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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O reality show e o gênero discursivo

sábado, 20 de agosto de 2011

O figurinista suicida

Há meses amadurecia a ideia de um suicídio. Mas não queria nada comum, nada de veneno, de tiro, nada de forca. Almejava o brilho e acima de tudo, originalidade. Sua vida como figurinista pedia isso. Era o mínimo que poderia fazer aos fãs que deixaria. Figuristas têm fãs? Repetia a si mesmo. Ele os tinha e ponto final. 
Sobre um mesinha estilo anos 40, vestido de terno e cultivando bigodinho Clark Gable, se discursaria com menções existencialista em meio a uma atmosfera decadente de Nova Iorque pós depressão de 30. Seria o primeiro suícídio temático. Algo para marcar época. Na vitrola, uma antiga Philips de 78 rotações, tocava uma melancólica canção de Cole Porter. 
Preparara tudo durante anos. Comprara os equipamentos e ensaiara o texto escrito para o final. Encarava aquilo tudo como o seu grande espetáculo e, o melhor, com uma única apresentação. Com tudo comprado, delirava ao imaginar os detalhes e num arrobo raro de felicidade, pediu uma comida chinesa para comemorar sozinho a véspera de sua grande avant-première.. Ou melhor dernière, a última mesmo.
Comeu o franguinho colorido com avidez. Adormeceu na expectativa do grande dia.
Lá pelas tantas, acordou suado e com uma cólica que insistia e fazê-lo recurvar. Correu ao banheiro e percebeu que estava sendo acometido por uma terrível diarreia. Entre cólicas e descargas, sentia suas forças se esvaírem. Desidratava cada vez mais e por dois dias viu seu rosto secar, até que, fraco. Tombou.
O discurso e a pompa fora substituído por uma sussurante súplica à foto de Greta Garbo em um cartaz de filme em sua parede.
Cagado não... Cagado não, repetia.
E aí percebeu a merda que tinha feito.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Reality mas não tão "reality" show. Nem tão show...


Já vi reality show de pessoas trancadas numa casa, pessoas tentando ser empresários, moças querendo ser modelos, gente enfurnada na roça, gente passando fome e comendo porcaria numa praia paradisíaca, gente trancada numa casa transando do dia inteiro (isso tem em canal por assinatura sabia?), enfim, a mesma história no final das contas... gente olhando gente fazendo coisas que gente faz normalmente...
E aí vem mais uma a fazenda, mais um big brother, mais uma atração exatamente igual às que passaram antes e eu fico me perguntando o porquê de tanta audiência de uma coisa banalmente desinteressante. Aquele prazer de ficar olhando humanos como ratinhos de laboratório é algo que me soa como bizarro.
Já li diversas teorias sobre o fascínio que isso desperta, mas nenhuma delas me convenceu plenamente além do óbvio voyeurismo humano. As pessoas se agrupam na sala para ouvir os discursos tensos (sic) dos apresentadores (Bial, Bial.. quem te vi quem te vê) e sempre os mesmos desfechos. Cansei de falar mal desses programas, já superei essa fase. O que me guia nessas linhas é a perplexidade de uma fórmula repetida à exaustão e que, todo ano, ainda atrai milhões de espectadores.

Eu devo estar ficando um velho chato. Definitivamente, o problema é comigo.

Em tempo:
No final, é sempre o mesmo resultado. O mesmo que se esperava desde o início e que as emissoras tentam convencer que foi dado pelo voto popular.. ahã...

sábado, 10 de janeiro de 2009

BBB.... de novo. Conheça as velhas novidades...

Terça-feira começa outro BBB e, para facilitar, vou adiantar o roteiro para você. Todo ano, eu sempre tenho a sensação de que a fórmula já desgastou, mas, como existe público, a Globo insiste.

Mais uma vez, veremos um afro-descendente sarado, um playboy marrento para o qual vamos torcer... (torcer para se ferrar), um casalzinho apaixonado, um sujeito com sexualidade confusa, um grupo do mal e um grupo do bem injustiçado. Ao final de seu período de reclusão, todos farão uma participação no Faustão, participarão do Vídeo Game no Vídeo Show, apresentado pela Angélica, e farão ensaios fotográficos para o paparazzo da Globo. (God blesses the PhotoShop...!) Não necessariamente nessa ordem...


E, então, o Bial os chamará de "nossos heróis" e eles, mesmo depois de terem visto 8 BBBs, conversarão com naturalidade depois que o Bial desligar a comunicação fingindo que não sabem que a conversa está sendo transmitida e o apresentador proferirá as palavras mágicas ao dizer aos telespectadores:

- Vamos dar uma espiadinha?

Quando houver um paredão, o candidato irá ver a família pela TV como se não os visse há uns 60 anos e vai ficar gritando coisas como: caraca, ó o meu pai, ó o Tio Totonho, minha mãe, a Tia Lili, o meu irmão, caraca... ó o Zé, o Jão, o Pedroca.... caraca... ó o Carlinho, a Ana, a Bianca... caraca... caraca, o cara que me molestou quando eu era criança... Caraca, o Obama, o Bush, o Blair... enquanto aponta o dedo de forma frenética e neurótica para a tela de plasma e coloca as mãos espalmadas no rosto o tempo todo antes de apontar para a TV.

Ah sim.. haverá festas temáticas e provas de resistência do tipo ficar com um ovo na boca de cabeça para baixo no jardim e uma mocinha irá chorar porque desistiu e não pode ajudar os colegas da equipe...


Sabe o que me parece? Quando a criança faz uma gracinha e todos riem... daí, ela fica repetindo a mesma gracinha centenas de vezes para receber a aprovação, o riso.
A criança é a Globo.
E dá dinheiro essa gracinha hein....