Não é raro o caso na história em que projetos pessoais atropelam ideais coletivos. Grandes ditadores sucumbem face ao fato de que seus planos pessoais assumiram proporção maior do que o do grupo em que viviam. Alguns indivíduos conseguem ver o universo como parte de seu mundo e não o contrário (uma vez escrevi sobre isso aqui. Vale a pena ler de novo "Eu até sei que você existe e daí?").
Toda vez que vejo uma reportagem sobre a Venezuela, penso nisso e imagino como o seu presidente está perdendo uma oportunidade única na história de seu país de criar uma ilha de prosperidade na América do Sul, um ícone da igualdade social e provar como o dinheiro de petróleo pode trazer justiça e melhores condições de vida para todas as pessoas de um país.
Entretanto, ele mergulhou em uma cruzada bolivariana (sic) contra os EUA, em apoio às FARCS, contra a Colômbia, a favor do Irã e da Coreia do Norte, pró-cubana revolucionária.. Tudo isso em pleno século XXI e num arroubo anacrônico de rebelde ao estilo Che. E assim, ele consome todos os seus recursos em um projeto pessoal que está há anos luz da realidade de um país ainda miserável, desigual e sufocado por um regime de “ditadura branca” que oprime a mídia, a livre iniciativa, que ideologiza o ensino e pune os discordantes de seu plano pessoal de entrar para a história.
Alguém deveria dizer a ele que ele já entrou.
Agora pode sair.