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domingo, 21 de outubro de 2018

A lógica (política) da janela e do peitoral

Os políticos, grandes mestres na arte de iludir (como se diz na música e adapatando: como pode querer que o político vá viver se mentir), são supremos na arte de nos quebrar as pernas e doar-nos muletas como uma benção de sua maravilhosa gestão. Mas outra habilidade deles é trocar o sofá da sala em que a mulher o trai e continuar com a mulher.
Por exemplo, consideramos que existam 100 pessoas na linha de pobreza ou seja, com uma renda familiar menor do que R$ 387,07. Isso é um "valor índice" referencial. Vamos então à solução do político: 1. Reduzir o índice alegando que houve ganhos sociais não monetizados diretamente e instabilidade econômica que asseguraram a ampliação do poder econômico das famílias. Isso justifica a revisão do chamado índice de pobreza.  Se o estado lhe oferece (sic) uma série de coisas que seriam compradas com dinheiro, logo, não precisa dispensar dinheiro com aquilo, logo, teoricamente, o que você ganha se amplia. É como alguém que ganha 1000 reais, mas que o pai paga a maioria de suas contas; quer dizer, teoricamente, ele ganha mais do que o cara que ganha 2000 reais, mas que tem 1500 reais de seu salário comprometido com dívidas. Dessa forma, altera-se o índice para baixo e, independente disso, se 50% das pessoas ganham 10 reais a menos do que 387, acabamos de tirar uma galera da linha de pobreza, mas que continua pobreza, Enfim, deixando-os miseráveis como sempre.
A outra maneira é oferecer algum benefício financeiro governamental (bolsas, auxílios etc). um benefício de 40 reais que se destine a uma família de 5 pessoas representa uma elevação de 8 reais na renda média mensal de uma família que estava abaixo da linha de pobreza (386, por exemplo) para 394,00. Pronto, eis uma política que tirou mais uma galera que estava abaixo da linha de pobreza.
Aplique essas estratégias maquiavélica e cálculos tortuosos a milhões de pessoas e potencialize a desgraça, faça essas pessoas se convencerem disso repetindo exaustivamente o tom messiânico da mentira. 
O cenário é o mesmo de antes, a janela mostra mesma cena, mas com o peitoral reformado.

domingo, 2 de outubro de 2016

Eleições 2016: de volta ao trabalho...


Depois da festa da democracia, a ressaca pós-urnas. Nesse domingo (02/10), foi eleição e muitos colegas de outras cidades estão relatando casos de vereadores que estavam no 3º, 4º ou 5º mandato e que agora não vão mais ususfruir da vereança pelos próximos anos. Em 4 anos não sei, mas, por hora, voltam à condição de mortais, sem foro privilegiado.  
Parece que realmente, alguma coisa está mudando na cabeça de quem vota... Há, pelo menos no que se refere ao legislativo, um modelo antigo que vai se desconstruindo aos poucos. Obviamente, em um ritmo muito mais lento do que gostaríamos, mas que se desconstrói.
[modo ironia ON]
Todavia, a minha preocupação é onde vamos encaixar esses colegas que viveram tantos anos nessa condição parasitária. Seria necessária uma readaptação à sociedade produtiva. Mas que seja algo suave e sem mudanças bruscas. Um emprego de meio período 3 vezes por semana, logo a seguir, um de meio período até sexta. Alguns meses depois, um período de 8 horas diário e, com sorte, poderíamos expô-los até a uma carteira de trabalho novamente. Não podemos prometer nada... Mas isso vai depender muito como ele vai reagir no processo inicial de adaptação. Penso que grupos de apoio seriam de grande valia nesse momento.

sábado, 20 de junho de 2015

O caviar nosso de cada dia lhes dai hoje...

Outro dia, ouvi uma pessoa dizer que basta ela ver que alguém curtiu alguma coisa relacionado ao Dep. Bolsonaro que ela o exclui de seu facebook sumariamente. Logo depois, escutei outra pessoa falando que quem vota no Jean Wyllys não tem o direito de abrir a boca para nada. Dois extremos, dois opostos, a mesma intolerância. Às vezes, tenho a impressão de que se pudessem, os partidários tanto de um quanto de outro calariam os que pensam diferente deles com a mesma força e truculência de qualquer estado autoritário. Isso me dá medo. Os partidários de ambos não percebem que se trata de dois oportunistas que acharam nessas causas-clichês um público que compre seu discurso e a oportunidade de se manter no poder eternamente e mais dois meses.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Todo político sempre deseja o bem estar do povo


Nunca tive dúvidas de que qualquer político, mesmo os mais vis e torpes representantes do povo(??) deseje o bem estar das pessoas. Até porque isso lhes daria mais tempo no poder. Segundo Maquiavel, o fim das ações de quem está no poder é fazer tudo para continuar no poder (independente do que seja o "tudo").
Entretanto, esses mesmos políticos não atingem esse objetivo por duas razões muitos simples: falta-lhes competência e tempo. Competência para colocar em ação os projetos, pois para chegar aonde chegaram precisam fazer pactos com deus e o diabo e, quando assumem, o seu raio de ação é pouco para pagar as contas que herdou para a eternidade.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Todo político sempre deseja o bem estar do povo


Nunca tive dúvidas de que qualquer político, mesmo os mais vis e torpes representantes do povo(??) deseje o bem estar das pessoas. Até porque isso lhes daria mais tempo no poder. Segundo Maquiavel, o fim das ações de quem está no poder é fazer tudo para continuar no poder (independente do que seja o "tudo").
Entretanto, esses mesmos políticos não atingem esse objetivo por duas razões muitos simples: falta-lhes competência e tempo. Competência para colocar em ação os projetos, pois para chegar aonde chegaram precisam fazer pactos com deus e o diabo e, quando assumem, o seu raio de ação é pouco para pagar as contas que herdou para a eternidade. São obrigados a nomear em compensação dos favores ($$) que obtiveram para realizar suas campanhas, são obrigados a seguir as regras de quem bancou seus panfletos, afinal, se não o fizerem, podem desistir de um segundo mandato.
Falta-lhes tempo também, pois 4 anos é muito pouco tempo para que possam enriquecer a si mesmo e aos seus, costurar acordos que compensem aos que o fizeram chegar ali e que o manterão também no poder, driblar imprensa (ou comprá-la. O que é mais usual), driblar a justiça (ou comprá-la. O que é também mais usual) e armar todos os conchavos que permitam a eles uma vida de rei durante e depois do mandato. Em meio a uma agenda tão atribulada, que tempo existe para fazer alguma coisa a mais?
Entendemos as Vossas Excelências e pedimos desculpa se alguma vez os acuamos por decisões de interesse do povo. Lamentamos que nossa intromissão desconhecesse seus limites humanos e sua agenda de trabalho. Perdoia-nos, pois, quando votamos, não sabemos o fazemos.
Não sabemos mesmo.

sábado, 20 de outubro de 2012

Triste (e trágica) sina de um país sem heróis


Corre sob os olhos do país o julgamento do mensalão (aquele que o Lula diz que nunca existiu) e, como em um ringue de boxe, de um lado, estão os bandidos, José Dirceu, Marco Valério e seus comparsas, de outro lado, os ministros do supremo. E mesmo dentre eles ainda há os mocinhos e os bandidos. Se é que é possível falar nisso com fronteiras tão claras hoje em dia.
Mas, enfim, desenrola-se a versão judicial dos antigos telecatches, aquelas lutas em que os resultados eram mais ou menos previstos e os narradores definiam quem era o mocinho, aplaudido e amado e os bandidos, odiados e vaiados.
Surge nesse cenário a figura de Joaquim Barbosa, uma espécie de batman afrodescendente brasileiro como o grande herói da mídia (quem tem facebook sabe o que é isso). Um self-made-man, uma história de sucesso apesar de todas as adversidades enfrentadas. Um homem que será louvado per secula seculorum porque condenou uma quadrilha que lesou o país e propagou sua bandalheira aos olhos vistos na certeza de impunidade que viria em razão de seus membros serem amigos do presidente.
Mas, espera aí... Essa não é a função mínima e esperada de um ministro do supremo tribunal do país? Afinal esse é o cargo cargo máximo da Justiça ao qual faz jus por sua moral ilibada, competência notória e pelo qual recebe (e receberá até o final da vida) muito bem... Parece que, no Brasil, isso não é a regra, mas a exceção e por isso, deve ser louvado como suprema virtude um um homem, fazer o que era o mínimo esperado que se fizesse.
Essa é a triste e trágica sina de um país sem heróis, a de louvar o mínimo de alguém no exercício desejado, esperado de sua função. Essa é a triste sina de um país que adota a dignidade como artigo de luxo das cracolândias ao supremo...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Cego e o oportunista

Sempre digo aos meus alunos que verdade não é nada mais senão aquilo em que a gente resolveu acreditar. Por conta desse movimento de eleições, particularmente, o que considero uma detestável necessidade, mas enfim, uma imprescindível necessidade, vimos essa máxima gritar na nossa cara todos os dias. Para ilustrar isso, sempre uso a ideia de que se alguém olha para o sol e o enxerga verde, ainda que todos ao seu redor demonstrem por A + B que não é verde, seus olhos continuarão a vislumbrar um intenso verde. 
Por vezes, as pessoas seguem vendo verde onde é vermelho, laranja, preto etc, porque, no fundo, para ela é verde e ponto final. Seus olhos não mentem. Entre aceitar o que você diz e o que os olhos dela veem, fica com seus olhos, pois o que você diz é o que o "seus" olhos veem e não os dela. Quem me garante que você não está vendo errado? 
Muitas vezes, quando alguém levanta suas armas para defender um notório canalha (coisa que não é rara na política) esta pessoa está movida por dois sentimentos: o oportunismo, afinal, no geral, ela costuma a ser tão canalha quanto seu defendido ou as coisas que seus olhos veem. Não se trata, nesse último caso, de um mentiroso, mas de alguém que está enxergando exatamente o que ele diz e não adianta fazê-lo retroceder. O seu candidato é do bem, tem boas intenções, não mente, é honesto. Os outros são do mal... enfim... Tudo aquilo que faz parte de sua verdade pessoal, as coisas em que ele optou por acreditar porque essa é a única realidade que consegue ver. 
Àqueles que enxergam (ou pensam que enxergam) caberá sempre a incerteza eterna de saber se o que vemos é o que as coisas são ou o que os nossos olhos insistem em nos mostram que sejam. Caberá sempre a dúvida de qual é o tamanho da nossa cegueira.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O que faltou aos japoneses nos sobra, cara de pau


O governo japonês divulgou hoje um relatório final sobre os acidentes na usina de Fukushima e o que me impressionou foi a maneira como eles conduziram o processo. Enquanto averiguavam as causas (não para encontrar alguém para Cristo, como fazemos aqui) reconstruíam o país. Reerguiam cidades, estradas, logradouros em geral sem a tradicional roubalheira, burocracia e má fé característica de países como o nosso. Aqui, quando ocorre uma desgraça (como aconteceu em Petrópolis e Friburgo ano passado), os políticos esfregam as mãos e comemoram: - oba! É verba sem licitação para a gente "se arrumar"! E os comerciantes eufóricos sorriem de orelha a orelha: - oba! Vamos vender galões de água de 5 reais por 50.. oba.. Vamos ficar ricos...
Mas enfim....Os japoneses chegaram a conclusão que houve falha humana "cultural" no processo que envolveu as condutas durante o acidente. Concluíram que o Tsunami não pode ser responsabilizado (Como assim??? No Brasil, a seca e as chuvas são as únicas culpadas de tudo. Esses caras têm muito que aprender com o nosso povo...) e que o problema foi cultural mesmo, pois os japoneses são educados para não questionar as ordens de seus superiores, ainda que essa conduza ao desastre.
Enfim, eles teriam que aprender a questionar, ir de choque a uma questão cultural nipônica, a obediência.
Pois bem... Se o tsunami tivesse passado por aqui já teríamos resolvido o problema. O culpado era o Tsunami, as verbas já teriam todas sido desviadas e ajudariam na reeleição dos prefeitos e governadores para os próximos anos, seria aberta uma CPI que os deputados usariam para se promover como bastiões da ordem e moral, mas que não daria em nada e acharíamos um empresário para Cristo que seria demonizado pela imprensa e logo após esquecido. E, por fim, questionar é fácil para a gente. Ainda mais se envolve a ruptura com a inércia decorrente de nossa indolência natural, uma espécie de doença da alma comum por aqui. 
Afinal, para nossa desgraça, isso também é uma questão cultural.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ignorante por opção


Sei que minha confissão causará furor e revolta por parte de alguns colegas, mas sinto que há coisas que ficam por ser ditas. E esta é uma das que tem ficado na gaveta das minhas ideias. Depois de uma graduação, uma especialização, um mestrado, um doutorado, um monte de livros lidos, outro tanto de filmes vistos, enfim, assumo, após tanta cultura, optar por ignorar certas coisas e deixar que meus colegas mais novos (muitas vezes em espírito, não só em idade) se degladiem por mim. Cansei de sofrer...
Aos 40 anos, estou passando procuração para que me representem em causas de interesse da nação e midiáticas. Constatei isso ao ver que as pessoas discutiam um código florestal. Uns eram contra e outros também. Ruralista diziam que era uma lei ruim e ambientalistas diziam que era péssima. Enquanto o coro do facebook gritava: Veta, Dilma!
Até o presente momento não faço ideia do que era ruim ou que era bom nisso tudo. Mas a voz do facebook não é a voz de Deus? Então, Veta, Dilma! Também não entendo ainda hoje como é que dois lados opostos podem dizer a mesma coisa e ainda assim não concordarem em nada.
Agora vem aí o novo código penal... pode fumar maconha. Só não pode fumar perto de escola. Entendi... mas peraí... fumar não é queimar mato, queimar mato não é queimada? Ei... não pode. E o código florestal? Ah sim.. acho que a Dilma vetou.
Enquanto isso, começa uma nova edição de "A fazenda" que vai trazer um monte de coisas patéticas das quais não vou ficar sabendo nada assim como quase nada sei das outras edições. A não ser que eram coisas patéticas. No mais, tenho sido munido somente de um interesse meio sádico e egoísta. Acompanho a novela Cachoeiras da Paixão, com a particpaçõ de vários políticos e empresas com o patrocínio da DELTA e segui de perto as mudanças da poupança que, como sempre, são para ferrar com a gente... Peraí, peraí... Na minha poupança, não... Veta, Dilma, veta!
Ah... não dá mais...? Sacanagem!

Cansei de sofrer pela impotência diante das causas... e essa é a pior de todas, pois nem viagra ajuda.

sábado, 24 de março de 2012

Pesos e medidas - Quanto vale o profissional?


Outro dia um colega do curso de enfermagem, onde leciono comunicação e expressão, estava indignado. Ele dizia ter um processo trabalhista contra determinada empresa e que o advogado lhe cobrara 30% do que ele iria receber e explicou que isso era padrão. Dias depois o advogado lhe procurou para pedir se ele conseguia uns exames para ele (o advogado), obviamente, de graça. Ele não pensou duas vezes e disse:
- Olha, de graça não dá. Mas o que eu posso fazer é o seguinte: uma pessoa normal tem 70 quilos, você tem uns 110, eu faço um cálculo proporcional e te cobro com base no que uma pessoa do seu peso pagaria.
Ao que o advogado retrucou:
Ué, mas não é o mesmo exame?
E ele respondeu:
- Sim.. mas não é o mesmo processo.

Na verdade, não fica uma crítica ao advogado, mas um questionamento de quão pouco a saúde e a educação valem nesse país. Imagina se o professor cobrasse em função da limitação do aluno. Olha, você sabe muito pouco do conteúdo, vou ter que cobrar mais caro. Claro que seria um absurdo, mas a questão é: Por que dois setores de vital importância em uma sociedade são tão desmerecidos?
São quarenta anos de estrada e sinto-me seguro para dizer que educação e saúde são as duas coisas mais esculhambadas nesse país.
São temáticas bissextas... aparecem de quatro em quatro anos e logo desaparecem para reaparecer daqui a 4 anos.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Brasil, a 6ª economia do m(f)undo!


Os jornais divulgaram eufóricos, nessa segunda-feira (26), que somos a 6ª economia do mundo. Estamos à frente de países como a Inglaterra, Dinamarca, Suécia, Canadá, Suíça e outros países que deixamos para trás no ranking dos que produzem mais riquezas. Sabe o que isso quer dizer? Que somos a 6ª nação no mundo em capacidade de produção.
Isso também nos coloca no ranking das mais desiguais, já que o crescimento econômico nem de longe acompanha os ganhos sociais em um país que ainda acredita que com esmola se constrói a dignidade de um povo. Bolsas, vales, cotas e outras tantas maneiras de perpetuar políticos em seus cargos junto com suas quadrilhas continuam sendo recurso legítimo por aqui.
A educação, única via para o crescimento e redução das desigualdades, permanece nas mãos de partidos lotedas por aqueles que precisam vender a alma para o capeta a fim de manter o poder. A saúde se arrasta com falta de médico, medicamentos, hospitais, a eterna má distribuição de recursos, desvios, golpes... A segurança cambaleia e obriga a criação da fortalezas nas grandes cidades para que o cidadão possa se encarcerar.
Produzir riquezas sem promover ganhos sociais é o mesmo que não produzir riquezas mantendo a miséria. O Brasil não é o Sudeste de smartphone caro na mão, o sul loirinho de roupas folclóricas e rostinho rosado ou ainda, o centroeste de pickup caras com agroboys curtindo a vida. Olhem para interior do nordeste, de Minas, do Amazonas, do Acre, enfim, olhemos para além dos nossos umbigos para enxergar o Brasil do 6º PIB do planeta.

Por hora, olhemos e oremos pela Inglaterra, pela Suiça, pela Dinamarca, pela Suécia, pelo Canadá que não conseguem produzir mais riquezas do que esse gigante deitado eternamente em berço esplêndido.

Alguma coisa está realmente fora da ordem...

sábado, 19 de novembro de 2011

E agora? Quem paga a conta do Rio?


Já há alguns dias que vazou (ou vaza?) petróleo de uma das plataformas da bacia de Campos. Aparentemente, nada que chegue perto do desastre no Golfo de México há uns anos atrás, nem do derramamento de óleo no Alasca há outro tanto de tempo. Nada que se compare, mas nada que nos exclua dessa possibilidade ou de algo pior. 
Um desastre de grandes proporções nas bacias petrolíferas do estado do Rio seria o suficiente para acabar por muitos anos com toda e qualquer atividade de pesca, turismo e comércio em geral no litoral fluminense. Seria um impacto que, possivelmente, poderia levar o estado a bancarrota, a mais absoluta falência, pois suas contas são do tamanho de sua pujança como unidade federativa.
E, no caso de uma tragédia dessa proporção, quem pagaria a conta do estado? Será que todos os outros estados da federação, inclusive aqueles que não extraem nem uma gota de petróleo e, na maioria das vezes, vivem às custas de verbas federais topariam trabalhar durante alguns anos para manter o setor de pesca, comércio e serviços em geral das regiões afetadas? Huum. Acho que não. Cada um com o seu cada um não é mesmo?
Discutir a mudança nas regras dos royalties só tem espaço na lógica se colocarmos em questão a distribuição de todas as riquezas (naturais ou não) de todos os estado entre todos os outros na mesma medida. Por que não dividir o ouro, ferro e outros metais extraídos de Minas, Pará e Goiás entre outras riquezas naturais com todos também? E por que não partilhar os ganhos de turismo de um estado contemplado pela natureza como Ceará, a Bahia ou Pernambuco com todos: afinal de contas, beleza é recurso natural.  Ignoremos o risco que os estado têm de investir, o risco ambiental etc em nome da hipocrisia política que garante votos junto a massa acéfala. 
Vamos dividir o petróleo por uma questão de justiça? Sim. 

Vamos dividir TUDO de todos os estados por uma questão de justiça.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Passeatas contra a corrupção: circo sem pão no país do rei bufão


Ontem (15/11), em vários lugares do Brasil, ocorreu, mais uma  vez, a passeata contra corrupção que as TVs insistem em focalizar em ângulo fechado para não dar dimensão da vergonha que é isso toda vez que acontece. Meia dúzia de gatos pingados com fantasias simbólicas como roupas pretas, máscaras e, claro estátuas da justiça com dinheiro na mão em uma clara metáfora da corrupção no judiciário.

Mas sabe por que isso não funciona no Brasil e provoca risos histéricos nos corruptos como um grotesco festival de circo decadente?  Não? 

Somos um país corrupto até a raiz dos cabelos, temos a desonestidade entranhada em nosso DNA e cabe a alguns, sonhadores e “insensatos” (talvez), lutar contra essa genética maldita de séculos. A verdade que ninguém quer ouvir ou dizer é que somos um país em que a corrupção incomoda até o ponto em que não somos beneficiados por ela. Todo mundo gostaria de um empreguinho na assembleia legislativa de 8 mil mês para nem dar as caras lá e só receber, todo mundo gostaria de ganhar um concorrenciazinha fácil, todo mundo gostaria de um empreguinho para o filho na prefeitura, tudo em trocar de um apoio político ou de uma boca fechada.

Na iniciativa  privada ou no poder público, erro, no Brasil, não é roubar, erro é não dividir com as pessoas certas. Erro não é fraudar, erro é fazer mal feito. O mundo dos pequenos crimes cotidianos legitimam beber e dirigir, dar dinheiro para policial, comprar recibos para IR, pagar e receber por fora e vai por aí. Tudo plenamente justificado pelo “todo mundo faz assim” ou “ah.. mas se você não fizer assim você não sobrevive”

Em 40 anos de vida, vi pessoas se venderem por tão pouco. Eu mesmo, embora nunca tenha participado dos saques, calei-me sempre para manter um confortável emprego. Ou seja, fui parte de tudo que denigre e destrói o meu país por conta da omissão em nome do meu conforto. Mea culpa... mea maxima culpa. Sou parte disso. Agora, que atirem a primeira pedra....

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Onde os "defensores dos direitos humanos (sic)" se perderam

Na década de 70, 80 e 90, os arautos dos direitos humanos (jornalistas, advogados, sociólogos, esquerdistas de toda ordem etc...) ganharam espaço na mídia com uma ferrenha oposição aos regimes autoritários. Os regimes caíram um após outro como num dominó. Depois vieram as mazelas sociais, que pipocaram na mídia quando o foco não era mais a repressão política. Mas o assunto bateu.
Era preciso fica na mídia e cumprir os 15 minutos de fama e, obviamente, projeção que gerava dinheiro.
Foi aí que se perderam, pois passaram a aparecer na mídia como paladinos da causa bandida e inverteram o discurso demonstrando (???) que se você parasse no sinal e tomasse um tiro na cabeça dado por um bandido a culpa era sua que não deu oportunidade aquela pessoa que, a exemplo mito do bom selvagem de Rousseau, era puro e bom, mas corrompido pelo meio que você criou e sustenta.
Só faltava ao final do discurso um “ bem feito” culpa sua. Ops...
Aí se perderam. A escalada da violência atingiu níveis absurdos na década de 90 capitaneada pelas drogas, pelos traficantes, pelos policiais e políticos corruptos e alimentadas pelos garotinhos de classe média que não eram viciados, fumavam maconha e cheiravam pó, mas podiam parar quando quisessem. Era uma versão ilegal do “bebo socialmente” e paro quando quiser.
Do Carandiru para cá, outros tantos massacres se seguiram sob o descaso da mídia, o desinteresse da classe política e anuência da sociedade. Sabe por que? Porque as pessoas atingiram um ponto de insensibilização. Ou seja, cansaram... E diante da notícia de mais X traficantes/bandidos (ou não) mortos em uma ação da polícia, respiram aliviadas e voltam ao jantar diante da TV.
E os defensores dos direitos humanos (sic) sem a mídia, perderam a razão e entenderam que deveriam ter buscado apoiar as famílias vítimas dos marginais. Isso talvez lhes garantisse, ainda hoje, mais alguns minutinhos de exposição nesse circo de horrores da vida real.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Você sabe o que quer dizer aporia?

Acabei de assistir a Tropa de Elite 2. Pois é.. não vou contar a história do filme e nem dizer que o mocinho morre no final, pois é um filme em que os limites do mocinho e do bandido se confundem. Demorei a assistir uma vez que com criança pequena em casa, pouco tempo resta para sentar em frente a uma TV e assistir a um filme com calma e atenção. Mas os meus pequenos concederam a mim e minha esposa a graça de fazermos tal proeza ontem à noite. Sou-lhes grato por isso. 
O filme pode ser definido como um ícone da aporia que é uma palavra grega que expressa uma situação de impasse, sem saída, contradição que nos deixa sem rumo. Melhor do que o primeiro filme da série, gera um impasse pela maneira como mostra uma estrutura cancerígena da corrupção no poder e acentua a impunidade. 
Ao contrário de filmes como aqueles em que o bem vence o mal e nos deixam com a vontade de que a vida real fosse assim, terminamos, após assistir ao filme Tropa de Elite 2, com a amarga sensação de que não merecíamos que a vida real fosse assim. O que fazer? Pois é.. É aí que entra a aporia. Bate uma sensação de “sem saída” e nem os “mocinhos” nos asseguram que estamos bem acompanhados.
Pois é... Aporia. Se não assistiu ao filme faça-o e entenda melhor o que eu tento dizer no curto espaço de uma postagem. O BOPE, as milícias, os políticos, o sistema que eu sustento com 4 meses anuais do meu trabalho me arremessaram, por via da “ficção(?)” na cama com o amargo gosto de aporia.
No final, um político discursa no conselho de “ética” da câmara em Brasília sob a acusação de envolvimento com o crime organizado e sentimos que aquela história de "a vida imita a arte" dói quando acontece no nosso quintal. 
Acordei pela manhã, escovei os dentes, mas o gosto ainda persiste... Procuro um chiclete... Mas de nada adiantará. O gosto persistirá.

sábado, 21 de maio de 2011

Palocci e o milagre da multiplicação dos "peixes"

A semana começou agitada com a reportagem nos jornais de que o ministro da casa civil , Antônio Palocci, aumentou seu patrimônio em 20 vezes nos últimos 4 anos. Os leitores de pouca fé (conhecidos como bules - trocadilho escrotinho, né!) logo se revoltaram e levantaram suspeitas sobre a idoneidade de nosso ministro sobre o qual pesa uma ou outra denúncia de irregularidade. Mas nada que tenha dado em alguma coisa. Ora, ora... Há precedentes na história. Cristo multiplicou os peixes e ninguém ficou levantando acusações de que tenha conseguido tais peixes com tráfico de influência. Nem se cogitou em CPI, pois para Deus, as explicações de Cristo de que o dinheiro dos peixes fora adquirido com palestras e consultoria em Jerusalém foram plenamente satisfatórias. E agora querem pegar o Palocci para Cristo? Ai, Jesus!
Convenhamos, nada mais normal do que multiplicar 20 vezes o patrimônio em 4 anos. Há livros que ajudam a fazer isso como “Ganhe o seu primeiro milhão”, “Fique milionário”, “Pai rico, filho miolionário e ministro com grana para caralho”... Podemos condenar uma pessoa só porque ela lê livros de auto-ajuda? Até devíamos, mas não podemos. Isso é um fato.
Entretanto, tudo se esclarecerá e o ministro aparecerá com todas as notas de recebimento dos últimos 4 anos que explicam a ampliação de patrimônio e cujas cópias servirão para passar na cara daqueles que levantam a suspeita de que esse dinheiro veio de tráfico de influência e mais um tanto de atividades ilícitas. Por enquanto, sua palavra basta para equipe do governo. E essa corja de maledicentes que aguardam o aparecimento de todas as notas, uma a uma servirão de chicote a eles... aguardem.
Mas sugiro que aguardem sentados, pois, de pé, cansa.

P.S.: Aí você vem e diz: - mas peraí, Cristo multiplicou os peixes para dividir, o Palocci multiplicou e ficou com tudo para ele... E eu respondo: Lá vem você com detalhes, hein! Lá vem você... 

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Daniel e a água

Às vezes, a ingenuidade de um comentário diz tudo que seria politicamente incorreto expressar em mil palavras. Meu filho (quase 3 anos) costuma sentar ao meu lado para ver TV. E fica lá, quietinho, até durante os comerciais. Ele, que gosta muito de água (praia, piscina..), ficava sempre prestando atenção naqueles comerciais que promovem as afiliadas da Globo pelo Brasil. Em um comercial, tocava uma musiquinha regional chatíssima e só mostrava lago, rio, praia de rio, mais lago, mais praia de rio... só isso. Cada vez que aparecia, ele dizia: papai, água... aparecia outra vez um rio e ele repetia. Lá pelas tantas, ele, que já só tinha visto e repetido água para descrever a cena, olha para mim e em tom de pergunta: papai, água? Como quem diz: água de novo, nesse raio de lugar só tem água?
É... Três anos é pouco para explicar para ele que sim. Só tem água.
Ah.. e que dá um prejuízo milionário para a federação manter um estado que arrecada tão menos do que custa.
Mas isso ele vai ter tempo para entender melhor.

É, filho, só tem água..


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O que aprendemos (ou não) com os desastres naturais.

Sempre que nos vemos diante de uma tragédia como esta de Santa Catarina, nos perguntamos que lição tiramos disso. O que nós realmente aprendemos com a dor? Aprendemos que tragédia é o nome que damos a imprevidência e o descaso diante da possibilidade de uma adversidade.
Entendemos que erra quem constrói em uma área de risco de desabamento ou inundação, mas o pior é a conivência das autoridades políticas locais que se calam diante da opção ou falta de opção das pessoas que já perderam mais de 3, 4 vezes tudo e continuam construindo nos mesmos lugares.

- Vamos ajudá-los a reconstruir suas casas, dizem os políticos.
- Nos mesmos lugares? Pergunto eu.

Aprendemos também que ajudar é importante, mas que até, na hora de socorrer, os órgãos de mídia não se entendem e cada um abre uma conta em um banco diferente para ver quem arrecada mais dinheiro e IBOPE, é claro. Enquanto isso, as lágrimas da velhinha que perdeu tudo, ao som de uma música triste de violino, ampliam os pontos nos programas decadentes de domingo à noite.
Aprendemos que há uma mobilização em massa para doação de dinheiro cujas contas jamais são prestadas após as catástrofes (Mas que sujeito cruel sou eu que falo em prestação de contas numa situação dessas? Um monstro, certamente!). E entendemos que o governo pede o engajamento da população, mas não cogita a hipótese de criar, ainda que temporariamente, uma área livre de impostos para reduzir o custo de alimentos, remédios e materiais de construção nessas regiões atingidas.
Compreendemos, então, que é
possível lucrar na desgraça alheia e vender água, cimento, botijão de gás e comida com preços dobrados quando não há escolha da parte de quem compra. E assim fazer com que o vento dos infortúnios sempre sopre a favor de alguém... que nunca serão o desafortunado, obviamente.
Aprendemos que somos um povo solidário e crédulo e que temos a certeza de que sempre há uma intervenção divina que impede que seja pior do que foi. Entendemos que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar e, afinal de contas, Deus é brasileiro.
Compreendemos, entendemos e aprendemos tudo isso.

***

Mas, no apagar das luzes, em uma semana, esquecemos tudo de novo.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Da série ambiente de trabalho IV: O afilhado do Almeida

O Dr. Almeida é como uma entidade espiritual, está presente sem ser notado e todos acabam lhe pedindo favores algum dia. O afilhado do Almeida chegou assim no RH da empresa. Quando souberam quem era, logo trataram de lhe contratar para um cargo qualquer. Afinal, o cara é afilhado do homem e a gente nunca sabe quando vai precisar dele. Horário era para os mortais, pois o afilhado do Dr. Almeida não podia ser submetido a isso. Lista de corte, o afilhado do Almeida estava fora. Alguém é louco de desagradar o homem? Só tinha até a quarta série, mas quem precisa de mais quando se tem o Almeida como padrinho? Tirava licenças médicas uma atrás da outra, mas questionar o excesso.. nem pensar. Cara, você sabe com que está lidando? Então fica na sua...

Um dia, o Dr. Almeida faleceu quando caminhava de casa para a repartição em que trabalhava como chefe... No dia seguinte, a empresa teve uma redução de despesas com pessoal... o afilhado do Dr. Almeida foi para a rua.

Na porta do RH chegava um rapazinho franzino, branquinho, de pernas arqueadas e óculos e se apresentava:

- Bom dia, eu vim deixar meu currículo, seu sou sobrinho do Dr. Caldeira lá da repartição, que ficou no lugar do falecido Dr. Almeida...

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