O ser humano é igual a um elemento químico. Sozinho, muitas vezes, tem pouca ação, mas quando se combina com outros, reage imediatamente (às vezes de maneira muito negativa). Lidar com uma pessoa diretamente, sem outras pessoas em volta, é uma coisa, fazer o mesmo com essa pessoa em meio a outras é uma experiência completamente diferente. Muita gente sente que a plateia é a pressão social que ele sofre para que tome atitudes condizentes com o que ele acha que representa, o fato é que se esquece de que liderança não decorre de um cargo atribuído, mas de um conjunto de atitudes que inspiram o respeito de seguir alguém. Mas o fascínio da plateia é sempre maior, constitui um alimento da vaidade humana e, como um dragão, precisa ser alimentado. Occasio facit furem, diziam os romanos, a ocasião faz o ladrão. E aquele que não o é, vê se contemplado pela ocasião de se expandir. Eis o espetáculo da mesquinhez e da vaidade humana que enche as salas e alimenta os egos.
Diante disso, cabe o mais tumular do silêncio e a piedade aos pobres "de espírito" que se nutrem do mais patético dos alimentos: a crença de onipotência eterna.