Tenho aprendido a duras penas a ter paciência e, nessa aprendizagem, tenho contemplado melhor um monte de coisas que passam despercebidas a todos nós. Preocupamo-nos em aprender um ofício, uma lida, um conteúdo, mas tudo isso requer a aprendizagem primeira da paciência. Requer entender que tudo tem seu tempo e o que mata é a ansiedade.
O que mata é morrer de véspera com aquilo que ainda nem aconteceu. É sofrer por antecedência com coisas que, muitas vezes, nem vão acontecer, mas que, na nossa cabeça, fazem parte de um planejamento e de uma visão de futuro que não temos. Mas insistimos em ter... é. Não temos isso.
Aprender a viver um dia de cada vez tem sido a minha mais difícil aprendizagem. A luta para entender que cada dia tem o seu mal. E basta. Não traga o mal de outros dias para hoje. Temos que entender que o amanhã cuidará de si mesmo.
Aprendi duas línguas além da minha língua mãe, aprendi a ser professor, fiz um mestrado, um doutorado, aprendi inúmeras coisas eu doeram menos do que aprender que os dias são unidades que se sucedem uma após outra e não dá para sofrer antes do dia de amanhã, porque ele chegará com suas dores e alegrias.
Tudo isso, na inexorável velocidade de 60 minutos por hora.
Queira você ou não.