segunda-feira, 23 de maio de 2016

Gênios por 3 segundos... Cadê minha platéia?

Às vezes, bate um orgulho de umas coisas tão bestas... A gente está procurando um objeto perdido há anos, aí pensamos: ah.. Está no armário da área de serviço.. Caminhamos triunfante e, ao mesmo tempo, vacilante na certeza inicial. Chegamos lá e o previsível acontece: Não está.

Mas e quando está...? Ah, sentimo-nos um primor de organização e equilíbrio. Dá uma vontade de sair gritando: viu, e depois dizem que eu deixo minhas coisa largadas, uma zona... Ah.. triunfo!

E quando, de forma displicente e sozinhos (isso sempre acontece quando estamos sozinhos) jogamos uma bolinha de papel no cesto há uns 5 metros e a bolinha caprichosamente quica na beirada como se equilibrasse por um segundo e depois tomba suavemente cesto adentro..

Ah.. caraca! Todo mundo pensa: se eu quisesse fazer não fazia... E ninguém aqui para ver isso. Será que a câmera de segurança do escritório pegou? A vida é assim. Passamos décadas nos sentindo mais um na multidão e, no dia em que somos tocados por uma genialidade casual e fugaz, estamos numa arena existencial sem platéia.Por outro lado, quando falamos uma besteira, quando espirramos e molhamos tudo por perto, quando nossa calça se rasga numa abaixada, quando escorregamos e pagamos um micão, tenha certeza, sempre o cerca uma multidão para aqual, se você cobrasse ingresso, dispensaria o seu emprego.

E eu me pergunto:

Onde estão estes infames nos nossos momentos de genialidade casual?