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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A exposição e o espectador

Outro dia me perguntaram se eu havia visto a exposição do patrocinada do Santander que causou polêmica no Rio Grande do Sul e o que eu achava. Na verdade, não vi porque fica em Porto Alegre e não vou lá por aquelas bandas há um tempo. Mas enfim... Aí vem a discussão. Vi na internet as imagens que, sinceramente, são grosseiras como a pintura de um cara transando com um bicho, uma criança com os dizeres criança viada etc... Sinceramente, tenho dificuldade de entender o propósito da amostra além de chocar as pessoas que sejam mais suscetíveis. O que não é o meu caso. Não me afeta esse tipo manifestação. Olho, penso: "putz, que troço escroto" e sigo em frente.

Mas há duas coisas em jogo: a liberdade de expressão e a responsabilidade jurídica sobre seus atos. Se considero escrota essa forma de expressão que só serve para dar votos a uma direita radical que cresce no Brasil (sim.. esse tiro sai pela culatra e elege os conservadores), também penso ser absurda qualquer forma de censura. Deixa fazer, se o fato caracterizar algum tipo de violação ou apologia a ato ilegal, que se aplique a lei. Não sei, mas expor como forma de arte, ou de certa forma, conteúdo formador de opinião, pedofilia ou zoofilia, creio eu violar de alguma forma as leis brasileiras e comprometer a segurança de alguém (no caso, crianças e animais). Não sei... isso é papo para os juristas.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O que faltou aos japoneses nos sobra, cara de pau


O governo japonês divulgou hoje um relatório final sobre os acidentes na usina de Fukushima e o que me impressionou foi a maneira como eles conduziram o processo. Enquanto averiguavam as causas (não para encontrar alguém para Cristo, como fazemos aqui) reconstruíam o país. Reerguiam cidades, estradas, logradouros em geral sem a tradicional roubalheira, burocracia e má fé característica de países como o nosso. Aqui, quando ocorre uma desgraça (como aconteceu em Petrópolis e Friburgo ano passado), os políticos esfregam as mãos e comemoram: - oba! É verba sem licitação para a gente "se arrumar"! E os comerciantes eufóricos sorriem de orelha a orelha: - oba! Vamos vender galões de água de 5 reais por 50.. oba.. Vamos ficar ricos...
Mas enfim....Os japoneses chegaram a conclusão que houve falha humana "cultural" no processo que envolveu as condutas durante o acidente. Concluíram que o Tsunami não pode ser responsabilizado (Como assim??? No Brasil, a seca e as chuvas são as únicas culpadas de tudo. Esses caras têm muito que aprender com o nosso povo...) e que o problema foi cultural mesmo, pois os japoneses são educados para não questionar as ordens de seus superiores, ainda que essa conduza ao desastre.
Enfim, eles teriam que aprender a questionar, ir de choque a uma questão cultural nipônica, a obediência.
Pois bem... Se o tsunami tivesse passado por aqui já teríamos resolvido o problema. O culpado era o Tsunami, as verbas já teriam todas sido desviadas e ajudariam na reeleição dos prefeitos e governadores para os próximos anos, seria aberta uma CPI que os deputados usariam para se promover como bastiões da ordem e moral, mas que não daria em nada e acharíamos um empresário para Cristo que seria demonizado pela imprensa e logo após esquecido. E, por fim, questionar é fácil para a gente. Ainda mais se envolve a ruptura com a inércia decorrente de nossa indolência natural, uma espécie de doença da alma comum por aqui. 
Afinal, para nossa desgraça, isso também é uma questão cultural.

domingo, 26 de setembro de 2010

Qual a diferença entre o Eike e o Gates?

Cresci numa geração que era sinônimo de intelectualidade falar mal dos EUA e dizer que tudo que havia lá era imperialista e explorador sem, ao menos, se ter saído do Brasil para ir, no mínimo, ao Paraguai e visto como é o mundo lá fora. O que se dirá de EUA.
Mas o fato é que estive em NY, em 2000, durante um tempo e isso foi tempo suficiente para eu aprender algumas coisas sobre os norte-americanos.  A primeira é que eles têm problemas graves como todo mundo e que conseguiram um patamar de crescimento no mundo porque sabem ver oportunidades onde muitos perdiam tempo discutindo aspectos dialéticos da questão. Perdemos tempo demais com isso. Pecamos por falta de ação e pagamos, hoje, um preço de infraestrutura do tamanho da nossa ineficiência.
E uma das diferenças mais interessantes que percebi é a cabeça de nossos ricos que ganham dinheiro e sonham em mudar para Paris ou Miami para poder dirigir seus carros de luxo em tranqüilidade. Ganham e acumulam riqueza como se fossem viver para sempre em seus castelos cercados por seus seguranças armados. Eike Batista, por exemplo, tem a 8ª fortuna do mundo, segundo a Forbes, aproximadamente, 27 bilhões de dólares, quase uns 50 bilhões de reais e em franco processo de ampliação de patrimônio.  Já Bill Gates, o segundo do mundo, tem uma fortuna de 53 bilhões, mas deixa claro que seus filhos não terão mais do que 1% disso como herança e o resto será doado. Aliás, muita coisa já está sendo doada em vida e o seu dinheiro sustenta centenas de projetos que atendem populações em estado de miséria na África e na Ásia. 
Nos EUA, existe a cultura de se doar dinheiro  (Saiba mais) para universidades, pesquisas, projetos sociais e muitos bilionários vêem isso como uma espécie de investimento, investimento em um mundo melhor para seus filhos e netos. Doar em vida ou deixar como herança para fundações de amparo social é uma prática e basta ver a história americana para constatar.
Nós, tupiniquins, novos ricos, ampliamos nossa riqueza e alimentamos o monstro de nossa ganância e de dentro de nossos castelos só nos deslocamos para nosso heliporto para passar por cima e bem longe da gentalha mulata e pobre que se embola nas “comunidades”.
É lógico. Tudo isso não explica a prosperidade americana, mas ajuda a entender uma parte da coisa toda. Eles possuem um sentimento que nós ainda não temos: o sentimento de coletividade, de nação.

sábado, 31 de julho de 2010

Touradas: estupidez e barbárie em nome da tradição

O mundo moderno é engraçado. Em nome da tradição e da diversidade cultural, admitimos que se barbarizem pessoas e animais. Admitimos que mulheres serem apedrejadas por suspeita de adultério seja normal, afinal, é a cultura deles e temos que respeitar. Aceitamos que se cortem clitóris em nome da religião, pois afinal, isso é aceitar o multicultural e a diversidade. Mas isso acontece na África, um ícone do subdesenvolvimento mundial em pleno século XXI. No nosso século, aceite da diversidade cultural é o nome que damos a nossa omissão diante da covardia humana.
Mas e quando acontece na Europa branca e desenvolvida? Que nome damos a isso?
Recentemente, o governo da Catalunha proibiu as touradas. Para que se entenda isso, a Catulunha é uma região da Espanha que reivindica independência por não se considerar espanhola. Complicado, né? Nem fale.
Assusta-me que apedrejar mulheres em uma região miserável e medieval da África seja normal para eles, mas o que leva os “desenvolvidos” espanhóis e outros europeus a deixarem suas casas para ver um idiota de roupas coloridas e justinhas torturar até a morte um animal pelo simples prazer de vê-lo morrer. É a morte como o espetáculo bizarro e esdrúxulo das arenas.
Disseram que proibir as touradas na Espanha seria como proibir o futebol no Brasil. Isso é uma comparação estúpida já que este se trata de um esporte em que 22 homens buscam colocar uma bola entre três traves... não entra em questão nenhum prazer sádico que envolva o gosto pelo sangue, pelo tortura e o sofrimento até a morte de nada, nem ninguém.
A Catalunha mostrou que essa ficha caiu para eles e que se a Espanha não aceita essa proibição, realmente, eles não são Espanhóis. E viva a Catalunha, cada vez menos espanhola, cada vez mais desenvolvida.
Entenderam por que eles querem separar?