domingo, 2 de dezembro de 2007

Varrendo para debaixo do tapete.

Pessoalmente, eu abomino todo politicamente correto. Parece-me uma maneira de varrer o problema para debaixo do tapete. A lógica é simples: eu troco o nome e o problema se esconde por trás de um eufemismo. Dinheiro não contabilizado esconde um caixa dois, improbidade administrativa camufla a velha e conhecida corrupção... Escondemos os problemas por trás de medidas e palavras. Escondemos miséria e desigualdade social por trás de programas sociais paleativos, políticas de cotas, aprovações automáticas, mudanças de critérios... se o aluno não atinge o que seria suficiente para sua aprovação, mudamos este mínimo, afinal, abaixo de zero há todo um universo infinito de número negativos...

A primeira parte da solução de um problema é admitir sua existência sem escondê-los atrás de palavras.

Ainda estamos varrendo o problema para debaixo do tapete...

Para perder a paciência, tecle...

O que me consome naqueles atendimento eletrônico são as opções: Para clientes tecle 1: Para futuros clientes tecle 2; Para quem nunca vai ser nosso clientes tecle 3;... 1... para serviços, tecle 4; para dúvidas tecle 5; para...
Outro dia me ensinaram um macete. Quando começar, sai teclando tudo que eles te encaminham para o atendente e você explica o problema. Testei e funcionou com a OI.

Em tempo: caramba, já viu quantas vezes você repete a mesma história aos atendentes para eles te darem um número para você checar depois. Dá o número logo, pô.

Educação é resultado sim...



Ano que vem faz 15 anos que atuo na educação.

De lá para cá vi de tudo, a experiência me deu muito mais dúvidas do que certezas. Entretanto, uma certeza eu tenho. Educação é resultado. O grande problema da área são as pseudo-ideologias que aparecem todos os dias desconstruindo o que havia e tentando construir o que talvez venha a existir.
Digo talvez, por que, no fundo, educação é resultado. Se uma metodologia dá certo e apresenta bons resultados em um sentido amplo da palavra, por que não a manter? Aí vem uma nova metodologia que diz que tudo que foi feito estava errado, o certo agora é X-ismo. Tudo isso, para descobrir depois que X-ismo era uma idéia equivocada. Mas aí, lá se foi uma geração inteira perdida na vaidade acadêmica de um incompetente bem intencionado.
Vamos parar com a babaquice do "temos que focar o processo, pois o resultado é uma conseqüência". Não. O produto (ou resultado) é tão importante quanto o processo e não vale a pena mexer se esse resultado é bom.
São 15 anos que fazem refletir cada vez mais.

Politicamente correto o escambau...

A onda de politicamente correto beira o ridículo. Depois de ser obrigados a substituir o termo negro por afro descendente e acabar com todos os problemas de discriminação e sociais do Brasil, agora, temos termos como desprovido de altura socialmente convencionalizada (anão. Imagine a Branca de neve e os sete "cidadão altura socialmente convencionalizada" ), indivíduo disponibilizado pelo mercado de trabalho (desempregado), profissional liberal de terapia sexual (prostituta) e vai por aí a fora.
O melhor foi a notícia que li em um jornal na internet.

Em protesto na Ucrânia, cachorro rejeita rótulo de vira-lata
Odysseus é um "Ca De Bou", uma raça rara na Europa. Ele participou de manifestação em Kiev, a capital ucraniana.

É isso aí.

Vira lata são esse filhos de profissionais liberais de terapia sexual que chamam o meu cachorro assim. Declarou Vladimir Smirnoff, dono do cãozinho e politicamente correto.

Tia Polyanna ataca...


A escola da professora Polliana tinha muitos problemas de reprovação. A cada ano eram mais e mais alunos retidos em avaliações e testes. Certo dia, pensou ela, porque não abolir tais recursos. Uma vez abolido, os índices aprovação subiram a níveis de primeiro mundo. Mas persistiam alguns casos de reprovação, aboliu-se a necessidade de ir a aula. Dessa forma, o problema com presença acabou da noite para o dia e as aprovações chegaram a 100%. Afinal, baseado na frase "se escola boa é a que reprova, hospital bom é o que mata". Então façamos como o hospital bom. Vamos curar/aprovar todo mundo. Mas ainda persistia um problema. Professor reclamando que ganhava pouco. Como boa professora e pedagoga, considerou que pouco é um conceito relativo. Pouco com relação a quê? Se considerássemos um juiz, seria pouco, mas e se considerássemos um rapaz que cata papelão. Seria muito! E a partir daquele dia, todos os professores ficaram satisfeitos, pois ganhavam muito. Se o teto da escola caia, estudávamos ao relento, muito mais saudável. Havia até aulas interativas de meio ambiente com o próprio. Se faltava merenda, jejuávamos e refletíamos sobre as coisas do espírito, quer melhor que isso, aula de religião. Na ausência de professor, sempre havia um bom amigo da escola para tapar buraco. Tinha um que era até a cara do Tony Ramos. E assim viveram todos felizes para sempre.

FIM

P.S.: Você está rindo do quê? A aprovação automática já passou. Tia Polliana vem aí.