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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Do fanatismo à cegueira - uma rota clássica


Verdade é aquilo em que nos convém acreditar e não necessariamente o que a lógica e os fatos nos mostram. Toda vez que me aventurei a questionar qualquer coisa ou situação relacionada à situação política brasileira atual, sempre recebo emails ou comentários que me chamam de alienado, desinformado e parceiro da imprensa golpista. Tenho impressão que se fosse em outra época eu seria preso, torturado e morto... Por isso, prefiro os emails desaforados de hoje.
Aliás, assim como nos regimes totalitários, hoje, no Brasil,qualquer posição contrária ao poder estabelecido deve ser combatida ao máximo. Brasil, ame-o ou deixe-o... Não era assim no tempo das fardas e coturnos? Ideologicamente, não é muito diferente hoje. O problema é que não existe a legitimação do Estado (bem que o Estado tentou com leis com a de imprensa, mas não colou).
Vejo assustado que se fosse possível haveria grupos de juventude recrutados pelo governo que usariam uniformes simulando macacões de proletariado com estrelas vermelhas no braço e queimariam livros, destruiriam jornais e rádios que ousassem questionar a grande revolução dos últimos 10 anos(???) que nos tornou a 6ª economia, um Estado que durará mil anos.. Assim como o 3º Reich na Alemanha nazista, mas que não durou duas décadas.
Teríamos crianças cantando o hino do partido nas escolas e encenando todo ano, em um dia cívico, a vinda de seu grande líder de uma cidade do nordeste para salvar o país das garras dos malvados capitalistas do norte. Jovens marchariam na rua e agrediriam "legitimamente" aqueles que fossem inimigos da revolução e, por conseguinte, do povo.
Já vimos essa história tantas vezes e teimamos em querer repetir...
Tenho medo de todo fanatismo, tenho medo de toda cegueira.

sábado, 4 de junho de 2011

Feio por fora e por dentro também

Muito se fala de beleza interior e isso já gerou até piadas do tipo “quem gosta de beleza interior é decorador”e vai por aí. Falou-se de pessoas belas que são feias por dentro ou de pessoas feias que são belas em seus sentimentos. Disso tiraram clássicos das histórias ocidentais como a Bela e a fera ou mesmo a história do Quasímodo, o corcunda de Notre Dame. Mas o fato é que ninguém abordou as pessoas que conseguem ser feias por fora e muito piores por dentro. É claro que conceitos como o de beleza são altamente variáveis de pessoas para pessoas, de época para época e de cultura para cultura. Entretanto, há pontos relativamente universais em alguns casos. 
Até hoje não conheci uma cultura que achasse bonita uma pessoa completamente vesga, nariguda, com sobrancelhas da largura de um dedo polegar, verruga no nariz, orelhuda e sem dentes. Isso é universal. Não encontramos pessoas assim por aí pela rua todo o tempo, mas lidamos com pessoas, às vezes, que fogem um pouco ao padrão estético e ouvimos observações do tipo: - caramba, como o fulano é feio! Aí, você, que está muito acostumado com a cara da pessoa, diz: - Ah.. acho que nem tanto.
Mas tudo isso é para dizer que conheci pessoas bonitas e feias fisicamente, mas o que me impressionou eram pessoas que independente de uma coisa ou outra trazia em si sentimentos tão mesquinhos, raiva, maldade, rancor, sentimento de vingança que, quando bonitas ficavam feias, e quando feias nos davam a certeza de que aquela cara feia que nos olhava nem era tão feia se comparássemos com o que trazia aquele coração.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A flexibilidade moral e os canalhas de ocasião

Outra dia eu assistia a um filme interessante, Obrigado por fumar (quem não viu, veja!) em que um indivíduo que chefiava o lobby da indústria de tabaco nos EUA vive entre defender o indefensável e a convivência com o filho que começa a construir valores que levará para toda vida. O que me agrada nesse filme é o seu tom nada moralista e sem os finais previsíveis das histórias edificadoras do cinema puritano de alguns diretores americanos. Em determinado momento o filho pergunta ao pai como se pode fazer o que ele faz e se ele (o filho) seria capaz de fazer o mesmo. O pai o responde dizendo que é necessário haver uma certa flexibilidade moral para exercer sua profissão. Essa foi a maneira mais sutil de se referir à falta de caráter que os interesses pessoais nos projetam. Justificar seus atos com a flexibilidade de conceitos inflexíveis é, no mínimo, amoral. Mas não imoral. 
Há coisa na vida que não comportam o meio termo e essa é uma dessas coisas. É como aquele famoso jeito de dizer... “Ele é meio gay”. Desculpem. Mas não dá... Ou melhor. Dá mais não se assume. 
Todos somos canalhas de ocasião, agimos como canalhas em um momento outro da vida e, quando temos o discernimento, procuramos que isso seja a exceção e não a regra de nosso comportamento. Isso sim, nos torna mais humanos e nos dispensa de encontrar em nós uma moral que se flexibiliza e nos torna menos ordinários.  
É como naquela música em que se diz que “quem se diz muito perfeito, na certa encontrou um jeito insosso para não ser de carne e osso”. Afinal de contas, somos humanos e nada do que é humano nos deve ser estranho (Terêncio)