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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Teatro de horrores de personagens patéticos


Uma vez eu escrevi sobre o poder que deforma aqui no saco de filó. Hoje cedo, acordei com uma postagem de uma frase atribuída ao presidente do Uruguai José Mujica, o popular Pepe Mujica, um cara do bem, bacana mesmo. Uma exceção no meio de tanto Zé Ruela da política mundial. Ele dizia que o poder não muda as pessoas, mas as revela verdadeiramente.
Na minha trajetória de vida, vi o que o poder pode fazer com as pessoas. Ele funciona como um potencializador de suas características. Ele não o muda, ele o potencializa no que você já é.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Todo político sempre deseja o bem estar do povo


Nunca tive dúvidas de que qualquer político, mesmo os mais vis e torpes representantes do povo(??) deseje o bem estar das pessoas. Até porque isso lhes daria mais tempo no poder. Segundo Maquiavel, o fim das ações de quem está no poder é fazer tudo para continuar no poder (independente do que seja o "tudo").
Entretanto, esses mesmos políticos não atingem esse objetivo por duas razões muitos simples: falta-lhes competência e tempo. Competência para colocar em ação os projetos, pois para chegar aonde chegaram precisam fazer pactos com deus e o diabo e, quando assumem, o seu raio de ação é pouco para pagar as contas que herdou para a eternidade.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Todo político sempre deseja o bem estar do povo


Nunca tive dúvidas de que qualquer político, mesmo os mais vis e torpes representantes do povo(??) deseje o bem estar das pessoas. Até porque isso lhes daria mais tempo no poder. Segundo Maquiavel, o fim das ações de quem está no poder é fazer tudo para continuar no poder (independente do que seja o "tudo").
Entretanto, esses mesmos políticos não atingem esse objetivo por duas razões muitos simples: falta-lhes competência e tempo. Competência para colocar em ação os projetos, pois para chegar aonde chegaram precisam fazer pactos com deus e o diabo e, quando assumem, o seu raio de ação é pouco para pagar as contas que herdou para a eternidade. São obrigados a nomear em compensação dos favores ($$) que obtiveram para realizar suas campanhas, são obrigados a seguir as regras de quem bancou seus panfletos, afinal, se não o fizerem, podem desistir de um segundo mandato.
Falta-lhes tempo também, pois 4 anos é muito pouco tempo para que possam enriquecer a si mesmo e aos seus, costurar acordos que compensem aos que o fizeram chegar ali e que o manterão também no poder, driblar imprensa (ou comprá-la. O que é mais usual), driblar a justiça (ou comprá-la. O que é também mais usual) e armar todos os conchavos que permitam a eles uma vida de rei durante e depois do mandato. Em meio a uma agenda tão atribulada, que tempo existe para fazer alguma coisa a mais?
Entendemos as Vossas Excelências e pedimos desculpa se alguma vez os acuamos por decisões de interesse do povo. Lamentamos que nossa intromissão desconhecesse seus limites humanos e sua agenda de trabalho. Perdoia-nos, pois, quando votamos, não sabemos o fazemos.
Não sabemos mesmo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Psicologia da culpa - a tragédia do Sul

Ontem, minha esposa comentou comigo que deveria ser imenso o sentimento de culpa que as pessoas que se envolveram na tragédia de Santa Maria deveriam estar sentindo. A seguir, na TV, vinham notas de todas as partes (prefeitura, empresários, pessoas da organização do evento, os caras da banda etc..) repassando a culpa um para o outro e buscando justificativas para isentá-los de qualquer responsabilidade. 
Pois é isso. A culpa é um sentimento secundário. O que prevalece no primeiro momento é o instinto de autopreservação. É o famoso tirar o corpo fora uma vez que estar associado a essa tragédia é uma mancha para o resto da vida e a punição poderá ser dura dada a repercussão mundial do fato. 
Primeiro busca-se a isenção do envolvimento com a tragédia de todas as maneiras legais (e até ilegais) e posteriormente, algumas (e não muitas) pessoas sentem o sentimento de culpa. Eu disse algumas, pois a maioria acaba se convencendo de que foi uma fatalidade que aconteceu com ele, mas que poderia ter acontecido com outro em qualquer lugar e que tudo que ele poderia fazer ele fez. 
E esse raciocínio costuma a amenizar qualquer sentimento de culpa pois, de fato, culpar-se a vida toda por uma fato ocorrido ajuda pouco a resolver o problema. Na verdade, só piora. E munidas todas as partes de bons advogados de defesa, que com certeza não tiveram seus filhos ou entes queridos mortos no incêndio da boate Kiss, eles sairão pela porta da frente e os grandes culpados serão penalizados exemplarmente pela justiça: 

...o porteiro, o homem que vendia amendoim e o servente da boate.

Esses sim... malditos criminosos desalmados que devem pagar por seus delitos!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Cego e o oportunista

Sempre digo aos meus alunos que verdade não é nada mais senão aquilo em que a gente resolveu acreditar. Por conta desse movimento de eleições, particularmente, o que considero uma detestável necessidade, mas enfim, uma imprescindível necessidade, vimos essa máxima gritar na nossa cara todos os dias. Para ilustrar isso, sempre uso a ideia de que se alguém olha para o sol e o enxerga verde, ainda que todos ao seu redor demonstrem por A + B que não é verde, seus olhos continuarão a vislumbrar um intenso verde. 
Por vezes, as pessoas seguem vendo verde onde é vermelho, laranja, preto etc, porque, no fundo, para ela é verde e ponto final. Seus olhos não mentem. Entre aceitar o que você diz e o que os olhos dela veem, fica com seus olhos, pois o que você diz é o que o "seus" olhos veem e não os dela. Quem me garante que você não está vendo errado? 
Muitas vezes, quando alguém levanta suas armas para defender um notório canalha (coisa que não é rara na política) esta pessoa está movida por dois sentimentos: o oportunismo, afinal, no geral, ela costuma a ser tão canalha quanto seu defendido ou as coisas que seus olhos veem. Não se trata, nesse último caso, de um mentiroso, mas de alguém que está enxergando exatamente o que ele diz e não adianta fazê-lo retroceder. O seu candidato é do bem, tem boas intenções, não mente, é honesto. Os outros são do mal... enfim... Tudo aquilo que faz parte de sua verdade pessoal, as coisas em que ele optou por acreditar porque essa é a única realidade que consegue ver. 
Àqueles que enxergam (ou pensam que enxergam) caberá sempre a incerteza eterna de saber se o que vemos é o que as coisas são ou o que os nossos olhos insistem em nos mostram que sejam. Caberá sempre a dúvida de qual é o tamanho da nossa cegueira.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Cola, corrupção e outros jeitinhos desonestos de se sentir esperto


Como professor, há muito tempo tenho estratégia de deixar o aluno fazer uma folha de A4 frente e verso com o resumo da matéria para usar na hora da prova. É uma maneira de força o cara a, pelo menos, ver o conteúdo que vai cair e, ao mesmo tempo, não me aborrecer com cola. Bom, você diria, ainda resta a coisa de colar um do outro. Ah sim... Resta, mas vamos a realidade dos fatos.
Elaboro avaliações que, na imensa maioria das vezes, apelam muito mais para sua interpretação do que para o conhecimento em sua forma decorada e anotada numa folha. Se o aluno quiser colar do outro colega ao lado, isso é um fator quase inevitável. Agora, colar é um ato de desonestidade como outro qualquer e que caracteriza um desvio de caráter repreensível.
Às vezes, a gente esquece que a corrupção, a desonestidade, a falta de caráter não se dá nas grandes ações, mas em hábitos do cotidiano que corrompem e maculam desvirtuam a dignidade. Sempre pensei que isso não me afeta. Eu, como docente, estou ali, na frente, cumprindo minha função, ensinar, aplicar, corrigir, cuidar para que ele não transgrida as normas. Entretanto, não sou polícia para empreender um clima de vigilância total e terror sobre ele.
Se ainda assim, algum aluno acha que o melhor caminho é ser desonesto, ele o será e não sou eu quem vai conseguir impedir. Afinal, ali é só um aspecto da vida dele que nada mais é do que o reflexo de todos os outros. Quando sairmos dali, eu serei, por uns instantes, no máximo, um professor bobo, que deu mole e ele o mau caráter de sempre, para sempre.
No mais, a vida se encarrega de cuidar.

sábado, 24 de março de 2012

Pesos e medidas - Quanto vale o profissional?


Outro dia um colega do curso de enfermagem, onde leciono comunicação e expressão, estava indignado. Ele dizia ter um processo trabalhista contra determinada empresa e que o advogado lhe cobrara 30% do que ele iria receber e explicou que isso era padrão. Dias depois o advogado lhe procurou para pedir se ele conseguia uns exames para ele (o advogado), obviamente, de graça. Ele não pensou duas vezes e disse:
- Olha, de graça não dá. Mas o que eu posso fazer é o seguinte: uma pessoa normal tem 70 quilos, você tem uns 110, eu faço um cálculo proporcional e te cobro com base no que uma pessoa do seu peso pagaria.
Ao que o advogado retrucou:
Ué, mas não é o mesmo exame?
E ele respondeu:
- Sim.. mas não é o mesmo processo.

Na verdade, não fica uma crítica ao advogado, mas um questionamento de quão pouco a saúde e a educação valem nesse país. Imagina se o professor cobrasse em função da limitação do aluno. Olha, você sabe muito pouco do conteúdo, vou ter que cobrar mais caro. Claro que seria um absurdo, mas a questão é: Por que dois setores de vital importância em uma sociedade são tão desmerecidos?
São quarenta anos de estrada e sinto-me seguro para dizer que educação e saúde são as duas coisas mais esculhambadas nesse país.
São temáticas bissextas... aparecem de quatro em quatro anos e logo desaparecem para reaparecer daqui a 4 anos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A pirataria e a hipocrisia nossa de cada dia


A hipocrisia é o que torna suportável a convivência entre humanos e, ao mesmo tempo, o que nos torna mais humanos na acepção mais plena da palavra. Nos últimos tempos, vejo alguns colegas de internet, internautas comuns, assumirem uma postura radical contra tudo que se copia da internet sem pagar direitos autorais, de um programa a uma foto. Comparam a pirataria a um crime como tráfico de drogas, contrabando, roubo a mão armada ou coisa parecida.
Eu me pergunto se houvesse um programa que destruísse todos computadores que possuem algum software pirata ou uma música ou imagem que não recolheu direitos autorais quantos computadores restariam na internet? 
É importante, antes de começar a conversar sobre pirataria, definir o que é pirataria. Pessoalmente, entendo como o uso de produto intelectual que não é de sua autoria para obter dinheiro decorrente de venda a terceiros. Ou seja, o colega que me passa um arquivo de mp3 não é um perigoso pirata que a ameaça o planeta e a sociedade judaico-cristã-ocidental. Ele não está lucrando com isso. Esse é o problema número um: controlar o conceito de pirataria.
Outra coisa, cópia incomoda porque não arrecada. Por conta de alguns, a ideia seria que pagássemos uma taxa cada vez que ouvíssemos uma música. Alegam que tira emprego do músico copiar. Tira não. Músico ganha mesmo é com show, muitos músicos menos conhecidos nunca viram a cor de direitos autorais ou viram uma pequena parcela do que tinham direito. Isso tira é arrecadação fiscal num país que acha normal vender um CD por mais de 25 reais.
Não estou defendendo cópia ilegal. Estou chamando você à reflexão.
Para aqueles que assumem um discurso radical contra toda e qualquer forma de pirataria, torçam para que nunca inventem um programa destruidor de computadores como eu falei.

Ah sim... Dentro da lógica vigente, quando comentar esse texto, uma produção intelectual de minha autoria, solicito que façam a citação e depositem em minha conta o valor de 0,50 por comentário falado e 1,00 por formato escrito. Os meus direitos autorais agradecem.

Em tempo: Pirataria sozinha não tira emprego. O que tira emprego é juros altos, carga tributária abusiva, mau uso do dinheiro público, corrupção, encargos trabalhistas pesados... enfim, há mais coisas na lista dos vilões.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Do fanatismo à cegueira - uma rota clássica


Verdade é aquilo em que nos convém acreditar e não necessariamente o que a lógica e os fatos nos mostram. Toda vez que me aventurei a questionar qualquer coisa ou situação relacionada à situação política brasileira atual, sempre recebo emails ou comentários que me chamam de alienado, desinformado e parceiro da imprensa golpista. Tenho impressão que se fosse em outra época eu seria preso, torturado e morto... Por isso, prefiro os emails desaforados de hoje.
Aliás, assim como nos regimes totalitários, hoje, no Brasil,qualquer posição contrária ao poder estabelecido deve ser combatida ao máximo. Brasil, ame-o ou deixe-o... Não era assim no tempo das fardas e coturnos? Ideologicamente, não é muito diferente hoje. O problema é que não existe a legitimação do Estado (bem que o Estado tentou com leis com a de imprensa, mas não colou).
Vejo assustado que se fosse possível haveria grupos de juventude recrutados pelo governo que usariam uniformes simulando macacões de proletariado com estrelas vermelhas no braço e queimariam livros, destruiriam jornais e rádios que ousassem questionar a grande revolução dos últimos 10 anos(???) que nos tornou a 6ª economia, um Estado que durará mil anos.. Assim como o 3º Reich na Alemanha nazista, mas que não durou duas décadas.
Teríamos crianças cantando o hino do partido nas escolas e encenando todo ano, em um dia cívico, a vinda de seu grande líder de uma cidade do nordeste para salvar o país das garras dos malvados capitalistas do norte. Jovens marchariam na rua e agrediriam "legitimamente" aqueles que fossem inimigos da revolução e, por conseguinte, do povo.
Já vimos essa história tantas vezes e teimamos em querer repetir...
Tenho medo de todo fanatismo, tenho medo de toda cegueira.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Brasil, a 6ª economia do m(f)undo!


Os jornais divulgaram eufóricos, nessa segunda-feira (26), que somos a 6ª economia do mundo. Estamos à frente de países como a Inglaterra, Dinamarca, Suécia, Canadá, Suíça e outros países que deixamos para trás no ranking dos que produzem mais riquezas. Sabe o que isso quer dizer? Que somos a 6ª nação no mundo em capacidade de produção.
Isso também nos coloca no ranking das mais desiguais, já que o crescimento econômico nem de longe acompanha os ganhos sociais em um país que ainda acredita que com esmola se constrói a dignidade de um povo. Bolsas, vales, cotas e outras tantas maneiras de perpetuar políticos em seus cargos junto com suas quadrilhas continuam sendo recurso legítimo por aqui.
A educação, única via para o crescimento e redução das desigualdades, permanece nas mãos de partidos lotedas por aqueles que precisam vender a alma para o capeta a fim de manter o poder. A saúde se arrasta com falta de médico, medicamentos, hospitais, a eterna má distribuição de recursos, desvios, golpes... A segurança cambaleia e obriga a criação da fortalezas nas grandes cidades para que o cidadão possa se encarcerar.
Produzir riquezas sem promover ganhos sociais é o mesmo que não produzir riquezas mantendo a miséria. O Brasil não é o Sudeste de smartphone caro na mão, o sul loirinho de roupas folclóricas e rostinho rosado ou ainda, o centroeste de pickup caras com agroboys curtindo a vida. Olhem para interior do nordeste, de Minas, do Amazonas, do Acre, enfim, olhemos para além dos nossos umbigos para enxergar o Brasil do 6º PIB do planeta.

Por hora, olhemos e oremos pela Inglaterra, pela Suiça, pela Dinamarca, pela Suécia, pelo Canadá que não conseguem produzir mais riquezas do que esse gigante deitado eternamente em berço esplêndido.

Alguma coisa está realmente fora da ordem...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Esperteza demais atrapalha


Assisti à final do mundial de clubes com a sensação de que não daria para Santos mesmo diante do Barcelona. Como não torço nem para um nem para outro, dessa forma, não faria diferença o resultado do jogo para mim. No fundo, eu sabia que seria um jogo bom de se ver para quem gosta de futebol.
O jogo seguia dando o previsto “ferro no Santos” e um show de bola do Barcelona com Messi à frente da tropa e eu pensava como ainda somos prepotentes quando se fala em futebol por aqui. Os telejornais insistiam em mostrar o retrospecto brasileiro (como se isso influenciasse alguma coisa) e comparar o time do Santos como do São Paulo (1992) e o do Internacional (2006) que, particularmente, eu acho bem superiores ao time do Santos atual. Mas, enfim, mídia é mídia e fazem de tudo para ganhar o torcedor.
Mas o que me chamou mais a atenção foi um lance do jogo, o quarto gol do Barcelona. Messi recebeu a bola, viu-se de cara com o goleiro do Santos e suas pernas se aproximando famintas no lance e teve milésimos de segundos para pensar “toco por baixo e driblo” ou “Me jogo e saio rolando pelo chão da grande área esperando o pênalti”.. Sinceramente, acho que essa segunda possibilidade não lhe passou pela cabeça. Driblou bonito, pulou, mandou para dentro. 4 X 0... Jogo terminado.
Cansei de ver no campeonato brasileiro, jogadores apostando na “caidinha na área”, “roladinha no chão”, “sentadinha com os braços abertos”, “companheiros correndo cima do juiz”. E quando o juiz não caía no golpe, saía sacudindo a cabeça de forma resignada.

Eis o jeitinho brasileiro que, apesar de não dar certo há décadas, ainda vigora por aqui.

sábado, 5 de novembro de 2011

Um golpe de internet - não é piada, é sério

Não existem mais bandidos como antigamente. Recebi um e-mail de fraude outro dia, um daqueles que diz que você tem um débito na receita federal e, sinceramente, fiquei decepcionado. A baixa qualidade no sistema educacional brasileiro já afeta nossos bandidos de internet que comentem crimes contra a ordem e contra a Língua Portuguesa. Esperava-se que os bandidos de internet tivessem um nível cultural melhor, mas fiquei assombrado com mais um email cheio erros de Português. Não me contive, devolvi-o ao golpista com as devidas correções e com uma bibliografia complementar para melhorar sua escrita.
Ainda não obtive resposta...


  1. Suspensão é escrito com S, pois vem do verbo suspender e, normalmente, palavras derivadas de verbos em –DER geram substantivos em S (Por exemplo, Ascender - ascenSão / Proceder - procesSo / Conceder - concesSão / Ceder - cesSão...). Senhor bandido, suspensão não se escreve com Ç, por favor, revise seu texto.
  2. Acento grave indicativo da crase antes de verbo não existe. A crase é o fenômeno de junção entre uma preposição (a) e um artigo (a). Verbos não recebem artigos antes, pois, primeiramente, se o recebem, tornam-se substantivos por um processo de derivação imprópria. Logo, Senhor bandido, a forma é PROVIDÊNCIAS A TOMAR. (sem acento grave) já que o verbo aqui opera com tal (indicador de evento). Além do mais, se ainda considerássemos a possibilidade de ser um susbtantivo, temos que levarem conta que verbos derivam substantivos masculinos e nunca femininos (o falar, o saber, o dizer...) e, como sabemos, senhor bandido, não há crase antes de palavras masculinas.
  3. Senhor bandido, entendi o seu problema de regência (crase) e de ortografia, mas quero acrescentar que o senhor deve prestar atenção às orações adverbiais antecipadas (no caso, uma adverbial condicional), pois elas sempre pedem vírgulas que as separe das orações principais. Ex. Se não funcionar, clique aqui...
    É por isso que o cara virou bandido... a culpa é da educação.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Erro não é ser honesto, mas esperar honestidade do outro.


Agir de forma honesta o faz sentir como um idiota? Pois é... Eu experimento essa sensação há anos. Convivendo com gente de todo tipo, em algumas situações, aprende-se que comer e coçar é só começar. Até por isso, evito até às últimas consequências (a demissão, por exemplo) a dar a primeira coçada. 
O que vejo é que o dinheiro fácil fascina e entorpece os sentidos e, depois do primeiro, o resto é banal e justificado pela consciência que é a primeira a ser comprada. Há sempre boas razões para se tornar um canalha e elas vêm encabeçadas por argumentos como, “eu mereço esse dinheiro”, “não estou fazendo mal a ninguém”, “existe gente fazendo coisa pior”, “se eu não fizer outro vai fazer...”
A lógica da desonestidade é muito eficiente para o desonesto e ele tem certeza absoluta de que suas atitudes são completamente inofensivas ao meio e legítimas, pois é assim que são as regras do jogo.. Aceite ou caia fora.
Comemorei este ano 40 anos caindo fora e pagando o preço por não possuir uma flexibilidade ética adequada ao modus operandi de alguns locais. Aprendi que não fazer o perfil, muitas vezes, é o maior elogios que podemos receber de um patrão ao ser demitido. Enfim, do mesmo modo que algumas pessoas justificam sua canalhice dizendo que todo mundo faz, assumo esse meu defeito (dificuldade de adequar-me a novas "éticas") dizendo que, afinal, defeitos, todo mundo os tem, não é?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Todo poder corrompe, entorpece e deforma a alma


Acho que o grande desafio da alma é expor-se ao pior e continuar sendo o mesmo. Dizem que, se queremos conhecer uma pessoa, devemos dar poder a ela. Nessas situações, o ser humano expõe o que ele tem de pior ou de melhor, varia muito de acordo com o que se tem dentro de si.
Nos últimos tempos, pude constatar quão verdadeira e imutável é essa afirmativa. Seja de origem humilde ou de berço de ouro, a sensação do poder corrompe os valores e entorpece a capacidade discernimento. Valores como amizade, respeito, honradez e palavra se desfazem como éter que evapora e sustenta-se pela alegação de que uma coisa é governar, outra é ser governado.
E, então, baseado numa ética amoral agem como se fossem deuses do Olimpo. Seres eternos sujeitos a paixões e ódios, desejosos de vingança e cheios de prazer pela punição que aplicam. Vivem o momento como se fosse a consagração do eterno. São reis de ocasião, mas esquecem que mesmos alguns reis de direito tiveram fim trágico. E, quando isso ocorre, refugiam-se no sentimento de como as pessoas foram ingratas depois de tudo que eles fizeram por elas. Mas, no fundo, esquecem que tudo o que fizeram foi para eles mesmos e nunca para os outros. Os outros são só um detalhe.
Para quê amigos, basta o poder? Para quê palavra, basta a minha palavra e ela a mim pertence? Altero-a quando bem entender. Para quê o momento se sou senhor do eterno?
Muitos dizem que têm consciência que são temporários nos cargos e funções, mas as ações não condizem com as palavras. O cérebro está entorpecido e distante da razão. Só interessam as estratégias de se perpetuar onde  se está a qualquer custo.
O que lhes passa despercebido é que da parte debaixo do despenhadeiro, as feras aguardam sua queda para, ao cair seu corpo, lacerem seus membros com ferocidade incomum.
Aí, lamentam como foram mal compreendidos.... como são ingratas as pessoas.
É.. as pessoas são ingratas algumas vezes.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Tsunami no Brasil: cada um tem o desastre natural que lhe reservam

Até agora a estimativa de mortes no Japão é de mais de 3000 pessoas entre vítimas do tsunami e do terremoto em si. Digamos que a contagem final chegue a umas 10 ou 20 mil pessoas numa perspectiva pessimista. Nada se compara ao desastre das centenas de milhares de pessoas que morrem todos os anos no Brasil porque não recebem tratamento médico adequado, em acidentes de trânsito por falta de leis que sejam cumpridas como devem ser ou em tantas situações que refletem que criamos uma classe política que se preocupa, primeiramente, em enriquecer e fazer o mesmo aos seus e depois em criar estratégias para se perpetuar no poder.
Diriam que somos culpados e temos os políticos que merecemos, pois nós os elegemos. Nós quem? Com certeza, se está falando da legião de miseráveis que sobrevive aos trancos e barrancos com as bolsas governamentais que objetivam a manutenção da miséria útil, aquele que mantém o coma, mas não deixa doente morrer.
Seria interessante saber uma estatística das mortes diretas e indiretas que nossos políticos assinam embaixo quando só defendem leis que atendem aos seus interesses e ignoram a missão de representar o povo que os elegeu.
A ideia é exatamente essa, cada um tem o tsunami que lhe cabe. No Brasil, um desastre, mas nada natural.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Por quanto tempo se engana as pessoas?


É possível enganar todas as pessoas durante parte do tempo ou enganar parte das pessoas durante o tempo todo, mas uma coisa é impossível: enganar todas as pessoas o tempo todo. Vemos governos que tombam um atrás do outro e criam um efeito dominó quando se vê pela televisão que derrubar um ditador é possível. Ainda hoje, no século do individualismo, interesses coletivos se levantam em nome da liberdade. 
Em ambiente de trabalho, segue-se a mesma linha. Canalhas se revelam e caem com o tempo, enrolados na própria corda que teceram. Eles chegam, fazem seu marketing, conquistam a simpatia, ganham a confiança dos chefes que, normalmente, trazem consigo o dom de dar ouvidos às pessoas que menos merecem ser ouvidas. Ganham credibilidade e todo aquele que se levanta para gritar que "o rei está nu" (como na fábula da roupa nova do rei) é imediatamente execrado pelo púlpito conquistado pelo célebre canalha, que se não tem nenhum caráter, traz o carisma que seduz os tolos.
Cegos, todos caminham atrás deles que contam sempre com a sorte daqueles que a incompetência esqueceu de favorecer. Segue-se, então, o ápice da parábola e, logo a seguir, a queda vertiginosa e o rastro de destruição de suas ações. Todos execram seu nome e suas ações. Maldizem-no e suas gerações....
Vem um tempo de calmaria e de reestruturação. Trabalha-se muito para reerguer-se das cinzas e do rastro de danos que ele deixou. Renasce-se, então, dos escombros.
Até que um dia, surge outro canalha com um sorriso no rosto, com uma conversa sedutora. Os chefes mais uma vez fecham seus ouvidos (como sempre) e seguem o canto das sereias. O ciclo recomeça no eterno pulsar da vida...
Tudo de novo, outra vez e sempre, mas nunca o mesmo o tempo todo, pois mesmo os canalhas se revezam no ofício. É a ética amoral da classe...


sábado, 21 de novembro de 2009

Corrupção de cada dia não nos deis hoje... nem em tempo algum.


Incomoda-me o político que recebe dinheiro para liberar projetos, que emprega parentes e correligionários, aquele que pede parte de uma verba para facilitar as coisas e vem com a história de quem quer rir tem que fazer rir. Tenho profundo nojo dessa frase.
Mas o fato é que construímos um país de alma corrupta nas pequenas coisas e não nas grandes canetadas. Construímos um país corrupto quando colamos na escola ou na faculdade e fraudamos na prova para tirar proveito da mentira.  Ou então, quando oferecemos dinheiro ao policial para fugir da multa. Atingimos nosso ápice quando achamos que a faixa seletiva é do tamanho da nossa certeza de que estamos corretos e argumentamos que todo mundo faz, mas que nos pegaram para Cristo. "Vai prender traficante, bandidos e assaltantes, não cidadão honesto... como eu".
Extrapolamos a decência mínima para convivência social quando alegamos que nossos erros não deveriam ser punidos, pois tem gente que faz coisa tão pior. Corrompemo-nos quando buscamos soluções fáceis e compráveis para coisas que não são simples de resolver. Pervertemo-nos quando perdemos a vergonha por trás do argumento de que “todo mundo faz” e se eu não fizer passo por bobo.
Uma vez cometi uma infração de trânsito e fui parado por um policial rodoviário que, depois de pedir minha a carteira, documento do carro e ver que estava tudo ok, soltou um “e então, como ficamos”. Não pensei duas vezes:
- Bem, o senhor eu não sei, mas acho que eu fico multado, né?
O homem ficou tão desarmado de sugestões a fazer, não esperava ouvir isso. Acredito sinceramente que não estava acostumado a ouvir isso. Acabou rindo, perguntou de onde eu era e me liberou com a recomendação de que não desse mais bobeira.
Sei qual é o jogo proposto, mas não quero participar dele. Não é esse o país em que acredito e não quero que seja isso que deixo para meu filho.


sábado, 19 de setembro de 2009

Hipocrisia é a eterna pretensão à virtuosidade

Muitas vezes, o discurso serve para esconder o mau cheiro das nossas perversões humanas. O noticiário mostra o honorável senhor que reprimia a filha de minissaia, mas que se esfregava com meninas de 12 anos em um sítio na periferia. O “religioso” pregava a castidade, mas, em suas preces, pedia para não sucumbir outra vez a tentação dos meninos sarados que o cercavam. O político que vociferava pela sua dignidade e honra segurava a bolsa cheia de dinheiro recebido de um "amigo" que tivera seu contrato fechado com o Estado por sua interferência. Na esquina, o austero agente de segurança espancava o rapaz que fumava crack e tomava o seu relógio para não levá-lo a delegacia. E na TV, o homem de terno dizia que não tinha nada com a empresa X, mas guardava no bolso as passagens de avião e o voucher do hotel SPA em que descansaria no final de semana, por conta da empresa X.
Seguia-se assim a semana e todos respiravam o ar da dignidade, no culto, na rua, nas câmaras, nos palanques e nos púlpitos da vida. Sorvendo o ar que trazia consigo a eterna pretensão à virtuosidade.