A vida é como uma pia cheia de louça quando você mora sozinho. Você olha aquela bagunça, fica desanimado, mas sabe que você vai ter que arrumar aquela zona porque nada é mais seu do que aquela bagunça toda. Essa reflexão veio de minha pia cheia de louças...
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segunda-feira, 25 de maio de 2020
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
De boas, fessô. :-)
Uma vez um aluno comentou comigo: Poxa, professor. Já te conheço há algum tempo e nunca te vi perder a linha, bater boca com aluno, tretar, enfim.. Você é muito zen. E riu.
Aí eu expliquei para ele o seguinte.
Se eu bato boca com um aluno, eu sou imaturo e ele, um adolescente de 15 anos;
Se eu bato boca com um aluno e jogo na cara que ele não tem leitura para discutir comigo, estou sendo imaturo e arrogante e ele, um adolescente de 15 anos;
Se eu bato boca com um aluno e jogo na cara que ele não tem leitura para discutir, que não é capaz de sustentar uma discussão comigo, estou sendo imaturo, arrogante, prepotente e ele, um adolescente de 15 anos;
Se eu bato boca com um aluno e jogo na cara dele que não tem leitura para discutir, que não é capaz de sustentar uma discussão comigo, que ele tem que amadurecer e pensar mais, estou sendo imaturo, arrogante, prepotente e cego...
- Cego? Interrompeu-me ele.
- Pois é... É que, nesse momento, não consigo ver que, naquela hora, quem está agindo de forma inadequada com a idade sou eu e não ele, que continua sendo um adolescente de 15 anos. Concluí.
O rapazinho riu.
- Fessô, 'cê é "de boas"
É, acho que é por aí mesmo.. concordei.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Tudo tua culpa...
A imensa maioria das pessoas que conheço e com quem convivo possuem uma capacidade surpreendente de achar culpados. Diante de um problema, todas as energias se convergem no sentido de encontrar um culpado que não seja ele mesmo, é óbvio.
O fato é que, nessa vida, conheci pouquíssima gente que vê o resultado negativo, analisa e conclui, “fiz besteira”. O responsável fui eu mesmo porque fui negligente, porque não estava à altura de dar conta, porque fui incompetente de verdade.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Sabe lá o que é não ter e ter que ter pra dar?
Um dos grandes segredos da convivência humana é entender o que podemos pedir do outro. Em estados de entorpecimentos de paixões, perde-se completamente a noção do outro como um individualidade plena de qualidades e defeitos.
Daí decorre, obviamente, a decepção pelo outro não ser exatamente aquilo que se queria que ele fosse. É engraçado, mas, em 90% das vezes, as pessoas se decepcionam não com as pessoas mas com a imagens que fazem das pessoas para si.
A imagem construída de um ser humano é produto das nossas carências e não do que realmente ela é. É resultado nebuloso de uma série de fragilidades nossas que projetamos no outro.
Dessa forma, por razonabilidade, deveríamos nos decepcionar com nós mesmos e não com os outros. Os outros são os outros e só. Nós esperamos demais, projetamos demais, idealizamos demais...
Lembro de uma música do Djavan (Esquinas) em que ele solta a angústia de quem se vê idealizado no processo de percepção humana e diz: “sabe lá o que é não ter e ter que ter pra dar?
Eis o desabafo de quem está na outra ponta. A ponta do idealizado, aquele que sabe que tem que ter pra dar, mas não tem o que dar.
O fluxo de decepções é mútuo. De um lado, o que espera olhando aquele que é aguardado. E o peso dessa espera que consome os dois lados quando eles se dão conta desse jogo de gato e rato, sem gatos e nem ratos.
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quarta-feira, 4 de julho de 2012
As pessoas e as outras pessoas
As pessoas querem que a gente odeie outros times que não sejam o nosso, mas não consigo ver inimigos a serem odiados e humilhados, mas gostos diferentes. As pessoas precisam que você compartilhe o que eles consideram belo justo, mas poucas vezes, lhe perguntam qual a sua ideia de belo e justo. As pessoas sentem necessidade de demonstrar algo que nem de longe sejam, mas se esquecem de saber se eu quero ver já que acreditar nem mesmo elas o fazem. As pessoas nos cansam e nem aceitam nosso pedido de tempo para descanso... Só no Vôlei alguém nos leva a sério.
Acho que no facebook ou no mundo real, cada vez menos presente na vida social de tanta gente, as pessoas desejam que as conheçamos melhor e, para isso, se mostram no que são cada vez menos.
É isso. As pessoas investem para que sejamos cada vez mais idiotas perfeitos, mas esquecem que ninguém é perfeito. Logo, seremos falhos até em nossa estupidez.
E isso talvez ainda seja a esperança que nos resta.
terça-feira, 17 de abril de 2012
O problema está com quem bate
Sempre ouvia minha amada e saudosa avó dizer que o mal feito fica pra quem faz e não para quem recebe. Lá na minha tenra idade, achava uma besteira isso. Afinal, a porrada dói em quem apanha e não em quem bate. Entretanto, foram necessários uns vinte a trinta anos para que entendesse que se dói em quem apanha, também cura em quem apanha. Já quem bate prossegue batendo. Acumulando desavenças, desforrando suas frustrações e suas doenças da alma nos outros. Quem bate segue doente, não cura.
O sujeito que ofende com palavras, com atitudes é assim por sua natureza. O ofendido é só mais um na sua lista, uma situação ocasional, esporádica. O ofensor não, ele prossegue sua rota de agressão, pois sua alma doente precisa agredir. A ferida que ele traz aberta não fecha, a doença que ele carrega não cura e ainda o consome sem ele perceber.
Achar que ele não é penalizado com isso é tolice. Ele é, só não o sabe. As pessoas se afastam, as pessoas o suportam, as pessoas só se aproximam por interesse já que se não for para se tirar um proveito, não vale a pena aguentá-lo. Os que ficam no seu entorno aguardam as viradas de mesa para, no devido momento, dar o troco, a porrada de volta. E assim perpetuam-se as eternas mazelas da alma humana.
domingo, 31 de outubro de 2010
Hipocrisia nossa de cada dia, nos dai hoje..
Sempre achei que a hipocrisia é um bem social.
Proibimos a maconha, liberamos o cigarro, condenamos a cocaína, aceitamos o álcool. Achamos até engraçado um personagem humorístico que cai pelos cantos e fala besteiras fazendo piadas com a própria desgraça (não a do ator, mas a do personagem). O ministério da justiça reclassifica a novela porque aparece uma moça seminua dançando numa boate às 21 horas. Enquanto isso, o senado libera um senador que comprou empresas usando laranjas, dinheiro sujo, pagou uma amante (aliás, com quem teve uma filha) com dinheiro de empreiteiro e isso passa no jornal das 13 horas.
Não defendo a liberação das drogas, mas a questão é pensar: o que faz o álcool menos droga do que a cocaína e o que faz o cigarro menos droga do que a maconha? Talvez dados técnicos apresentem distinções, mas estas se contrastam com a realidade de que o cigarro e a bebida são muito mais socialmente nocivas do que os seus concorrentes vendidos nas bocas de fumo dos morros (e, hoje, até por playboys de classe média).
Mas, seguindo assim, punindo os peitinhos na TV, liberando as putarias dos políticos não vejo muito perspectiva para aposentar a falsidade (ou pelo menos, dar umas férias sem vencimento para ela). Achando normal o garotinho de 15 anos com o cigarro no dedo que chega a casa bêbado depois da balada e se horrorizando com os garotos de zona sul preso com drogas seguimos rumo ao nada, ou pior, ao tudo de ruim.
Não tenho esperança de que as coisas mudem muito com a liberação das drogas ou mesmo com a proibição do álcool. Acho que tudo demanda uma reformulação de mentalidade que terá como fim tirar nosso rosto de trás dessa mascara chamada HIPOCRISIA.
Quando eu dava aulas em ensino médio, uma vez me vi no meio de uma roda de alunos de 1º ano que contavam sobre um churrasco. A conversa descambou para porres homéricos (papo comum nessa idade). Daí, começaram a relatar os porres de seus pais. Um deles disse:
Caraca, maluco, aí quando eu vi, meu velho tava todo vomitado no churrasco da minha tia. Levamos o cara para o chuveiro e demos um banho daqueles... caraca, maluco. Muita doideira.
Imaginei-me naquela situação, jamais vivida por mim, com meu pai e deprimi só de pensar. Esse fato narrado vindo de um adolescente é normal, pois a idade prima por pouco senso crítico, mas essa atitude vinda de um pai dispensa comentários e se torna autoexplicativa para o que vemos.
Ave, hipocrisia!
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Cenas inusitadas I - bola da vez

Há somente dois dias na comunidade e Aderbal já conseguira sair com a mais gata dali. No baile, ele desfilava com ares de vencedor aos olhos de todos que o admiravam com ar de espanto e surpresa. Entrara e saíra de mãos dadas confirmando a todos a posse sobre a sua conquista. Ele era o máximo.
No motel, entregaram-se a horas de amor em todas as formas e posições e, vencidos, repousavam os corpos um sobre o outro e conversavam com voz mole.
- Precisava de um homem como você.
- E eu cheguei.
- forte, firme, decidido, inteligente e que me trouxesse tudo que não tive até agora.
O rapaz se sentia nas nuvens.
- Não agüentava mais o Ferida.
- Ferida?
- É meu namorado.
- Ex?
- A partir do momento que te conheci sim.
- Ele só sabia falar de trabalho... era pó para cá, fuzil para lá, granada para cá, amigos da Colômbia...
- Falava do quê?
- É .. aquele morro é a vida dele.
- Aquele o quê?
- Aquela gente que anda com ele cheia de armas.. ai que sufocante! Aí, meu celular está tocando. Já é ele sabendo que estou aqui com você... ele vai vir sim, deixa, deixa ela vir que eu vou abrir o jogo para ele... Ele vai ter que aceitar a minha escolha...
- ...
- Aderbal... cadê você?
Agarrado no telefone do quarto, Aberdal insistia que era um absurdo que o serviço de quarto não tivesse veneno a la carte.
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