domingo, 8 de agosto de 2010

Mãe, cheguei bem. Te amo.

[não sou de poesias, mas essa foto ficou tão linda que inspirou]


O que é que você espera mulher?
Espera menino?
Que chega às pressas e estabanado
Derruba as coisas a frente e ao lado.
O que espera mulher?


Espera menino?
Moleque levado que fala enrolado
E torce a língua para falar mamãe?


Ainda esperando mulher?
O garoto sapeca 
Ruidoso da breca
Ou seria levado breca?
Não importa. O fato é que espera menino.


Espera mesmo menino?
Que um dia crescido
Com ar decido e mochila nas costas
Chega e lhe diz:
- Tô indo viajar, mãe. Beijos
 E contrariada, mas resignada
Vê bater a porta.


E então...
Deixa o corpo cair no sofá...
Espera menino
Esperando o menino ligar.

[O nome dela é Camilla, minha esposa, e espera nosso segundo menino. Vai se chamar Bruno.]

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ódio e intolerância em nome de Deus

Tenho poucas oportunidades de ler blogs, mas sempre que o tenho, faço com prazer. Gosto de ver o que pensam e escrevem e, principalmente, como escrevem alguns blogueiros. Outro dia, passeava pelo DiHITT, uma rede social de blogueiros, e me deparei com uma série de blogs (não vou promovê-los aqui dando nome) com significativa projeção entre os usuários e que pregavam através de artigos que gays eram os responsáveis pela AIDS, que eram responsáveis pelas doenças venéreas e que tinham desequilíbrio mental, por isso, apresentavam o maior índice de suicídio. Os dados eram sempre duvidosos ou de fontes questionáveis, mas estavam sempre lá. E no final, sempre a mensagem. Deus não gosta de gays, por isso criou o homem e a mulher. 
Não sou gay, não tenho parentes gays (não que eu saiba), mas tenho (e sempre tive) alguns colegas de trabalho gays. Aliás, bons profissionais e que não se aproximam nem de longe do estereótipo evangélico do aidético, doente mental suicida rejeitado por Deus.
O fato é que algumas pessoas se arrogam uma espécie de procuração para falar e assinar em nome de Deus e saem despejando as suas frustrações, inclusive sexuais, sobre todos e tudo. Dedicam-se a atacar com feroz fervor como se num grito interno sufocasse sua sexualidade confusa e reprimida e o ataque abrandasse a dor de não ser o que se queria ser, de se viver o que se queria viver.
Não acredito que gays sejam aidéticos, doentes mentais suicidas rejeitados por Deus, aliás, acredito que se existe um Deus, ele teve a sabedoria de dar uma vida para cada um para que cada um tomasse conta da sua e fizesse menos julgamentos. E, por fim, para arrematar, mandou o filho dele para a terra para ensinar que acima de qualquer coisa deve haver um sentimento forte entre os homens: amor e, consequentemente, a  TOLERÂNCIA daqueles que sabem amar o próximo.


Em tempo: Quando a sexualidade do outro nos incomoda a fim de nos mobilizarmos é sinal de que há algo incômodo com a nossa sexualidade. Isso é para se pensar.

Em tempo 2: ah sim.. o mesmo preconceito que se "justifica" contra gays aponta suas armas, a seu tempo, para negros, pobres, judeus, ciganos, suburbanos... Preconceito é ódio enlatado no peito e só muda de alvo...

sábado, 31 de julho de 2010

Touradas: estupidez e barbárie em nome da tradição

O mundo moderno é engraçado. Em nome da tradição e da diversidade cultural, admitimos que se barbarizem pessoas e animais. Admitimos que mulheres serem apedrejadas por suspeita de adultério seja normal, afinal, é a cultura deles e temos que respeitar. Aceitamos que se cortem clitóris em nome da religião, pois afinal, isso é aceitar o multicultural e a diversidade. Mas isso acontece na África, um ícone do subdesenvolvimento mundial em pleno século XXI. No nosso século, aceite da diversidade cultural é o nome que damos a nossa omissão diante da covardia humana.
Mas e quando acontece na Europa branca e desenvolvida? Que nome damos a isso?
Recentemente, o governo da Catalunha proibiu as touradas. Para que se entenda isso, a Catulunha é uma região da Espanha que reivindica independência por não se considerar espanhola. Complicado, né? Nem fale.
Assusta-me que apedrejar mulheres em uma região miserável e medieval da África seja normal para eles, mas o que leva os “desenvolvidos” espanhóis e outros europeus a deixarem suas casas para ver um idiota de roupas coloridas e justinhas torturar até a morte um animal pelo simples prazer de vê-lo morrer. É a morte como o espetáculo bizarro e esdrúxulo das arenas.
Disseram que proibir as touradas na Espanha seria como proibir o futebol no Brasil. Isso é uma comparação estúpida já que este se trata de um esporte em que 22 homens buscam colocar uma bola entre três traves... não entra em questão nenhum prazer sádico que envolva o gosto pelo sangue, pelo tortura e o sofrimento até a morte de nada, nem ninguém.
A Catalunha mostrou que essa ficha caiu para eles e que se a Espanha não aceita essa proibição, realmente, eles não são Espanhóis. E viva a Catalunha, cada vez menos espanhola, cada vez mais desenvolvida.
Entenderam por que eles querem separar?


sexta-feira, 30 de julho de 2010

Voltamos mais uma vez à questão Criança Esperança.

Deixa eu entender mais uma vez.
Quer dizer que eu devo ajudar com R$ 5,00, no mínimo, de doação e as operadoras de telefonia não podem abrir mão de R$ 0,38 do custo da ligação? E por que eu devo abrir mão de R$ 5,00 reais e o governo não abre mão dos tributos que incidem sobre esse dinheiro? Nesse caso, eu estou doando para as criancinhas de um projeto de inclusão no interior do nordeste e para os pobres deputados que precisam custear suas campanhas para a permanência eterna no poder.

Na minha compreensão, suponho que R$ 5,00 represente mais impacto no meu orçamento do que R$ 0,38 na receita da OI, por exemplo. Por que é que caridade tem que vir sempre do lado de quem tem menos? Por a minha boa vontade tem que ajudar a enriquecer os donos da operadoras de telefonia e os cofres do governo? Por quê? Por quê?

Vamos fazer o seguinte, quando eles abrirem mão do custo de ligação e dos impostos sobre a doação, eu faço a minha doação. Até lá.. nada feito.

domingo, 25 de julho de 2010

Pelo direito de não se falar o que se quer e nem de ser ouvido


Entre todos os argumentos contra, os militares incomodavam por que mesmo? Ah sim.. censura! Que bom que os tempos mudaram e, hoje, podemos viver num país em que conquistamos o direito à liberdade de expressão contanto que a expressão esteja dentro do conceito de liberdade determinado por lei.


Em tempo 1: Está cada dia mais difícil decidir em quem votar.
Em tempo 2: Será que eu estou morando na Venezuela e ainda não me contaram...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Palmadas são a solução? Palmadas não são a solução?

O projeto de lei Nº 2654 /2003 da deputada Maria do Rosário prevê a proibição de castigos corporais mediante qualquer pretexto. É a famosa lei contra a palmada. Isso suscita a discussão sobre a validade dessas ações no processo de educação. De um lado, os radicais da educação pregam que palmada traumatiza e cria monstros. 
Não vejo esse argumento como válido, pois eu tomei algumas e boas palmadas na minha infância, assim como boa parte da minha geração, e, até hoje, não senti vontade de ter uma amante atriz pornô, engravidá-la, matá-la e sumir com o corpo. É, mas argumentam, que teve gente que já fez isso... E possivelmente pelos traumas das palmadas.  
Não acredito que violência seja a solução para nada, mas como diz minha tia: pé de galinha nunca matou pinto (salvo se a galinha tiver o sobrenome Nardoni) E, ainda mais, acho muito difícil argumentar com um garotinho de 4 anos sobre a importância de não se arremessar coisas do 3º andar de um prédio, mas há de ter uma solução para isso que não passe só pelos tapas.
O meu medo é o precedente que essa lei abre: a ingerência do estado sobre aspectos da vida particular. Tenho medo que vire moda e o estado passe a estabelecer o tempo que devo deixar meu filho vendo TV ou jogando vídeo game. Ou ainda, que o estado estabeleça o tipo de alimento de terei que dar a ele sob pena de prisão em caso de descumprimento. Entendo que há limites que devemos estabelecer para os filhos e que, mais do que nunca, há limites que devemos estabelecer sobre o terreno em que o estado deve legislar.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mundo corporativo - o caminho avesso do sucesso

Costuma-se dizer que a grande escola que se tem são a dos piores líderes/chefes com quem se trabalha, a quem se deve o eterno agradecimento por tudo que ensinam a não fazer. Um dia, quando você olhar para trás, verá as grandes lições de inaptidão, despreparo e vaidade oferecidas que, se não mostram o caminho a ser trilhado, indicam a certeza do rumo para o desastre administrativo. Sendo assim, eis 11 dicas de como gerir um negócio em direção à derrocada.

1. Não ouça as pessoas que trabalham sob seu comando. Afinal, o chefe é você;
2. Seja intransigente. Ponto de vista... só existe o seu;
3. Adote o critério amizade e nunca competência para montar sua equipe;
4. Retire a autonomia dos setores totalmente. Até para ir ao banheiro solicitem autorização sua;
5. Aja sem planejar, fale sem pensar, decida sem projetar efeitos...
6. Ouça as fofocas e maledicências com se fossem uma fonte de informação legítima;
7. Trate os que lhe respondem com a altivez e arrogância de um rei;
8. Gaste com o que sua consciência mandar e poupe onde/quando achar melhor;
9. Nunca caminhe pelos seus domínios para que não percebam "os seus súditos" sua face mortal;
10. Ignore qualquer cumplicidade, você não precisa dos outros. Você se basta;
11. Decida sozinho. Afinal, você é o chefe;


sábado, 10 de julho de 2010

Caso Bruno: Tá legal, tá bom.. mas dá para falar de outra coisa também?

Um policial matador, um bando de puxa-sacos parasitas capazes de fazer qualquer coisa para continuar na aba de um jogador famoso, um garoto pobre que se encheu de dinheiro com o futebol, uma garota de programa de fazia pornô grávida tentando achacar esse jogador, uma mãe de garota de programa que não a via há anos querendo a guarda de um bebê que vale um bom dinheiro de pensão, um pai de garota de programa envolvido com estupro de menores... Acho que já sabemos tudo que precisávamos saber obre o caso Bruno.
Entretanto, assim como o caso dos Nardonis, a TV repete, repete, repete e repete à exaustão a mesma história com comentários de advogados especializados em direito penal, peritos usando luminol para achar sangue e delegados com mais de 20 anos de policial demonstrando comoção diante das câmeras como se aquele fosse o crime mais bárbaro que ele já viu. As imagens de helicóptero narrando a saída da delegacia, a chegada ao aeroporto, a entrada na prisão... ufa!
Está pronto o teatro que vem substituir o fiasco da seleção brasileira. Nem esquentou a história do fracasso do Dunga na África do Sul e já apareceu essa do fracasso humano do Bruno que aparece de manhã, de tarde e de noite... Almoçamos com Eliza Samúdio, tomamos café com o Macarrão, jantamos com Bruno...
É nessas horas que alguém precisa dizer a imprensa: tá muito bom, muito legal, mas vamos falar de outra coisa?
...

Enquanto isso o projeto Ficha Limpa é estuprado, agredido e assassinado pelo senador Heráclito Fortes e os políticos esperam outubro para garantirem mais 4 anos para estuprar, agredir e assassinar nossa pátria mãe tão distraída.






quarta-feira, 7 de julho de 2010

Vou morrer sem entender.... e você?

Dois gordões de fralda tentando empurrar um ao outro para fora de um círculo.... Quem quer assistir à final de copa do mundo no Japão com um uma opção tão fantástica e emocionante para se ver como esta?

Preciso de mais umas duas dúzias de encarnações, sendo que, metade delas no Japão para entender a graça disso. Outro dia vi que há até cobertura tv, rádio e internet disso no Japão. Foi aí que eu reformulei a minha concepção de inferno. Antes o inferno para mim era um lugar quente (sem ar condicionado), com ventilador de teto barulhento, com internet discada, computador que trava o tempo todo e acompanhado por um especialista em vinhos (esse é o assunto mais chato que eu conheço. Se você conhece algo mais chato substitua à vontade) e, agora acrescento uma tv preto e branca pegando mal e que só passa reprise de luta de sumô 24 horas por dia.

Chegando lá, pergunte logo:
- Dá licença, vocês servem veneno de rato?