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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Mandem-me lembranças do futuro

Ano quem vem fará 23 anos que me formei no curso de Letras. Não digo que faz 23 anos que escolhi ser professor, já que desde a adolescência, nos meus tempos de Grupo Escoteiro, já me identificava com o ofício. E aqueles que me conhecem mais de perto sabem esse ofício já foi escolhido há muito mais tempo do que essa vida pode comportar. Sinto-me confortável nessas minhas escolhas em seus ônus e bônus, estes maiores do que aqueles.
Fiz grandes amigos-ex-alunos que um dia foram alunos-amigos. E, nessas idas e vindas, sempre procurei lhes dar mais  do que as lições gramaticais. Foram construídos grandes laços afetivos assim. Alguns me perguntavam se eu queria ganhar um presente de gratidão ao final dos cursos e eu nunca soube o que gostaria de ganhar de verdade. Mas outro dia, um aluno me fez essa pergunta de novo e agora, quase ¼ de século depois, sinto-me à vontade de pedir.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Feliz dia do EX-amigo.... Ué? Por que não?


Hoje, se comemorou do dia do amigo. No facebook, pipocaram mensagens de “meus amigos são loucos e não vivo sem eles”, “são irmãos que a vida me deu”, são isso, são aquilo. Fico feliz que as pessoas tenham tantos amigos para sempre ainda que saibamos que o pra sempre sempre acaba. E essa é a única certeza que a vida nos dá.
Entretanto, seguindo minha tradição de pensar diferente para não correr o risco de não estar pensando quando todos pensam igual, quero comemorar o dia do EX-amigo. Esse grande professor que nos ensinou que, por mais que confiemos, por mais que amemos, sempre há um limite para tudo e que interesses pessoais, desejo por poder, dinheiro ou outro símbolo de status são capazes de reverter completamente qualquer valor ético menos sólido. 
O EX-amigo, cujo padroeiro poderia ser São Judas Escariotes, nos deu lições de que nada é eterno e, em condição de encarnado, interesses diversos conspiram para que as pessoas ajam em função de seus interesses pessoais e atropelem todos e tudo que veem pela frente.
Deste grande professor, o EX-amigo, não devemos guardar mágoa, mas uma gratidão por tudo que aprendemos com ele. E, obviamente, a devida distância para que ele não nos dê uma revisão de conteúdo compulsória de tudo que ele é capaz de fazer. 
Lembremos que perdoar é um dever cristão, mas esquecer é uma estupidez humana. 
E viva o EX-amigo!

terça-feira, 29 de maio de 2012

500 posts de vida: sobrevivendo na selva do comente o blogue abaixo


"Semi-antissocial" assumido, não gosto muito de festas nem de comemorações que acho, na maioria das vezes, um saco. Tenho minhas razões e não são poucas. A única coisa que gosto menos do que isso são as homenagens a pessoas vivas com nomes em prédios ou lugares. Aqueles locais, bibliotecas, prédio que as pessoas insistem em colocar o nome de alguém politicamente proeminente e os proeminentes homenageados nem se dignam ao menos de morrer logo após para fazer jus à homenagem. Quanta vaidade! É.. estou ficando velho e implicante. Excesso de bom senso, escassez de paciência com a vaidade do meu semelhante.
Mas estou aqui para comemorar 500 posts do saco de filó. Na verdade, mais de 500 já que esse deve ser o 503, sei lá. Já são quase cinco anos sem fazer CTRL+C e CTRL+V, sem fazer os odiáveis memes, sem colar piadinhas "chupadas" de outros sites, sem fazer o "me segue que eu te sigo", sem encher de imagens catadas na internet com gracinhas diversas, sem fazer os textos de louvor aos colegas para receber um também... Enfim, quando criei o saco de filó em 2007, queria era um espaço para escrever, trocar ideias, as minhas ideias e não aquelas copiadas dos outros, que aliás, não são minhas. 500 posts escritos de próprio punho... Ufa!
Não queria ser acompanhado porque eu o acompanho, mas porque o leitor aqui me deu a honra de abrir seu tempo para ler o que escrevi. Leio muitos blogues (muitos mesmo), mas comento poucos, muito blogueiro que eu leio, nem sabe que eu o leio e espero que assim fique porque não quero que sintam na obrigação de me ler.
Oura coisa, não resolvi monetizar, de início, o blogue porque não vivo disso, divirto-me com isso e pretendo manter afastado o dinheiro da minha diversão. Coloquei algumas propagandas e adsense do Google por insistência extrema de um amigo blogueiro. Outro dia, o Google me avisou que eu tenho uns 100 dólares para pegar em algum lugar.. Li as instruções, segui os procedimentos e nada.. desisti. Não é para isso que estou escrevendo aqui.
Mas eu posso mudar de ideia.... E se um dia eu me tornar alguém proeminente por causa do saco de filó, fiquem à vontade de batizar uma praça com o meu nome... 

Prometo até que morro depois disso... de desgosto.

sábado, 22 de agosto de 2009

Solidão SA

Outro dia, vi em uma reportagem na TV (Profissão repórter) um serviço de acompanhante. Não se tratava de um serviço de sexo delivery, mas de amigo delivery. Um profissional oferecia para vender seu tempo como companhia a pessoas que, simplesmente, quisessem alguém para sair, jantar, conversar, dançar. Enfim, alguém para poder ter como amigo e companhia.
O que me chamou a atenção nisso tudo foi a dimensão do que se tornou a vida de algumas pessoas. Há uma impessoalização da existência que chegamos a ponto de contratar um amigo temporário em face do castelo de solidão que se formou em torno de nós. Os amigos de infância seguem seus caminhos, os filhos crescem e vão embora, os companheiros se afastam voluntariamente ou morrem e quando nos damos conta, eis a solidão que propicia um mercado de amigos de aluguel.
Não há espaço para se avaliar ou recriminar o que é isso, mas cabe uma reflexão de o que fizemos com nossa vida e, principalmente, em cidades grandes, como isso é tão comum, essa solidão SA. Cabe pensar até que ponto nos afastamos para nos proteger e nos isolamos do afeto do outro.
Moro em uma cidade pequena (75 mil habitantes) e ainda temos o costume de ir à casa de amigos a pé, de conversar nas calçadas, de ver o pessoal da terceira idade se aglomerando nas portas dos clubes para bailes. Ainda caminhamos nas ruas com os rótulos de filho do fulano, neto de sicrano... Essa sensação de identificação, parodiando Drummond, mesmo depois que a luz apagou, a festa acabou, acalmam os ânimos de qualquer José.
Dão uma identidade no meio da multidão e dispensam os amigos de aluguel.
Pelo menos por enquanto...