Mostrando postagens com marcador TV. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador TV. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O difícil e impensável caminho do meio

Como é difícil para algumas pessoas entenderem que os extremos são o maior inimigo de todo equilíbrio. As pessoas não percebem que a balança só se equilibra quando o peso que pende de um lado, pende com a mesma intensidade do outro. Digo isso porque conversei com uma colega que enfatizava o absurdo de deixar os filhos verem TV. Discorreu sobre os imensos malefícios de TUDO sem exceção que passa na telinha. A televisão é a grande responsável pelos males do mundo para ela.
Um pouco de reflexão é o suficiente para vermos que isso não é verdade e que se há coisas ruins, também há as boas que, felizmente, nos últimos tempos, vêm aparecendo nas TVs por assinatura e mesmo nas TVs abertas. Mas o caminho do meio é insustentável (não tanto como a leveza do ser, mas ainda assim in-sus-ten-tá-vel). É melhor proibir o filho de ver do que abrir um diálogo que lhe dê discernimento, é melhor não falar sobre sexo, pois a vida ensina; é melhor não tocar no assunto drogas para não despertar a curiosidade; é melhor criarmos filhos para um mundo que nós julgamos perfeito e seguro embora saibamos que esse mundo não existe.
Mas, quando eles abrem a porta da vida adulta e retornam do país das maravilhas, o que vêem é algo completamente diferente: um mundo feio, com gente má, que transgride e mostra ao vivo e em cores tudo aquilo que papai e mamãe proibiram de ver na TV. Um mundo em que não haverá mais tempo para desenvolver aquele discernimento que poderia ter nascido lá na frente da TV e com muita conversa com os pais.
E aí, lamentamos a perda da grande oportunidade que tivemos de formar pessoas capazes de ver de tudo, avaliar e filtrar o que há de melhor e descartar o pior.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Não tentem fazer isso em casa


Outro dia vi um daqueles mágicos que fazem e explicam a mágica (êta coisa sem graça!) fazer um truque em que havia uma caixa no meio de duas rampas. De um lado havia uma serra circular de uns 120 cm de diâmetro, de outro, outra serra do mesmo porte. À frente, havia um grande maçarico e, em cima, uma bigorna. O cara entraria na caixa, as serras desceriam dos lados, a bigorna cairia e o maçarico queimaria as laterais mostrando o mágico que não teria sofrido nada.
Antes de começar o truque, o locutor avisou:
- Não tentem fazer isso em casa!

Um aviso muito prudente e bem apropriado, já que a coisa mais comum é uma pessoa ter em casa, duas serras circulares de 120 cm de diâmetro, um maçarico, uma bigorna, duas rampas e uma caixa de madeira do tamanho de uma geladeira...
Eu, por exemplo, guardo essas minhas coisas sempre longe do alcance das crianças, perto dos remédios e dos produtos de limpeza.


sábado, 5 de dezembro de 2009

Reality mas não tão "reality" show. Nem tão show...


Já vi reality show de pessoas trancadas numa casa, pessoas tentando ser empresários, moças querendo ser modelos, gente enfurnada na roça, gente passando fome e comendo porcaria numa praia paradisíaca, gente trancada numa casa transando do dia inteiro (isso tem em canal por assinatura sabia?), enfim, a mesma história no final das contas... gente olhando gente fazendo coisas que gente faz normalmente...
E aí vem mais uma a fazenda, mais um big brother, mais uma atração exatamente igual às que passaram antes e eu fico me perguntando o porquê de tanta audiência de uma coisa banalmente desinteressante. Aquele prazer de ficar olhando humanos como ratinhos de laboratório é algo que me soa como bizarro.
Já li diversas teorias sobre o fascínio que isso desperta, mas nenhuma delas me convenceu plenamente além do óbvio voyeurismo humano. As pessoas se agrupam na sala para ouvir os discursos tensos (sic) dos apresentadores (Bial, Bial.. quem te vi quem te vê) e sempre os mesmos desfechos. Cansei de falar mal desses programas, já superei essa fase. O que me guia nessas linhas é a perplexidade de uma fórmula repetida à exaustão e que, todo ano, ainda atrai milhões de espectadores.

Eu devo estar ficando um velho chato. Definitivamente, o problema é comigo.

Em tempo:
No final, é sempre o mesmo resultado. O mesmo que se esperava desde o início e que as emissoras tentam convencer que foi dado pelo voto popular.. ahã...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

De paisagem, de Janelas e de culpados

Jonyedson tem 10 anos, mora numa favela na zona norte do Rio que é dominada, metade por traficantes, a outra metade por milicianos (nesse caso, um acordo de cavalheiros raro no ramo). Na escola dele, dois garotos, aviõezinhos do tráfico, foram executados porque tentaram passar a perna nos bandidos. Suspenderam as aulas no dia. Ordem do chefe da boca. Sua mãe, diarista, sustenta 6 filhos e, vez por outra, registra queixa na delegacia de proteção à mulher contra seu ex-marido que invade o barraco embriagado. Ele a espanca e toma-lhe os parcos trocados que recebe. Logo após, retira a queixa com medo de represálias de amigos do ex, todos ligados ao movimento no morro. Jonyedson assiste a tudo debaixo da cama para não apanhar também. Hoje de manhã, Jonyedson teve que esperar mais de 1 hora para sair de casa por causa de um tiroteio do pessoal da boca com os homens do BOPE. Na calçada, quando saiu, já estava aquela montoeira de sacos pretos cobrindo o que sobrou da ação.

Mas naquela manhã algo mudou. A mãe de Jonyedson foi chamada às pressas à escola. Por causa de uma discussão com um coleguinha de sala, seu filho empurrou uma cadeira e o menino caiu ralando o braço na altura do cotovelo.

O comportamento agressivo dele preocupou a orientadora pedagógica, psicopedagoga com formação também em sociologia, que pediu à mãe que cortasse os desenhos japoneses que passam na TV, pois eles são os principais responsáveis pela "explosão de violência" do garoto.

A mãe, então, passou a guardar a pequena TV em preto e branco do Paraguai adquirida em um camelô em cima do armário.

***

Quando fica em casa, Jonyedson passa as horas debruçado na janela vendo as pipas que sobem quando os PMs chegam.
Isso quando não tem tiroteio.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A pauta que saiu.... Agora é seguir.

Definitivamente, não agüento mais pautas do Jornal Hoje com o tema: a língua que o Brasil fala. Veja os sotaques e expressões de diversas regiões do Brasil. O locutor abre um sorriso e fala isso com ares de primeira vez. Tenho sensação de que quando desliga para o comercial ele diz: Pô, gente, de novo!
Aí, depois quando volta do comercial, entra o exemplo de um gaúcho falando “Bah, tchê”, um mineiro falando “Uai”, um baiano falando “meu rei” e eu falando: tá na hora de mudar de canal. Parei de contar em 134 vezes o número que essa reportagem no Jornal Hoje foi ao ar. Agora só mundo de canal e pronto.
Falta de criatividade total e absoluta.
Estraga meu almoço.

***

E tema do Globo Repórter:
[voz de locutor]
Você verá no Globo Repórter desta noite: a vida sexual das andorinhas amarelas do sul da Indonésia. Como se reproduzem, onde vivem (já disse que era na Indonésia. Tirou toda a surpresa), o que fazem durante as tardes, o que pensam (?)... No Globo Repórter, desta noite...


Sky ou dormir cedo, ler uma revista ou um livro, escrever ou comentar post...?
Você decide! (Vixe! Esse nem passa mais)