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domingo, 24 de janeiro de 2016

Um privilégio para chamar de seu

Muitas vezes, escondemo-nos por trás do que chamamos de direito. Na maioria das vezes, eles são, na verdade, privilégios espúrios desejáveis. Entretanto, criando alguns direitos para restabelecer a igualdade estamos privilegiando um grupo. Isso é uma forma patente de ser desigual. Eis o paradoxo dos paradoxos. Para sermos iguais termos que ser diferentes porque as pessoas são diferentes. Confuso, não?
Recuso-me a mencionar qualquer um dos "direitos" que considero privilégios para não acirrar os ânimos e abrir debates daqueles que tem a eterna pretensão de guardiões do bem e do justo.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Todo mundo sempre acha que vale mais


Quando vejo uma greve na TV, sempre penso que ali está um momento desses. Não é dizer que não valemos o que achamos, longe disso, mas é um momento em que, de um lado da mesa, o chefe; de outro, o empregado, disputam os dilemas de quanto você vale, quanto você pensa que vale e quanto os outros acham que você vale.
Ainda sou daqueles que creem que se as pessoas valessem o que pensam, valeria muito a pena comprá-las pelo que valem e vendê-las pelo que acreditam... Ganharíamos uma fortuna em cada negociação. 
O fato é que nessa negociação tem o cara que sabe que você nem vale aquilo tudo, mas lhe convence do contrário e assume seu papel de reinvidicar o seu (o seu leitor) valor. E o que ele ganha com isso? Ganha um aumento no valor dele como defensor das causas de sua classe de valorização do profissional. Esse título lhe oferece uma projeção política, passa a ideia de que ele se preocupa com alguém (além dele, é claro) e lhe bonifica com um cargo poílitico de vereador, deputado ou outra função que lhe permite manter-se bem longe do que ele mais detesta na vida: trabalhar. Afinal, ele nasceu para a política... (sic)
E o mais interessante é que desde que o mundo é mundo sempre foi assim e as pessoas compram esse pacote com a certeza de que ele é o candidato que se preocupa com a causa. Com o tempo, as intenções se revelam, as pessoas se decepcionam e elegem outro mártir da causa que com o tempo se revela e aí.. bom, e aí vocês sabem o resto. 
Enfim, verdade é aquilo em que nos convém acreditar, não é mesmo?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Onde os "defensores dos direitos humanos (sic)" se perderam

Na década de 70, 80 e 90, os arautos dos direitos humanos (jornalistas, advogados, sociólogos, esquerdistas de toda ordem etc...) ganharam espaço na mídia com uma ferrenha oposição aos regimes autoritários. Os regimes caíram um após outro como num dominó. Depois vieram as mazelas sociais, que pipocaram na mídia quando o foco não era mais a repressão política. Mas o assunto bateu.
Era preciso fica na mídia e cumprir os 15 minutos de fama e, obviamente, projeção que gerava dinheiro.
Foi aí que se perderam, pois passaram a aparecer na mídia como paladinos da causa bandida e inverteram o discurso demonstrando (???) que se você parasse no sinal e tomasse um tiro na cabeça dado por um bandido a culpa era sua que não deu oportunidade aquela pessoa que, a exemplo mito do bom selvagem de Rousseau, era puro e bom, mas corrompido pelo meio que você criou e sustenta.
Só faltava ao final do discurso um “ bem feito” culpa sua. Ops...
Aí se perderam. A escalada da violência atingiu níveis absurdos na década de 90 capitaneada pelas drogas, pelos traficantes, pelos policiais e políticos corruptos e alimentadas pelos garotinhos de classe média que não eram viciados, fumavam maconha e cheiravam pó, mas podiam parar quando quisessem. Era uma versão ilegal do “bebo socialmente” e paro quando quiser.
Do Carandiru para cá, outros tantos massacres se seguiram sob o descaso da mídia, o desinteresse da classe política e anuência da sociedade. Sabe por que? Porque as pessoas atingiram um ponto de insensibilização. Ou seja, cansaram... E diante da notícia de mais X traficantes/bandidos (ou não) mortos em uma ação da polícia, respiram aliviadas e voltam ao jantar diante da TV.
E os defensores dos direitos humanos (sic) sem a mídia, perderam a razão e entenderam que deveriam ter buscado apoiar as famílias vítimas dos marginais. Isso talvez lhes garantisse, ainda hoje, mais alguns minutinhos de exposição nesse circo de horrores da vida real.

domingo, 6 de setembro de 2009

Dos direitos ao direito ter direito

Toda vez que vejo uma defesa ferrenha de direito de "minoria"(?), fico pensando em algumas coisas que, longe de me afastarem da nobreza da causa, servem de ponto de partida para compartilharmos o raciocínio a seguir. Há uma enfática defesa dos direitos dos índios, das mulheres, das crianças, dos idosos, dos negros e dos direitos humanos. Incomoda-me entender índios, mulheres, negros, crianças e idosos como algo externo à categoria dos humanos. Tenho a impressão de que a defesa ampla e efetiva dos direitos humanos dispensa a defesa de direitos específicos. Até porque o direito ao respeito e à vida, à educação e à saúde não me parecem ser direitos inerentes somente a um grupo delimitado por sexo, faixa etária e etnias.
A verdade é que tenho medo da setorizaçao dos direitos, pois me dá a azeda impressão de que esse grupo tem, mas o outro, ah.. esse eu já não garanto. Tenho medo de toda essa setorização que inclui, mas que também exclui, que corrige injustiça, mas também segrega quando legitima a diferença e, em nome da igualdade, legitimamos a desigualdade como base de ação.
Lembro Hegel e sua dialética. Vale a pena ler the logic of science em seu capítulo sobre causa e efeito. Vale a pena mesmo e ajuda a entender tanta coisa.
Quero levantar bandeiras como sempre fiz, mas quero levantar bandeiras sem destinatários escritos. Quero o direito à vida para todo mundo, o direito à educação para a criança, mas também para o idoso. E por que não para quem não se encontra nessas categorias, mas precisa de uma oportunidade para crescer? Desejo que todos tenham o direito à justiça e não sofram nenhum tipo de violência, a mulher, o homem, a criança, os idosos, os adolescentes e os animais.
Quero um direito e um mundo em que todos tenham o direito real de ter direitos. Essa é minha concepção de justiça.