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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Sobrando de vítima das circunstâncias

É lógico que ninguém em sã consciência quer ser vítima de alguma coisa. Ninguém deseja adoecer, ser excluído, roubado, humilhado ou outra coisa que o exponha, limite e o diminua como pessoa. Isso é fato (Pode haver alguém que force a situação para ser agredido só para tirar benefícios da sua condição de vítima. Não acho impossível, mas acho pouco comum esse comportamento).

Mas a verdade é que, em algum momento da vida, Todos nós nos beneficiamos de sermos vítimas de alguma coisa deixando vazar aquele canalha que mora lá dentro de nós humanos. Sim... somos humanos, demasiadamente humanos e invocar para si a santidade e negar nossa essência de seres imperfeitos me parece uma das maiores canalhices que podemos demonstrar de nossa humanidade.

Pois então... quem nunca exagerou um sintoma de doença (normalmente dor de barriga) para não ir à aula? Quem nunca contou uma história que omite as razões e foca nas consequências que nos colocam como vítimas? Quem nunca invocou para si um direito ou benefício pela simples razão de ter sido vítima de algo? Quem nunca bateu no peito e disse que, na condição de vítima (sic) só queria o que lhe era de direito esquecendo que direito é um conceito legal e não necessariamente moral. 

Se fosse o direito um conceito essencialmente moral e não somente legal, homens como Hitler, Mussolini, Stalin e outros não poderiam ter feito metade das barbaridades que fizeram embasados por um "estado de direito" na época.

Então, existe uma tênue linha em que a vítima de fato migra para a vítima profissional, um gestor de oportunidades, ou seja, o oportunista, obtendo a piedade e benefício de ter sido vítima de algo. Nesse caso, existem dois benefícios, o benefício imediato e o benefício perene. Este constrói uma imagem de alguém quase inimputável, pois é um ser passivo de todo o universo, não se compromete porque não há ações dele, mas sobre ele, aquele porque pode reivindicar um benefício imediato em razão de sua passividade diante dos fatos.

É isso. Ser "vítima" tem um lado lucrativo que algumas pessoas exploram ao limite (ou passam dele) deixando o canalha que habita dentro de cada um nós vir a tona e assumir o controle.  Penso que uma sociedade que se propõe a combater tantos -ismos teria que colocar todos na mesa, não só os que lhes interessam ao marketing pessoal.

Atenção, este texto não tem exemplos. Isso fica por conta de cada leitor refletir. Não quis apontar dedos até porque, se tivesse tivesse que apontar começaria por nós dois... afinal, seguimos sendo humanos, demasiadamente humanos. Nada estranho....

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Eu adoro as pessoas ruins


Adoro os incompetentes, os canalhas, os mentirosos, os ardilosos, os puxa-sacos e toda espécie de ser humano vil. Longe de serem nocivos, eles funcionam como aquelas doenças que nos tornam mais fortes a tudo.
Trabalhar com um sujeito mau caráter é a certeza de aprender a lidar com seres humanos de toda espécie e esperar tudo deles, mentira, inveja, armação, tramóia e tantas vilezas que só um canalha de verdade é capaz de fazer. É fantástica a maneira como ele o olha e diz que aprende muito com você, que você signfica muito para ele, mas, no fundo, ele o despreza com todo o ódio que se pode ter.
O ardiloso lhe deixa em estado de alerta constante, uma necessidade para a sobrevivência. Ele o ensina que confiança é coisa que nem nos seus dentes você deve ter, pois amigos mesmo assim, de tempos em tempos eles mordem você.
Enfim, essas figuras lúgubres e desprezadas pela história passam por nossas vidas para nos ensinar que o mundo não é feito de clone de Madre Teresa de Calcutá. Muito pelo contrário. Ele nos lembra que somos filhos da mais vil inveja e que só se obtém sucesso por vias torpes. Afinal, quem não rouba ou não herda, não sai da merda.. Ri-se e bafora um charuto imaginário. 
O mais torpe de caráter dos seres humanos sobrevive de pequenas tramóias, sutis mentiras e intrigas cotidianas até o fim de seus dias. E passa por nossa vida nos dando lições de sobrevivência... Ensinando que tudo podemos, basta ter uma fé que redima todos nossos pecados aos domingos.
Sim. Eles passam e nos dão parâmetro para o que nunca devemos nos tornar, essa é a maior de todas as lições, o que jamais devemos nos tornar.
Obrigado a todos os seres desprovidos de ética, moral e consciência que cruzaram meu caminho. Obrigado por me tornarem melhor, mas não menos vigilante.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Por quanto tempo se engana as pessoas?


É possível enganar todas as pessoas durante parte do tempo ou enganar parte das pessoas durante o tempo todo, mas uma coisa é impossível: enganar todas as pessoas o tempo todo. Vemos governos que tombam um atrás do outro e criam um efeito dominó quando se vê pela televisão que derrubar um ditador é possível. Ainda hoje, no século do individualismo, interesses coletivos se levantam em nome da liberdade. 
Em ambiente de trabalho, segue-se a mesma linha. Canalhas se revelam e caem com o tempo, enrolados na própria corda que teceram. Eles chegam, fazem seu marketing, conquistam a simpatia, ganham a confiança dos chefes que, normalmente, trazem consigo o dom de dar ouvidos às pessoas que menos merecem ser ouvidas. Ganham credibilidade e todo aquele que se levanta para gritar que "o rei está nu" (como na fábula da roupa nova do rei) é imediatamente execrado pelo púlpito conquistado pelo célebre canalha, que se não tem nenhum caráter, traz o carisma que seduz os tolos.
Cegos, todos caminham atrás deles que contam sempre com a sorte daqueles que a incompetência esqueceu de favorecer. Segue-se, então, o ápice da parábola e, logo a seguir, a queda vertiginosa e o rastro de destruição de suas ações. Todos execram seu nome e suas ações. Maldizem-no e suas gerações....
Vem um tempo de calmaria e de reestruturação. Trabalha-se muito para reerguer-se das cinzas e do rastro de danos que ele deixou. Renasce-se, então, dos escombros.
Até que um dia, surge outro canalha com um sorriso no rosto, com uma conversa sedutora. Os chefes mais uma vez fecham seus ouvidos (como sempre) e seguem o canto das sereias. O ciclo recomeça no eterno pulsar da vida...
Tudo de novo, outra vez e sempre, mas nunca o mesmo o tempo todo, pois mesmo os canalhas se revezam no ofício. É a ética amoral da classe...


sábado, 21 de novembro de 2009

Corrupção de cada dia não nos deis hoje... nem em tempo algum.


Incomoda-me o político que recebe dinheiro para liberar projetos, que emprega parentes e correligionários, aquele que pede parte de uma verba para facilitar as coisas e vem com a história de quem quer rir tem que fazer rir. Tenho profundo nojo dessa frase.
Mas o fato é que construímos um país de alma corrupta nas pequenas coisas e não nas grandes canetadas. Construímos um país corrupto quando colamos na escola ou na faculdade e fraudamos na prova para tirar proveito da mentira.  Ou então, quando oferecemos dinheiro ao policial para fugir da multa. Atingimos nosso ápice quando achamos que a faixa seletiva é do tamanho da nossa certeza de que estamos corretos e argumentamos que todo mundo faz, mas que nos pegaram para Cristo. "Vai prender traficante, bandidos e assaltantes, não cidadão honesto... como eu".
Extrapolamos a decência mínima para convivência social quando alegamos que nossos erros não deveriam ser punidos, pois tem gente que faz coisa tão pior. Corrompemo-nos quando buscamos soluções fáceis e compráveis para coisas que não são simples de resolver. Pervertemo-nos quando perdemos a vergonha por trás do argumento de que “todo mundo faz” e se eu não fizer passo por bobo.
Uma vez cometi uma infração de trânsito e fui parado por um policial rodoviário que, depois de pedir minha a carteira, documento do carro e ver que estava tudo ok, soltou um “e então, como ficamos”. Não pensei duas vezes:
- Bem, o senhor eu não sei, mas acho que eu fico multado, né?
O homem ficou tão desarmado de sugestões a fazer, não esperava ouvir isso. Acredito sinceramente que não estava acostumado a ouvir isso. Acabou rindo, perguntou de onde eu era e me liberou com a recomendação de que não desse mais bobeira.
Sei qual é o jogo proposto, mas não quero participar dele. Não é esse o país em que acredito e não quero que seja isso que deixo para meu filho.


sábado, 22 de novembro de 2008

Vilões de mentirinha.. desses eu gosto.

Eu gosto mesmo é dos vilões de mentirinha. São charmosos, irônicos, levemente sádicos, mas acima de tudo de uma ingenuidade cativante. São sempre poupados pelo herói que opta por não matá-lo com o argumento de que, se o fizer, estará se igualando a ele. E pulamos de indignação com a sua gentileza hollywoodiana. Ah se fosse eu... ah se fosse.

Mas o grande charme desse vilão é sua ingenuidade. Depois de um plano altamente elaborado e que nos deixa de queixo caído, ele captura o mocinho e, antes de executá-lo oferece-lhe todo o roteiro. Conta-lhe como ele o pegou, como o plano foi montado, quais as pessoas que o traíram e, finalmente, como ele será assassinado. É como se o bandido fizesse um relatório geral ao mocinho para torná-lo inteirado do que se passou. Quando o mocinho diz: - já entendi tudo. A platéia já o fez há uns 20 minutos pelo menos... mocinhos são sempre meio lesados. Eu gosto é dos vilões de mentirinha.

No final, tudo vai por água abaixo, pois o mocinho escapa e ainda pune o vilão... Lamentamos que ele tenha uma língua (e uma vaidade) tão grande. Lamentamos, mas continuamos gostando dos vilões de mentirinha.

Queria um mundo de vilões de mentirinha, os vilões de verdade não capturam pessoas e relatam seus planos que, aliás, não são complexos e ficam escondidos atrás de sorrisos sonsos de Monalisa. Os planos dos vilões de verdade não têm nada de engenhoso. Baseiam-se na estrutura clássica de fofoca, mentira, simulação... Se eles são velhos, usam as rugas para se esconder e tentam-nos fazer esquecer que os canalhas também envelhecem. Os vilões de verdade adoram rótulos que os enquadrem como minoria de alguma coisa. É como se fosse um salvo conduto contra qualquer medida que viesse a ser tomada com relação às suas vilanias. Os vilões de verdade jamais assumem o que vão fazer, sempre estão cumprindo ordens ou atribuindo suas atitudes a outra pessoa. De saias ou calças, por trás de uma mesa, os vilões de verdade, dormem e acordam com a fobia de que um dia os descubram os desnudem em frente a todos. Medo incontrolável de que sua verdadeira face apareça, principalmente, no espelho de seu quarto.

Os vilões de verdade nem sempre são punidos no final. Às vezes, se aposentam e levam consigo todo o fel da maldade que moldaram durante a vida.

É, por isso, que eu gosto mesmo é dos vilões de mentirinha.