Sabe o que significa a frase Carpe Diem, de Horácio? Acho que todo
mundo sabe. “Aproveite o dia”. Digo
que sou de uma geração que, tendo sido obrigada a assistir ao filme Sociedade
dos Poetas Mortos, aprendeu cedo. A ideia do poeta é aproveitar o dia. Mas
o conceito é bem vago, uma vez que aproveitar é algo relativo. Alguns podem
considerar aproveitar ao máximo, se entupir de alguma substância tóxica e ficar
loucaço, outros, comendo desesperadamente, dormindo o tempo todo e não fazer
nada. Mas isso não é aproveitar, isso é hedonismo destrutivo.
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Estatística... 1 em cada 3 se preocupa com isso

terça-feira, 8 de maio de 2012
Nada mais do que sua obrigação
Uma das frases mais eficientes para matar qualquer boa vontade futura é essa: não fez mais do que a obrigação (normalmente, falada às escondidas após o favor prestado). Muitas vezes, esquecemos que ainda que seja obrigação é algo que poderia não ser feito e nos deixar numa situação complicada.
Há ainda outro fator agravante. A ideia de obrigação envolve desde o conceito de função profissional até a tênue ideia de gratidão (ou suposta gratidão que deveria existir por algo feito com interesse de retorno). Um funcionário público que o atende e demonstra interesse em resolver o seu problema cumpre sua obrigação até o momento em que ele o atende. A parte do interesse dele deve ser vista como o excedente da obrigação, afinal, o problema é seu, não dele.
O colega que lhe presta um favor está excedendo a sua obrigação ainda que você tenha salvo sua vida de terríveis dragões assassinos que o cercaram em uma esquina escura. Lembre-se, a função de seu colega não é prestar favores, nem a sua de salvar pessoas de dragões assassinos que existem em todas as esquinas.
O grande mal das pessoas é fazer e usar tudo como moeda de troca. A partir daí, decorrem as decepções e desentendimentos. Frases do tipo “eu fiz tudo por fulano e quando precisei ele me negou ajuda”. Pois é.. é exatamente isso. Avisasse então, olha, estou lhe fazendo esse favor e ele equivale a X, por isso, faça o favor, assine essa promissória, quando você quitar eu dou baixa.
Não conte nunca com a consciência humana. Faça as coisa pela sua consciência e você vai se poupar muitas decepções desnecessárias.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Das coisas que eu falo e das que você entende
Existe um universo de informações e "verdades" entre o que eu falo e o que você compreende. Quisera eu que tudo que eu dissesse chegasse a você como realmente o foi dito. Mas não é assim.
As pessoas entendem as coisas como querem e, muitas vezes, como sua próprias mazelas psicológicas a levam a entender. Certa vez, vi uma mulher fazer um discurso panfletário sobre o racismo porque um dia, ela estava em uma festa, e um convidado perguntou a ela onde pegava uma bebida. Ela, mulher, negra, ex-favelada (e muito complexada disso tudo). Ficou irritada, pois entendeu que o homem tinha dezenas de pessoas para solicitar a informação, mas perguntou para ela só para humilhá-la. Hã.. Como assim? Não foram dados mais detalhes, mas creio que se houvesse algum que justificasse sua argumentação ela os teria dado e enfatizado ao extremo. O fato é que ela não percebeu que o preconceito, o complexo de inferioridade, os recalques, as neuroses e até mesmo a agressividade estavam todos com ela.
Esse é um exemplo de com o o sentido se constrói no indivíduo e quanto mais “doente” o indivíduo, mais torto o sentido. É como se fosse uma luz que passa por uma lente que quanto mais deformada, mais altera as imagens.
Isso não nos isenta de tomar cuidado como o que falamos e com quem falamos, mas nos libera de nos estressarmos com a insanidade do outro. Se distorcem o que você fala, vão distorcer o que qualquer pessoa fala. O problema é com você naquele momento, mas o cara que deturpa o que ouve é um problema para ele, para a vida toda.
sábado, 13 de agosto de 2011
Tragédia em um ato: a insuportável felicidade
Clara era tão feliz, sua vida era tão certinha que, às vezes, dava-lhe uma angústia permeada de um sentimento de compaixão. Como podia ela ser tão feliz em mundo com tanta infelicidade. Como poderia suportar um marido que não tinha amante, não lhe batia, nem ao menos chegava em casa embriagado de madrugada. Mas era isso. Nada lhe restava para lamentar nas reuniões de amigas. Nunca precisara de um ombro para chorar e lhe dizer: Clara, esse homem não te merece. Nada. Nada.
Nada lhe faltava, amor carinho, atenção, dinheiro... Nada, nada... Os filhos, perfeitos, como a natureza prouvera, eram jóias às quais se dedicava. Já na adolescência, só traziam orgulho para casa. Os filhos das amigas davam os desgostos tradicionais, as rebeldias, as drogas, as más companhias, enfim, o pior da idade. E ela se via relegada ao silêncio quando as mães choravam as suas amarguras. Sentia-se covarde e envergonhada de usufruir de tanta paz no meio de tanto desequilíbrio. Um dia, numa bela manhã de domingo, saiu para fazer uma caminhada, num arroubo de culpa jogou-se debaixo de um caminhão. Morreu no local. Em seu bolso, um bilhete sujo de sangue trazia um recado, últimas palavras, escrito a lápis: morro porque não suporto tanta felicidade.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Mataram Bin Laden - e daí?
Outro dia, em um aula de comunicação e expressão, um aluno me perguntou sobre o efeito da morte de Bin Laden, pois o tema em discussão era terrorismo. Veio-me a metáfora logo de cara e perguntei a ele: - Você acha que se matassem o Ronald MacDonalds, eles pararia de vender Bic Mac? Todos riram e entenderam aonde eu queria chegar.
Bin Laden era um ícone e ponto final. Uma justificativa para os bilhões de dólares que os EUA gastaram na busca do terrorista internacionalmente conhecido. E só isso. A Al Aaeda virou uma espécie de franquia nessa primeira década do século XXI. Sabe? Boticário, Cacau Show, Al Qaeda... Os caras saem cometendo atentado e para fins de marketing assumem como a Al qaeda, mas os próprios serviços secretos já reconheceram que os terroristas perderam o controle sobre isso. Talvez a Al qaeda devesse registrar a marca, talvez devesse abrir ações na bolsa, talvez devesse tentar até o ISO 9000, talvez...
Bin Laden foi mal assessorado. Poderia ter se escondido em qualquer lugar, raspado a barba, assumido outro nome.. Sei lá. Aqui no Brasil, por exemplo...
Bin Laden era um ícone e ponto final. Uma justificativa para os bilhões de dólares que os EUA gastaram na busca do terrorista internacionalmente conhecido. E só isso. A Al Aaeda virou uma espécie de franquia nessa primeira década do século XXI. Sabe? Boticário, Cacau Show, Al Qaeda... Os caras saem cometendo atentado e para fins de marketing assumem como a Al qaeda, mas os próprios serviços secretos já reconheceram que os terroristas perderam o controle sobre isso. Talvez a Al qaeda devesse registrar a marca, talvez devesse abrir ações na bolsa, talvez devesse tentar até o ISO 9000, talvez...
Bin Laden foi mal assessorado. Poderia ter se escondido em qualquer lugar, raspado a barba, assumido outro nome.. Sei lá. Aqui no Brasil, por exemplo...
Se bem que, há tempos atrás, eu comprei uma bolsa Victor Hugo para minha esposa na 25 de março em São Paulo que me foi vendida por um cara magrinho, com sotaque árabe, sem barba, me chamou de “Brimo” e e falou que era "baratinha, baratinha" na mão dele.. Sei não... Aquele cara parecia o Bin Laden sem barba.
Meu Deus, acho que comprei uma bolsa falsificada da mão do maior terrorista do mundo...
Se bem que a bolsa não descolou, é igualzinha a original, minha esposa ficou toda alegrinha e só me custou 50 reais.
Deixa quieto então, pra que denunciar o cara, coitado.
Meu Deus, acho que comprei uma bolsa falsificada da mão do maior terrorista do mundo...
Se bem que a bolsa não descolou, é igualzinha a original, minha esposa ficou toda alegrinha e só me custou 50 reais.
Deixa quieto então, pra que denunciar o cara, coitado.
P.S.: Outro lugar em que o Bin Laden poderia ter se escondido é na sala de troféus do Vasco. Ninguém vai lá há anos. (Não poderia perder a piada, né..). Faltou assessoria para o cara, né..
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
E-mails de powerpoint, correntes e outros webchatos
Abri o programa de e-mails como faço todas as manhãs.
Passei a vista nos primeiros, mais um, mais outro, mais um...
Os e-mails são sempre uma surpresa previsível. Fico pensado por que o cara do outro lado do teclado acha que eu quero aumentar meu pênis, emagrecer, fazer um empréstimo em condições maravilhosas, me comover com anjinho, doar para uma campanha de um menino que tem uma doença rara que faz com que ele cuspa sem parar e se desidrate até morte, ou mesmo uma corrente que deve ser enviada para mais 20 pessoas senão vai acontecer com você o mesmo que aconteceu com um fazendeiro da Nova Zelândia que não enviou e foi atingido por um fragmento de satélite artificial em sua costas quando tomava banho de sol ou uma dona de casa na Sibéria quebrou a corrente e teve seus braços decepados por um aparelho de barbear descontrolado enquanto usava o vaso sanitário.
E aquelas mensagens de esperança que começam com UM DIA...??
Aí vem outro slide de powerpoint..
UM HOMEM CAMINHAVA POR UMA RUA...
E lá vem outro slide com letrinhas que escorregam e, ao fundo, um pôr-do-sol...
QUANDO ENCONTROU UMA CRIANÇA...
Agora as letrinhas caem e o slide tem como fundo um cachorrinho...
E O HOMEM PERGUNTOU... POR QUE CHORAS?
Bom, esse cara não cogitou a possibilidade de o menino dizer: NÃO É DA SUA CONTA. Claro que não, o mundo de slides de powerpoint é sempre lindo e cheio de lições de vida, fotos de anjinhos e bichinhos que nos enternecem. Além das letrinhas que caem, rolam, piscam e distraem as pessoas, uma vez que aquilo não tem conteúdo nenhum.
Mas eu gosto mesmo é dos novos métodos de assalto.
O e-mail sempre começa com
Assunto: FW;FW; U R G E N T E !!! PASSE PARA TODOS A QUEM VOCÊ AMA, NÃO É BRINCADEIRA!!!
Esse tom de ameaça me encanta.
Logo após vem o texto: Há uma nova forma de assalto. Uma funcionária de banco em Belo Horizonte estava saindo de seu carro quando foi abordada por um outro carro que abriu a janela e dois rapazes vestidos de preto lhe pediram uma informação. Quando ela foi dar informação um dos rapazes retirou um chocolate baton do bolso e começou a falar suavemente e com voz enigmática “compre baton, compre baton...” balançando-o em movimentos compassados diante de seu rosto. Em alguns segundos, a mulher perdeu a consciência. Horas mais tarde, ela acordou inconsciente na banheira de sua casa (e olha que ela nem tinha banheira e morava em apartamento e não em casa) cheia de espuma em volta e havia um aviso escrito no espelho: capturamos seu Chiuaua para fazer sabão (e olha que ela nem tinha cachorro). Não chame a polícia. Sabemos quem você é e onde te encontrar.
Não é mentira. Esses bandidos não respeitam ninguém, roubam o que é seu mesmo que você não tenha. Passe esse e-mail para o maior número de pessoas para que elas fiquem cientes desse novo golpe na praça.
Sinceramente, não paro mais para dar informação e nem como mais baton.
Cruz credo!
Passei a vista nos primeiros, mais um, mais outro, mais um...
Os e-mails são sempre uma surpresa previsível. Fico pensado por que o cara do outro lado do teclado acha que eu quero aumentar meu pênis, emagrecer, fazer um empréstimo em condições maravilhosas, me comover com anjinho, doar para uma campanha de um menino que tem uma doença rara que faz com que ele cuspa sem parar e se desidrate até morte, ou mesmo uma corrente que deve ser enviada para mais 20 pessoas senão vai acontecer com você o mesmo que aconteceu com um fazendeiro da Nova Zelândia que não enviou e foi atingido por um fragmento de satélite artificial em sua costas quando tomava banho de sol ou uma dona de casa na Sibéria quebrou a corrente e teve seus braços decepados por um aparelho de barbear descontrolado enquanto usava o vaso sanitário.
E aquelas mensagens de esperança que começam com UM DIA...??
Aí vem outro slide de powerpoint..
UM HOMEM CAMINHAVA POR UMA RUA...
E lá vem outro slide com letrinhas que escorregam e, ao fundo, um pôr-do-sol...
QUANDO ENCONTROU UMA CRIANÇA...
Agora as letrinhas caem e o slide tem como fundo um cachorrinho...
E O HOMEM PERGUNTOU... POR QUE CHORAS?
Bom, esse cara não cogitou a possibilidade de o menino dizer: NÃO É DA SUA CONTA. Claro que não, o mundo de slides de powerpoint é sempre lindo e cheio de lições de vida, fotos de anjinhos e bichinhos que nos enternecem. Além das letrinhas que caem, rolam, piscam e distraem as pessoas, uma vez que aquilo não tem conteúdo nenhum.
Mas eu gosto mesmo é dos novos métodos de assalto.
O e-mail sempre começa com
Assunto: FW;FW; U R G E N T E !!! PASSE PARA TODOS A QUEM VOCÊ AMA, NÃO É BRINCADEIRA!!!
Esse tom de ameaça me encanta.
Logo após vem o texto: Há uma nova forma de assalto. Uma funcionária de banco em Belo Horizonte estava saindo de seu carro quando foi abordada por um outro carro que abriu a janela e dois rapazes vestidos de preto lhe pediram uma informação. Quando ela foi dar informação um dos rapazes retirou um chocolate baton do bolso e começou a falar suavemente e com voz enigmática “compre baton, compre baton...” balançando-o em movimentos compassados diante de seu rosto. Em alguns segundos, a mulher perdeu a consciência. Horas mais tarde, ela acordou inconsciente na banheira de sua casa (e olha que ela nem tinha banheira e morava em apartamento e não em casa) cheia de espuma em volta e havia um aviso escrito no espelho: capturamos seu Chiuaua para fazer sabão (e olha que ela nem tinha cachorro). Não chame a polícia. Sabemos quem você é e onde te encontrar.
Não é mentira. Esses bandidos não respeitam ninguém, roubam o que é seu mesmo que você não tenha. Passe esse e-mail para o maior número de pessoas para que elas fiquem cientes desse novo golpe na praça.
Sinceramente, não paro mais para dar informação e nem como mais baton.
Cruz credo!
sábado, 24 de outubro de 2009
Psiquiatras, psicopatas e testes psicotécnicos
Poucas coisas são tão sem pé nem cabeça quanto os testes psicotécnicos que fazemos em exames de trânsito. A examinadora lhe dá um papel, uma instrução quanto ao desenho que deve ser feito e você segue o que o instrutor da auto-escola lhe ensinou para não pensarem que você é maluco: Se desenhar bonequinho, faça um chão, se fizer uma árvore, faça o chão... Ah se fizer uma flor, desenhe o chão. Por fim, concluo... malucos não sabem desenhar chão. Nunca entendi a lógica disso.
E se eu desenhasse um sujeito esquartejado por um machado ao lado de uma árvore, sangue para todo lado, pessoas correndo ao fundo e um cara vestido de Jason.. Será que eu colocar o chão faz diferença?
Certa vez, vi, em um livro, um teste de borrões e enxerguei um borrão que parecia o clip da música crazy, num segundo momento pensei em uma borboleta, depois pensei em uma máscara daquelas do carnaval de Veneza. Fiquei pensando será que daí posso deduzir que tenho tendências a roqueiro ou a carnavalesco performático. A segunda hipótese decepcionaria minha esposa.
O fato é que não sei se me enquadro no grupo dos normais ou no grupo dos psicopatas incuráveis e altamente nocivos à sociedade, mas nem me aprofundo nessa reflexão. Só sei que li, outro dia, que um em cada três homens apresenta tendências à psicopatia... Por prevenção e cuidados de auto-preservação, quando entro com mais dois caras para uma reunião em um lugar fechado, fico perto da porta....
P.S.: É igual ao sistema de cartões em um banco, ele manda eu inserir o cartão, digitar os dados, retirar o cartão, escolher a operação e inserir o cartão de novo. Confirmar a operação, inserir o cartão de novo. Será que eles pensam, na paranóia de segurança, que bandidos só sabem enfiar o cartão uma vez na máquina?
sábado, 17 de outubro de 2009
Os males de sempre dizer "sim"

Sabe quando perdemos um amigo? Não é quando dizemos "não", mas quando dizemos "sim" quando deveríamos ter dito "não". Temos uma eterna (e vã) esperança de estarmos bem com todos o tempo todo e por causa disso vivemos violentando a nós mesmos e amargando o imenso fracasso de nunca conseguirmos essa proeza.
O "sim" é movido pelo eterno medo de não gostarem da gente, mas nos esquecemos de que já não gostam ou, quando muito, são indiferentes. E se gostam de verdade, não é um "não" que irá mudar isso de uma hora para outra.
Mas não é que, ainda assim, lutamos para ficar tudo bem, o tempo todo com todo mundo e persistimos no "sim". E nunca se esqueça de que, se você diz um milhares de vezes "sim", isso não te exime de, ao primeiro "não", ser rebaixado à classificação de um dos piores seres humanos da face da terra. O "sim", independente da quantidade de vezes que seja proferido, nunca, mas nunca mesmo, redime sua alma.
Precisamos nos libertar dessa doença do sim e proferir o "não" bem alto, liberto, libertador. Aquele "não" que traga em sua essência todos os limites que queremos que existam entre nós e o resto de nossa espécie, seja mãe, irmão, filho, pai, espírito santo e amém. E que sigamos sem ter medo, sem preocupação, sem ansiedade, num eterno movimento de "foda-se" que, este sim, nos faz mais feliz e nos liberta em definitivo.
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