O projeto de lei Nº 2654 /2003 da deputada Maria do Rosário prevê a proibição de castigos corporais mediante qualquer pretexto. É a famosa lei contra a palmada. Isso suscita a discussão sobre a validade dessas ações no processo de educação. De um lado, os radicais da educação pregam que palmada traumatiza e cria monstros.
Não vejo esse argumento como válido, pois eu tomei algumas e boas palmadas na minha infância, assim como boa parte da minha geração, e, até hoje, não senti vontade de ter uma amante atriz pornô, engravidá-la, matá-la e sumir com o corpo. É, mas argumentam, que teve gente que já fez isso... E possivelmente pelos traumas das palmadas.
Não acredito que violência seja a solução para nada, mas como diz minha tia: pé de galinha nunca matou pinto (salvo se a galinha tiver o sobrenome Nardoni) E, ainda mais, acho muito difícil argumentar com um garotinho de 4 anos sobre a importância de não se arremessar coisas do 3º andar de um prédio, mas há de ter uma solução para isso que não passe só pelos tapas.
O meu medo é o precedente que essa lei abre: a ingerência do estado sobre aspectos da vida particular. Tenho medo que vire moda e o estado passe a estabelecer o tempo que devo deixar meu filho vendo TV ou jogando vídeo game. Ou ainda, que o estado estabeleça o tipo de alimento de terei que dar a ele sob pena de prisão em caso de descumprimento. Entendo que há limites que devemos estabelecer para os filhos e que, mais do que nunca, há limites que devemos estabelecer sobre o terreno em que o estado deve legislar.