quinta-feira, 29 de abril de 2010

Nonsense – propaganda tosca – gente dançando no balcão

A nova propaganda da CAIXA me incomoda pelo seu nível de nonsense. Entendo um banco como uma empresa que vende contas correntes, seguros, poupanças, investimentos diversos, títulos de capitalização, oferece dinheiro emprestado... enfim, presta serviços financeiros. A antiga propaganda dos poupançudos tinha tudo a ver pois era a venda de um produto: a poupança da CAIXA.
Agora, gostaria que alguém me explicasse em que acrescenta na venda de produtos um monte de gente com roupa igual dançando em cima de um balcão. Que coisa mais tosca! Aí poderia se argumentar que é uma propaganda de imagem institucional e não de produtos. Eu repito a pergunta: o que acrescenta à imagem da empresa um monte de gente dançando com roupa igual em cima de um balcão?
Se vocês encontrarem alguém que falou: Nossa, aquele monte de gente dançando com roupa igual em cima do balcão da CAIXA me deu uma vontade de comprar seguro e abrir uma poupança lá... Eles são tão simpáticos, veja as pessoas dançando com roupa igual em cima do balcão...
Interna o cara.
Ou fica na sua que é alguém da equipe que fez a propaganda e se você fizer algum comentário vai dar um baita fora.

sábado, 24 de abril de 2010

Sou carne, osso, dúvidas e ignorância

Ignorar, em sua origem, significa não saber, desconhecer, (i – prefixo de negação mais o radical “gnos” que quer dizer conhecimento). Logo, ser ignorante é não conhecer é  admitir que entre tudo que sabemos, esse tudo ainda é nada, ou muito pouco. Gosto de sentir a minha ignorância quando contemplo questões como a criação do universo, de onde viemos, para onde vamos... enfim, não sei. 
Viemos de uma explosão ou de uma homem, uma mulher e uma cobra falante num jardim do qual foram expulsos porque tiveram a dúvida e ousaram alguma coisa... Definitivamente, não sei. Acabamos quando morremos ou há uma continuidade. Não sei.. espero que haja, mas se não houver, não vou viver para conferir. Haverá um juízo final para quem não pagou as contas com Deus (sic) em vida, ou o juízo é uma ideia que vem de gente sem juízo, afinal. Não sei.
Sou completamente ignorante e nenhuma das respostas que me foram dadas me vestem como uma luva. Todas me trouxeram mais dúvidas do que certezas. Sou profundamente (e admito) ignorante e na ignorância tento encontrar a humildade e a dúvida, condição imprescindível para a evolução que, como se faz ao certo eu não sei, mas muito provavelmente, não é com certezas.

Enquanto for assim, me recuso por questões éticas e morais, negar ou afirmar qualquer coisa.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Significado das expressões I - pregar a palavra de Deus

A insistência incômoda de alguns religiosos em nos converter nos dão a ideia mais exata da expressão “pregar a palavra de Deus.” Um prego, um martelo, uma superfície sólida e a ideia fixa de que uma coisa vai entrar dentro de outra nem que seja à base de muita porrada.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

X-quistão - Crie seu próprio reduto de terroristas com nome que começam com "Al"

Os terroristas estão por todas as partes. Vindo de países com nomes no tipo “X+quistão” e cujo mais conhecido é Cazaquistão, o Uzbequistão, o Paquistão. Entretanto, há países que se somam a este grupo e que, apesar da sua pequena representatividade também contribuem com o staff de terroristas que pretende destruir a legião de cães infiéis que representam a sociedade judaico-cristã ocidental.
O mais solitário dos países é o Sozimquistão, com seu povo pacato mas pouco acolhedor, apresenta uma população que não gosta de conversa. Os Sozimquistaneses não batem papo e tem o hábito de abrir o jornal no metrô só para não ter que conversar com o vizinho. Seus terroristas nunca agem em bando, não pertencem a nenhuma rede e se souber que outro concorda com ele, ele discorda.
Não longe do Sozimquistão há os Sujimquistão, uma dissidência dos anteriores que se separou porque não queriam ser obrigados a hábitos como banho, escovar os dentes, usar desodorante e outros costumes judaico-cristãos ocidentais. Sua tática de terrorismo é a milenar arte do FU-TUM. Entram num elevador lotado depois de correr 5 Km e ficar bem suado.  
Os terroristas mais conhecidos são aqueles com os nomes com al. Nestes países alguns deles se destacaram e fizeram história na luta contra a sociedade judaico-cristã ocidental. O Al Coolatra, conhecido por seu bafo e por sua mania de segurar no ombro dos amigos e falar quase chorando que gostava daquele cara para caramba (te considero pra caramba, você é um irmão pra mim..). Depois de muitos anos na ativa, morreu de cirose. Al faiate, perigoso terrorista que fabricava os famosos ternos-bomba. Roupas vendidas a lideres ocidentais que depois da primeira lavada, encolhiam subitamente e esmagavam os cães infiéis. 
Há ainda o famoso Al manaque e o Al moxarifado, que tinha mania de guardar as coisas e quando você pedia algo ele dizia; tem requisição, tem requisição? O resto é por sua conta já que os trocadilhos não acabam aqui.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tragédia no Rio - solidariedade rimando com oportunidade

Quando acontece uma desgraça anunciada como essa das chuvas no Rio de Janeiro, as TVs se apressam em mostrar o lado bom das pessoas, a solidariedade, a mão amiga (sic) e, por alguns instantes, até chegamos a acreditar que as pessoas realmente se redimiram de toda a sua maldade e indiferença com relação ao próximo. Saramago define o ser humano assim: metade maldade, metade indiferença e, logo no início do livro Ensaio sobre a Cegueira, um homem ajuda o outro que acabou de ficar cego e, quando se assegura de sua cegueira, aproveita para roubar-lhe o carro. Essa é a metade do ser humano que nos deixa com saudade da indiferença.
A tragédia que se abateu sobre o Rio foi palco disso tudo. Alguns hotéis (dos medianos aos cabeças de porcos) elevaram seus preços ao máximo para poder ganhar com aqueles que não conseguia ir para casa por causa dos alagamentos, alguns vendedores de água potável, alimentos e demais produtos do gênero aumentaram o preço de seus produtos ao topo do possível para ganhar com a impossibilidade de deslocamento. Enquanto isso, entre os escombros se acumulam policiais, bombeiros, pessoas em busca de parentes, pertences e outras tantas pessoas se valem da situação de caos para tomar posse do que está sujo de lama, mas que guarda algum valor venal.
Esse é o ser humano. 
Lembro uma vez que presenciei um acidente de caminhão e, enquanto o veículo se encontrava virado e o motorista sangrava, uma horda de miseráveis se apressava em catar a carga de latas de cerveja que havia tombado... o homem sangrava e o cheiro de óleo se espalhava com o de cerveja no ar. 
Ecce homo.... eis o homem que me deixa com saudade da metade indiferença de nossa espécie.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O difícil e impensável caminho do meio

Como é difícil para algumas pessoas entenderem que os extremos são o maior inimigo de todo equilíbrio. As pessoas não percebem que a balança só se equilibra quando o peso que pende de um lado, pende com a mesma intensidade do outro. Digo isso porque conversei com uma colega que enfatizava o absurdo de deixar os filhos verem TV. Discorreu sobre os imensos malefícios de TUDO sem exceção que passa na telinha. A televisão é a grande responsável pelos males do mundo para ela.
Um pouco de reflexão é o suficiente para vermos que isso não é verdade e que se há coisas ruins, também há as boas que, felizmente, nos últimos tempos, vêm aparecendo nas TVs por assinatura e mesmo nas TVs abertas. Mas o caminho do meio é insustentável (não tanto como a leveza do ser, mas ainda assim in-sus-ten-tá-vel). É melhor proibir o filho de ver do que abrir um diálogo que lhe dê discernimento, é melhor não falar sobre sexo, pois a vida ensina; é melhor não tocar no assunto drogas para não despertar a curiosidade; é melhor criarmos filhos para um mundo que nós julgamos perfeito e seguro embora saibamos que esse mundo não existe.
Mas, quando eles abrem a porta da vida adulta e retornam do país das maravilhas, o que vêem é algo completamente diferente: um mundo feio, com gente má, que transgride e mostra ao vivo e em cores tudo aquilo que papai e mamãe proibiram de ver na TV. Um mundo em que não haverá mais tempo para desenvolver aquele discernimento que poderia ter nascido lá na frente da TV e com muita conversa com os pais.
E aí, lamentamos a perda da grande oportunidade que tivemos de formar pessoas capazes de ver de tudo, avaliar e filtrar o que há de melhor e descartar o pior.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

De farmácias e de celulares... dos remédios aos SMS


Há tempo dizia-se por aqui que brotava uma fármácia em cada esquina. E, de fato, sem muito esforço, consigo listar umas 8 em um raio de menos de 300 m do centro da cidade. Além dali, deve haver umas 4 ou 5 mais na cidade onde moro. Mas, outro dia, tive prazer de ir a Juiz de Fora, Minas Gerais, cidade onde morei bons 3 anos de minha vida na década de 90 e constatei uma coisa interessante, a necessidade de se comunicar talvez seja maior do que a necessidade de tomar remédios, ou será que se comunicar talvez seja um outro tipo de remédio que anda curando a solidão, a distância, o silêncio das grandes cidades? Não sei.
Em um mesmo raio de 300 m do centro de JF, pude contar mais de 12 lojas de celular e, farmácias, não mais do que 6 das grandes, mas só seis. Lojas de celulares, não.. essas são pequeninas e se espalham por todos os lados...OI, CLARO, TIM, VIVO... para todo lado são celulares. Até as lojas que não são autorizadas oferecem aparelhos que aceitam todos os chips, tudo made in China. Bom, diz a lógica que a oferta é proporcional a procura, pois não sendo assim, a oferta diminui por processo natural de seleção. 
Mas as lojas de celulares não, pipocam, pululam, brotam e cada esquina que você passa. Juiz de Fora cresceu muito nessas últimas duas décadas e contraiu a doença das cidades grandes, para essa doença, talvez a proximidade dos celulares seja o melhor remédio. Saber que milhares de pessoas se encontram a 8 dígitos de distância, a pizzaria, o sanduíche de entrega, a fármácia, o mercado, as garotas de programa, a locadora, o encanador.. tudo ali. Escondido em um teclado à espera de oito toques alinhados e direcionados. Pronto. Chegou.
Minha cidade tem menos de 70 mil habitantes. As pessoas ainda se falam bastante pessoalmente, por isso talvez só tenhamos umas 3 no centro da cidade. É bem provável que um dia, ao nos tornarmos uma cidade grande, venham a surgir dezenas delas para curar a doença dos grandes centros modernos. E os donos de farmácia trocarão as bancas de comprimidos por vitrines com chips promocionais. 
É...
Quero as lojas de celular bem longe de mim... mas não menos as fármacias.