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sexta-feira, 9 de abril de 2010

O difícil e impensável caminho do meio

Como é difícil para algumas pessoas entenderem que os extremos são o maior inimigo de todo equilíbrio. As pessoas não percebem que a balança só se equilibra quando o peso que pende de um lado, pende com a mesma intensidade do outro. Digo isso porque conversei com uma colega que enfatizava o absurdo de deixar os filhos verem TV. Discorreu sobre os imensos malefícios de TUDO sem exceção que passa na telinha. A televisão é a grande responsável pelos males do mundo para ela.
Um pouco de reflexão é o suficiente para vermos que isso não é verdade e que se há coisas ruins, também há as boas que, felizmente, nos últimos tempos, vêm aparecendo nas TVs por assinatura e mesmo nas TVs abertas. Mas o caminho do meio é insustentável (não tanto como a leveza do ser, mas ainda assim in-sus-ten-tá-vel). É melhor proibir o filho de ver do que abrir um diálogo que lhe dê discernimento, é melhor não falar sobre sexo, pois a vida ensina; é melhor não tocar no assunto drogas para não despertar a curiosidade; é melhor criarmos filhos para um mundo que nós julgamos perfeito e seguro embora saibamos que esse mundo não existe.
Mas, quando eles abrem a porta da vida adulta e retornam do país das maravilhas, o que vêem é algo completamente diferente: um mundo feio, com gente má, que transgride e mostra ao vivo e em cores tudo aquilo que papai e mamãe proibiram de ver na TV. Um mundo em que não haverá mais tempo para desenvolver aquele discernimento que poderia ter nascido lá na frente da TV e com muita conversa com os pais.
E aí, lamentamos a perda da grande oportunidade que tivemos de formar pessoas capazes de ver de tudo, avaliar e filtrar o que há de melhor e descartar o pior.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A vaidade e a estupidez humana

A vaidade é o portal de todas as fraquezas, pois conduz a estupidez entorpecendo a capacidade de análise. Já trabalhei com pessoas que, em troca de elogios e reverências, mantinham ao redor de si a nata do despreparo, mas uma "nata" (sic) que se apresentava sempre pronta para lhes reverenciar aplausos e louvores ao menor sinal de suas presenças.
O risco que corre o vaidoso é o de construir uma mansão sobre varas de uma palafita e lhe foge a percepção de que, quem vende os elogios e admiração os faz a ele ou a qualquer outro que se encontre no alto da montanha. Até que a montanha venha a ruir e se torne uma planície. E, as pessoas se esquecem de que até as montanhas podem passar por esse processo.
O mais difícil para a maioria das pessoas é realmente, no topo da montanha, não deixar se seduzir pelos alisadores de ego. Eles vivem disso e é isso que os mantém onde estão. São como carpideiras, choram, mas porque são pagos para tal. E se trocam o defunto, choram de novo, pois essa é a sua função.
Somente a elevação e o desprendimento do espírito nos tornam imunes a isso. A experiência pela dor e o desprendimento do espírito como caminho de uns poucos afortunados. Eu não conheço nenhum ainda, mas sei que deve existir (ou já existiu). 
Sou da filosofia de que espírito é igual a aço de espada. Forja-se com muito fogo e muita porrada de martelo em cima.

sábado, 24 de maio de 2008

Eu quero uma cota para mim

É. Enchi. Não vou mais falar dos comentários completamente estúpidos que as pessoas escrevem nos blogues, mas a pesquisa do comentário mais escroto continua. Se for possível, dê sua opinião. Ela é muito importante para nós (Sempre quis escrever esse slogan de caixa de sugestões em algum lugar... Só não sabia onde).
O fato é que, cada dia, vemos um processo de loteamento social em nome do politicamente correto. Ei, caro colega, não sou racista, nem discordo disso, acho que cada um deve defender o seu interesse ainda que os outros o considerem o mais esdrúxulo que há. O que ora reinvindico é uma cota para mim. Ué, por que não? Há cotas para negros, cotas para portadores de necessidades especiais, cotas para índios, cotas para idosos, cotas para alunos de escolas públicas, cotas para mulheres (em partidos políticos). Os políticos já introduziram há algum tempo a cota para seus parentes que uns mal intencionados chamam de nepotismo, que pecado!
Recentemente, um grupo gay da Bahia propôs uma cota para homossexuais no serviço público. Aí eu acho que complica. Se definir quem é negro é difícil, definir quem é gay então... huummm Não vai dar certo. Corre o risco de, se for aprovado o projeto de lei, termos a seguinte situação:

Concurso público 2009
Entrevista eliminatória

- Estou vendo que o você é doutor em Administração em Harvard, fala três idiomas, tem 10 anos de experiência em multinacionais, mas infelizmente...
- Infelizmente o quê?
- Infelizmente, o senhor não é gay.
- Hã...?
- É. Essa vaga é para a cota de gays.
- Mas eu...
- Desculpe senhor, regras são regras.
- Mas e o meu currículo... eu preciso desse emprego.
- Sr... o senhor não se enquadra nas cotas.
- Mas eu sou meio gay...
- Tem que ser inteiro.
- Eu gosto da Sher, da Madonna...
- Não basta.
- Eu fazia cover do Menudo quando garoto.
- Não é conclusivo.
- Olha, fui criado pela minha avó, sou filho único, adoro usar blusas baby look...
- Por favor, senhor, não apele.
- Quando eu era garoto, eu, eu, eu... eu fazia trenzinho com os moleques e queria sempre ser a locomotiva.
- Senhor, não ofenda minha inteligência... seguranças, tirem-no daqui.
- Os seguranças o retiram da sala que quando arrastado ainda tem tempo de gritar:
- Eu acho o Rodrigo Santoro um gato, eu juro, eu juro...

Pois é... o que me incomoda é não ter uma cota para mim. Calhei de não ser negro (embora tenha tias mulatas, não fui agraciado com um cabelo carapinha, nem pele escura), nasci homem (perdi as cotas de mulheres), estudei em escola pública, mas, nessa altura do campeonato, não quero fazer uso disso para mim, chegou atrasado em minha vida, não tenho nada de índio, aliás, fui ver um de verdade depois de velho e fiquei surpreso que eles não inham cocar e suas peles não eram necessariamente vermelha. Estou longe de ser idoso e a única necessidade especial que tenho é a de escrever (além é claro de ter uma cota para mim) e, por fim, nunca me ocorreu a vontade de ser gay... Gosto de ABBA, mas acho a Sher performática demais... E o Rodrigo Santoro é um cara boa pinta, mas dizer que é um gato... fala sério!
Sugiro uma cota para pessoas que não tem cota. Isso faria justiça àqueles que, como eu, vagam sem o privilégio de usufruir de alguma cota.
Junte-se a nós.
Sem cotas unidos, uni-vos.
Ou, então, passe a achar o Rodrigo Santoro um gato.. por mim, tudo bem.
Você faz a história, você decide...
(também sempre quis escrever isso... agora imagina a musiquinha do programa. Faltava oportunidade. Acabei de gastar)