinalmente profundo.
Educar é dar limites...
Isso é o obvio do óbvio e o que mais me assusta é que um cara tem que escrever um livro para as pessoas deixarem cair essa ficha... Quem foi que disse que dar limites é oprimir? Dar limites é ensinar as regras do jogo, é preparar o indivíduo para saber até onde ele pode ir e como essa consciência lhe permite tirar o máximo de proveito da sua relação em seu meio. Não dar limites sim, isso (paradoxalmente) é oprimir, é encarcerar o indivíduo e torná-lo escravo dentro da sua própria impulsividade.
Escravo de seus instintos mais bestiais.


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Você é fogo, eu sou paixão...

Existe uma coisa chamada Noa. Um professor meu da PUC/MINAS, lá nos anos 90, me falou, certa vez, que isso é um termo usado para definir tabus lexicais, ou melhor, palavras que são carregadas de preconceito nos meios sociais. É aquele caso de pessoas que não falam a palavra desgraça ou câncer, por exemplo. As pessoas substituem os nomes como se fosse uma maneira de as coisas desaparecerem... Mas não desaparecem, pois nomes são rótulos. E só. O conteúdo é o que os define.
Tudo que se refere a sexo é cercado de Noas. Uma das expressões que mais criam inconvenientes é aquela que usamos quando queremos ter um momento de carinhos mais íntimos com a nossa parceira. Transar é um termo muito adolescente, fazer sexo parece coisa de biólogo, bimbar parece coisa de funkeiro, trepar parece coisa de ator pornô, ter relações parece coisa escusa, ilegal... ir para cama parece coisa de gente antiga, brincar parece coisa de Macunaíma...
Resta ainda o suave e meigo fazer amor. Acho que é um termo muito amplo para definir somente o sexo. Até porque nem sempre fazemos amor e sexo ao mesmo tempo. E, de mais a mais, o Vando acabou com o meu romantismo da coisa com aquela história de quando tão louca, me beija na boca, me ama no chão.
Daquela época em diante, nunca mais consegui ouvir essa expressão e não imaginar uma cama redonda, luzes vermelhas na parede, luzinhas de neon no chão, colcha de oncinha, almofadas em formato de coração, espelho no teto e uma radio bem chulé tocando “meu iaiá, meu ioiô...”

sábado, 3 de outubro de 2009

O pessoal e o coletivo: quando a casa se mistura com a rua.

Não é raro o caso na história em que projetos pessoais atropelam ideais coletivos. Grandes ditadores sucumbem face ao fato de que seus planos pessoais assumiram proporção maior do que o do grupo em que viviam. Alguns indivíduos conseguem ver o universo como parte de seu mundo e não o contrário (uma vez escrevi sobre isso aqui. Vale a pena ler de novo "Eu até sei que você existe e daí?").
Toda vez que vejo uma reportagem sobre a Venezuela, penso nisso e imagino como o seu presidente está perdendo uma oportunidade única na história de seu país de criar uma ilha de prosperidade na América do Sul, um ícone da igualdade social e provar como o dinheiro de petróleo pode trazer justiça e melhores condições de vida para todas as pessoas de um país.
Entretanto, ele mergulhou em uma cruzada bolivariana (sic) contra os EUA, em apoio às FARCS, contra a Colômbia, a favor do Irã e da Coreia do Norte, pró-cubana revolucionária.. Tudo isso em pleno século XXI e num arroubo anacrônico de rebelde ao estilo Che. E assim, ele consome todos os seus recursos em um projeto pessoal que está há anos luz da realidade de um país ainda miserável, desigual e sufocado por um regime de “ditadura branca” que oprime a mídia, a livre iniciativa, que ideologiza o ensino e pune os discordantes de seu plano pessoal de entrar para a história.
Alguém deveria dizer a ele que ele já entrou.
Agora pode sair.


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Perguntas com respostas anexas

(FAQ de auto-ajuda que também ajuda baixos)
Que animal você gostaria de ser?
R.: Qualquer um menos aqueles que fazem perguntas como essa.

Você que é uma pessoa inteligente, sensata, ponderada, vai concordar comigo.
R.: Não concordo. Qual dos adjetivos eu perdi depois disso?

- Pai, como nascem os bebês?
R.: Cesariana ou parto normal.

Quais cogumelos são comestíveis. (vi em um site e adorei essa)
R.: Todos. Alguns só uma vez.

Duendes existem?
R.: Depende da concentração de THC

De onde viemos, para onde vamos, quem somos nós?
R.:Caraca, tá mal hein, véio. Depois bebe e acha que segura a onda.

Existe vida após a morte?
R.:Após não sei, mas antes, com certeza.


sábado, 26 de setembro de 2009

À espera de D. Sebastião ou outro salvador da pátria.

Para quem não conhece, D. Sebastião foi um rei de Portugal que desapareceu em uma batalha no norte da África. Ele marcou o fim de uma dinastia lusitana de grande prosperidade nas artes, ciências, cultura, enfim, marcou o fim das vacas gordas. De lá para cá, vários povos de língua portuguesa (entre eles nós) passaram a esperar a volta do rei que traria consigo toda prosperidade passada. No Brasil, o caso mais interessante foi o de Canudos no Nordeste, mas há pequenos vilarejos no interior do país que ouviram a história por alto e ainda aguardam o bom rei.
O fato é que estamos sempre esperando o retorno de um rei que irá nos guiar, do messias que irá nos salvar, mas não vem ninguém. Acreditamos que já veio e que vai voltar para nos salvar, sei lá, alguém, um super homem, um rei, um mártir, um santo, um mutante.. qualquer coisa poderosa. A porta se bate todos os dias e ninguém entra. Mas, ainda assim, sustentamos a crença de que há alguém que sempre poderá surgir do nada e resolver nossos problemas de uma vez só, com um gesto mágico e sobrenatural.
Na política, acreditaram em Tancredo e choraram com a sua morte (lá se foi nosso salvador), se decepcionaram com Lula (ele não nos deu igualdade social plena) e esqueceram que eles, entre tantos homens, eram só homens que talvez esperassem também que, de algum lugar, viesse um salvador, um messias, um D. Sebastião que os salvasse, que os redimisse...

P.S.: Para desanuviar a decepção, lembremo-nos, nesse final de ano, daquele que, realmente, veio para nos salvar...

O 13º.
Amém.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cenas inusitadas I - bola da vez

Há somente dois dias na comunidade e Aderbal já conseguira sair com a mais gata dali. No baile, ele desfilava com ares de vencedor aos olhos de todos que o admiravam com ar de espanto e surpresa. Entrara e saíra de mãos dadas confirmando a todos a posse sobre a sua conquista. Ele era o máximo.
No motel, entregaram-se a horas de amor em todas as formas e posições e, vencidos, repousavam os corpos um sobre o outro e conversavam com voz mole.
- Precisava de um homem como você.
- E eu cheguei.
- forte, firme, decidido, inteligente e que me trouxesse tudo que não tive até agora.
O rapaz se sentia nas nuvens.
- Não agüentava mais o Ferida.
- Ferida?
- É meu namorado.
- Ex?
- A partir do momento que te conheci sim.
- Ele só sabia falar de trabalho... era pó para cá, fuzil para lá, granada para cá, amigos da Colômbia...
- Falava do quê?
- É .. aquele morro é a vida dele.
- Aquele o quê?
- Aquela gente que anda com ele cheia de armas.. ai que sufocante! Aí, meu celular está tocando. Já é ele sabendo que estou aqui com você... ele vai vir sim, deixa, deixa ela vir que eu vou abrir o jogo para ele... Ele vai ter que aceitar a minha escolha...
- ...
- Aderbal... cadê você?
Agarrado no telefone do quarto, Aberdal insistia que era um absurdo que o serviço de quarto não tivesse veneno a la carte.

sábado, 19 de setembro de 2009

Hipocrisia é a eterna pretensão à virtuosidade

Muitas vezes, o discurso serve para esconder o mau cheiro das nossas perversões humanas. O noticiário mostra o honorável senhor que reprimia a filha de minissaia, mas que se esfregava com meninas de 12 anos em um sítio na periferia. O “religioso” pregava a castidade, mas, em suas preces, pedia para não sucumbir outra vez a tentação dos meninos sarados que o cercavam. O político que vociferava pela sua dignidade e honra segurava a bolsa cheia de dinheiro recebido de um "amigo" que tivera seu contrato fechado com o Estado por sua interferência. Na esquina, o austero agente de segurança espancava o rapaz que fumava crack e tomava o seu relógio para não levá-lo a delegacia. E na TV, o homem de terno dizia que não tinha nada com a empresa X, mas guardava no bolso as passagens de avião e o voucher do hotel SPA em que descansaria no final de semana, por conta da empresa X.
Seguia-se assim a semana e todos respiravam o ar da dignidade, no culto, na rua, nas câmaras, nos palanques e nos púlpitos da vida. Sorvendo o ar que trazia consigo a eterna pretensão à virtuosidade.


sábado, 12 de setembro de 2009

Carros: estamos saturando o país.

Crescimento sem ordenamento é tão nocivo quanto estagnação ou depressão econômica. Veja o exemplo do trânsito. Com a ascensão do poder de compra da classe média brasileira, surgiu pela primeira vez na nossa história a iminência da realização de um sonho: o carro zero. Só que o cidadão dessa classe C já tinha um carro usado e, comprando o carro novo, passou o seu para frente. Normalmente, quem comprou não era alguém da classe média, pois estava assim como ele perto de comprar o seu carro zero. Foi, possivelmente, alguém da classe D que realizava o sonho de trocar o seu carro já velhinho por um mais novo. E esse velhinho foi para onde??? Para alguém da classe E que sonhava com o primeiro carro... ainda que velhinho. Nessa ciranda, a classe B e A continua comprando carro como sempre o fez.
Só em junho deste ano foram vendidos 289.000 carros que se somaram aos milhares que, como dizia Lavoisier, não se perderam, se transformaram. Se transformaram em carros de outras classes de poder de compra mais baixo do que a de sua origem. Se entraram 289 mil, é porque pelo menos 2/3 migrou de classe social, ou seja, aproximadamente 192 mil carros.
Basta dar um passeio pelas ruas para ver que, mesmo em cidades pequenas, se torna cada vez mais difícil dirigir. Estacionar, nem pensar. Desista. Uma vez adquirido o carro, todos nós trazemos na ponta a língua a desculpa para usá-lo: o tempo, o calor, a chuva, o frio, o transporte coletivo, enfim, vai por aí.
Saída para isso? Não sei. Eu, particularmente, estou tentando me disciplinar para andar mais a pé e assim, acredite, ganhar tempo.

domingo, 6 de setembro de 2009

Dos direitos ao direito ter direito

Toda vez que vejo uma defesa ferrenha de direito de "minoria"(?), fico pensando em algumas coisas que, longe de me afastarem da nobreza da causa, servem de ponto de partida para compartilharmos o raciocínio a seguir. Há uma enfática defesa dos direitos dos índios, das mulheres, das crianças, dos idosos, dos negros e dos direitos humanos. Incomoda-me entender índios, mulheres, negros, crianças e idosos como algo externo à categoria dos humanos. Tenho a impressão de que a defesa ampla e efetiva dos direitos humanos dispensa a defesa de direitos específicos. Até porque o direito ao respeito e à vida, à educação e à saúde não me parecem ser direitos inerentes somente a um grupo delimitado por sexo, faixa etária e etnias.
A verdade é que tenho medo da setorizaçao dos direitos, pois me dá a azeda impressão de que esse grupo tem, mas o outro, ah.. esse eu já não garanto. Tenho medo de toda essa setorização que inclui, mas que também exclui, que corrige injustiça, mas também segrega quando legitima a diferença e, em nome da igualdade, legitimamos a desigualdade como base de ação.
Lembro Hegel e sua dialética. Vale a pena ler the logic of science em seu capítulo sobre causa e efeito. Vale a pena mesmo e ajuda a entender tanta coisa.
Quero levantar bandeiras como sempre fiz, mas quero levantar bandeiras sem destinatários escritos. Quero o direito à vida para todo mundo, o direito à educação para a criança, mas também para o idoso. E por que não para quem não se encontra nessas categorias, mas precisa de uma oportunidade para crescer? Desejo que todos tenham o direito à justiça e não sofram nenhum tipo de violência, a mulher, o homem, a criança, os idosos, os adolescentes e os animais.
Quero um direito e um mundo em que todos tenham o direito real de ter direitos. Essa é minha concepção de justiça.


domingo, 30 de agosto de 2009

Lógica da Ganância

Não fica aqui uma crítica ao Criança Esperança, mas uma reflexão sobre a ganância da lógica tributária brasileira e da "lucrofilia" (Criei essa palavra agora, pois não a achei no Aurélio e precisa dela. Quer dizer amor somente aos lucros). O dinheiro é bem empregado embora não me fique claro qual a destinação exata dele. São projetos sociais. Ponto final. Mas, enfim, tem um impacto positivo nas comunidades em que chega.
O que me impressiona são as doações. Eu, cidadão comum, posso (e devo) doar de 7 a 30 reais. Posso (e, mais uma vez, devo) compartilhar com quem precisa para termos um mundo melhor. Certo? Sim. E plenamente justo.
Entretanto, por outro lado, o governo federal não pode (e não aceita de forma alguma) abrir mão de sua carga tributária com algum tipo de isenção fiscal sobre as doações. O governo estadual não permite (e nem cogita) a possibilidade de isentar de ICMS as doações e as operadoras não consideram a possibilidade de isentar o custo da ligação.
Bom, dentro dessa lógica perversa, (e pervertida na sua pior acepção possível) uma coisa que é do interesse de todos fica vinculada a gentileza do doador e amarrada na ganância do governo e do empresariado.
É fato dispensável de comprovação que eu arrecado menos do que o estado e que as operadoras de telefonia, contudo, eu sou o único que é martelado com o sentimento de culpa de que se não doar, estarei privando as criancinhas de escola com capoeira, aulas de computador, dança e apoio psicológico entre outras coisas.
Se eu me negar a abrir mão do que posso oferecer, queimarei no inferno da culpa por toda a eternidade...
Eu, o governo federal, o governo estadual e as operadoras de telefonia que, nessa altura do campeonato, já tem sua cadeira garantida por lá.

Em tempo: Acho a causa justa, mas aquela virada de shows do Criança Esperança é um pé no saco. Se prometerem parar com a aquilo, me comprometo em doar mais dinheiro no ano que vem.

sábado, 22 de agosto de 2009

Solidão SA

Outro dia, vi em uma reportagem na TV (Profissão repórter) um serviço de acompanhante. Não se tratava de um serviço de sexo delivery, mas de amigo delivery. Um profissional oferecia para vender seu tempo como companhia a pessoas que, simplesmente, quisessem alguém para sair, jantar, conversar, dançar. Enfim, alguém para poder ter como amigo e companhia.
O que me chamou a atenção nisso tudo foi a dimensão do que se tornou a vida de algumas pessoas. Há uma impessoalização da existência que chegamos a ponto de contratar um amigo temporário em face do castelo de solidão que se formou em torno de nós. Os amigos de infância seguem seus caminhos, os filhos crescem e vão embora, os companheiros se afastam voluntariamente ou morrem e quando nos damos conta, eis a solidão que propicia um mercado de amigos de aluguel.
Não há espaço para se avaliar ou recriminar o que é isso, mas cabe uma reflexão de o que fizemos com nossa vida e, principalmente, em cidades grandes, como isso é tão comum, essa solidão SA. Cabe pensar até que ponto nos afastamos para nos proteger e nos isolamos do afeto do outro.
Moro em uma cidade pequena (75 mil habitantes) e ainda temos o costume de ir à casa de amigos a pé, de conversar nas calçadas, de ver o pessoal da terceira idade se aglomerando nas portas dos clubes para bailes. Ainda caminhamos nas ruas com os rótulos de filho do fulano, neto de sicrano... Essa sensação de identificação, parodiando Drummond, mesmo depois que a luz apagou, a festa acabou, acalmam os ânimos de qualquer José.
Dão uma identidade no meio da multidão e dispensam os amigos de aluguel.
Pelo menos por enquanto...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Gripe suína - quase uma histeria coletiva

Fiquei preocupado com a Gripe Suína no dia em que vi, no MacDonald do aeroporto de Guarulhos, uma mulher comendo com máscara. Entre uma mordida e outra, puxava a máscara para o lado, mastigava o seu Big Mac e bebia o seu refrigerante. Ao lado dela, o marido e uma moça, possivelmente a filha, faziam o mesmo.
A Gripe, eu não sei se eles pegariam, mas tenho certeza de que, se alguém espirrasse perto deles, eles teriam um infarto ou, na melhor das hipóteses, sairiam correndo em disparada num ato de desespero supremo para o vírus nâo alcançá-los.
Nesse Tsunami de informação, já soube de gente que anda com um Kit Gripe na bolsa que inclui garrafinha de álcool, saquinho de cânfora e imagem de santinho protetor dos gripados. A questão é que já nos encontramos no tênue limite entre a prevenção entre histeria coletiva.
Não discordo de que a gripe deva ser assunto de um bloco inteiro no Jornal da Globo, mas me pergunto até que ponto a informação está sendo veiculada para esclarecer ou para dar IBOPE. É necessário prevenir pela informação, mas o excesso de informação conduz a um fenômeno interessante, a desinformação. Isso sem falar que há uma legião de pessoas com tendências obsessivas e compulsivas que vivem uma espécie de êxtase do "eu não disse".
Ainda se morre mais, no Brasil, de tuberculose e de gripe comum, só que ficou fora de moda pegar essas doença. Chique agora é a suína e virar estatística no JN.
Enquanto isso, em um boteco perto de você.

- Há 25 mortes confirmadas no estado do Rio. Fala o narrador na TV.
- Eu conheci um deles. Diz o rapaz do bar.
- E como é que ele era? Pergunta o cliente.
- Cara, super simples. Não tinha nada de metido, jogava bola com a gente..
- Putz! Eu não. Nunca conheci ninguém famoso. Se bem que tinha um rapaz tossindo lá perto de casa ontem.. Não sei se era suína, mas o cara estava mal... Se ele morrer vai ser o primeiro número de estatística famoso que conheço.

Enquanto isso, o meu colega de trabalho hipocondríaco colou um adesivo no carro: Gripe suína - Viu? Eu não disse?



sábado, 8 de agosto de 2009

Medos modernos - estatísticas

Há uma propaganda do BOSTON MEDICAL GROUP que passa durante o Jornal Bom dia Brasil repetidamente e diz o seguinte:

"1/3 dos homens possui problemas de ejaculação precoce e 52% dos homens acima de 40 anos apresentam problemas de ereção."

Ou seja, Depois dos 40 anos, em cada grupo de 100 homens, 33 tem problemas de ejaculação precoce (os apressadinhos) e 52 têm problemas para ter uma ereção (os que, de certa forma, tem uma pontinha de inveja dos apressadinhos), ao todo, 85 homens com problemas sexuais... Sobram 15 homens que funcionam normalmente....
Eu tenho 38 anos...
Faltam dois anos.... no paraíso da normalidade.

Meu Deus... estou começando a ficar apavorado.

P.S1.: Não computo os dois problemas ao mesmo indivíduo pela óbvia impossibilidade dos fatos.
P.S2.: Uma boa definição de azarado é a do cara que sai da lista dos impotentes e cai na lista dos apressadinhos.... Ou vice-versa.
P.S3.: 1/3 é 33,3333, ou seja ainda tem um camarada nesses números que apresenta um percentual do problema. Tá quase lá... e jura que isso nunca aconteceu com ele antes.


Por fim...o que me assusta não são os problemas, são as estatísticas.


domingo, 2 de agosto de 2009

Viagens pelo mundo II - Alihbabanopano (índia)

Pequena província localizada próxima aos estados do Rajistão, ao sul; Rajinaoestão, ao norte; ao leste, o Rajinuncaveiaquinão e Bahuanestão, ao oeste. (por favor, assista à novela Caminho das Indias para decodificar a piadinha infame). Fiéis aos seus costumes, arremessam as sogras no poço em cerimônias festivas e dançam dentro de casa o dia inteiro e do lado de fora também. Sua população formada por membros da religião Sick que apresentam como caraterísticas uma saúde abalada e representam grandes gastos para o governo em saúde; há também os Sacs, que atuam predominantemente em serviços de telemarketings; em sua minoria existem também os Socks, reconhecidos facilmente pelas meias curtas e, por fim os Sucks, mas esses são muito malas. (Trocadilhos em Inglês.. Globalizei o besteirol.)
Conforme suas crenças usam as águas do rio Mijahs para tudo, tratamento dentário, dor na coluna, impotência, azia, depressão, perda de apetite e espinhela caída... ou seja, ao turista recomenda-se não passar mal por lá.

Próxima parada: Nun-rallah (Oriente médio)


quarta-feira, 29 de julho de 2009

Homem sem sonho não para em pé.

(Momento confessional. Não é a cara do saco de filó, mas é necessário agora)

Outro dia, eu estava em uma solenidade na instituição em que trabalho e, na mesa de autoridades, estava um senhor alto, de óculos, passado de seus 70 anos. O tema era a implantação de um CEFET pelo qual ele tanto lutou tanto. Na sua fala, havia as constatações da luta que lhe embargaram a voz, um homem menino que trazia consigo décadas de história e mantinha vivo todos sonhos a despeito dos contratempos da vida.
Sr. Miguel iniciou sua fala, embargou-a de emoção, por fim, concluindo-a. Seriam necessárias décadas para que eu pudesse lhe agradecer pelo modo como aquele recorte de tempo tocou o meu coração. Depois, no local de trabalho fiz questão de dizer isso a ele. Agradeci por me mostrar que o tempo não mata os sonhos... os homens é o matam e culpam o tempo.

Conheci também um rapaz, o Fernando. Ele entrou na minha sala com mais uma daquelas pessoas que vem oferecer algo para a instituição. Eu o recebi. No fluxo de suas palavras, havia muito mais do que uma proposta. Ali, fluíam sonhos. Não era conversa de vendedor, era alguém que acreditava em cada vírgula do que dizia. Enfim, era um projeto ousado de leitura chamado LIVRO SEM FRONTEIRA (Conheçam mais no site. Clique aqui. Vale a pena!) Abracei o projeto e colocamo-nos à disposição para ajudar no que estivesse ao nosso alcance.

Na semana anterior, eu já havia abraçado a causa dos colegas do SOS Serra dos Mascates (conheça mais sobre eles). A causa pela qual luta esse grupo tendo o André e o Victor como representante diretos que tratam comigo, encheu-me os olhos. Cresci aprendendo a amar aquela serra e tudo que representa para minha cidade.

E por fim, outro dia, eu falava com dois grandes alunos e amigos meus (Clarissa e Kenedy) sobre os meus sonhos e vi que os olhos deles brilhavam quando me ouviam. Eu os alimentava de sonhos. Como me alimentaram dias antes... A vida é assim. Um eterno ciclo... uma eterna cadeia alimentar de sonhos.

P.S.: Há um ano, a minha força de sonhar tinha se enfraquecido, mas a vida tem se encarregado de colocar pessoas e idéias em meu caminho para me mostrar que o tempo não mata o sonho, nós é que o matamos.

Tenham uma boa semana.