quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Nótícias curiosas: morcegos, sexo oral e macacos bonobos



Morcegos fazem sexo oral para prolongar a relação

(Extraído da da Folha Online)
Morcegos asiáticos de uma espécie frugívora --que se alimenta de frutas-- praticam sexo oral, o que contribui para aumentar o tempo da cópula, mostra uma pesquisa publicada no periódico PlosOne. (Leia mais)


A reportagem conclui dizendo que isso é um comportamento raro entre os animais só sendo identificado nos macacos bonobos. Estes praticam o sexo oral somente entre os machos (??) jovens, mas apenas como uma brincadeira. Ahã... Eles também fazem sobrancelhas, fazem luzes, escova de chocolate, unhas personalizadas com florzinhas, usam lápis de olho, preferem calcinhas a cuecas, fazem cover da Sher... mas é só uma brincadeira entre os machos (sic) mais jovens.


Comentário 1
Não sei não, mas acho que os bonobos vão se extinguir não vai demorar...


Comentário 2
Quando leu a notícia dos morcegos e do sexo oral, Robin deu uma piscadinha e falou: bobinhos, eu já sabia!


sábado, 14 de novembro de 2009

Um erro justificando o outro: a lógica do calhorda


Não é de hoje que vejo que uma canalhice serve para justificar a outra aqui no Brasil, que, no senso comum, um erro serve para atenuar outro como se fosse algo que flui dentro de uma lógica perversa e amoral. Quando temos um crime (principalmente de corrupção), logo aparece alguém para dizer que o cara foi bode expiatório, que tem gente fazendo pior por aí e não dá em nada. Enfim, absolvido porque existe um ladrão maior que ele. Isso é o que chamo de jurisprudência da "calhordice".
Aparece um para dizer que fulano empregou parente, mas sicrano é bem pior porque empregou mais parentes. Logo, por que o escândalo? Surge outro para dizer que o bandido estuprava e logo outro mostra um pior que estuprava e matava.
E assim, segue-se numa eterna repetição do erro maior redimindo o menor. Chega-se, então, a uma conclusão cruel, porém, prática. Se for cometer um crime, assegure-se de que próximo a você há um ato mais vil. Dessa forma, a absolvição é compulsória.


terça-feira, 10 de novembro de 2009

A moça da UNIBAN e a falta do que falar


Passamos a semana discutindo o comprimento do vestido da moça da UNIBAN. É curto, é justo dar uma vaia, uma expulsão, uma revogação. Enfim, uma falta do que falar em um país com tanta coisa para se falar. Foi uma leva de gente pegando carona na lacuna sensacionalista de assuntos da mídia que quase se apagou a historia dos deputados gazeteiros, do caso do MEC fazendo propaganda para o governo Lula no ENADE e dos 20 anos da queda do muro de Berlim. Tudo isso por conta do vestidinho justo da moça da UNIBAN.
Pessoalmente, tenho muito medo dos discursos que se ancoram em chavões como “pela família”, “pela moral e os bons costumes”, “pela decência”. Essas palavras só mostraram, em sua história, que serviram para esconder o desrespeito à família, a imoralidade, os maus costumes e a indecência generalizada. Tudo isso sob a tênue e mal cheirosa capa da hipocrisia. Acredito que aqueles políticos do interior de São Paulo ou aqueles lá do Pará (hoje esquecidos da mídia) envolvidos com pedofilia fossem capazes de fazer um discurso acalorado pela moral e os bons costumes antes que suas máscaras caíssem. Talvez se juntassem no coro das vaias à moça da UNIBAN.
Mas os alunos da faculdade não deixaram a coisa passar em branco e fizeram justiça apedrejando a moça com vaias e agressões verbais bem ao estilo islâmico medieval de punição. Foram justos, assim como Deus é justo...
Mas o vestidinho da moça da UNIBAN era mais justo ainda.

P.S.: O muro de Berlim caiu, mas o muro da moça da UNIBAN continua lá erguido firme e forte no pátio da faculdade.

sábado, 7 de novembro de 2009

A educação e as besteiras que a permeiam


A educação é uma das áreas em que permeia o maior número de modismos e baboseiras. Houve uma época em que não se podia corrigir o aluno, outra em que não se poderia corrigir com caneta vermelha, pois isso  traumatizava e a aluno e criava um indivíduo desequilibrado para o resto da vida (O maníaco do parque só era corrigido com caneta vermelha. Viu? Deu no que deu... ) Certa vez, proibiu-se que corrigissem qualquer coisa, pois isso inibia o indivíduo. "Deixa errar, uma hora ele aprende." Aí, veio a moda do "não chamar de tia". Isso atrapalhava a relação com o professor. Outro dia, ouvi a besteira mais nova, pequenos palcos em sala de aula (aqueles de faculdade que servem para aumentar a visibilidade do professor em turmas grandes) inibem o aluno e o fazem se sentir diminuído.
Eu sugiro, então, novas modas. O aluno não deve ir à aula, pois isso inibe o seu direito de escolha. Ele deve buscar a escola espontaneamente e não devemos interferir. E, se o aluno for, não devemos submetê-lo a nenhum tipo de avaliação, pois isso o expõe e afeta sua dignidade como ser humano. O processo de aprendizagem deve ser em local em que o aluno se sinta bem e de sua escolha e a avaliação deve ser do jeito que o aluno queira. Não se deve violar o tempo de cada um, mesmo que isso custe décadas. O aluno sempre busca aprender, quem atrapalha é o professor.
Devemos retirar todas as palavras com "não" ou prefixos negativos do vocabulário para não criar um ambiente de negatividade e opressão ao educando. Se o aluno começar a falar ou mesmo a se manifestar fisicamente na sala, mesmo que em hora inadequada, devemos permitir como parte de uma manifestação legítima de expressão humana. Na verdade, nós, professores, é que somos inadequados no tempo do aluno.
Enfim, só ironizando é que conseguimos entender o ponto a que chegamos na educação brasileira. É só assim que percebemos o ridículo que nos conduz ao abismo.
Senhor, tende piedade de nós...

sábado, 31 de outubro de 2009

Twitter veio para ficar - a síntese da construção da informação


Discordo do Saramago quando ele diz que o twitter é algo que nos coloca a um passo do grunhido. Pessoalmente, não gosto do jeito de ele escrever e acho que muita gente deve pensar barbaridades sobre aquele mania de não fazer parágrafo em seus livros. Minha relação com ele é a seguinte: gosto da história, não gosto da forma.
Uma vez já apontei aqui que o blogue é uma linguagem diferente e que encontra sua limitação nas barras de rolagem de um monitor. Textos muito longos, temática pesadas ainda são casos distantes da realidade dos leitores de tela. Há colegas que resolvem publicar capítulos de seus livros em blogues. Pessoalmente, isso não dá certo. Até porque há um ponto de saturação de leitura no monitor. Ninguém aguenta ficar lendo páginas e páginas, por horas, na frente de um monitor.
O blogue pede uma linguagem mais rápida e mais eficiente. Um uso adequado do hipertexto para não cansar o leitor. E onde o twitter entra nisso? Pois é... o Twitter é a síntese da informação que coloca o leitor direto no ponto para sair atrás da complementação que lhe interessa e assim cria um critério de triagem mais segmentarizado do que qualquer outro.
Tenho a convicção de que tudo que já havia para ser dito já o foi. Os blogues vêm nos ensinar como se diz isso na internet e o twitter nos mostrar como dizer o máximo com o mínimo de palavras. O mais, o leitor busca por si. Só apontamos o caminho.
Desculpe, Saramago... mas você está errado.
Aliás, você, leitor, já está seguindo o saco de filó no twitter?

Twitter Button from twitbuttons.com

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O mito do traficante filósofo e outros textos apócrifos



Vez por outra aparece um mito novo na internet. Um dos que me chamaram mais atenção foi uma entrevista que li de, supostamente, um líder uma organização criminosa paulista (leia mais). Durante a entrevista, ele apresenta um grau de reflexão sobre a sociedade, sobre filosofia, sobre sociologia, apresenta uma leitura sociológica do processo de empobrecimento decorrente da má distribuição de renda e o agravamento da pobreza por causa dos fluxos migratórios irregulares no passado.
O líder da organização, embora cite não haver saída (santa incoerência), faz considerações sobre a necessidade de reestruturação do sistema penal com ares de jurista e estudioso do histórico do setor carcerário brasileiro. E sentencia a aporia (sentimento de ausência de saída). Entre um termo técnico da área de economia, política ou de sociologia, insere-se uma gíria que destoa (incoerência vocabular para quem tem um nível de leitura e reflexão desses) do texto e das análises políticas, sociais e filosóficas. Ao final da entrevista (sic), ficamos pensando que este cara deveria estar em uma cátedra de uma universidade e não numa cela.
Mas o fato é que a isso damos o nome de texto apócrifo (sem autoria confirmada). Assim como em um evangelho que apresenta textos apócrifos, a internet virou um paraíso para textos sem endereço e sem pai. Normalmente, são caracterizados por ausência de fonte específica, linguagem incompatível com o enunciador do discurso e grau de reflexão improcedente para os atos praticados pelo mesmo. Além da clássica incoerência interna do texto...
E o cara termina citando Dante em Italiano... "deixai toda a esperança vós que entrais"...
É... deixai mesmo.

sábado, 24 de outubro de 2009

Psiquiatras, psicopatas e testes psicotécnicos


Poucas coisas são tão sem pé nem cabeça quanto os testes psicotécnicos que fazemos em exames de trânsito. A examinadora lhe dá um papel, uma instrução quanto ao desenho que deve ser feito e você segue o que o instrutor da auto-escola lhe ensinou para não pensarem que você é maluco: Se desenhar bonequinho, faça um chão, se fizer uma árvore, faça o chão... Ah se fizer uma flor, desenhe o chão. Por fim, concluo... malucos não sabem desenhar chão. Nunca entendi a lógica disso.
E se eu desenhasse um sujeito esquartejado por um machado ao lado de uma árvore, sangue para todo lado, pessoas correndo ao fundo e um cara vestido de Jason.. Será que eu colocar o chão faz diferença?
Certa vez, vi, em um livro, um teste de borrões e enxerguei um borrão que parecia o clip da música crazy, num segundo momento pensei em uma borboleta, depois pensei em uma máscara daquelas do carnaval de Veneza. Fiquei pensando será que daí posso deduzir que tenho tendências a roqueiro ou a carnavalesco performático. A segunda hipótese decepcionaria minha esposa.
O fato é que não sei se me enquadro no grupo dos normais ou no grupo dos psicopatas incuráveis e altamente nocivos à sociedade, mas nem me aprofundo nessa reflexão. Só sei que li, outro dia, que um em cada três homens apresenta tendências à psicopatia... Por prevenção e cuidados de auto-preservação, quando entro com mais dois caras para uma reunião em um lugar fechado, fico perto da porta....

P.S.: É igual ao sistema de cartões em um banco, ele manda eu inserir o cartão, digitar os dados, retirar o cartão, escolher a operação e inserir o cartão de novo. Confirmar a operação, inserir o cartão de novo. Será que eles pensam, na paranóia de segurança, que bandidos só sabem enfiar o cartão uma vez na máquina?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Festas impopulares do Brasil

Todo mundo conhece o Círio de Nazaré, festa religiosa que acontece no mês de outubro em Belém do Pará. Mas o que poucos conhecem é a tradição do Círio de Nazaré Tedesco, uma festa realizada unicamente em metade de 2004 e 2005 em homenagem a Nossa Senhora do Destino em Jacarepaguá. A procissão criada por Aguinaldo Silva encabeçada por Maria do Carmo à frente enquanto o bicheiro José Wilker carrega sua ninfa-bebê num "felomenal" (sic) altar. O cortejo segue pelas ruas do projac e termina com a nortista sofrida interpretada por Suzana Veira achacada pelo ex-marido, papada pelo José Mayer e descobrindo que é mãe da Carolina Dieckmann.
A tradicão só durou durante uns 11 meses no horário nobre e valeu a pena ver de novo anos depois. As penitentes Jennifer e Eleonora é que prosseguiram com sua luta pela liberação das rinhas de aranhas no Brasil. Criaram em 2006 a SFA (Spider Fighting Association) e pleiteiam a inclusão da atividade como esporte olímpico.


sábado, 17 de outubro de 2009

Os males de sempre dizer "sim"

Sabe quando perdemos um amigo? Não é quando dizemos "não", mas quando dizemos "sim" quando deveríamos ter dito "não". Temos uma eterna (e vã) esperança de estarmos bem com todos o tempo todo e por causa disso vivemos violentando a nós mesmos e amargando o imenso fracasso de nunca conseguirmos essa proeza.
O "sim" é movido pelo eterno medo de não gostarem da gente, mas nos esquecemos de que já não gostam ou, quando muito, são indiferentes. E se gostam de verdade, não é um "não" que irá mudar isso de uma hora para outra.
Mas não é que, ainda assim, lutamos para ficar tudo bem, o tempo todo com todo mundo e persistimos no "sim". E nunca se esqueça de que, se você diz um milhares de vezes "sim", isso não te exime de, ao primeiro "não", ser rebaixado à classificação de um dos piores seres humanos da face da terra. O "sim", independente da quantidade de vezes que seja proferido, nunca, mas nunca mesmo, redime sua alma.
Precisamos nos libertar dessa doença do sim e proferir o "não" bem alto, liberto, libertador. Aquele "não" que traga em sua essência todos os limites que queremos que existam entre nós e o resto de nossa espécie, seja mãe, irmão, filho, pai, espírito santo e amém. E que sigamos sem ter medo, sem preocupação, sem ansiedade, num eterno movimento de "foda-se" que, este sim, nos faz mais feliz e nos liberta em definitivo.