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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Garantias e as meias verdades


Não é verdade dizer que os sistemas de garantia ao consumidor no Brasil não funcionam, mas também não é verdade dizer que os sistemas de garantia ao consumidor no Brasil funcionam como deveriam. Recentemente, precisei trocar a bateria do meu carro na Ford, pois ela apresentava problemas de falha dentro do período de garantia. A concessionária disse que trocava sem problemas, mas precisava retirar a bateria, mandar para fábrica, emitiriam um laudo e mandariam uma nova para meu carro que ficaria parado na oficina de 7  a 14 dias.. por causa de uma bateria. Eu ficaria de férias e justificaria minha falta no serviço com a ordem de serviço da FORD?
Eles cumpriram a garantia, mas criaram condições para que ela se tornasse inviável e que eu fosse obrigado a comprar um bateria que custa uns 130 reais e o cara troca na hora.
Com a Apple, a mesma coisa. Um mac meu deu problema, foi para a autorizada e pediram 15 dias (em média) para identificar o problema, pedir a peça, trocar a peça... e eu ficaria sem computador até lá. Sem poder trabalhar.
A coisa é criada para não desmentir o fabricante quando ele diz que dá garantias, mas para não dar prejuízo para ele também. Ou seja, no final das contas, a coisa existe, mas não funciona do jeito que deveria.
A conversas são sempre as mesmas. Sim. A garantia cobre, mas a fábrica pede prazos e procedimentos que vão tornar completamente inviável o uso dela. 
E agora? Vai dizer que não existe garantia? Vai dizer que é propaganda enganosa... 
Não é não.

domingo, 28 de outubro de 2012

Grifes, modas, moléstias e consumismo

Toda vez que eu vejo a propaganda de uma grife chamada Disritmia, eu fico pensando: caramba! Não se trata de uma doença isso? Na verdade, sim, Disritmia é um distúrbio de ritmo cerebral ou cardíaco, por exemplo. Mas em um meio onde a bulimia é cultuada e o visual cadavérico é almejado por muitas modelos não é de se estranhar um nome desse em uma marca de roupa. Nessa história, eu fico pensando e me pego a conjecturar: Já pensou se essa moda pega? É. Colocar nome de doenças/distúrbios em grifes da moda. Teríamos situações inusitadas como duas garotas conversando assim:

- Você viu aquela calça da Epilepsia?
- Aí, amiga, eu vi. Fiquei babando.
- Nossa, quando eu vi no shopping, eu tive um ataque.
- E as blusinha da Esquizofrenia?
- Nossa, achei uma loucura.
- E a sandália da Afasia?
- ... [sem palavras]
- Mas ir ao shopping sem grana é fogo, né?!
- ?
- Só tive grana para comprar uma calça da Diarréia
- Aí, que merda!

***

Enquanto isso, no SP Fashion week, os estilistas desfilam as tendências que iremos usar amanhã...
...nos hospícios e centros de apoio psiquiátrico...

sábado, 12 de setembro de 2009

Carros: estamos saturando o país.

Crescimento sem ordenamento é tão nocivo quanto estagnação ou depressão econômica. Veja o exemplo do trânsito. Com a ascensão do poder de compra da classe média brasileira, surgiu pela primeira vez na nossa história a iminência da realização de um sonho: o carro zero. Só que o cidadão dessa classe C já tinha um carro usado e, comprando o carro novo, passou o seu para frente. Normalmente, quem comprou não era alguém da classe média, pois estava assim como ele perto de comprar o seu carro zero. Foi, possivelmente, alguém da classe D que realizava o sonho de trocar o seu carro já velhinho por um mais novo. E esse velhinho foi para onde??? Para alguém da classe E que sonhava com o primeiro carro... ainda que velhinho. Nessa ciranda, a classe B e A continua comprando carro como sempre o fez.
Só em junho deste ano foram vendidos 289.000 carros que se somaram aos milhares que, como dizia Lavoisier, não se perderam, se transformaram. Se transformaram em carros de outras classes de poder de compra mais baixo do que a de sua origem. Se entraram 289 mil, é porque pelo menos 2/3 migrou de classe social, ou seja, aproximadamente 192 mil carros.
Basta dar um passeio pelas ruas para ver que, mesmo em cidades pequenas, se torna cada vez mais difícil dirigir. Estacionar, nem pensar. Desista. Uma vez adquirido o carro, todos nós trazemos na ponta a língua a desculpa para usá-lo: o tempo, o calor, a chuva, o frio, o transporte coletivo, enfim, vai por aí.
Saída para isso? Não sei. Eu, particularmente, estou tentando me disciplinar para andar mais a pé e assim, acredite, ganhar tempo.