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terça-feira, 1 de maio de 2012

Maltrapilhos wear - um jeito mendigo de ser


Entrei em uma loja de roupa outro dia para comprar uma calça nova. (Mulheres, aprendam uma coisa: lojas de roupas são as coisas menos atraentes que um homem pode desejar estar). A vendedora, como praxe, trouxe um monte de calças e 90% delas me fariam parecer um tiozão completemente sem noção, daqueles que o pessoal olha e pensa: caraca, ó o tiozão sem noção! Ridículo..
Na pilha de calças, havia uns modelos que vinham cheias de bolsos, outras cheias de detalhes... mas o que me chamou a atenção foram as calças do Maltrapilho’s Fashion Week. As pessoas compram calças que já vem de fábrica rasgadas, esfoladas, desbotadas, gastas, com imitação de sujeira. E pensar que eu estava ali para comprar uma calça exatamente porque as minhas calças em casa estavam quase naquele estado deplorável. 
A vendedora me passou o preço delas e era tudo na base de 90 a 150 reais... uma calça normal custava uns 60, daquelas sem rasgo, sem sujeira simulada, sem esfolado...
- Eu queria calças normais. Eu disse à vendedora. E fiquei pensando se eu trouxesse uma das minhas calças usadas não dava para trocar por umas novas e ainda saia com um dinheiro de volta.
Fiquei pensando, se trago uma das calças que tenho em casa, nesse estado, troco por umas duas novas... Se chego com elas sujas de tinta ou cagadas ainda levo umas blusas de quebra. Deve valer uma fortuna uma calça rasgada, suja, esfolada e ainda por cima, cagada...
Eu só fico pensando quem foi o mendigo influente que convenceu essa gente que trapo de roupa é fashion. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A pirataria e a hipocrisia nossa de cada dia


A hipocrisia é o que torna suportável a convivência entre humanos e, ao mesmo tempo, o que nos torna mais humanos na acepção mais plena da palavra. Nos últimos tempos, vejo alguns colegas de internet, internautas comuns, assumirem uma postura radical contra tudo que se copia da internet sem pagar direitos autorais, de um programa a uma foto. Comparam a pirataria a um crime como tráfico de drogas, contrabando, roubo a mão armada ou coisa parecida.
Eu me pergunto se houvesse um programa que destruísse todos computadores que possuem algum software pirata ou uma música ou imagem que não recolheu direitos autorais quantos computadores restariam na internet? 
É importante, antes de começar a conversar sobre pirataria, definir o que é pirataria. Pessoalmente, entendo como o uso de produto intelectual que não é de sua autoria para obter dinheiro decorrente de venda a terceiros. Ou seja, o colega que me passa um arquivo de mp3 não é um perigoso pirata que a ameaça o planeta e a sociedade judaico-cristã-ocidental. Ele não está lucrando com isso. Esse é o problema número um: controlar o conceito de pirataria.
Outra coisa, cópia incomoda porque não arrecada. Por conta de alguns, a ideia seria que pagássemos uma taxa cada vez que ouvíssemos uma música. Alegam que tira emprego do músico copiar. Tira não. Músico ganha mesmo é com show, muitos músicos menos conhecidos nunca viram a cor de direitos autorais ou viram uma pequena parcela do que tinham direito. Isso tira é arrecadação fiscal num país que acha normal vender um CD por mais de 25 reais.
Não estou defendendo cópia ilegal. Estou chamando você à reflexão.
Para aqueles que assumem um discurso radical contra toda e qualquer forma de pirataria, torçam para que nunca inventem um programa destruidor de computadores como eu falei.

Ah sim... Dentro da lógica vigente, quando comentar esse texto, uma produção intelectual de minha autoria, solicito que façam a citação e depositem em minha conta o valor de 0,50 por comentário falado e 1,00 por formato escrito. Os meus direitos autorais agradecem.

Em tempo: Pirataria sozinha não tira emprego. O que tira emprego é juros altos, carga tributária abusiva, mau uso do dinheiro público, corrupção, encargos trabalhistas pesados... enfim, há mais coisas na lista dos vilões.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Senso crítico? Pra quê? - Um novo ensaio sobre a cegueira.

Em 2010, eu vi a consolidação de um fanatismo que me assustou: o fanatismo político. As pessoas estão encarando partidos como se fossem uma doutrina de vida a ser seguida cegamente. Fazem discurso sustentando o insustentável e nomeiam inimigos com base em divergências de opiniões. Vi colegas com boa formação e inteligentes se dedicarem ao spam de emails com os louvores de um partido e de um líder. Vi a cegueira como creio muitos viram durante a ascensão do nazismo e do fascismo no século passado. Vi liberdade de imprensa ser combatida com o rótulo de "imprensa golpista". Esqueceram que em um regime democrática, resposta a imprensa se dá na justiça comum e não por tentativas de decretos de censura.
Vivemos em tempos democráticos e isso me dá uma certa tranquilidade nessa questão, pois não vislumbro um golpe de estado no horizonte. Entretanto, impressionou-me o número de pessoas inteligentes (sic - muitos mestres e doutores em suas áreas de conhecimento) que abriram mão do pensamento e do senso crítica para defender posturas e ações de um partido X como se só houvesse uma verdade. Uma única maneira de pensar, a do partido, e quem crê nos programas sociais e doutrinários do partido encontrará a luz. Salve, ó grande lider, que é a verdade e a luz, e aquele que crê em ti viverá para sempre. O mais é "imprensa golpista" e elementos subversivos reacionários que querem corromper a ordem de um estado perfeito. Inimigos da nação.. Brasil, ame-o ou deixe-o. Eu já ouvi esse discurso, mas não dessas bocas.
Isso me assusta na medida em que vejo pessoas abrindo mão do seu senso crítico. A história nos mostra que essas histerias coletivas só conduziram as nações à ruína. Não creio que será nossa caso, mas, por via das dúvidas, vamos seguir as palavras do Zeca Pagodinho: É um olho no gato e outro no peixe fritando.