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sábado, 7 de maio de 2011

As ideias do chefe

Todas as propostas naquela empresa passavam pela quarentena (sic) de 60 dias. A ideia era dada, o chefe, quando ouvia, rejeitava. Às vezes, nem ouvia. 60 dias depois, o patrão convocava uma reunião e apresentava a ideia (dele) genial que havia sido rejeitada 60 dias antes. O defeito principal da ideia apresentada anteriormente ficava claro, a idéia não era a mesma porque, na época, não tinha sido formulada por ele. Esse era o grande pecado que fazia uma estupidez de dois meses atrás ficar a genialidade de hoje.
As sugestões assim se faziam dentro de um cronograma. Se uma coisa era para começar ser implantada em agosto, apresentava-se a idéia dois meses antes, final de maio ou início de junho. Era batata. Em agosto havia a tal reunião em que o chefe apresentaria a ideia que tinha sido rejeitada há dois meses.
Um dia, do nada, consumido pelo estresse, o chefe infartou. Sentiu um formigamento no braço, dor no peito e tchum. Lá se foi o Narciso da corporação. 
Os funcionários que viram o seu corpo sobre a mesa, frio e inerte, não pensaram duas vezes. Acharam a ideia tão boa que resolveram fazer o enterro de imediato, na verdade, houve uma cremação do corpo. 
Afinal, vai que ele resolve ressuscitar daqui a sessenta dias.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A milenar arte de contornar o incontornável

Lidar com gente que é essencialmente "do contra" é uma arte, vale uns 10 pontos no ranking para ir ao céu. Se o cara é seu superior hierárquico na empresa e você é obrigado a praticar essa arte todos os dias, o fator paciência lhe garante mais 1500 pontos, o que em termos de pontuação para ir ao céu já lhe garante uma vaguinha certa perto da casa de algum santo ou no mesmo condomínio em que Jesus tem casa de praia. Daí surgirem as estratégias para contornar o incontornável. Se você quer que uma coisa saia, diga que aquilo não é importante e não precisa sair... para contrariar e fazer valer a autoridade, ele dirá que é importante e precisa sair o mais breve. Pronto! A ideia era implantar determinada coisa, está feita. Se você cair na besteira de enfatizar a importância, aquilo não vai sair, porque ele não foi o autor da consideração. Chamo a isso de síndrome de Julien (o rei lêmure da desenho Pinguins de Madagascar). 
Outra estratégia é a ação do espelho. Construa um discurso de modo que a sua estrutura remeta sutilmente ao fato de que foi ele quem deu a ideia e, no final, utilize um mesmo tempo gasto no discurso para elogiar as intercessões dele no projeto (mesmo que toscas e irrelevantes). Faça o discurso parecer que é dele. Engolido pela própria vaidade, ele vai se empenhar na execução das coisas, pois é como um filho para ele ou uma gueixa a lhe acariciar e massagear seu ego.

Conclusão: Contornar o incontornável é difícil, mas sempre temos a nosso favor a vaidade que emburrece e cega.
Tenha uma boa semana!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mundo corporativo - o caminho avesso do sucesso

Costuma-se dizer que a grande escola que se tem são a dos piores líderes/chefes com quem se trabalha, a quem se deve o eterno agradecimento por tudo que ensinam a não fazer. Um dia, quando você olhar para trás, verá as grandes lições de inaptidão, despreparo e vaidade oferecidas que, se não mostram o caminho a ser trilhado, indicam a certeza do rumo para o desastre administrativo. Sendo assim, eis 11 dicas de como gerir um negócio em direção à derrocada.

1. Não ouça as pessoas que trabalham sob seu comando. Afinal, o chefe é você;
2. Seja intransigente. Ponto de vista... só existe o seu;
3. Adote o critério amizade e nunca competência para montar sua equipe;
4. Retire a autonomia dos setores totalmente. Até para ir ao banheiro solicitem autorização sua;
5. Aja sem planejar, fale sem pensar, decida sem projetar efeitos...
6. Ouça as fofocas e maledicências com se fossem uma fonte de informação legítima;
7. Trate os que lhe respondem com a altivez e arrogância de um rei;
8. Gaste com o que sua consciência mandar e poupe onde/quando achar melhor;
9. Nunca caminhe pelos seus domínios para que não percebam "os seus súditos" sua face mortal;
10. Ignore qualquer cumplicidade, você não precisa dos outros. Você se basta;
11. Decida sozinho. Afinal, você é o chefe;