A autoestima masculina não nasce necessariamente no mesmo lugar em que nasce a da mulher. Fomos educados para sermos os donos do poder, o mantenedor, a viga mestra da sociedade. Somos o todo poderoso macho adulto.
Nem tão poderoso, pois estamos submetidos a todas as inetempéries de todos os mortais sejam homens ou mulheres. O poder representado pelo dinheiro e pela dominação sexual pode se esvair com muito mais facilidade do que imaginamos e perdê-los implica um ataque arrasador à autoestima masculina.
Entretanto, muitas vezes, o dilema é a causa da grande perturbação. O dilema de perder o dinheiro, mais palpável, ou o dilema da sexualidade. A sociedade esperava que ele crescesse, casasse, arrumasse filhos e fosse aos domingos almoçar na casa da sogra. Mas nem sempre é assim que funciona. Ele até cresceu, mas juntou com o namorado, criam um Poodle e pensam em adotar uma criança. Bomba!
Quando o homem tem bem resolvida essa questão na sua cabeça, a coisa flui de maneira maravilhosa e não há problemas. Tive colegas de trabalho homossexuais que sempre foram pessoas e profissinais excelentes, não por sua opção, mas porque ela era bem clara para eles. Estava tudo bem resolvido.
Já os mal resolvidos que conheci se tornavam pessoas agressivas, competetivas ao extremo, fofoqueiros, enfim, conseguiam agredir o mundo inteiro porque, no fundo, queriam era se agredir. Não ser o que a mamãe sonhou doía mais nele do que em qualquer outra pessoa.
Enfim, o problema não é a opção sexual, mas a maneira como lidamos com ela. Agora, quando você ouvir um comentário que termina com "bicha enrustida, é foda!"
Isso tem um fundo de verdade inimaginável.
É foda mesmo.