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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Significado das expressões I - pregar a palavra de Deus

A insistência incômoda de alguns religiosos em nos converter nos dão a ideia mais exata da expressão “pregar a palavra de Deus.” Um prego, um martelo, uma superfície sólida e a ideia fixa de que uma coisa vai entrar dentro de outra nem que seja à base de muita porrada.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Você é fogo, eu sou paixão...

Existe uma coisa chamada Noa. Um professor meu da PUC/MINAS, lá nos anos 90, me falou, certa vez, que isso é um termo usado para definir tabus lexicais, ou melhor, palavras que são carregadas de preconceito nos meios sociais. É aquele caso de pessoas que não falam a palavra desgraça ou câncer, por exemplo. As pessoas substituem os nomes como se fosse uma maneira de as coisas desaparecerem... Mas não desaparecem, pois nomes são rótulos. E só. O conteúdo é o que os define.
Tudo que se refere a sexo é cercado de Noas. Uma das expressões que mais criam inconvenientes é aquela que usamos quando queremos ter um momento de carinhos mais íntimos com a nossa parceira. Transar é um termo muito adolescente, fazer sexo parece coisa de biólogo, bimbar parece coisa de funkeiro, trepar parece coisa de ator pornô, ter relações parece coisa escusa, ilegal... ir para cama parece coisa de gente antiga, brincar parece coisa de Macunaíma...
Resta ainda o suave e meigo fazer amor. Acho que é um termo muito amplo para definir somente o sexo. Até porque nem sempre fazemos amor e sexo ao mesmo tempo. E, de mais a mais, o Vando acabou com o meu romantismo da coisa com aquela história de quando tão louca, me beija na boca, me ama no chão.
Daquela época em diante, nunca mais consegui ouvir essa expressão e não imaginar uma cama redonda, luzes vermelhas na parede, luzinhas de neon no chão, colcha de oncinha, almofadas em formato de coração, espelho no teto e uma radio bem chulé tocando “meu iaiá, meu ioiô...”

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

As coisas e os sentidos das coisas

Um dia, eu estava assistindo a uma entrevista na TV e o cara falava sobre o significado de alguns nomes próprios. Lembrei dos filmes de caubóis em que o índio se chamava, Chewabo, e os seus pares sempre explicavam que aquele nome significava “guerreiro bravo e selvagem que luta sem armas na lua cheia e/ou minguante com honra e perseverança por uma causa nobre dos seus irmãos que morreram em outras batalhas”. E eu ficava pensando:
- Caramba, que poder de síntese.. !!
Tudo isso numa palavra só.
Acho que foi por conta desse poder de síntese que algumas tribos entraram em extinção.
Explico...
Chegou-se a um ponto tal que, para o líder da tribo dar uma bronca, ele só olhava e falava: Ó...! e todos já entendiam seu sermão sobre a virtude, a honra, a sensatez e a presença de um deus imenso e bondoso que cuidava de todos. Num estágio evolutivo posterior, era só uma levantada de sobrancelha e os demais se prostravam de joelhos.

Era um silêncio ensurdecedor.
Com o passar do tempo, sem ter muito o que falar, ou quando se tinha resumia-se a tão pouco que todos morreram.. de tédio.
Mas, tudo isso é para falar que, nessa busca por explicar os nomes, surgem coisas absurdas e que me fizeram perder um pouco do gosto por etimologia (estudo da origem das palavras) muito cedo. Vez por outra aparece um jornalista explicando que uma palavra se origina em uma outra expressão ou apresentando uma história mirabolante de um vocábulo. No fundo, é um chute atrás do outro, mas que, às vezes, é uma historinha tão bem bolada que a gente sai repetindo por aí com ares de verdade universal.
Bom, salvo raríssimas exceções, esquivo-me com freqüência de etimologias e assumo que uma palavra significa o que ela quer dizer ali, no contexto. Já gostei de contar casos como o de morcego , que vem do latim mus (rato) e cecus (cego) porque os antigos romanos acreditavam que morcegos eram ratos que envelheceram e criaram asas . Mas, sabe de uma coisa? Enjoei.
Continuo gostando das historinhas, mas para mim, hoje, morcego é um mamífero que se parece com o rato e que voa. (ponto final)


P.S.: A coisa mais absurda que já ouvi foi que a expressão popular "cuspido e escarrado", usada para se referir à semelhança entre pessoas, vinha do termo “esculpido em carrara”. E aí eu pergunto: desde quando quando alguém que é igual ao outro parece com uma estátua de mármore carrara do outro? A idéia original é esculpido (semelhante fisicamente) e encarnado (semelhante no jeito de ser, na alma).. Por favor, sem cuspir ou escarrar em ninguém...

Aí... de lá para cá, perdi o gosto pela coisa.