sábado, 2 de julho de 2011

Autoajuda até que ajuda quem precisa de ajuda

Outro dia um aluno veio me perguntar o que eu achava de autoajuda. Não sem primeiro descer a ripa em todo tipo de livro ou audio de autoajuda. Nunca levei a sério esse tipo de literatura talvez porque nunca tenha precisado de ser “autoajudado”. Tenho um psicanalista (e psiquiatra para me ajudar, sem auto, só ele mesmo). Mas fico pensando que há pessoas que não dispõem de tempo (ou tempo $$$) para ser auxiliado a superar suas paranoias do dia-a-dia e torná-los mentalmente mais saudáveis e, nessa hora, um livro em uma estante de banca escrito “Só é rico, bonito e sedutor quem quer: seja você agora” ou o “Sucesso em 10 lições” pode representar um grande auxílio. É uma questão de crer naquilo, pois as grandes mudanças ocorrem a partir daquilo em que nós cremos, de dentro para fora mesmo.
Normalmente, essa literatura é pobre de estrutura mais rica de lugares-comuns que precisamos ouvir como o destino conspira pelo seu sucesso ou o rio da vida impulsiona seu barco, use essa força, ou mesmo Deus te escolheu para ser feliz, seja! (Adoro esses imperativos. Fico até sem graça de dizer não). 
Chegamos em um momento da existência humana que cultuamos o óbvio necessário diante da imensa estupidez das massas. O óbvio nos redime e nos remete ao eixo do pensamento. Dê limites aos seus filhos para que eles sejam pessoas melhores. ÓBVIO! Mas, agora precisa ser dito.
Não desmereço quem escreve, nem quem lê, nem quem crê. Há uma demanda por esse tipo de ideia nos tempos atuais e se há uma demanda é porque, de alguma forma ela é necessária. Então sejamos “autoajudados”..
Pelo menos quem o deseja.

P.S.: Mas por favor, não me mande arquivos de powerpoint com mensagens de qualquer coisa motivacional, principalmente, autoajuda. Fico desmotivado.

Ah sim.. Antes que me critiquem, a palavra autoajuda é grafada assim mesmo pelo novo acordo ortográfico. Prefixo AUTO + vogal diferente da que está no prefixo, não há hífen mais na palavra. Por exemplo, autoestima...