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terça-feira, 29 de maio de 2012

500 posts de vida: sobrevivendo na selva do comente o blogue abaixo


"Semi-antissocial" assumido, não gosto muito de festas nem de comemorações que acho, na maioria das vezes, um saco. Tenho minhas razões e não são poucas. A única coisa que gosto menos do que isso são as homenagens a pessoas vivas com nomes em prédios ou lugares. Aqueles locais, bibliotecas, prédio que as pessoas insistem em colocar o nome de alguém politicamente proeminente e os proeminentes homenageados nem se dignam ao menos de morrer logo após para fazer jus à homenagem. Quanta vaidade! É.. estou ficando velho e implicante. Excesso de bom senso, escassez de paciência com a vaidade do meu semelhante.
Mas estou aqui para comemorar 500 posts do saco de filó. Na verdade, mais de 500 já que esse deve ser o 503, sei lá. Já são quase cinco anos sem fazer CTRL+C e CTRL+V, sem fazer os odiáveis memes, sem colar piadinhas "chupadas" de outros sites, sem fazer o "me segue que eu te sigo", sem encher de imagens catadas na internet com gracinhas diversas, sem fazer os textos de louvor aos colegas para receber um também... Enfim, quando criei o saco de filó em 2007, queria era um espaço para escrever, trocar ideias, as minhas ideias e não aquelas copiadas dos outros, que aliás, não são minhas. 500 posts escritos de próprio punho... Ufa!
Não queria ser acompanhado porque eu o acompanho, mas porque o leitor aqui me deu a honra de abrir seu tempo para ler o que escrevi. Leio muitos blogues (muitos mesmo), mas comento poucos, muito blogueiro que eu leio, nem sabe que eu o leio e espero que assim fique porque não quero que sintam na obrigação de me ler.
Oura coisa, não resolvi monetizar, de início, o blogue porque não vivo disso, divirto-me com isso e pretendo manter afastado o dinheiro da minha diversão. Coloquei algumas propagandas e adsense do Google por insistência extrema de um amigo blogueiro. Outro dia, o Google me avisou que eu tenho uns 100 dólares para pegar em algum lugar.. Li as instruções, segui os procedimentos e nada.. desisti. Não é para isso que estou escrevendo aqui.
Mas eu posso mudar de ideia.... E se um dia eu me tornar alguém proeminente por causa do saco de filó, fiquem à vontade de batizar uma praça com o meu nome... 

Prometo até que morro depois disso... de desgosto.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

DNA maldito de uma cidade sem futuro


Cidades assim como pessoas possuem um DNA que, embora não determine com rigidez o que elas serão no futuro, aponta algumas variáveis possíveis de realização. Falo isso porque já viajei quase todo o Brasil e nunca vi alguma localidade conseguir se desviar muito de sua história passada. 
Por exemplo, cidades que se estruturaram sobre riqueza fácil como garimpo se tornaram o reduto da indolência da ineficiência e do desmando característico de terras onde o dinheiro se chuta em cada esquina numa pepita de ouro. Mesmo passado anos e anos, a herança maldita persiste no atraso local. Outra herança desgraçada é a história de escravidão. Cidades que nasceram sob o regime escravagista e ergueram sua riqueza sobre o sangue da exploração dos negros amargam um quadro triste de atraso ainda hoje.
O problema é a mentalidade que se instala e se perpetua geração após geração, a ideia do trabalho como pena, a ideia da exploração com algo legítimo, a ideia do favor que os”coronéis” fazem quando permitem que alguém lhes preste um serviço. Cria-se uma elite indolente e inútil que só é capaz de valorizar a subserviência e a vassalagem dos funcionários, pois toda competência é vista como uma ameaça á ordem estabelecida. Valor tem o que delata, o que mal diz, o que frauda e ludibria, o que trama contra todos em favor do seu senhor, o que vende sua alma e sua dignidade em nome da servidão eterna. Aquele que possui formação, competência e capacidade de questionar é a grande ameaça ao sistema e deve ser banido. Ele representa tudo que não faz o perfil daquele lugar, deve ser banido, tudo que não rasteja aos pés do senhor, é inimigo seu e deve ser afastado...
Difícil de entender, né? Pior do que entender é viver em lugar assim onde o rei está nu enquanto todos admiram sua bela roupa.
Tende piedade de nós!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Da série ambiente de trabalho VI: o prestativo mal compreendido.

Puxa-saco é o escambau. Por ali, todo sujeito prestativo se confundia com puxa-saco e isso não era verdade. Cornélio era prestativo mal compreendido.
Quando pediam um voluntário, logo ele pulava na frente, depois iria descobrir do que se tratava. Entendia que o chefe era alguém de visão e que precisava de aliados para cumprir sua trajetória messiânica. Achava isso de todos os seus chefes em sua vida.
Sentia o seu momento de glória em velório de parente do chefe. Podia chegar perto, fazer cara de profunda tristeza, bater no ombro e dizer: meus sentimentos.

Considerava sempre de bom tom levar para o chefe alguma lembrança de suas viagens: ora a Caxambu, ora Monte Sião, ora Belford Roxo na casa de uma tia de sua esposa. O importante não é o valor, mas a lembrança. Isso é o que marca.. sempre dizia e repetia.


Mas naquele dia, já eram 10 horas e Cornélio não tinha dado as caras. 11, 12, 13... e nada. Já iam ligar para casa dele quando chegou um menino trazendo um atestado médico. Cornélio havia sido internado depois de um grave AVC, mas o que comoveu a todos foi um detalhe nessa história.
Nos últimos instantes de consciência, ainda restou-lhe forças para um último ato...


Junto ao atestado havia um bilhete meio amassado escrito a mão de letra trêmula:


Chefe, se o senhor espirrar na minha ausência...

Saúde!



Leia também...

Da série ambiente de trabalho I: O doente conveniente... o coitadinho!

Da série ambiente de trabalho II: O preconceito... o perseguido!

Da série ambiente de trabalho III: O amigo do chefe

Da série ambiente de trabalho IV: O afilhado do Almeida
Da série ambiente de trabalho V: o bonzinho.