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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Atualizando definições de respeito

Aprendi a respeitar profundamente as crenças individuais sejam elas quais forem e penso, sinceramente, que o fato de uma pessoa crer em algo que não me parece muito razoável não a torna errada e também não me torna superior por me parecer que aquilo em que creio é mais ajustado a minha razão. Lido com pessoas que adotam crenças, principalmente, políticas que me parecem tão desprendida da realidade, mas reconheço que elas se vinculam a uma razão própria dessas pessoas, mas não a minha. Enfim, respeito e não sinto necessidade nenhuma de mostrar que talvez estejam equivocados. Até porque não sei se estão equivocados dentro de suas lógicas pessoais.
Mas um dia conversando com um dos colegas que assumiu para si o papel de paladino por um mundo melhor (o mundo dele, é claro) e uma nova ordem mundial (baseada nas ideias dele, é claro) eu tive que atualizar minhas definições de respeito ao outro.

segunda-feira, 14 de março de 2016

O texto, o contexto e a má fé

Certa vez, eu conversava com um colega sobre literatura e falava do quanto admirava obras de alguns autores como Nelson Rodrigues. Ele torceu a cara e disse, Nelson Rodrigues é um machista. Fiquei surpreso com a afirmativa, pois pensei que a contextualização do autor era óbvia. Ao que eu completei que sim, que ele era machista, inclusive que Monteiro Lobato, provavelmente, era racista, que Wagner (compositor) era antissemita (Nietzsche também...) e que a bíblia era homofóbica no velho testamento (ainda mais se você focar em Levíticos, um livro escrito no século XV a.C...) Ah sim.. e que Zumbi talvez tenha tido escravos. E qual o problema de se ter tido escravos no século XVII?
Pois é... Retirar o texto e o fato de seu contexto é a maneira mais cruel de não se entender nada e sair propagando sua bela consciência social que o torna o melhor dos seres humanos que já pisaram na terra. Ah sim... E se recusar a acessar a ler o livro por causa da capa.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Diário de um macho


Aquele era um macho legítimo. Acordava pela manhã, cuspia no chão, arrotava, peidava e fazia aquele som de puxar o ar para dentro com biquinho e dizia "gostoooooosa" quando passava uma mulher. Isso, logo cedo. E logo cedo para ele era na hora do Globo Esporte. Afinal, macho que é macho não acorda antes das 11. Entrava no seu facebook e atualizava com fotos de mulheres nuas (ou seminuas), inseria testes para averiguar a macheza de qualquer um que quisesse se aproximar dele. Afinal, perto dele, ele só queria mulher pelada, mas muito mais do que isso, amigos machos. Mandava piadas para toda a sua rede sobre o que é ser macho, como é bom ser macho, como é supremo ser macho, ser macho é tudo de bom. Queria gritar do telhado a alegria de ser macho, mas isso não era coisa de macho.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

O médico, a faca e a estupidez

Às vezes, me assusta o rumo que as coisas tomam. Outro dia, vi uma pessoa argumentando que só se impressionaram com o assassinato do médico na lagoa porque ele era branco, classe média e morava na zonal sul. Afinal, milhares (sic) de pessoas morrem nas mesmas condições na zona norte dessa forma e ninguém fala nada (sic). 
Acho esse discurso tortuoso e de um preconceito às avessas. É como se legitimássemos o crime contra um grupo porque outros grupos sofrem coisas piores. Acho bizarro essa maneira de pensar e nem vale a pena argumentar com quem levanta essa ideia. Não vale a pena gastar o latim.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Por trás de um grande homem

E seu eu te dissesse que por trás de toda grande mulher, tem um grande homem. Um, dois, três... lá vem pedrada: machista, preconceituoso, sexista etc. Mas e se eu repito lugar-comum e digo que por trás de todo grande homem existe uma grande mulher. Bom, aí melhorou e soa como uma verdade, algo sensível vindo de alguém que saber valorizar a mulher. Mas espera aí, vincular a grandeza de alguém a outro só variando a questão de gênero não é só trocar o preconceito de lado.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Direito não é sinônimo de justiça


Toda vez que vejo uma defesa ferrenha de direitos de "minorias"(?), fico pensando em algumas coisas que, longe de me afastarem da nobreza das causas, servem como ponto de partida para compartilharmos o raciocínio a seguir. 
Há uma enfática defesa dos direitos dos índios, das mulheres, das crianças, dos idosos, dos negros e dos direitos humanos. Incomoda-me entender índios, mulheres, negros, crianças e idosos como algo externo à categoria dos humanos. Tenho a impressão de que a defesa ampla e efetiva dos direitos humanos dispensa a defesa de direitos específicos até porque contempla a todos sem rótulos ou restrições. Penso que o direito ao respeito e à vida, à educação e à saúde não seja algo inerente somente a um grupo delimitado por sexo, faixa etária e etnias.

sábado, 24 de setembro de 2011

Por uma questão de lógica, negros e mulheres são seres superiores a brancos e homens?


Há uma falha grotesca de raciocínio daqueles que defendem causas com paixão que lhes excede a lógica. Aprendi nas aulas de filosofia que “todo homem é mortal” (premissa maior), Sócrates é um homem (premissa menor), logo, Sócrates é mortal (conclusão). Isso é lógica.
Entretanto, quando um homem negro (ou uma mulher) ascende ao poder, como foi o caso de Barack Obama (e de Dilma Roussef), grupos étnicos e sexistas comemoram com ardor e louvores de que agora vai ser diferente. Afinal, temos um negro (ou uma mulher) no poder! 
Ora, se todos os homens são iguais, conforme apregoam esses grupos, logo um negro (ou uma mulher) é igual a todos os outros, logo, fará o mesmo que os outros e estará exposto às mesmas fraquezas que os outros brancos que lá estiveram. A história mostra exatamente isso: todos os homens são iguais mesmos em virtudes e defeitos que, felizmente, não escolhem cor de pele ou gênero. 
Se partimos do fato de que um negro ou uma mulher no poder será melhor do que um branco ou um homem, temos a negação da igualdade por pressupor a superioridade de um sobre o outro. Na verdade, o mesmo preconceito de cor ou gênero só que legitimado por outra parte. Ou seja, preconceito é bom quando não somos o objeto deste, ou quando a história nos legitima um direito de resgate ou mesmo vingança por injustiças praticadas algum dia.
Por uma questão de coerência e mesmo lógica, ou se sustenta um discurso racista e sexista ou se admite o mais razoável: seja um homem, uma mullher, um negro, um branco, um hetero ou um homossexual, todos são pessoas exatamente iguais e sujeitos às mesmas vilezas e nobrezas de todos os seres humanos. Somos uma casca que recebe rótulos. Por dentro, a matéria de que somos feitos é a mesma. Não deixe que os olhos o enganem, eles são traidores e entorpecem a razão.   

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Estamos prontos para amar o "imperfeito"?

Filhos são a maior lição de amor incondicional que a vida nos dá. A verdade é que ninguém quer filho doente mental, deficiente físico ou com um déficit intelectual, ou mesmo homossexual, ou feio... Enfim, trabalhamos com um padrão socialmente programado de filhos belos, inteligentes, perfeitos, heterossexuais e bem sucedidos na vida quando adulto se tornarem. Mas isso é um padrão, não uma realidade. 
O fato é que a vida nos dá filhos fora desse padrão exatamente para aprendermos que as limitações ou as diferenças são lições de amor. Amar o que é belo e perfeito é muito fácil, amar o amigo é muito fácil, difícil é amar o inimigo, é amar o feio, o imperfeito, o que margina ao padrão de ideal.
Mas a vida prega peças e nos ensino que se não estamos preparados para amar o que foge ao padrão, definitivamente, não estamos preparados para amar ninguém. Condicionamos a capacidade de se doar a um padrão preparado pela sociedade e que nos foi imposto desde tempos em que nem sabíamos o que era padrão ou sociedade.
Mas é assim. Digo isso, por que me choquei quando vi um juiz da infância dizendo na TV que o maior entrave para adoção são as exigências que as pessoas fazem e entre elas, chocou a de não quererem crianças negras ou que apresentem algum problema. Querem um "produto" perfeito, senão devolvem. Fico pensando... será que quem exigem tanto tem direito de adotar alguém? Acho que não.
Mais ou menos assim seguem as coisas com os filhos... Todos querem filhos biológicos perfeitos dentro de padrão de qualidade socialmente aceito desde o nascimento até sempre. Mas as coisas não são assim.

Eu sempre me pergunto, será que as pessoas estão preparadas para amar alguém?
Não sei, não sei mesmo.

sábado, 28 de maio de 2011

Kit-Gay(?): Tudo é uma questão de como se fala

A polêmica da semana foi o veto da presidente Dilma ao Kit educacional contra a homofobia, logo apelidado de Kit-Gay. Acho que se o objetivo era escrachar, chegamos a um passo de denominar o material de Kit-Viado, Kit-Bicha ou mesmo Kit-Baitola para atender ao regionalismo que o termo tem e não excluir os nossos amigos do Nordeste. 
O problema em questão, definitivamente, não é o que se fala, mas como se fala e a quem se fala. No meio da discussão não me ficou claro a quem se destinava propriamente o Kit. A Crianças? Aos adolescentes? Aos professores e educadores? Não entendi direito e por isso não me perderia em especulações sobre o público-alvo do material. Vou à questão central: o que se fala.
Acho que devemos abordar todos os assuntos na escola: homossexualismo, drogas, pedofilia, crise econômica. Enfim, escola é espaço de livre pensamento e formação. O problema é a maneira como isso está sendo abordado: "- Olha, hoje, vamos falar sobre os homossexuais." "Olha, Não pode discriminar, não pode debochar, não pode olhar estranho, pois eles são seres humanos..."
Não conheço o kit muito além do que a mídia apresentou, como já disse antes, mas essa me parece a pior metodologia para se abordar a questão. O tema tem que surgir espontaneamente e abrir o debate que não deve se estender como um gancho para o professor de uma matéria ou de outra em seu conteúdo. Todavia, a questão é: Como lidar com isso quando muitos dos professores trazem consigo um baita preconceito porque sua religião ou seja lá o que for diz que Deus disse (em pessoa para um cara que escreveu isso em um livro) que homossexuais são anormais? Ou quando o aluno chega em casa e vê o pai emitindo esse tipo de opinião?
Desse jeito, não dá. O preconceito tende a diminuir sim (como tem sido desde que eu lembro em minha adolescência até hoje, já há uns 30 anos nisso), mas reduziu na medida em que fatos relacionados ao tema começaram a emergir na mídia e no dia-a-dia das pessoas. O debate brota naturalmente disso e aí está a deixa para se falar naturalmente do fato.
E, para aqueles que abominam o homossexualismo, vai uma dica: - Olha, se seu filho (ou filha) tiver tendências homossexuais, ele(a) será, independente de você querer ou não. 
Dessa forma, trabalhe para que ele não seja um canalha ou para que não julgue as pessoas por sua cor, religião ou opção sexual. No mais, não podemos interferir muito.


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Você é fogo, eu sou paixão...

Existe uma coisa chamada Noa. Um professor meu da PUC/MINAS, lá nos anos 90, me falou, certa vez, que isso é um termo usado para definir tabus lexicais, ou melhor, palavras que são carregadas de preconceito nos meios sociais. É aquele caso de pessoas que não falam a palavra desgraça ou câncer, por exemplo. As pessoas substituem os nomes como se fosse uma maneira de as coisas desaparecerem... Mas não desaparecem, pois nomes são rótulos. E só. O conteúdo é o que os define.
Tudo que se refere a sexo é cercado de Noas. Uma das expressões que mais criam inconvenientes é aquela que usamos quando queremos ter um momento de carinhos mais íntimos com a nossa parceira. Transar é um termo muito adolescente, fazer sexo parece coisa de biólogo, bimbar parece coisa de funkeiro, trepar parece coisa de ator pornô, ter relações parece coisa escusa, ilegal... ir para cama parece coisa de gente antiga, brincar parece coisa de Macunaíma...
Resta ainda o suave e meigo fazer amor. Acho que é um termo muito amplo para definir somente o sexo. Até porque nem sempre fazemos amor e sexo ao mesmo tempo. E, de mais a mais, o Vando acabou com o meu romantismo da coisa com aquela história de quando tão louca, me beija na boca, me ama no chão.
Daquela época em diante, nunca mais consegui ouvir essa expressão e não imaginar uma cama redonda, luzes vermelhas na parede, luzinhas de neon no chão, colcha de oncinha, almofadas em formato de coração, espelho no teto e uma radio bem chulé tocando “meu iaiá, meu ioiô...”

sábado, 11 de outubro de 2008

Sempre procurando um cabelinho em ovo.

Toda polêmica vã assenta-se na vaga deixada pela inteligência.

Outro dia li em um blogue (na sala de Justiça) que a associação de cegos dos EUA irá apresentar um protesto contra o filme "Ensaio sobre a cegueira", do cineasta Fernando Meirelles baseado no romance de José Saramago. A alegação? Denigre a imagem do cego e o apresenta como alguém desorientado e desorganizado. Isso não contribui para o combate ao preconceito contra o deficiente visual (cego é o cacete!!! Que fique bem claro).

Bom... é o famoso caso de não vi o filme e não gostei. (argh! Humor negro... desculpem!)
Vez por outra aparece uma história dessa... Aparece um cara tentando proibir o uso da música "olha a cabeleira do Zezé" por ela fazer apologia à homofobia e à estigmatização da diversidade sexual. Ou mais, um sujeito tentando proibir "atirei o pau no gato" por considerar que trata de apologia aos maus tratos aos animais... Caramba! Abomino todo preconceito, seja homofobia ou qualquer outro e, simplesmente, acho que lugar de gente que maltrata animais é em uma cadeia com um monte de bandido sodomizando o desgraçado.
Mas espera aí... eu cantei atirei o pau no gato e nunca levei isso a sério. Assim como cantei quando criança "o sapo não lava o pé" e nunca me passou pela cabeça, mesmo na mais tenra idade, discriminar os sapos devido a seus precários hábitos de higiene.
Ao invés rebater, dessa vez, vou entrar na paranóia e sugiro os seguintes processos judiciais:

Proibir:
Rapunzel.
Razão:
Apologia à manutenção de pessoa em cárcere privado, sequestro..

Proibir:
A música "o teu cabelo não nega".
Razão:
Crime de racismo.

Proibir:
Os três porquinhos
Razão:
Apologia à tentativa de homicídio e/ou lesão corporal
Apologia aos maus tratos de animais.

Proibir:
Cinderela/Branca de Neve
Razão:
Apologia ao comércio de produto de "hortifruti" contaminado.
Apologia ao serviço escravo (tanto da parte dos anões quanto da madrasta). Em se tratando da madrasta, acrescentemos o cárcere privado

Proibir:
Música de "Parabéns" (parte do com quem será)
Razão:
A repetição do "com quem será" e do "vai depender" representa um tipo de coação/constrangimento ilegal que, muitas vezes, atenta contra a manifestação do livre arbítrio dos citados na musiquinha. Substitua-se doravante aquela parte por "lá, lá, lá..."

Cabe numa ação coletiva determinar por liminar judicial que a Xuxa pare de se referir às crianças como baixinhos e adote a denominação "seres humanos/cidadãos em processo incipiente de formação". Sendo assim, torna-se mister a retirada de todos os DVS "Xuxa só para baixinhos" até a susbtituição dos títulos por "Xuxa só para seres humanos/cidadãos em processo incipiente de formação"

E sabe o que é pior ? Tem gente que vai levar isso a sério...

Em tempo:
Viu por que eu modero comentários... Tenho paciência, mas não muita.