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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O reality show e o gênero discursivo

domingo, 4 de janeiro de 2015

Gênero textual: discurso de eliminação de BBB

Como construir um discurso do Bial de eliminação em paredão.
Curso prático em uma lição

Depois de vários contatos dos brothers com as famílias via TV de LCD (comprei uma daquela) e ver que os caras repetirem sempre as mesmas coisas: ó, a tia lalá, O Zecão... caraca!.. Meu pai, minha mãe, a Aninha... caraca! O Alfredo, o Jão, o Pepe...caraca... (preste atenção que eles colocam a mão boca sempre que apontam para a TV. Será isso um sinal?), chega o Bial com um discurso que segue um padrão. Eis aqui a fórmula do mais do mesmo de sempre:

sábado, 12 de dezembro de 2009

O dono da história

Cada um conta sua história de uma maneira muito particular. Dizem que um autor só conta histórias passadas no Leblon, outro, em São Paulo, já o outro, no Nordeste. O fato é que somos o que escrevemos e escrevemos a realidade em que vivemos. Dessa forma, cada um narra um mesmo evento de seu ponto de vista. É isso que torna o mundo muito menos tedioso. Afinal de contas, tudo que havia para ser dito, já o foi. O que nos resta é dizer de maneira diferente.
Por exemplo, imaginemos a história da Branca de Neve e os sete anões.
Se ela fosse contada pelo Manoel Carlos, com certeza, Branca de neves se chamaria Helena e moraria no Leblon. Se fosse o Silvio de Abreu os sete anões morariam no Brás ou no Bexiga e teriam um sotaque muito esquisito e gesticulariam uma barbaridade quando estivessem falando. Se fosse escrita por Aguinaldo Silva, Branca de Neve teria um romance gay com a bruxa má e um dos anões seria viciado em maçãs envenenadas só para criar polêmica.

Numa novela mexicana, Branca de Neve seria uma menina de rua maltrapilha, mas que, na verdade, seria filha de um grande milionário, teria uma madrasta ruim à beça e um irmão desconhecido por quem se apaixonaria sem saber. No final, morreria antes de qualquer chance de ser feliz.

Mas se a história fosse contada por Nelson Rodrigues, os anões teriam um desejo secreto de ter relações sexuais com a Branca de Neve que se sentia meio mãe deles e sentia culpa por causa disso. Eles trabalhariam na floresta como funcionários públicos, não se chamariam Dunga ou Feliz, mas Almeida, Palhares, Oliveira e teriam uma casinha num bosque próximo para encontros amorosos.

Nas letras de um roteirista de Hollywood, Branca de neve, ao ser vista morta pelo príncipe, teria aos seus pés um homem que jurava vingança. O chefe do príncipe encantado, um homem sisudo e misterioso, olharia para ele e diria: John, fique fora disso. Mas o príncipe não desistiria e descobriria uma conspiração para matar sua parceira e concluiria sua vingança.
Mas e se fosse narrada em Cuba, Fidel mandaria prender a bruxa ianque símbolo do imperialismo e a condenaria por tráfico de maçã, pois, na ilha, não há macieiras. E na Venezuela, com certeza, os anões trabalhariam em um poço de petróleo.

E no Brasil...?
Bem, no Brasil , a Branca de Neve seria levada pelos anões a um posto do SUS. Os anões esperariam horas para serem atendidos e descobririam que ela deveria ser transferida para outro hospital porque ali não tinha leito para atender pacientes intoxicados. A bruxa teria um processo aberto na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por venda de alimento estragado e daria declarações no Fantástico que estava providenciando a substituição do lote. O príncipe chegaria atrasado e ficaria muito frustrado ao saber que o super plano de saúde que ele fez não inclui futuras esposas com as quais viesse a viver feliz para sempre.



sábado, 17 de janeiro de 2009

Como construir um discurso do Bial de eliminação em paredão.

Como construir um discurso do Bial de eliminação em paredão. Logo, logo temos isso... Então, prepare-se!
Curso prático em uma lição

Depois de vários contatos dos brothers com as famílias via TV de plasma (queria uma TV daquela) e ver que os caras repetirem sempre as mesmas coisas: ó, a tia lalá, O zecão... caraca!.. Meu pai, minha mãe, a Aninha... caraca! O Alfredo, o Jão, o Pepe...caraca... (preste atenção que eles colocam a mão boca sempre que apontam para a TV. Será isso um sinal?

1. Adote a seqüência aleatória para comunicar. Tente ser imprevisível, mesmo quando só há duas opções :
O ELIMINADO e o QUE FICA. O QUE FICA e o ELIMINADO. Nunca permita que saibam quem é o eliminado no início do discurso. Desvie com elogios aos dois... isso sempre confunde.

2. Reúna considerações pessoais de cunho poético e com metáforas de efeito.
Ex.: E você, Fulana, que veio como um furacão e como um brisa se foi. Em alguns momentos explode em ímpetos, em outros deságua de ternura... E você, beltrana, uma flor que chegou em botão e desabrochou na convivência com os brothers.

3. Faça citações literárias que já se tornaram lugares-comuns, com interações a elas:
Ex.:Tudo vale a pena se alma não é pequena, mas a sua alma não foi pequena.
Tinha uma pedra no meio do caminho, entretato, o que é uma pedra para um guerreiro.
Amor é fogo que arde sem ver, mas esse você viu arder e se esvair nas cinzas.

4. Afunile o discurso. Faça o processo na ordem inversa, ou seja, afunile o discurso no oponente que fica e rompa a expectativa ou afunile no eliminado. Encha de frases feitas de uso popular.
Ex.: Mas quem muito procura acha, e você procurou... o eliminado de hoje é você, Fulano.Água mole em pedra dura, tanto bate... o eliminado de hoje é você.

É isso aí.
Agora, na hora de dispensar alguém (namorado(a), empregado(a)... ), você já tem estilo BBB.

Em Breve...
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