sábado, 20 de março de 2010

Nomes esquisitos e outras esquisitices

A filha da Baby Consuelo, atual Baby do Brasil e futura Baby X em razão de algum fator numerólogico e seu marido tinham mania de colocar nomes estranhos em seus filhos, coisa como Riroca, Zabelê, Nana Shara... Riroca futuramente veio a trocar de nome para um mais simples e menos comprometedor, Sarah Sheeva (sic).. Porém, não menos esquisito. Não entendo a motivação de buscar nomes tão estranhos para os filhos assim como não entendo porque tanta gente coloca nome de famosos internacionais neles. E o pior, com a grafia do português. O que já apareceu de Vandame da Silva, Chuquinóris de Jesus Oliveira, Maike Tason Benedito da Cruz, Greiciquele da Conceição Souza, Maraia Queri da Aparecida... Diário de classe de escola pública em periferia é uma verdadeira seara dessas coisas esquisitas. E o professor vive aquele eterno dilema na hora da chamada:

- Arnoldi Suánequegue..(??)
- Não professor. é xuasnégue... igual ao "exterminador de futuro" (sic).

A única motivação que eu vejo é uma associação tosca, mas que rende uma boa piada.

- Qual o nome da sua filha?
- Riroca.
- Hã...
- E os dois meninos?
- Ah.. o pequenino é o Riru e o maiorzinho é o Raralho...

Que fixação fálica! Freud explica.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Musiquinhas irritantes de tempos em tempos

De tempos em tempos somos massacrados por uma musiquinha que repete à exaustão nas rádios. Mas assim como o miojo (aquele macarrãozinho sem vergonha que a gente faz para comer quando tem preguiça de fazer uma coisas decente ou de sair de casa para comer algo decente) fica pronto em alguns minutos e logo, logo, enjoa. Assim foi com morango do nordeste (argh! Lembra disso...?) que quando todo mundo pensava que não tinha como piorar foi gravado em ritmo de pagode. "Tô nem aí"... depois de repetida milhões de vezes afundou a autora no ostracismo. Esse foi o maior mérito do hit. Mas e a banda Rouge cantando aquele negócio enrolado assereiê, assereiê... Sumiu e é melhor nem falarmos o nome três vezes senão, diz a lenda, raparece e aí só falando o nome ao contrário para desaparecer. Eu vivi a minha juventude em uma década que pipocou essas modas e, na onda de uma musiquinhas repetitivas, surgia um conjuntinho como Menudo, Tremendo, Dominó e outras coisinhas dessa nattureza que agora eu me esqueci... e era para isso que eram feitos. Serem esquecidos.

E por fim, quanta injustiça da minha parte ir esquecendo da Vanessa da Mata cantando a mais complexa letra da MPB ai, ai, ai, ai, ai ,ai, ai... auê, aauê, ai, ai... Banho de chuva... Sinceramente, banho de chuva quem tomou foi a escova que ela tinha feito... Cara,.. que cabelo é aquele??? Juro que vi na TV a cabecinha de um mico leão dourado saindo de lá.

P.S.: Aliás, vi certa vez as fotos da Claudia Ohana nua e ela não se depila desde a puberdade (Veja que a mesma já é coroa).. quando vi aquela moitona eu pensei: "conheço aquilo ali de algum lugar..."

- Vanessa, que é que 'cê tá fazendo aí mulher...

***
Em tempo: Adoro a voz da Vanessa da Matta. Assim que ela se encontrar no repertório vai ser maravilhoso. Estou torcendo mesmo. Mas quanto ao cabelo, eu não podia perder a piada.

domingo, 14 de março de 2010

Sorteios, mensagens e pilantragrens de toda ordem

De uns tempos para cá, vem aparecendo um monte de mensagem no meu celular com os dizeres “ Sua chance de ganhar um VW Fox, mande uma mensagem para o número 1010 e concorra a um carro. Custo da mensagem 2,99 + impostos.” Eu fico lisonjeado que alguém ou mesmo a Claro ou a OI, tenham se preocupado comigo e façam questão de dizer que sou um dos escolhidos para concorrer a um carro zero. Eu e as outras 12 milhões de pessoas que receberam a mensagem somos gratos por esse tratamento VIP de nossas operadoras de celulares (??).  Entretanto, como nunca conheci ninguém que ganhasse qualquer coisa nesse tipo de sorteio, salvo a dona Maria das Graças Silva, de Conceição de Caparapó-AC, que apareceu o nome na TV, não tive muito ânimo para participar desse sorteio  no qual as minhas chances de ganhar se igualam a de ser atingido por uma esfera de aço lançada de marte em direção à terra. Sendo assim, eu não seria mal educado de mandar esses spammers de celulares fazerem uso retal do dito veículo e, prefiro deixar para outros colegas a oportunidade de ganhar um VW Fox novinho... eram 12.000.000, agora, que eu desisti, restam 11.999.999 pessoas... suas chances aumentaram. Vai que dessa vez a esfera de aço lançada de marte é sua... quer dizer, o VW Fox.

P.S.: Não entendo como isso não é enquadrado como contravenção até hoje..

terça-feira, 9 de março de 2010

Rio: uma cidade mística, mística não, Tempestade

Intitulada como Ajuda do Além, o jornal o GLOBO deu a seguinte reportagem, hoje, 09/03/2010. APÓS TEMPORAL, PAES RENOVA CONVÊNIO COM MÉDIUM DA FUNDAÇÃO CACIQUE COBRA CORAL. (Leia. Contando parece piada). Para quem não sabe essa Fundação presta um serviço gratuito, mas que tem que ter convênio renovado senão não presta o serviço.. (Sei lá.. acho que não entendi isso, mas deixa quieto) e é representada por uma médium que recebe o espírito do cacique Cobra Coral que também já foi, em outras vidas, Abraham Lincoln e Galileu. Essa entidade incorporada possui poderes ao estilo Tempestade do X-Men e pode influenciar o tempo. (Sério! Eles estão falando sério).
Gostaria de prestar meu protesto contra o governo municipal do Rio de Janeiro, pois acho que deveria haver eleição para esse cargo e já apresento minhas indicações:

Para o clima


Para combater o tráfico

Para abrir latas..

Esse último, por exemplo, nos dá a segurança de que seria um funcionário que não iria coçar saco no serviço.


domingo, 7 de março de 2010

Diálogos circulares.

- Arnaldo, tava pensando em sair. Sei lá... dar uma volta.
- Onde você quer ir?
- Ah sei lá.. qualquer lugar. Tô tão sem ideia
- Não tenho idéia também.
- Qualquer lugar mesmo. Escolhe aí.
- Vamos a um cinema, deve ter um filme legal.
- Ah, não! Cinema... não. Prefiro alugar e ver em casa.
- Teatro...
- para ver o que? Tá tão sem peça interessante.
- Ué. Então escolhe qualquer lugar.
- Não escolhe você. Tô sem idéia.
- Huuumm. Vamos a um motel.
- Ai. Você só pensa nisso...
...
- Vamos ao shopping....
- Essa hora não tem mais nada para ver.
- Vamos ao zoo...
- Huum... Que programa de criança!
- Pois é... estou ficando sem idéia
- Sei lá, amor, uma coisa divertida...pensa aí.
- Futebol?
- Não tenho paciência pra estádio.
- Um restaurante?
- É talvez.. escolhe aí...
- Uma pizzaria?
- Ah, não massa não. Eu estou uma anta de gorda...
- Churrascaria?
- Não agüento aquela barulheira.. Vai escolhe aí.. qualquer lugar eu topo. Tô tão sem idéia...
- Lanchonete?
- Não.. Muito chulezinho.. queria uma coisa mais interessante que justificasse eu me arrumar. Eu não me arrumo nunca, né...

Meia hora depois...

- Sabe qual é o nosso problema, Arnaldo? Eu fico nessa casa, trancada, não saio nunca. Você não. Você sai, vai para o trabalho, vê pessoas diferentes... A gente precisa sair, passear.. sugere um lugar.. sei lá,... qualquer um.. me diz e eu topo. Tô tão sem idéia. Se não eu dava uma sugestão, mas poxa, Arnaldo, agora é com você. Eu não tenho que decidir tudo sempre, né

E Arnaldo espumava verde no canto da boca com o corpo largado sobre o sofá.

***

[Em homenagem ao dia 8 de março e à minha esposa Camilla que me tortura com essas coisas, mas por quem eu sou apaixonado e não vivo sem a ela]

quarta-feira, 3 de março de 2010

A culpa, o medo e a estupidez humana

Em tempos de estupidez de reality show, encontrar algumas produções de mídia que massageiam o nosso intelecto é coisa rara. No fluxo contrário a toda boçalidade predominante, tive a oportunidade de assistir a um filme que abre uma ilha de reflexão sobre a culpa e o medo, Tempos de paz, com Tony Ramos, um chefe da alfândega em um Brasil pós-guerra e Dan Stulbach, no papel de imigrante polonês. 
O filme traz uma reflexão que tenho há tempos: até que ponto, a resposta "fiz porque estava cumprindo ordens" é válida? Muitas vezes se faz algo cumprindo ordens porque quem manda não tem a coragem de assumir os atos executados e quanto o executor o faz, quem ordenou quer distância dele pois o mesmo representa tudo aquilo que ele não quer lembrar que pediu para ser feito. O executor se torna descartável, o executor se torna executável.
Dizer que fazemos porque não tivemos escolha é outro equívoco. Sempre há escolha, mas o que há também são os ônus e bonus do que escolhemos. Não estamos dispostos a arcar com os custos, mas as escolhas estão sempre lá, basta que as façamos.
O personagem de Tony Ramos se mescla num sentimento de rudeza, frieza, amargura... essa é a palavra. Ele traz consigo um amargo do mais concentrado fel que a vida plantou-lhe no coração. Um homem sem máscaras esterotipadas dos vilões, porque ele não é um vilão. Ele, Segismundo, é ao estilo do filósofo alemão, demasiadamente humano.
Isso me assusta, mas também me encanta.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Cara de quem comeu e não gostou

Comer uma coisa nova é sempre um desafio. Sou resistente ao novo e quando viajo, procuro aquilo que já conheço. Sou definitivamente diferente daquelas pessoas que fazem o seu estômago uma espécie campo de provas, um Los Alamos gastronômico (Para quem não sabe, esse era o lugar onde se faziam os testes da primeira bomba atômica).
Gastronomia carregada de temperos, óleos, odores fortes são o prenúncio de uma revolução intestinal e algumas experiências que tive na Bahia me ensinaram que nem tudo que tem nome curioso e folclórico é para ser comido pelo visitante. Em Góias, insistiram para eu comer o tal do pequi. Topei, mas ao colocar no prato, fui advertido: - Não morde não que tem gente que já foi parar no hospital por causa de uns espinhos que tem dentro. Desisti, é impossível para mim comer um negócio que pede um Lexotan para você relaxar durante o consumo. Em Fortaleza, a insistência foi com uma sala de caranguejo. Provei e tive a sensação de que o bicho tinha sido morto depois de uma luta de vale-tudo. O que encontrei de ossinhos e coisas parecidas no meio, me desestimularam a repetir o prato. Em Ubatuba, paquerei a ostra. Daí, perguntei: Parece com o quê? Um colega respondeu – Tem o gostinho de limão que você coloca... mas parece um catarro. Desanimei com a comparação. Um catarro com gosto de limão.
Voltei de Belém há poucos dias e fui extremamente prudente com os sabores da terra que são tentadores por suas cores e cheiros. Daí, lembrei de algumas situações por que passamos quanto alguém lhe serve uma comida diferente.
- E aí? Gostou?
[nesse momento você pensa: minto ou sou sincero?]
- É... diferente, né.
-Você não gostou?
- Não. Não disse isso. Disse que é diferente o sabor.
- Você quer mais?
- NÃO!
- Viu. Você não gostou.
- Não. Eu não quero mais porque estou satisfeito.
- Ah.. mas tão pouquinho!
- Pois é.. eu como pouco.
- Come pouco porque não gostou...
Chega alguém. Um terceiro na conversa..
- Aí, fulano, ele não gostou da comida.
- Eu não disse isso.
- O quê?? Você não gostou...
- Gente, se falar que detestei esse troço e nunca mais caio na besteira de provar algo parecido a gente encerra esse ciclo?
...
Silêncio
- E do doce? Você gostou?
- ..afff

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A vaidade e a estupidez humana

A vaidade é o portal de todas as fraquezas, pois conduz a estupidez entorpecendo a capacidade de análise. Já trabalhei com pessoas que, em troca de elogios e reverências, mantinham ao redor de si a nata do despreparo, mas uma "nata" (sic) que se apresentava sempre pronta para lhes reverenciar aplausos e louvores ao menor sinal de suas presenças.
O risco que corre o vaidoso é o de construir uma mansão sobre varas de uma palafita e lhe foge a percepção de que, quem vende os elogios e admiração os faz a ele ou a qualquer outro que se encontre no alto da montanha. Até que a montanha venha a ruir e se torne uma planície. E, as pessoas se esquecem de que até as montanhas podem passar por esse processo.
O mais difícil para a maioria das pessoas é realmente, no topo da montanha, não deixar se seduzir pelos alisadores de ego. Eles vivem disso e é isso que os mantém onde estão. São como carpideiras, choram, mas porque são pagos para tal. E se trocam o defunto, choram de novo, pois essa é a sua função.
Somente a elevação e o desprendimento do espírito nos tornam imunes a isso. A experiência pela dor e o desprendimento do espírito como caminho de uns poucos afortunados. Eu não conheço nenhum ainda, mas sei que deve existir (ou já existiu). 
Sou da filosofia de que espírito é igual a aço de espada. Forja-se com muito fogo e muita porrada de martelo em cima.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Carnaval, tudo de novo, outra vez a mesma coisa... de sempre.

Em fevereiro, em fevereiro... tem carnaval, tem carnaval... já diz a musiquinha do século passado. E tem mesmo, sempre, tudo igual, de novo, outra vez, o mesmo. A Globo vai mostrar flashes do carnaval de Pernambuco com um monte de gente jogando as pernas para frente com sombrinha na mão. Na Bahia, vários trios elétricos com um monte de gente suada atrás e sempre há uma dança nova exatamente igual a velha, mas com nome de impacto. No Rio, o desfile das escolas de samba (com um ou dois BBBs desfilando) e, em São Paulo, uma espécie de série B do carnaval de escolas de samba, o pessoal misturando carnaval com rivalidades no futebol. 
Há o saldo de mortos e feridos por excesso de bebida, os acidentes de trânsito, os programas que dão dicas de como curar ressaca, as pessoas que distribuem camisinhas e os blocos dos homens vestido de mulher, algo que, um dia, em um estágio evolutivo superior eu, talvez, venha a achar alguma graça. E os blocos gays sempre coloridos, animados e desinibidos. Exatamente igual a parada gay que já aconteceu meses antes. Ah... ia me esquecendo dos chatíssimos concursos de marchinhas que consagraram genialidades como “a pipa do vovô não sobe mais”, “olha a cabeleira do Zezé” e outras pérolas (sic) do cancioneiro do folião.
Enfim, tudo igual outra vez de novo... a mesma coisa.

P.S.: Se não fossem os deliciosos dias de folga eu odiaria carnaval.

Outra coisa. O cara da foto acha que se deu bem, mas tenho para mim que ele pegou um travesti e só se deu conta quando a foto caiu na web.