Mostrando postagens com marcador furadas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador furadas. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Casa de praia: um passaporte para o inferno

José comprou uma casa de praia para descansar nos fins de semana. O cunhado de José se animou e pediu a casa para levar uns amigos. Não tendo como negar e ficar mal com a família da esposa, ele acabou cedendo. No escritório, os colegas, assim que ficaram sabendo, já marcaram a confraternização de fim de ano para a casa de praia do José. Não dá para dizer não, tem uns amigos de mais de 20 anos lá... Deve uns favores a eles. No último final de semana, José foi para a casa de praia e teve que levar a sogra, os vizinhos de longa data e optou por alugar uma van para carregar todo mundo. Passou o dia consertando uns estragos que os antigos proprietários deixaram e alguns problemas largados por seu cunhado.. uma janela quebrada aqui, uma maçaneta empenada ali, um banheiro entupido. Durante um ano, ele passou todos os finais de semana limpando, consertando, pintando, desentupindo banheiros, emprestando, pagando IPTU e, finalmente, terminou vendendo a casa de praia.

José desistiu, vendeu definitivamente, investiu a maior parte do dinheiro e comprou uma TV de 42 polegadas LCD. Hoje, ele passa o domingo vendo futebol, trancado, no quarto....

Por precaução, até hoje não contou nada sobre a TV... a ninguém

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cenas inusitadas I - bola da vez

Há somente dois dias na comunidade e Aderbal já conseguira sair com a mais gata dali. No baile, ele desfilava com ares de vencedor aos olhos de todos que o admiravam com ar de espanto e surpresa. Entrara e saíra de mãos dadas confirmando a todos a posse sobre a sua conquista. Ele era o máximo.
No motel, entregaram-se a horas de amor em todas as formas e posições e, vencidos, repousavam os corpos um sobre o outro e conversavam com voz mole.
- Precisava de um homem como você.
- E eu cheguei.
- forte, firme, decidido, inteligente e que me trouxesse tudo que não tive até agora.
O rapaz se sentia nas nuvens.
- Não agüentava mais o Ferida.
- Ferida?
- É meu namorado.
- Ex?
- A partir do momento que te conheci sim.
- Ele só sabia falar de trabalho... era pó para cá, fuzil para lá, granada para cá, amigos da Colômbia...
- Falava do quê?
- É .. aquele morro é a vida dele.
- Aquele o quê?
- Aquela gente que anda com ele cheia de armas.. ai que sufocante! Aí, meu celular está tocando. Já é ele sabendo que estou aqui com você... ele vai vir sim, deixa, deixa ela vir que eu vou abrir o jogo para ele... Ele vai ter que aceitar a minha escolha...
- ...
- Aderbal... cadê você?
Agarrado no telefone do quarto, Aberdal insistia que era um absurdo que o serviço de quarto não tivesse veneno a la carte.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Programas culturais de ameríndios (sendo politicamente correto)...

As maiores furadas culturais que conheço são sarau de poesia e show de dança moderna. O primeiro é o reduto de um monte de cara que está lá para ler seus trabalhos e que, diga-se de passagem, você não leria nunca se alguém não tivesse lido ali para você (confuso, né? Você não viu nada...) Os tímidos lêem com ar de dor e consternação, mas os performático não. Estes gritam e interpretam aquilo que escreveram e que você, que está ali só para prestigiar um amigo seu que tem essas idéias erradas, tem que agüentar. Mas aí você respira e pensa que Crise renal é bem pior...

A dança moderna performática começa. Ah sim... a música é performática também. O visual é escuro (ou claro demais) e as pessoas entram com cara de assustadas. Segundos depois, rolam no chão e se arrastam... (??) Depois se abraçam simbolizando o universo e você só descobre isso muito depois quando lê no jornal. A música persiste... basicamente percussão ou sons digitais. E olhe lá...
Comprei uma máquina de lavar DAKO que, quando tem pouca roupa para lavar, faz um solo de percussão de dar inveja a muita gente do meio.
E você ali... ainda pagou para ver.
Mas o pior é o final, pois sempre chega alguém e te pergunta?
- E aí gostou?

Bom, você pode responder o que pensa e passar por uma besta insensível e até grosseiro ou respirar e dizer:
- Diferente, né?! Bom...

E pensar depois:
Bom... seria se eu tivesse ficado em casa.

Em tempo:
Acho que era um direto constitucional apedrejar o ator que no final da peça vem agradecer e diz: "Se gostou, indique aos amigos, se não gostou, aos inimigos." E sempre tem um desgraçado que ri disso..
***
Acho a expressão programa de índio uma sacanagem com os índios... catamos suas terras, suas riquezas, destruímos sua fauna e flora e ainda saímos dizendo que os caras freqüentam sarau de poesia e show de dança moderna.. Isso não.