segunda-feira, 25 de maio de 2015

O médico, a faca e a estupidez

Às vezes, me assusta o rumo que as coisas tomam. Outro dia, vi uma pessoa argumentando que só se impressionaram com o assassinato do médico na lagoa porque ele era branco, classe média e morava na zonal sul. Afinal, milhares (sic) de pessoas morrem nas mesmas condições na zona norte dessa forma e ninguém fala nada (sic). 
Acho esse discurso tortuoso e de um preconceito às avessas. É como se legitimássemos o crime contra um grupo porque outros grupos sofrem coisas piores. Acho bizarro essa maneira de pensar e nem vale a pena argumentar com quem levanta essa ideia. Não vale a pena gastar o latim.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Tem "caboco" que polemiza tudo

Moro na divisa com Minas Gerais, mas minha cidade fica no Estado do Rio de Janeiro, Valença. Por aqui, somos mais mineiros do que fluminenses (aquele que nasce no Estado do Rio), e isso, longe de ser um problema, é uma característica que define nossa identidade cultural de forma bem marcante.
Comemos/fazemos comida mineira, temos uma arquitetura semelhante à de cidades mineiras e sotaque semelhante aos dos vizinhos do outro lado da fronteira. Meu /s/é sibilante, tão sopradinho que, às vezes, parece que a gente sopra vela de aniversário quando está falando. Tive um colega de trabalho que dizia que quando via Valença-RJ, pensava ser incoerente. Ele achava que caía melhor se fosse Valença-MG. Concordo com ele.

sábado, 25 de abril de 2015

E quem foi que disse isso?

O Veríssimo tem um texto fantástico chamado “Os Bárbaros”. Inspirei meu título nesse último. Acho essa relação entre palavras muito espirituosa, mas agora, o que gosto mesmo são de frases lugares-comuns. O senso comum nos leva a repetição mecânica de algumas coisas que me fazem pensar até quando vamos colocar o cérebro no piloto automático. Fiz uma lista das minhas frases automáticas preferidas:


A justiça tarda, mas não falha. Na verdade, quando costuma a tardar isso já é falhar porque tardar já é uma maneira de falhar com quem espera alguma coisa dela.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Por trás de um grande homem

E seu eu te dissesse que por trás de toda grande mulher, tem um grande homem. Um, dois, três... lá vem pedrada: machista, preconceituoso, sexista etc. Mas e se eu repito lugar-comum e digo que por trás de todo grande homem existe uma grande mulher. Bom, aí melhorou e soa como uma verdade, algo sensível vindo de alguém que saber valorizar a mulher. Mas espera aí, vincular a grandeza de alguém a outro só variando a questão de gênero não é só trocar o preconceito de lado.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Minha nova velha escola

Depois de mais de 12 anos longe do ensino médio e só trabalhando com ensino superior, retornei em 2014 para trabalhar em uma unidade federal  (IFRJ - Pinheiral). De início, tive até um certo receio de não gostar e cair no piloto automático (não gosto de piloto automático. Gosto de fazer as coisas com gosto de primeira vez. Gosto da profissão que escolhi há 25 anos). 
Entretanto, hoje, 5 meses depois de começar no novo emprego, vejo que tem sido uma experiência tão gratificante! (tenho sido muito feliz e ainda posso trabalhar de bermuda! Odeio calças compridas)

quinta-feira, 5 de março de 2015

Etiquetas: Não. Não quero ser seu amigo.

Pessoalmente, não gosto dessa questão de etiqueta. Tanto as de roupas quanto aqueles padrões de comportamento (garfo de um lado, guardanapos de outro.. sabe?). As de roupa são uma ilusão. Trata-se de uma maneira de criar rótulos explícitos em suas vestimentas de que eu possuo mais poder econômico do que você. Logo, sou um homem (ou mulher) mais interessantes do que o resto do meu entorno. Sabe... EU posso.
Assumo publicamente que não compro roupa de marca.

segunda-feira, 2 de março de 2015

A minha adorável estupidez

Percebemos o quanto ficamos sábios em dois momentos bem nítidos da vida: na medida em que percebemos o quanto fomos idiotas no passado; e segundo, na constatação de o quanto somos imbecis no presente em atitudes que pediriam um pouco mais de maturidade, só isso.
Das atitudes tolas do passado só nos resta lembrar com lástima penosa. Olhar para trás e torcer para que as pessoas que foram testemunhas tenham esquecido daquele fato, tenham apagado de suas memórias. O que de fato é o mais comum, pois, no mais das vezes, só nós, a ele, demos essa importância toda. Às pessoas, nossos fatos lhes são, no mais das vezes, invisíveis. Ufa!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Direito não é sinônimo de justiça


Toda vez que vejo uma defesa ferrenha de direitos de "minorias"(?), fico pensando em algumas coisas que, longe de me afastarem da nobreza das causas, servem como ponto de partida para compartilharmos o raciocínio a seguir. 
Há uma enfática defesa dos direitos dos índios, das mulheres, das crianças, dos idosos, dos negros e dos direitos humanos. Incomoda-me entender índios, mulheres, negros, crianças e idosos como algo externo à categoria dos humanos. Tenho a impressão de que a defesa ampla e efetiva dos direitos humanos dispensa a defesa de direitos específicos até porque contempla a todos sem rótulos ou restrições. Penso que o direito ao respeito e à vida, à educação e à saúde não seja algo inerente somente a um grupo delimitado por sexo, faixa etária e etnias.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Eu queria ser só professor

Educadores são masoquistas por natureza.
Na maioria das vezes, eu queria ser só professor. Sabe, como aquele cara que é de outro ofício e dá aulas por bico, para completar a renda. Mas a vida é assim. Muitas vezes, é impositiva nos seus caminhos. A gente nasce e se forma professor, mas tem gente que teima em ser educador. Ser educador é ruim, porque educador apanha, se frustra, sofre, e lima e sua e teima... e cansa.. Não. Aí é que está o problema, apanha, mas não cansa. Fica doendo e a alma nem acabou de doer da pancada anterior e lá vem outra.