A polêmica da semana foi o veto da presidente Dilma ao Kit educacional contra a homofobia, logo apelidado de Kit-Gay. Acho que se o objetivo era escrachar, chegamos a um passo de denominar o material de Kit-Viado, Kit-Bicha ou mesmo Kit-Baitola para atender ao regionalismo que o termo tem e não excluir os nossos amigos do Nordeste.
O problema em questão, definitivamente, não é o que se fala, mas como se fala e a quem se fala. No meio da discussão não me ficou claro a quem se destinava propriamente o Kit. A Crianças? Aos adolescentes? Aos professores e educadores? Não entendi direito e por isso não me perderia em especulações sobre o público-alvo do material. Vou à questão central: o que se fala.
Acho que devemos abordar todos os assuntos na escola: homossexualismo, drogas, pedofilia, crise econômica. Enfim, escola é espaço de livre pensamento e formação. O problema é a maneira como isso está sendo abordado: "- Olha, hoje, vamos falar sobre os homossexuais." "Olha, Não pode discriminar, não pode debochar, não pode olhar estranho, pois eles são seres humanos..."
Não conheço o kit muito além do que a mídia apresentou, como já disse antes, mas essa me parece a pior metodologia para se abordar a questão. O tema tem que surgir espontaneamente e abrir o debate que não deve se estender como um gancho para o professor de uma matéria ou de outra em seu conteúdo. Todavia, a questão é: Como lidar com isso quando muitos dos professores trazem consigo um baita preconceito porque sua religião ou seja lá o que for diz que Deus disse (em pessoa para um cara que escreveu isso em um livro) que homossexuais são anormais? Ou quando o aluno chega em casa e vê o pai emitindo esse tipo de opinião?
Desse jeito, não dá. O preconceito tende a diminuir sim (como tem sido desde que eu lembro em minha adolescência até hoje, já há uns 30 anos nisso), mas reduziu na medida em que fatos relacionados ao tema começaram a emergir na mídia e no dia-a-dia das pessoas. O debate brota naturalmente disso e aí está a deixa para se falar naturalmente do fato.
E, para aqueles que abominam o homossexualismo, vai uma dica: - Olha, se seu filho (ou filha) tiver tendências homossexuais, ele(a) será, independente de você querer ou não.
Dessa forma, trabalhe para que ele não seja um canalha ou para que não julgue as pessoas por sua cor, religião ou opção sexual. No mais, não podemos interferir muito.