sábado, 13 de novembro de 2010

O que aprendi com atual pax romana

De uns tempos para cá, está cada vez mais difícil falar de qualquer coisa em uma postagem, pois existe uma polícia ideológico-partidária que está sempre pronta a explodir em agressividade com comentários que começam com observações do tipo: quem é você? Burguês revoltado, você não sabe o que fala, você não sabe o que é voltar a comer carne depois de anos (sic),... Enfim, qualquer manifestação de pensamento crítico é atacada com ferocidade, ódio e passionalidade exacerbada.
Tempos difíceis de obscurantismo e restrição de senso crítico. Tempos de uma só opinião, de uma só verdade e de cegueira. Nem no período das ditaduras se viu tamanha guerra santa contra qualquer um que pense o contrário do pensamento dominante.
A coisa assumiu uma proporção que me amedronta. Evito todas as postagens que toquem em questão política, mas a polícia ideológica cerca as palavras proibidas (por eles) e sempre encontra no meio do texto algo que possa ser apontado como ofensivo ao pensamento dominante e à essência do neobolivarianismo verde e amarelo. Hoje, só se pode pensar e viver conforme o que determina a vigilância ideológica. Não duvido que, em breve, livros que trazem “heresias” contra o pensar determinado sejam queimados em praça pública e milícias se promovam caça aos hereges que tentam subverte a ordem pensando o contrário do que se determina.
Tenho medo das nuvens que se aproximam e, por conta disso, a partir da agora, só falo de amenidades, de barquinhos, violões, mar...

Em tempo: Desculpem pelo meu passado burguês, amigos da polícia ideológica, vocês estão certos em tudo. Eu me converti e na crença que vocês querem que eu tenha encontrei a verdade e a luz. Vida longa ao grande líder, vida longa ao partido.