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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A exposição e o espectador

Outro dia me perguntaram se eu havia visto a exposição do patrocinada do Santander que causou polêmica no Rio Grande do Sul e o que eu achava. Na verdade, não vi porque fica em Porto Alegre e não vou lá por aquelas bandas há um tempo. Mas enfim... Aí vem a discussão. Vi na internet as imagens que, sinceramente, são grosseiras como a pintura de um cara transando com um bicho, uma criança com os dizeres criança viada etc... Sinceramente, tenho dificuldade de entender o propósito da amostra além de chocar as pessoas que sejam mais suscetíveis. O que não é o meu caso. Não me afeta esse tipo manifestação. Olho, penso: "putz, que troço escroto" e sigo em frente.

Mas há duas coisas em jogo: a liberdade de expressão e a responsabilidade jurídica sobre seus atos. Se considero escrota essa forma de expressão que só serve para dar votos a uma direita radical que cresce no Brasil (sim.. esse tiro sai pela culatra e elege os conservadores), também penso ser absurda qualquer forma de censura. Deixa fazer, se o fato caracterizar algum tipo de violação ou apologia a ato ilegal, que se aplique a lei. Não sei, mas expor como forma de arte, ou de certa forma, conteúdo formador de opinião, pedofilia ou zoofilia, creio eu violar de alguma forma as leis brasileiras e comprometer a segurança de alguém (no caso, crianças e animais). Não sei... isso é papo para os juristas.

sábado, 24 de novembro de 2012

A vida num roteiro de Hollywood

E se a vida fosse um roteiro de cinema de Hollywood? Então não teríamos decepções amorosas e todas histórias terminariam bem como nas comédias românticas. Em vez de cada um ir para seu lado e acabou, tudo terminaria em um saguão de aerorporto em que um dos dois do casal estaria com olhar perdido de tristeza, quando seu amor lhe cobriria os olhos e revelaria que não foi viajar. A câmera se afastaria e eles se beijariam ao som de uma trilha sonora bem romântica como Endless Love. Se houvesse separação seria até o próximo corte de cena ao som de Someone like you. A seguir se reencontrariam meio sem graça e o fim deixaria no ar o retorno. 
Se assim fosse, os homens maus seria presos no final e apareceriam de uniformes prisionais entrando em penitenciarias e não de toga entrando em tribunais. Os mocinhos terminariam sendo reconhecidos em seu valor e não transferidos de função para não criar mais problemas para seus superiores. O fim, em tom épico, com a trilha sonora de um rapper americano famoso, mostraria um carro se afastando numa estrada em rumo ao desconhecido e não uma repartição cheia de papéis para o mocinho tomar conta. 
Mas a vida não é filme e se a história mostra que, muitas vezes, a ela imita a arte, em nome de uma generosidade, gostaríamos de ser contemplados com happy end, trilhas sonoras e câmera abrindo em plano maior. Pelo menos de vez em quando...
No fundo, fica aquela inveja dos personagens que, pelo menos durante sua vida na tela, sabem o que esperar de suas histórias. 

Na pior das hipóteses, a tristeza poderia se converter em todo mundo em volta dançando e cantado Don`t worry. Be happy ou Everythings gonna be alright... Já era um alento.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Bach, as estradas para a criação


Existem homens que conseguiram um canal com a criação, com o infinito, com a espiritualidade ou seja lá qual é o nome que se venha a dar a um nível existencial que vai além da matéria e que ultrapassa o tempo e o espaço. Eles não precisam orar, pedir, agradecer, porque sua criatividade produzia obras que abriam um canal, com se fosse uma via alternativa para conhecer o paraíso.
No momento em que escrevo essas linhas, ouço as variações Goldberg, de Bach que me inspira e me eleva. Nessa hora, penso no que move o espírito para criar um conjunto de sons que tem o poder de entrar nos seus ouvidos e atingir o coração com o efeito de uma droga que congela o tempo, que quebra o espaço que desprende a alma e, por uns instantes, nos integra de uma forma indissociável ao universo. Que magia é essa?
Assisti recentemente a um filme chamado o silêncio que antecede Bach e vi cenas de pessoas executando obras desse compositor em todos os lugares, com um gaita em um caminhão ou mesmo com uma orquestra de violoncelos dentro do metro. 
Tenho para mim que o violoncelo é o instrumento dos anjos e quando eles se apresentam nas orquestras do céu, ocorre um minuto de silêncio em respeito ao que virá na primeira descida do arco junto as cordas. Esse é o silêncio que antecede a eternidade.
Lamento que as escolas, no geral reduto controverso da "educação", não apresente essas vias para o aluno que acaba tendo sua formação intelectual ocupada por MCs e DJs de todo o gênero com seu bate-estaca tribal...
Constato que a junk music, ou música lixo, não é uma opção. É o lugar que a cultura deixou vazio e a educação tradicional conseguiu preencher. E, enquanto este lugar não for preenchido, as pessoas continuaram querendo tchu, querendo tcha e achando que a avó está maluca porque comprou uma peruca. 
Como diz a garotada hoje, “na boa, véi, que merda é essa?!”

sábado, 20 de setembro de 2008

É esquisito, mas é arte...

No final do sec. XIX, os caras na Europa chegaram à conclusão de que a arte não era para ser uma reprodução da realidade. Até porque já haviam inventado a fotografia que reproduzia melhor o que se via do que mil pincéis. Dessa constatação, surgiram os impressionistas e outras correntes que ofereciam a interpretação da imagem segundo o artista... Legal, né... Só que isso invade a arte como um todo e todos os ramos dessa expressão humana se arrogam o direito de se manifestar como quiser...
Até aí tudo bem... e chamar de arte (aqui, tudo mal).

Na poesia, vira e mexe encontro pela proa um cara que rima luz, pus, com seduz, com hálito de alcaçuz...

- Não entendi.
- Não é para ser entendido, retrucam...

- Legal ... então deu certo.
- É para ser sentido.
- Também não senti.
- Você não tem sensiblidade, conclui.

- É. Deve ser isso...


A pós-modernidade acelerou esse culto à porcaria cult. Não que a pós-modernidade seja uma porcaria (longe disso), mas sempre aparece um maluco de cabelos ensebados, coletinho de xadrez, sandálias de couro e cara com barba por fazer, suja o chão com sangue e com penas de galinhas, põe um cd no meio e em algum lugar, tem sua obra analisada por algum crítico:

"É a representação estética das conjecturas conflitantes que despertam os espíritos ecléticos e, por vezes, antagônicos da visão moderna do ser. O cd representa o circular infinito e o sangue traz a imagem da imersão da carne no cosmos e de toda a dualildade que isso traz à consciência existencial do ser humano. Em resumo: uma apoteótica alegoria da dialética ególatra na metrópole no século XXI"

Aí eu penso:
- E o cabelo ensebado do cara...? Faz parte da obra?
Ah esse não... não me venha com interpretações... é só falta de banho mesmo.

Em tempo:
Outro dia deixei um rolo de papel higiênico que caiu de forma tão harmônica com a balança de banheiro e com o tapetinho de perto do vaso que me senti uma artista. Merece uma fotografia e uma análise crítica... mas achei melhor não.
Minha barba até estava por fazer, mas meu cabelo nem estava ensebado...
Droga de xampu... Se eu soubesse, ah se eu soubesse!