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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Toda dor

Toda dor que não nos traz aprendizagem é vã. Fugimos da dor, mas sabemos que toda dor vem do desejo de não sentirmos dor. Então, que venham as dores. Confuso, não? Explico.
A dor é uma forma de aprendizagem que nos conduz a um caminho de não mais cometer aquele erro e, logo, não sentirmos dor mais. Pelo menos não mais aquela.  Mas aí é que está. A dor só é válida quando nos traz a aprendizagem sobre o que a gerou e, assim, chegaremos à fatídica conclusão que elas são resultados de, pasmem, nossas escolhas. Escolhemos caminhos que nos conduzem a ela, escolhemos opções que as tem em sua rota. E lá está ela a nos esperar.
Se não traz aprendizagem não valeu, foi dor em vão. Precisamos beber esse copo até o fim e depois, olhar a vasilha vazia e perguntar: o que eu aprendi nisso tudo?
A primeira postura diante da dor, em face de nossa imaturidade espiritual, é buscar culpados, desejar o revide,  perguntar-se por que eu...
Culpados não há.... de alguma forma, somos frutos de nossas escolhas.
Revide não cabe.. não atenua a dor.
Porquês são inócuos frente ao fato que nos assoma... para que seria relevante esforçar-se para entender o que já se consumou.
Então, que as dores sejam bebidas até a última gota. Mas antes, quando os copos estão cheio, ergam-nos e façamos um brinde a todos as dores, que nos moldaram como o aço da espada e aos nossos algozes que nos ensinaram que é nas mãos deles que está o sangue. E, em suas histórias, é que está escrito o mal.
Um brinde a todas as dores, um brinde à maneira que a vida tem de de nos ensinar a ser fortes a partir de nossas escolhas.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Viver é a arte de se reinventar a cada curva

Nunca estamos prontos. Na vida, somos sempre uma obra inacabada. Quando pensamos que os planos estão todos traçados e que somos um carro preparado para percorrer todo um caminho sem maiores percalços, vem uma curva e nos joga para fora para lembrar que não existem estradas sem curvas, que não se formam bons motoristas em estradas tranquilas. E de fato, estamos aqui para nos formarmos como bons condutores. Enfim, a curva é necessária.
E daí, nós nos inventamos novamente e traçamos outra trajetória, construímos outro carro e amparando-nos em nossa resiliência. Superamos a dor, as perdas e retomamos a estrada até encontrar outra curva que nos jogue para fora porque a única coisa que é certa, nessa estrada, é a curva. Mas sempre dirigimos como se fosse uma eterna reta.
Viver é isso. É se reinventar curva após curva. A grande aprendizagem dessa jornada é se reinventar quando tudo acaba, quando a gente termina.
Quero crer que toda dor, toda aprendizagem nos conduz a um caminho único que é o do aprimoramento espiritual, que toda dor realmente vem do desejo de não sentirmos mais dor um dia. A dor pela qual optamos é produto da nossa ânsia de não mais senti-la. (Estranho, né? Mas faz sentido) Estar vivo é isso, um exercício masoquista em busca da libertação. Mas a dor, assim como a curva, é inerente a estrada. Sempre existirá.
Então, que a vida não nos poupe da dor, mas que com ela nos traga a sabedoria. Porque sofrer é inevitável, mas aprender é uma opção. E que vida nos traga as suas curvas.

domingo, 3 de julho de 2016

Consulte seu médico... vai que...

Quem pensa que viver é SER engana-se redondamente. Viver é ESTAR e estar por pouco tempo. Isso é independente de se ter uma visão materialista ou espiritualista. Esta acredita que a vida se prolonga além do corpo, aquela pensa que tudo se acaba com a morte do corpo físico. Entretanto, a vida durante seu período é inexoravelmente ESTAR.
Dito isso, penso que o maior bem que maturidade nos dá é a capacidade de enxergar essa condição. Às vezes, fico vendo pessoas mais novas cultivarem ideologias que alimentam o ódio, a discórdia, a rejeição a quem pensa diferente, o conflito, a doutrinação para formar um legião de propagadores da doutrinas X ou Y. E todo aquele que propõe parar para pensar é visto como uma ameaça ao sonho revolucionário. Vivemos em tempos em que um discurso deve ser assumido como única verdade que liberta. O livre pensar é uma ameaça à ordem.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Central do Brasil e o país de escrevedores


“Digo isto porque tenho medo que, um dia, você também me esqueça...”
Dora, personagem de Fernanda Montenegro no filme Central do Brasil.

Outro dia revi Central do Brasil e penso como é que não foi daquela vez que trouxemos o Oscar para Brasil... Para mim, é a obra de arte do nosso cinema, sinal de amadxurecimento nessa arte jamais visto antes.
Entretanto, ele é o ponto de partida de uma série de reflexões sobre o país que temos e o país que queremos. Central do Brasil foi a grande demonstração de amadurecimento do cinema brasileiro, mostrando que dos arroubos do Cinema Novo, das inovações e óticas engajadas de Júlio Bressani e Glauber Rocha entre outros, brota um cinema maduro, bonito e sensível que constrói a apresentação de nosso perfil cultural ao mundo de maneira clara, lúcida e cada vez menos estereotipada (Não tem mulatas sambando de biquini, homens jogando futebol, baianas rodando a saia e vai por aí).

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Poetizando pensamento em tempos de rótulos

Ou é pensamento ou é de direita, ou é pensamento ou é de esquerda. Eis aí uma antítese dos tempos modernos. Pensamento não tem morada certa. O pensamento se dá ao luxo de flutuar sobre os rótulos e como uma pena (tal qual aquela do filme do Forest Gump) que paira leve no ar, voa, acelera, paira de novo, pousa, voa de novo. Aí, quando a gente pensa que vai acomodar, vem um brisa e joga para cima tudo. As ideias mudam, a gente muda e o pensamento nos mostra que quietude não é seu forte. Até porque, se acalma, não é mais pensamento. O pensar é inquieto.

segunda-feira, 2 de março de 2015

A minha adorável estupidez

Percebemos o quanto ficamos sábios em dois momentos bem nítidos da vida: na medida em que percebemos o quanto fomos idiotas no passado; e segundo, na constatação de o quanto somos imbecis no presente em atitudes que pediriam um pouco mais de maturidade, só isso.
Das atitudes tolas do passado só nos resta lembrar com lástima penosa. Olhar para trás e torcer para que as pessoas que foram testemunhas tenham esquecido daquele fato, tenham apagado de suas memórias. O que de fato é o mais comum, pois, no mais das vezes, só nós, a ele, demos essa importância toda. Às pessoas, nossos fatos lhes são, no mais das vezes, invisíveis. Ufa!

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Sabe como vai ser 2015? De novo...

Espere que vai ser um ano interessante. Você aprenderá muitas coisas e esquecerá outras tantas. Investirá em novos projetos e ideias e desistirá de outros tantos. Nesse ano, você irá conhecer novas pessoas e nunca mais ver outras. Alguns afetos se tornarão desafetos e você encontrará lealdade onde menos esperava. Assim como deslealdade onde não acreditava haver. Você ganhará dinheiro, mas perderá dinheiro pagando contas, impostos, tarifas, boletos etc. Haverá dias de chuva, outros de sol, engarrafamentos, trânsitos livre embora esses sejam cada dia mais escassos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O que aprendi em 20 anos de magistério

Lá se vão 20 anos de magistério e sempre penso que depois dessas duas décadas, muito mais do que ensinei, aprendi. É aí que elenco mentalmente algumas centenas de coisas que me foram ensinadas como professor e aqui listo algumas. Entrei na sala de aula há 20 anos pela primeira vez para ensinar Língua Portuguesa e carrego hoje tudo que aprendi  com, pelos meus cálculos, mais de 5.000 alunos, na verdade, mais de 5 mil professores que me ensinaram quase tudo do que sei com relação minha mais difícil tarefa nessa existência, viver e conviver.

1. Alguns alunos irão amá-lo, outros odiá-lo e outros serão completamente indiferente a sua existência. Todos pela mesma razão, pelo que você é. Não dá para agradar todo mundo, mas tentar ser amigo e justo com eles é uma meta que não se pode descartar nunca;

domingo, 23 de dezembro de 2012

Sabe como vai ser 2013?

Espere que vai ser um ano interessante. Você aprenderá muitas coisas e esquecerá outras tantas. Investirá em novos projetos e ideias e desistirá de outros tantos. Nesse ano, você irá conhecer novas pessoas e nunca mais ver outras. Alguns afetos se tornarão desafetos e você encontrará lealdade onde menos esperava. Assim como deslealdade onde não acreditava haver. Você ganhará dinheiro, mas perderá dinheiro pagando contas, impostos, tarifas, boletos etc. Haverá dias de chuva, outros de sol, engarrafamentos, trânsitos livre embora esses sejam cada dia mais escassos. Pessoas te admirarão, nem que seja por uns instantes e outras te detestaram, às vezes, mais do que por um instante. Falarão bem de você, mas também falarão mal e você irá ouvir pessoas falando bem e falando mal de outras pessoas como alguém falou de você. É um círculo.. é assim. Um ano interessante, mas com gosto de “déjà vu” 
Enfim, o ano de 2013 será exatamente igual a 2012, 2011, 2010, 2009 etc etc... O tempo não passa, nós passamos por ele. Quem entra no ano e sai diferente somos nós e a maneira com que encaramos sempre as mesmas situações. A vida nos dá repetidas oportunidade de aprender com as mesmas coisas sempre. Que seja um ano interessante então...

domingo, 16 de dezembro de 2012

Brasil, um dos piores sistemas de educação do mundo


O Brasil, no critério educação, está em penúltimo lugar em um ranking de 40 países. Atrás de nós só a Indonésia... Foi o que mostrou uma pesquisa encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países.
Toda vez que alguma agência internacional aponta nosso fracasso em algumas áreas como educação e saúde, logo alguns pesquisadores brasileiros se oriçam e saem em defesa do indefensável. Perguntam como foi feita a pesquisa, quais as fontes, quais as bases, isso não tem validade.. enfim... Há uma preocupação maior em atacar quem fez a pesquisa do que mostrar que eles estão equivocados. Até porque não estão...
Contra fatos não há argumentos.
As perguntas diante dessas situações não devem ser feitas contra as empresas que fazem as pesquisas, mas sim ao nosso governo. Por que nosso professor é tão mal remunerado? Por que não existe uma regularidade de capacitação docente? Por que as escolas têm uma estrutura tão precária? Por que os alunos passam um tempo tão pequeno na escola? Por que escola não oferece atividades que favoreçam a formaçao humana e profissional? Por que os governos que começam se preocupam mais em destruir o que foi feito do que dar continuidade ao que deu certo? Enfim.. por que?
Somos, por fim, um fracasso educacional que os indíces do governo não conseguem camuflar? Esses sim, obscuros, discutíveis e carentes de base que os comprovem face a realidade do nosso ensino. Atingimos essa situação, inclusive, porque nos preocupamos muito mais em encontrar culpados do que solucionar problemas.

Mas ainda nos resta dizer "Chupa, Indonésia" em tom irônico e, no fundo, lastimoso.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Brindemos as nossas derrotas


Aprendi que há algumas coisas na vida, entre tantas, a que não damos nenhum valor, que, longe de serem objetos de revolta e ira, deveriam ser louvadas e benditas. A traição de um “amigo”, a demissão em um emprego, um negócio mal sucedido, um politicamente correto “insucesso”. As pessoas têm tanto horror a derrota que criaram até essa palavra bonita, mas consideravelmente escrota.
Muitos repetem, quando eu jogo, jogo para ganhar. Errado. Jogue para dar o meu melhor e aprender o máximo. Ganhar ou perder é uma consequência disso. É consequência de como encaramos isso. Ninguém, busca a derrota, mas entenda que recebê-la é a grande oportunidade que a vida nos dá de aprender muito.
Na vitória, sente-se a sensação de grupo, de amigos, de lealdade, de um amparar o outro. Na derrota, não. Ela filtra quem fica por perto e, às vezes, nos deixa sozinhos para aprendermos que nesse mundo viemos sozinho e dele partiremos assim. Não é prudente nos amparar demais nos outros. Na vitória, ficamos satisfeitos e entendemos que “em time que está ganhando não se mexe”. Na derrota, não. Somos obrigados a mexer, a rever conceitos, a quebrar a casca e mudar. Na vitória, acordamos no alto da montanha. Na derrota, não temos montanha. Vamos ter que aprender como se faz uma.
Vivemos numa sociedade confusa em relação ao conceito de vitória e derrota. Mistura sucesso com dinheiro, derrota com falência ou instabilidade profissional, enfim, mais dinheiro e notoriedade igual a sucesso; menos dinheiro e ostracismo, derrota. Entretanto, o problema não é o molde social do conceito, mas a sua aceitação dele.
Sendo assim, brindemos as nossas derrotas que nada mais são dos que as grandes oportunidades de crescimento de nosso espírito. Não falo em ser derrotado, mas em aprender a lidar com a adversidade e retirar dela o mais raro e escasso dos perfumes, o da maturidade.

Até porque tirar perfume de rosas é fácil, mas só os grandes mestres da vida são capazes de retirar o mesmo perfume de pedras.

sábado, 16 de junho de 2012

A formatura e o pum


Durante anos como coordenador, diretor, professor etc em instituições de ensino superior tive que suportar as terríveis formaturas. Costumo a denominar isso como momento mais pum da nossa vida social e acadêmica. Afinal, formatura é igual a gases, incomoda todo mundo em volta, só o dono que não acha que seja tão ruim.
Nesse tipo de cerimônia, para o bem de todos, seria interessante se fosse considerado crime hediondo coisas do tipo:

- Discurso citando os coleguinhas (todos os 70, um por um), olhando para trás e fazendo vozinha de Xuxa em depoimento para o fantástico, carinha de choro e tudo mais. E o fulano, heeeiiin... sempre dedicado.... e a Fulana, heeeeiiiinnn, sempre atrasada..;
- discurso de paraninfo longos, expelindo erudição duvidosa e tentando ser engraçado;
- músicas - Campeão, vencedor... We are the champions, Você não sabe o quanto eu caminhei..., Carruagens de fogo, Can't you feel it, Acaboooou, acaboou (E o pior é que não acaba), Tchau, I have to go now, I have to go now... e outras mais que se os seus autores recebessem por direito autoral cada vez que tocassem em formaturas, os mesmos estariam pagando café para o Bill Gates. 
- atraso na entrada de formando. Acreditem.. formando não é noiva. Pode chegar na hora.
- becas quentes e desconfortáveis - ali dentro faz um calor dos infernos em qualquer época do ano.

Enfim, uma tortura para quem está ali, à espera do fim e da festa, dos comes e bebes. 
Olho essas coisas como um passado tão distante na minha história, mas que se aproxima com o crescimento dos meus filhos... dessa eu não vou conseguir fugir. 

Mas vou avisar... se tocar We are the Champions, eu subo palco, dou um acesso de loucura e faço vexame. 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A mais difícil de todas as aprendizagens


Tenho aprendido a duras penas a ter paciência e, nessa aprendizagem, tenho contemplado melhor um monte de coisas que passam despercebidas a todos nós. Preocupamo-nos em aprender um ofício, uma lida, um conteúdo, mas tudo isso requer a aprendizagem primeira da paciência. Requer entender que tudo tem seu tempo e o que mata é a ansiedade.
O que mata é morrer de véspera com aquilo que ainda nem aconteceu. É sofrer por antecedência  com coisas que, muitas vezes, nem vão acontecer, mas que, na nossa cabeça, fazem parte de um planejamento e de uma visão de futuro que não temos. Mas insistimos em ter... é. Não temos isso.
Aprender a viver um dia de cada vez tem sido a minha mais difícil aprendizagem. A luta para entender que cada dia tem o seu mal. E basta. Não traga o mal de outros dias para hoje. Temos que entender que o amanhã cuidará de si mesmo.
Aprendi duas línguas além da minha língua mãe, aprendi a ser professor, fiz um mestrado, um doutorado, aprendi inúmeras coisas eu doeram menos do que aprender que os dias são unidades que se sucedem uma após outra e não dá para sofrer antes do dia de amanhã, porque ele chegará com suas dores e alegrias.
Tudo isso, na inexorável velocidade de 60 minutos por hora.
Queira você ou não.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

DNA maldito de uma cidade sem futuro


Cidades assim como pessoas possuem um DNA que, embora não determine com rigidez o que elas serão no futuro, aponta algumas variáveis possíveis de realização. Falo isso porque já viajei quase todo o Brasil e nunca vi alguma localidade conseguir se desviar muito de sua história passada. 
Por exemplo, cidades que se estruturaram sobre riqueza fácil como garimpo se tornaram o reduto da indolência da ineficiência e do desmando característico de terras onde o dinheiro se chuta em cada esquina numa pepita de ouro. Mesmo passado anos e anos, a herança maldita persiste no atraso local. Outra herança desgraçada é a história de escravidão. Cidades que nasceram sob o regime escravagista e ergueram sua riqueza sobre o sangue da exploração dos negros amargam um quadro triste de atraso ainda hoje.
O problema é a mentalidade que se instala e se perpetua geração após geração, a ideia do trabalho como pena, a ideia da exploração com algo legítimo, a ideia do favor que os”coronéis” fazem quando permitem que alguém lhes preste um serviço. Cria-se uma elite indolente e inútil que só é capaz de valorizar a subserviência e a vassalagem dos funcionários, pois toda competência é vista como uma ameaça á ordem estabelecida. Valor tem o que delata, o que mal diz, o que frauda e ludibria, o que trama contra todos em favor do seu senhor, o que vende sua alma e sua dignidade em nome da servidão eterna. Aquele que possui formação, competência e capacidade de questionar é a grande ameaça ao sistema e deve ser banido. Ele representa tudo que não faz o perfil daquele lugar, deve ser banido, tudo que não rasteja aos pés do senhor, é inimigo seu e deve ser afastado...
Difícil de entender, né? Pior do que entender é viver em lugar assim onde o rei está nu enquanto todos admiram sua bela roupa.
Tende piedade de nós!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Empatia é sintonizar na alma do outro

É impressionante como há pessoas que não conseguem ficar felizes ou mesmo empáticos ao que de bom acontece ao outro. Quando ouvem uma coisa que, de alguma forma, fez bem ao que lhe é próximo. Sentem uma raiva disfarçada e um rancor que escorre por palavras como: enquanto você estava assim, eu estava assim.. bem pior. Ou você faz assim, mas para mim as coisas são assim. 
São pessoas, muitas vezes, inteligentes que são incapazes de dizer: nossa, que bom! Fico feliz por você.
Nunca entendi esse rancor de algumas pessoas, mas tive grandes lições com as com que convivi na minha vida. A principal é a de aprender a ficar feliz com a felicidade do outro. Aprendi que se o outro compartilha algo comigo e traz em suas palavras alguma satisfação, essa satisfação me contamina e fico satisfeito também.
Ficar feliz com as próprias conquistas é muito fácil. Exercício de vida é se abrir para ficar feliz com as conquistas dos outros.
Penso que a estrada de todos nós é longa, mas levo numa boa que, se ainda há muita ladeira para eu subir, essa pelo menos eu já deixei para trás.
Bem para trás.
Feliz 2011! Para todos nós.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ensino à distância funciona ? - Parte III (Última parte)

Parte III - Não o tempo todo e com todo tipo de conteúdo.

Embora os meios de ensino à distância tenham evoluído muito e contemplem grandes áreas do conhecimento e ainda que os alunos adquiram método de estudo, algumas formações continuarão sendo necessariamente presenciais ou semi-presenciais. Por exemplo, você deixaria o seu filho operar com um neurocirurgião que se formou à distância? Deixaria seu projeto de prédio de milhões de reais nas mãos de um engenheiro que se graduou à distância? Ou mesmo, iria a um médico de próstata que estudou à distância e está aprendendo na prática depois de formado já que no tempo de estudo só viu um fiofó na tela do pc. (Isso acho que a maioria de nós já viu também...) Bom, a brincadeira é para chamar atenção de que alguns ofícios dependem mais da prática presencial orientada do que se imagina.
Aprender é relacionar-se com o conhecimento, com a prática dele e com a presença de outro ser humano que estabelece uma relação de filtro afetivo de aprendizagem. Computadores ainda não são capazes de substituir a presença de pessoas, de tom de voz, de odores e toques... os seres humanos são extremamente sinéstesicos (precisam dos sentidos no processo de entender) e ainda não dá para dispensar o professor em carne e osso em muitos processos de aprendizagem. Somos seres gregários, precisamos do outro, da experiência do outro falada de forma espontânea presente, narrando erros, rindo, entendendo que cada pessoa tem um tempo e se valendo disso para oferecer o melhor de si. 
Ainda que mundo caminhe para o on line, não consigo ver um mundo sem gente de carne e osso e por perto.  

sábado, 12 de junho de 2010

Ensino à distância funciona ? - Parte II

Parte II - Não, para boa parte das pessoas é um fiasco

Acontece que muita gente não sabe estudar quando o sistema é presencial, imagine sem a presença do professor. O ensino à distância pede do aluno uma postura mais ativa diante da construção do conhecimento e o nosso aluno ainda vive aquela ilusão de que basta estar em sala de aula para estar cursando alguma coisa. E o próprio sistema proclama essa ideologia quando exige do aluno 75% de presença em sala independente de seu resultado, ou seja, bom é o cara que está lá todo dia, mas tira cinco e ruim é o cara que falta mais de 25% mas tira 10. Ideia torta essa né.. mas tudo bem. Ensino à distância pede mudança de mentalidade e isso demanda anos de trabalho. Essa geração ainda vê a internet como uma fonte dispersa de informação e muitos deles usam bem o facebook ou o orkut, mas são completamente ignorantes com as ferramentas de filtragem de busca do Google. Acredito que quando a internet deixar de ser novidade (em uns 10 a 20 anos), as gerações começarão a ver o computador como um meio de acesso banal a esse tipo de ensino. Por enquanto, a internet continuará sendo um lugar tao perdido e confuso para eles que só serve mesmo para copiar trabalhos on line, conversar no MSN e deixar scraps de "bom fds" no orkut.

sábado, 10 de outubro de 2009

Educação e limites não são antônimos

Vez por outra aparece um guru da educação anunciando o óbvio. Brada-se uma tautologia como se enunciasse a mais nova descoberta. É aí que tenho a sensação de que tudo que havia de inteligente a ser dito, já o foi. Resta agora proclamar a obviedade em tons de sentença bíblica. O homem deve seguir o seu destino.... e alguém pensou que não devesse. Sim... mas que destino é esse? A educação legítima é aquela que liberta. Tá bom... me mostra o cara que disse que a legítima é a que aprisiona que eu dou uma coça nele. O saber é O SABER.. vixe! Isso é gastroentestinalmente profundo.
Educar é dar limites...
Isso é o obvio do óbvio e o que mais me assusta é que um cara tem que escrever um livro para as pessoas deixarem cair essa ficha... Quem foi que disse que dar limites é oprimir? Dar limites é ensinar as regras do jogo, é preparar o indivíduo para saber até onde ele pode ir e como essa consciência lhe permite tirar o máximo de proveito da sua relação em seu meio. Não dar limites sim, isso (paradoxalmente) é oprimir, é encarcerar o indivíduo e torná-lo escravo dentro da sua própria impulsividade.
Escravo de seus instintos mais bestiais.


sábado, 20 de dezembro de 2008

O que faz uma aula ser uma "boa aula"

Uma das perguntas que nos fazemos é porque algumas aulas nos marcam tanto e outras simplesmente caem no famoso: “aquele troço chato que eu não entendi até hoje”. Pois é... Se te disserem que aprender será sempre suave e doce, estão mentindo. Alguns conteúdos são ásperos e amargos, mas precisam ser assimilados. Não tem jeito.
Para facilitar a digestão, algumas dicas deveriam ser repetidas em tom de mantra por todos os professores.
Seja sempre claro, sequencial, relevante... claro, seqüencial, relevante... claro, seqüencial, relevante...
Até sabemos que falar difícil faz o maior sucesso e faz com que alguns professores levem pela vida o rótulo de gênio, pois nunca se entendeu uma vírgula do que ele falava e sob a névoa da “genialidade” vinha sempre a célebre frase: ele é muito bom, mas não sabe passar. Ótimo, um mundo de profissões o espera, mas magistério não, por favor. É como um médico que sabe tudo de câncer, mas não sabe curar. Caiu na mão dele, morreu. Você toparia?
No que toca a sequencialidade, é importante que quem está lá na frente (a princípio e espera-se que sim) saiba mais do que quem está sentado nas carteiras. Para o professor aquele assunto é um mar em que ele navega para o lado que quer e nunca se perde, mas para o aluno não. Ele precisa de um roteiro: de onde eu saio, como caminho, por onde vou, aonde chego. Falar aleatoriamente ao estilo socrático na sala como se fosse uma ágora é perda de tempo. O aluno precisa que um conhecimento funcione de forma progressiva e seqüencial. Depois, tudo bem, pode viajar, mas agora não.
E, por fim, a relevância. Quando dominamos um assunto queremos falar de tudo sobre aquilo, mas quem está do outro lado está preparado para ouvir tudo que queremos falar sobre aquilo? Antes de entrar na sala se pergunte: o que eu quero que o meu aluno saiba e por quê? Seja realista e saiba que 60% do conteúdo que você passar irá se perder em 72 horas na cabeça dos alunos. Seja altamente relevante...
Isso é só o começo da conversa... mas para começar já está bem bom.
Há um outro mantra: bem humorado, exemplifique, seja leve... mas isso é para outro papo.
Por enquanto...
Repitam comigo: claro, sequencial, relevante... claro, sequencial, relevante...
Costuma funcionar...