domingo, 18 de fevereiro de 2018

As operadoras de telefonia e o recibo de idiota nosso de cada dia.

Com certeza, as operadoras de celular apostam na decadência do ensino Brasil. Apostam que as pessoas desaprenderam a multiplicar, somar... Enfim, no esquecimento total das 4 operações. Inclusive, no esquecimento de como usar uma calculadora. Já olhou, só por curiosidade, aquelas promoções de celulares caros em planos que te fidelizam por um ano? Por exemplo. Se você comprar um iPhone 8 Plus no Mercado Livre, vai pagar em média 3.800,00, quando muito uns 4.200... (o preço médio gira entre isso mesmo)

Se comprasse um igualzinho na VIVO em um daqueles planos que assinamos com sangue um contrato com a presença de dois homens sombrios de terno preto, chapéu e, quando os olhos nos miram, vemos pequenas labaredas alaranjadas... Sua alma será minha por 12 meses..rá, rá, rá, rá.... você pagaria 3759,00.... (+ os planos de 99 mês)... Bom, seria uma economia de 41 reais em relação ao Mercado Livre.... Minha alma por um ano = 41 reais... huuumm.. tá..vou pensar...

O plano de pontos da Oi permite você trocar pontos por um celular....  Por exemplo, 12000 mil pontos + um iPhone Plus 8 pela bagatela de 12 x 352,21.... logo, 4.231,00.. mais caro do que no Mercado Livre e ainda com a presença dos enviados do inferno cobrando o pacto de sangue e sua alma por 12 meses. Eu fico pensando... aqueles 12 mil pontos serviram para quê mesmo? Para que me fosse dada a honra de pagar mais caro por um iphone e ser cliente da OI?

Na verdade, acho que eles apostam no consumismo desenfreado mesmo e no efeito psicológico que nos faz parecer 12 X 300 menos de 3600... afinal, 300 é menos do que 3600.. um negócio e tanto...

Mas é isso, Queridas Oi e VIVO.... Para infelicidade e tristeza de vocês, nasci nos anos 70, ainda lido bem com as quatro operações e quando a coisa aperta não reluto em recorrer a calculadora.

Deixe-me voltar para o Mercado Livre...

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Minhas ideias goela abaixo para o bem do mundo

Antes de começar digo que isso aqui são só reflexões de um indivíduo que não consegue se enquadrar em nenhuma ideologia de forma imersa e plena. Cada uma delas tem alguma coisa que me atrai e outras que me repelem. E assim, nos mantemos a uma distância segura e relativamente livre de sua manipulação.
Sei que corro o risco de reprovação (E talvez textões, essa espécie de diarréia verbal do mundo virtual e de suas redes), mas me arrisco a pensar fora de um X-ista qualquer. Normalmente, esses episódios de verborragia são produtos de uma séria deficiência de leitura, logo, não merecem resposta, mas ajuda... Ah sim... não a minha. 
Creio que parte dessa confusão começou em uma leitura facciosa da declaração dos direitos do homem e do cidadão (1789).

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

O mito de narciso e a formação de opinião

Estou na magistério há mais de 24 anos e sempre ouvi falar em formar alunos críticos, desenvolver o senso crítico, enfim, isso, para mim, é o discurso do avesso, porque pouca coisa incomoda tanto a alguém quanto dar armas para outro para que possa vir a discordar dele. Afinal, como alguém pode discordar de você se suas ideias são tão boas?
São mais de duas décadas em que vejo que a ideia de formarmos pessoas que pensem com o nosso senso crítico, o senso do professor que traz o seu histórico, suas vivências e que acredita ser o melhor que há. Desculpem, mas não... não é.
Uma educação formadora de senso crítico seria aquela que apresentasse o ponto de vista de A, B e C (e se tiver mais letras, que sejam apresentadas) ensinando a pensar e deixemos que os alunos cheguem as suas conclusões. Se estiverem errados, terão a oportunidade de um dia mudar de opinião assim como nós o tivemos. 
Uma educação em que o sujeito se isentasse o máximo possível (sei que é difícil, mas em nome de uma ética deveria ser uma tentativa válida) e tentasse não emitir juízo de valor rotulando direta ou indiretamente de "isso é bom", "aquilo é mau", quem concorda comigo é do bem, quem discorda é do mal. Isso não é formar senso crítico é manipular pensamento com fins doutrinários.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Atualizando definições de respeito

Aprendi a respeitar profundamente as crenças individuais sejam elas quais forem e penso, sinceramente, que o fato de uma pessoa crer em algo que não me parece muito razoável não a torna errada e também não me torna superior por me parecer que aquilo em que creio é mais ajustado a minha razão. Lido com pessoas que adotam crenças, principalmente, políticas que me parecem tão desprendida da realidade, mas reconheço que elas se vinculam a uma razão própria dessas pessoas, mas não a minha. Enfim, respeito e não sinto necessidade nenhuma de mostrar que talvez estejam equivocados. Até porque não sei se estão equivocados dentro de suas lógicas pessoais.
Mas um dia conversando com um dos colegas que assumiu para si o papel de paladino por um mundo melhor (o mundo dele, é claro) e uma nova ordem mundial (baseada nas ideias dele, é claro) eu tive que atualizar minhas definições de respeito ao outro.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Complexo de vira-lata

Desculpe, meu amigo, mas não sofro de complexo de vira-latas que acomete os brasileiros e já foi identificado por Nelson Rodrigues há muitas décadas. Viajei poucas vezes para o exterior, umas 5 ou 6 vezes e conheci países com coisas muito legais e outras nem tanto. Vejo o Globo Repórter mostrando a Dinamarca e acho fantástico aquilo tudo, mas, sinceramente, não sou acometido por esse, que depois do futebol, é o esporte nacional do Brasil: falar mal do Brasil e se sentir um merda.
O cara viaja para o país mais miserável da África ou de outro continente qualquer, assolado pela AIDS, fome, guerra civil, ditaduras, guerra de tribos... Aí entra em um banheiro onde tem uma caixinha de moedas para o servente e uns sabonetinhos de brinde e dispara: Porra, lá no Brasil se tivesse um negócio desse, geral pegava e enchia os bolsos de sabonetinho e ainda pegava a moeda do tiozinho da limpeza.
Aí eu penso... putz, onde essa cara mora??? Nos meios em que circulo, não é assim que a banda toca. Pode ter um imbecil ou outro que aja assim, mas o faz escondido porque sabe que é um comportamento reprovável. (aí vem alguém inteligentinho relativizador do universo que diz: não tome seu meio como referência... e blá, blá, blá..  E eu digo do fundo coração: Vai se ferrar)

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O medo que te faz tão mal

O medo é, por essência, a base de toda prudência. Entretanto, como tudo na vida, quando vem em excesso, ele é o freio de todo crescimento. Se o medo em dose certa, nos impede de afundar em situações nocivas, em excesso, nos bloqueia e limita.
É fato que traumas pessoais no nível financeiro, emocional entre outros são gatilhos de um zelo com nossas atitudes, mas também disparam um medo que pode nos paralisar, que pode bloquear a vida para que se experimente situações novas nos mesmos níveis.
Um prejuízo em um negócio pode nos deixar muito ressabiados e desconfiados para assumir empreitadas da mesma natureza. Isso é bom, pois nos ativa o botão da prudência e nos permite ser mais criteriosos com as iniciativas. Mas quando perdemos a medida desse botão da prudência e mergulhamos em um medo de que tudo vai ser sempre igual aos fracassos anteriores, isso nos paralisa e nos afasta de oportunidades que poderiam nos trazer experiências muito engrandecedoras.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A exposição e o espectador

Outro dia me perguntaram se eu havia visto a exposição do patrocinada do Santander que causou polêmica no Rio Grande do Sul e o que eu achava. Na verdade, não vi porque fica em Porto Alegre e não vou lá por aquelas bandas há um tempo. Mas enfim... Aí vem a discussão. Vi na internet as imagens que, sinceramente, são grosseiras como a pintura de um cara transando com um bicho, uma criança com os dizeres criança viada etc... Sinceramente, tenho dificuldade de entender o propósito da amostra além de chocar as pessoas que sejam mais suscetíveis. O que não é o meu caso. Não me afeta esse tipo manifestação. Olho, penso: "putz, que troço escroto" e sigo em frente.

Mas há duas coisas em jogo: a liberdade de expressão e a responsabilidade jurídica sobre seus atos. Se considero escrota essa forma de expressão que só serve para dar votos a uma direita radical que cresce no Brasil (sim.. esse tiro sai pela culatra e elege os conservadores), também penso ser absurda qualquer forma de censura. Deixa fazer, se o fato caracterizar algum tipo de violação ou apologia a ato ilegal, que se aplique a lei. Não sei, mas expor como forma de arte, ou de certa forma, conteúdo formador de opinião, pedofilia ou zoofilia, creio eu violar de alguma forma as leis brasileiras e comprometer a segurança de alguém (no caso, crianças e animais). Não sei... isso é papo para os juristas.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Toda dor

Toda dor que não nos traz aprendizagem é vã. Fugimos da dor, mas sabemos que toda dor vem do desejo de não sentirmos dor. Então, que venham as dores. Confuso, não? Explico.
A dor é uma forma de aprendizagem que nos conduz a um caminho de não mais cometer aquele erro e, logo, não sentirmos dor mais. Pelo menos não mais aquela.  Mas aí é que está. A dor só é válida quando nos traz a aprendizagem sobre o que a gerou e, assim, chegaremos à fatídica conclusão que elas são resultados de, pasmem, nossas escolhas. Escolhemos caminhos que nos conduzem a ela, escolhemos opções que as tem em sua rota. E lá está ela a nos esperar.
Se não traz aprendizagem não valeu, foi dor em vão. Precisamos beber esse copo até o fim e depois, olhar a vasilha vazia e perguntar: o que eu aprendi nisso tudo?
A primeira postura diante da dor, em face de nossa imaturidade espiritual, é buscar culpados, desejar o revide,  perguntar-se por que eu...
Culpados não há.... de alguma forma, somos frutos de nossas escolhas.
Revide não cabe.. não atenua a dor.
Porquês são inócuos frente ao fato que nos assoma... para que seria relevante esforçar-se para entender o que já se consumou.
Então, que as dores sejam bebidas até a última gota. Mas antes, quando os copos estão cheio, ergam-nos e façamos um brinde a todos as dores, que nos moldaram como o aço da espada e aos nossos algozes que nos ensinaram que é nas mãos deles que está o sangue. E, em suas histórias, é que está escrito o mal.
Um brinde a todas as dores, um brinde à maneira que a vida tem de de nos ensinar a ser fortes a partir de nossas escolhas.

sábado, 12 de agosto de 2017

O sentido de ser pai, mesmo não estando perto

Costumo dizer que, quando saio com meus três filhos, saio com 5 (o mais velho, Daniel, o do meio, Bruno e o pequeno, Lucas, que vale por 3, logo, 5). Então, deixo os outros dois mais à vontade e saio atrás do pequeno que se encarrega de subir em tudo, puxar tudo, correr, tropeçar. Mantenho uma distância de não mais de alguns passos para que eu consiga interceder em qualquer possível dano a ele ou ao meio em que ele se encontra. 
Percebi, então, que ele dispara correndo, mas de tempos em tempos, olha para trás e me procura. A 3 passos ou a 20 metros, ele me caça buscando a segurança que lhe permite prosseguir. Ele corre, tropeça em uma raiz do jardim, cai. E com rapidez vira o corpo limpa a roupa e quando olha, ali estou eu, antes a 10 metros, agora a poucos centímetros. Ajudando-o a levantar, limpando a calça, verificando se as mãos ficaram esfoliadas com o tombo e ele me olha com a segurança de que nada tem a temer, me olha para me tranquilizar e diz: "maçucô" não, papai
Olho os outros dois a distância. Se afastam mais, mas sempre me buscam quando querem ir um pouco além de onde estão. Eles me veem, esperam minha aprovação e com o olhar entendem que digo “pode ir filho, vou sempre estar aqui” Esse é o sentido de ser pai, mesmo de longe. 
A vida nos coloca em caminhos distantes, adultos tomam decisões, crianças pagam as contas, mas mesmo na distância que hoje me separa deles, sei que a cada passo que derem vão olhar para trás e ver que eu vou sempre estar lá, para limpar a calça de poeira, ver se a mão está arranhada e fazer ele se sentir seguro para prosseguir. 
Afinal, qualquer 1000 km vão virar alguns metros sempre que eles precisarem. Sempre em busca de ouvir um "maçucô" não, papai. E se ele machucar ser permitido a mim ajudar a suportar as dores. Entendi, hoje, que ser pai não e evitar os tombos, mas dar a eles a certeza de que qualquer que seja a queda, basta me procurar em volta que eu vou estar ali. 
Até quando não mais estiver aqui.