Conheci algumas pessoas na minha vida que eram tão altruístas que chegavam a ser egoístas. Pessoas que colocavam tão acima o ideal coletivo que sacrificaram a sua vida pessoal, a vida de sua família e mesmo o seu trabalho. Isso porque um dia assumiram para si a missão de salvar o mundo e esqueceram que o mundo começa a ser salvo quando conseguimos resguardar o nosso mundo. Não se trata de egoísmos, trata-se de equilíbrio nas forças, pois mesmo o altruísmo em excesso nos faz egoístas e acabamos descuidando de filhos, amigos, esposa e tantas outras pessoas que não optaram por assumir nossos ideais, mas que precisam de nossa atenção tanto quanto os outros.
Muitos colegas que conheci no meio acadêmico alegavam dedicar suas vidas à pesquisa, ao conhecimento, ao ensino e acabavam deixando de completamente lado a família, os amigos, mulher e filhos. Altruísmo? Não. Egoísmo, pois quando se faz uma escolha dessa natureza só se pensa em si mesmo e esquece que nossas decisões são norteadas por variáveis que não mais nos pertencem. E onde fica a liberdade?
Certa vez, li que liberdade é uma mentira, pois liberdade é o direito de escolher em que prisão queremos viver. Podemos escolher, o que não podemos é fazer com que nossas escolhas se tornem a prisão compulsória de outros que dependem de nós.