terça-feira, 29 de julho de 2008

O Saco falou, todos repetiram sem pensar – Volume I

Só sei que nada sei”, concluiu Sócrates.

Continuação da história...

O pessoal na praça de Atenas se retirou subitamente e todos cochicavam entre si:

- Vão bora, gente! O cara não sabe nada, na verdade, nem isso... estamos perdendo tempo aqui.

E o chapéu do filósofo não recebeu uma moeda naquele dia.
Sozinho pensou o Sócrates:

Porra, não devia ter dito aquilo

A partir dali, precisou rever a sua estratégia de marketing pessoal.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O Grande Saco comentou... Sei lá, nada a ver, mil coisas...

A postagem era sobre tipos de blogues e recebemos o seguinte comentário:

Dan_little18 (nome fictício para não despertar suscetibilidades, mas texto real)

Sei lá axo(sic) que nada haver(sic) esses lance de rotular. As pessoas são o que são e viseversa(sic). A blogosfera é um espasso de liberdade e quem tenta ficar roteando(sic) as pessoas não sabe que tem é problema com os próprios conhecimento(sic) da pessoa. Sei lá.. isso é uma faca de dois gumes.;-D
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Embora não tenha entendido muito bem, guardei essas sábias e profundas palavras que mudaram meu viver e redefiniram minhas buscas. Parei de rotear as pessoas... deixei essa tarefa com os provedores de internet

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Tamanho não interessa o que importa é o prazer que proporciona.

Manter um blogue em um ambiente em que muita gente, escondida pelo anonimato admite detestar ler é um trabalho de Sísifo (Não vou dar mole a vocês. Dêem um pulo no Google e descubram o que o cara fazia. Faz todo o sentido. A história é legal.). Se o texto é curto, encurta o espaço das idéias, se é longo, sobra roupa. A idéia entra no texto como o corpo em uma roupa. Acho que todo mundo já experimentou uma calça apertada e sentiu que está faltando espaço onde você queria colocar algo essencial: seu corpo. Ou, de outra parte, usar uma calça larga que te obriga a ficar puxando o tempo todo, pois tem escassez de você onde há fartura de espaço. E isso dá um cansaço...
Pois o texto segue a mesma lógica.
As idéias começam, acomodam-se nas palavras e o que define a atenção do leitor é o tamanho da roupa. Quando ele sente que estão inserindo muito corpo para pouca roupa, o texto incomoda, mas quando nota que colocam muita roupa em pouco corpo, o texto nos cansa.

Aí vai uma dica de ouro:
Leia o seu texto várias vezes antes de publicar, revise e faça três perguntas: Exagerei? Passei a idéia que queria passar? Há empatia com o leitor no que escrevi? (Ou seja, esse assunto é capaz de interessar a alguém mais no universo além de mim mesmo e mais uns dois ou três colegas?)
Na minha vida, aprendi algumas coisas que sempre compartilho com os outros: se te disserem que tocar violoncelo e esquiar são coisas fáceis, estão mentido. Tentei as duas e constatei que são muito difíceis.
Se disserem que escrever é fácil, também estão mentindo.
Aproveito o ensejo e faço a mesma analogia acima com o violão (também andei por esses lados. Minha mulher e meu filho adoram me ver tocar. E só. Tenho medo de que quando ele crescer, mude de idéia. Ela, não. Em nome do amor, sinto que vai mentir uma vida inteira). Pois é.... Quando adolescente descobri que tinha um monte de gente que tocava violão. Com o tempo, vi que bem tocado eram bem poucos.
Escrever é assim...

FIM (Dispensável.. deu para perceber que o papo acabou, né? Não faça isso, tá?)

P.S: Acho que acertei o tamanho da roupa.

Em tempo: Às vezes, tento deixar o professor na sala e só dou voz ao bloguista (sic), mas achei legal deixá-lo dar um pulo aqui hoje.
Um grande abraço.
***
Ah sim... Entre um saco e outro tem a seção: o grande saco... Você já leu? 5ª feira no finzinho da noite tem o mais um pouquinho de Grande Saco.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Com palavra: o Grande Saco

Toda unanimidade é burra!
Nelson Rodrigues

Se uma pessoa te considera um idiota, pode ser uma questão pessoal.
Se duas pessoas te consideram um idiota, pode ser que a pessoa anterior tenha feita a cabeça da segunda pessoa.
Se dezenas de pessoas te consideram um idiota, é bem provável que você o seja.
Agora, se todos, sem exceção, te consideram um idiota, sorria, você é um gênio.

P.S.: O caminho para a genialidade é convencer todos que se é um idiota.

sábado, 19 de julho de 2008

Nardonis, Vales e Petróleos... ahhhhhh

Chego em casa moído de cansaço, tiro os sapatos que trazem os dedos tão unidos que parecem um massa única de carne. Aos poucos, desvencilho-me dos problemas que arrastei do trabalho para não contaminar o meu sacrossanto lar. Tiro a camisa para fora da calça. Arreganho os dedos dos pés... ahhhhhh
Ligo a Tv e vejo um grupo de pessoas que passou a noite na porta do prédio de um casal que está sendo acusado de assassinar uma menininha, crime bárbaro. O grupo estava sentado em banquinhos, havia levado seu lanche e aguardava ansioso o momento de gritar; assassino, lincha, no ápice desse evento público singular em suas vidas. O casal entrou pela porta dos fundos... ahhhhh, ecoa como um hino de decepção.
No canal seguinte, um grupo de pessoas entra em uma instalação da Cia Vale do Rio Doce e destrói tudo, quebra móvel, interrompe passagem, entoa palavras de ordem contra o imperialismo ianque... morte a George Bush. No jornal impresso do dia seguinte, aparecem em sofás com bandeiras da vitória nas mãos até a chegada da ordem de desocupação de um juiz... Ahhhhh, ele é um agente das classes dominantes, um monstro preconceituoso...
Enquanto isso, um grupo de estudantes bloqueia as portas de um prédio da Petrobrás pedindo que as reservas sejam definidas como patrimônio nacional e não interessa que estejam há abaixo da camada de sal no oceano... Isso é fundo pra caramba! Só podem ser tocadas por mão (sic) brasileiras. Ahhhhhhh ! O petróleo é nosso. Entoam os gritos de ordem. Com mais de 50 anos de atraso.
Vejo que envelheci... ou o tempo me trouxe algo que ainda não sei...
Um dia, disseram-me que quem não é revolucionário aos 20 é insensível, mas quem o é depois dos 35 é um insensato. Quando ouvi essa afirmativa pela primeira vez e era um revolucionário, achei-a absurda, cruel, retrógrada.... Até mesmo, imperialista ianque.
Hoje...., ahhhh...
Hoje, eu arreganho os dedos recém-suados saídos do sapato...
Tava apertado.

Em tempo: Antes que comece o meu linchamento, devo dizer que acho muito importante a participação em todo tipo de movimento. E fico feliz que sempre existam pessoas dispostas a isso como eu o fui um dia. Por favor, façam minha parte, movimentem-se por mim. Eu já me movimentei muito pelos colegas que arreganhavam os dedos espremidos por um dia de trabalho intenso... agora é minha vez... Ahhhhhh! Coisa boa!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Comemoração... 100 coisas ditas...

[Cutucada I]
Fiz um selo Eu POSTEI 100 vezes (grande posta!), mas não coloquei aqui e peço que todos aqueles que não receberam, por favor, não passem para ninguém. Essa é a regra de não indicação.

Alguns números do saco de filó...
7 meses de vida, 100 textos, mais de 1000 comentários, mais de 6800 visitas e uma média (atualmente) de 80 leitores/dia (quando atualiza) e 40 leitores/dia (no restante dos dias). O saco de filó mantém-se fiel à idéia de garimpar leitores, só visitantes, dispensamos.
Continuamos sendo uma idéia sem fins lucrativos e um dia viraremos utilidade pública. Aí aceitamos doação e damos recibo para abater no IR.
E para não perder o hábito:

[cutucada II]

kkkkk..Parabéns!
Gostei do blog.
Visite o meu.
Resposta adequada...
Caro leitor, kkk legal o seu blog,

Vá para o diabo que o carregue.
Atenciosamente,

100 Saco de filó


Inauguramos hoje a seção Grande Saco.
Todo dia antes do dia de atualização, tem um texto de poucas linhas, mas com idéias sobre as quais se vale a pena pensar... Fieis à máxima: Penso, blogo, existo.
***
O que vem depois do Grande Saco...

E no futuro todos terão seus 15 minutos de fama...
Andy Wharol.

Mas, ainda assim, permanecerá a injustiça. Uns terão 15 minutos de fama depois do Jornal Nacional e antes da novela, na Globo, enquanto outros terão os 15 minutos de fama depois de um programa religioso às 3 e meia da manhã, na Rede TV.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

No próximo desastre sou eu quem vou.

Lembro que meu pai comentava que, certa vez, o meu tio mais novo ficou indignado porque houve um acidente em minha cidade e ele não estava com o meu pai quando passava pelo local, mas sim o seu irmão mais velho. No ápice da indignação, o garotinho soltou:
Tá bom, mas no próximo acidente sou eu quem vou com você.
Só entendi essa indignação anos depois quando despertei para o fato de que as pessoas nutrem um prazer mórbido pela desgraça. Perdi a conta do número de vezes que engastalhei no trânsito porque houve um acidente e, longe de fato afogar a via, o que arrastava o tráfego era o tesão com que as pessoas olhavam pela janelinha e, num espetáculo de horror, comentavam os detalhes. Se havia cabeças esfaceladas, a descrição vinha seguida de espasmos faciais que davam um tom teatral ao ocorrido. Se não havia nada no local ficava, só um carro amassado, nada mais, senti-se um "ahhh" de frustração como se o espetáculo para o qual se preparavam tivesse sido cancelado.... Ahhhh.
Eu, um alienígena por opção, sempre me esquivava desse mórbido prazer. Gatos e cachorros atropelados acabam com meu dia... Certa vez, já fiquei de baixíssimo astral por causa de um cachorro atropelado na Dutra e olha que eu não fui o responsável... eu só passei segundos depois. Tempo suficiente para ver o animal agonizando.
Mas segue o circo dos horrores.
Pessoas sussurram no ônibus. Outras narrativas se mesclam. Histórias de acidentes piores vistos por eles ou por pessoas que eram colegas dos colegas deles. Mais sangue, mais miolos, corpos em ferragens... O ônibus se afasta e o trânsito flui. Os temas cotidianos voltam e a temática do acidente só será retomada durante o telejornal da noite que irá mostrar o desastre e o sujeito vai contar com orgulho de medalhista olímpico que passou ali na hora que aconteceu. Ou que quase pegou aquela van minutos antes... e persiste assim o prazer de quase morrer.
Como é bom!

Em tempo:
Já observaram a quantidade de quase mortos que surgem depois de um acidente. Aquele que ia, mas não foi. Como é bom ser quase morto...! Dá uma sensação de que eu sou alguém especial, ainda que meu cotidiano insista em negar isso.
Penso, blogo, existo.

sábado, 5 de julho de 2008

Guia do depressivo moderno

Aí veio o caso Isabella: um casal entra em um apartamento e minutos depois uma menina é jogada pela janela. Não foi ele, não foi ela, não foi ninguém... na verdade, foi uma terceira pessoa. Bom, até onde sei, a primeira pessoa, EU, a segunda pessoa, TU e a terceira pessoa... ahá.. ELE (ou ela). O advogado se prepara para dizer que a mulher sofria de depressão.
Pouco depois, em São José dos Campos, São Paulo, um pai tenta jogar um filho pela janela, mas não obtêm o êxito de seus depressivos inspiradores. Não foi dessa vez... O advogado já se apressou em relatar a depressão do seu cliente.
No Paraná, uma mulher jogou um bebê de seis meses pela janela, dessa vez, bingo... conseguiu. Os policiais a detiveram e ficaram surpresos porque ela não manifestava o menor arrependimento. Resoluta, afirmou que queria se livrar do bebê... E que tomava fortes remédios de depressão. Antecipou ao advogado que iria dizer que ela sofria de fortes crises de depressão.
No Japão, um homem deprimido saiu pela rua esfaqueando todo mundo que encontrava. Quando foi preso alegou que só fez isso porque estava profundamente deprimido.
Outro dia, na sala de espera de um médico, vi um garotinho com cara de bem informado pela TV que me olhava meio cabreiro, de rabo de olho... olhava para mim e para a janela da sala de espera do prédio de forma apreensiva...

Ei...!” Apressei-me. “Eu não sou depressivo não.”

Senti que o garotinho respirou aliviado. Sutilmente, mas o fez.
É... como as coisas mudam. Sou do tempo em que os deprimidos se jogavam pela janela, hoje, eles jogam os outros... Do tempo em que o deprimido se suicidava, hoje, "suicida" o outro. Sei não, mas por via das dúvidas, se vejo um sujeito deprimido e uma janela por perto, já fico esperto.
...
Bons tempos aqueles... bons tempos.

Em tempo
O depressivo moderno acorda cedo, na maior depressão, vê que a vida não faz mais sentido e decide cortar os pulsos.... os do vizinho, é claro.
E ele é besta?

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Adesivos de carro... escolha o seu.

Tem carro com todo tipo de adesivo. Adesivos de apoio a políticos, adesivo de filhos, adesivos de grupos sociais, adesivos de tendências religiosas, há os de faculdades, os de rádios, os de empresas, os "engraçadinhos"... Ufa.. a lista é grande.
No trânsito encontro com eles a toda hora e compartilho as reflexões sobre os mais relevantes para mim.


A inveja é uma merda.
Nunca vi um Vectra ou um Pallas C4, ou um Honda Civic com um desses. Agora, chevette, gol quadradinho, Fiat 147, Brasília e fusca.... passo por uns 10 todos os dias e me pergunto: inveja de quê mesmo?
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Sua inveja é a velocidade do meu sucesso.
Segue a idéia do de cima. Ainda não vi uma SANTA FÉ da Hyundai com um desses. Agora, uma Corcelzinho 74 eu já vi... E pensei... Ô inveja pouca que têm do cara! Aí, dá uma força para o cara, inveja ele.. só um pouquinho.
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Papai compô p’a eu...
Não acreditei quando li isso. E o cara ainda confessa. Se bem que se meu pai tivesse me dado aquilo eu já não falava com ele há anos.
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Acredite, jesus é o único que não mente.
Dei essa frase numa prova de semântica. Pense bem. Se Jesus pertence a um conjunto de pessoas que não mentem e esse conjunto só tem ele (isso exclui quem falou a frase), como é que eu vou acreditar que esse cara não está mentindo? Pensei: deixe a modéstia de lado e diga: Jesus e eu somos os dois únicos que não mentem. Resolvido o problema semântico.
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Deus é fiel.
Acho que eu já sabia disso, mas ainda assim: obrigado pela dica. Iria morrer sem saber se não fosse o cara me dizer.
Em Cuba e em bom espanhol, Deus es fidel... Deve fazer sucesso por lá.
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O senhor é meu pastor, nada me faltará.
Ah é... Então experimenta parar de passar o ponto todo dia.
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Leia Kardec.
Uma conhecida disse que uma amiga perguntou: fulana, quem é esta tal de Leia Kardec? Ela é candidata a quê?
Acho que ele não leu Kardec.
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Eu amo minha esposa.
Acho que isso também era esperado. Fogo é se um espertinho escrever na poeira vidro do carro: Ô... eu também!
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Eu acredito em duendes.
Quando descem o malho nos exames psicotécnico do Detran, os caras ficam uma fera. Mas ó... vê só! Olha o cara que dirige esse carro...
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Amo e sou fiel.
E minha esposa me obrigou a colocar isso porque trabalho num lugar cheio de mulher a minha volta.
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"Farta lista de filhos em adesivos..."
Deixa a gente pensando: além de filho o que mais esse cara sabe fazer.
Acho estranho. Toda vez que vejo um desses, penso que é uma prévia para carta de convite de falecimento. Os X, Y, Z, e W cumprem o doloroso dever de comunicar o falecimento de ....
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Se a sua estrela não brilha, não tente apagar a minha.
Pois é... sempre que leio essa frase penso: apagar o quê? Sei lá.. acho que cheguei atrasado e encontrei tudo escuro. Só levo a sério quando vir isso colado no vidro traseiro de um Mitsubishi Pajero zero quilômetro. Ainda estou procurando um.

A lista é grande, mas a gente resume para não cansar.
Leia, pense, pondere..
Penso, blogo, existo....