A imensa maioria das pessoas que conheço e com quem convivo possuem uma capacidade surpreendente de achar culpados. Diante de um problema, todas as energias se convergem no sentido de encontrar um culpado que não seja ele mesmo, é óbvio.
O fato é que, nessa vida, conheci pouquíssima gente que vê o resultado negativo, analisa e conclui, “fiz besteira”. O responsável fui eu mesmo porque fui negligente, porque não estava à altura de dar conta, porque fui incompetente de verdade.
O inferno são os outros.. sempre. E, ainda assim, quando alguém ameaça um mea culpa, logo se segue um “mas isso aconteceu porque X”. É uma espécie de mea culpa com habeas corpus preventivo. Ou seja, eu fui forçado a ser negligente, mas foi porque me sobrecarregaram de coisas e eu acabei não dando conta, afinal de contas, eu sou humano.. e blá, blá, blá… Ou seja um mea culpa compartilhado e abonado.
Dentre a monteira de defeitos que tenho (nunca fiz questão de escondê-los nem achar culpados para eles), desse mal não morro. Mesmo que eu pensasse que a minha negligência ou incompetência se deu por força das circunstâncias, nunca externei esse pensamento verbalizando-o. Morreu essa ideia comigo nos cantinhos mais recônditos da minha cabeça e sendo fortemente criticada pelas ideias que a circundavam.
Sempre fugi do que está além da minha competência, mas confesso negligência algumas vezes, procrastinação, relaxamento intencional mesmo. Aí, deu no que deu. Dessas situações aprendi a ser mais zeloso com o fluxo dos processos, mais autêntico e digno o suficiente para assumir, quando todo mundo procurava um culpado.
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