sábado, 19 de março de 2011

O suspeito de... Suspeito????

O mais engraçado na imprensa hoje em dia são algumas expressões que os jornalistas usam e nem param para pensar como é ridículo se referir àquilo daquele modo. Eu ouvia rádio outro dia e um repórter relatava uma ação da polícia em um morro do Rio. Lá pelas tantas, ele relatou que, entre as mortes de envolvidos com o tráfico que reagiram a ação da PM, foi preso um homem branco de aproximadamente 25 anos portando um fuzil, um revólver, dois quilos de cocaína e várias trouxinhas de maconha. Ele era suspeito de envolvimento com o tráfico.... Suspeito?? Um homem que carrega com ele fuzil, revólver, cocaína à beça e maconha ainda pode ser considerado “suspeito” de envolvimento como tráfico? Sinceramente, se todos esses fatos (inconstestáveis) não podem ser elemento suficientes para caracterizar o envolvimento com o crime, é necessário mais o quê? Talvez uma camisa escrita “Comando vermelho” no meio de um coração desenhado a furo de bala o torne.. não sei, não.. mas um pouco mais suspeito. Mas não nos precipitemos... pode ser só uma leve suspeita.

P.S.: Até porque é tão comum pessoas portarem fuzis, revólveres, cocaína e maconha que qualquer julgamento seria de uma precipitação inconsequente.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Generosidade como exercício de vida: o bumerangue

Meu filho mudou recentemente de uma escola privada para uma escola pública de excelência em minha cidade. Tudo por insistência de minha esposa que temia não encontrar vagas lá para ele mais à frente. Decidimos, então, transferi-lo da escola, aliás, muito boa, em que ele estava para essa outra. Todos os procedimentos seguiram bem, mas na hora de contribuir com a Caixa Escolar, uma de caixinha da escola para pequenas despesas, fiquei hesitante. Procurei saber quanto era a média e me informaram que não havia máximo, mas um dos valores sugeridos era 2, 5 ou 10 reais por mês.
Acostumado com escola privada em que cada vez que eu abria o talão ficava um cheque de mais de 250 reais por mês, fiquei até meio envergonhado com as quantias. Disse, sem titubear, que contribuiria com 10 reais, o máximo das três opções, paguei o ano todo e enquanto esperava um recibo ou algo assim, vi os nomes de outras crianças e das contribuições de seus pais. Fiquei surpreso ao ver que havia muita gente com o mesmo padrão de vida ou até maior do que o meu que contribuíam com 2 ou 5 reais e, mesmo assim, pagando mês a mês... Acho que eles não entenderam o intuito da coisa.
Eu não estou contribuindo para ajudar o meu filho, que aliás não precisa daquilo, mas para ajudar aqueles que estudam com o meu filho e talvez venham a precisar. Algumas pessoas não entendem que dar é a melhor maneira de receber de volta, que generosidade é um bumerangue. A gente joga, ela dá uma volta e vem para a gente de novo.
Saí dali, me sentindo uma pessoa mais leve. Espero que, um dia, o meu filho tenha as mesmas sensações que tive nesse dia.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Tsunami no Brasil: cada um tem o desastre natural que lhe reservam

Até agora a estimativa de mortes no Japão é de mais de 3000 pessoas entre vítimas do tsunami e do terremoto em si. Digamos que a contagem final chegue a umas 10 ou 20 mil pessoas numa perspectiva pessimista. Nada se compara ao desastre das centenas de milhares de pessoas que morrem todos os anos no Brasil porque não recebem tratamento médico adequado, em acidentes de trânsito por falta de leis que sejam cumpridas como devem ser ou em tantas situações que refletem que criamos uma classe política que se preocupa, primeiramente, em enriquecer e fazer o mesmo aos seus e depois em criar estratégias para se perpetuar no poder.
Diriam que somos culpados e temos os políticos que merecemos, pois nós os elegemos. Nós quem? Com certeza, se está falando da legião de miseráveis que sobrevive aos trancos e barrancos com as bolsas governamentais que objetivam a manutenção da miséria útil, aquele que mantém o coma, mas não deixa doente morrer.
Seria interessante saber uma estatística das mortes diretas e indiretas que nossos políticos assinam embaixo quando só defendem leis que atendem aos seus interesses e ignoram a missão de representar o povo que os elegeu.
A ideia é exatamente essa, cada um tem o tsunami que lhe cabe. No Brasil, um desastre, mas nada natural.

sábado, 12 de março de 2011

O segundo melhor ator coadjuvante da própria vida

Ariovaldo sempre fez figuração na própria vida. Foi amigo do garoto que ficou rico, foi colega daquele que virou jogador famoso, sentou ao lado do homem que apareceu na TV. Faz faculdade que escolheram para ele e conseguiu o primeiro emprego porque seu pai ajeitou  no escritório de um amigo. Casou com uma mulher que já tinha filhos feitos por outro e não animou de fazer os seus. Torcia para um time que sempre comemorava o vice campeonato todo ano. Na única oportunidade que teve de disputar uma corrida chegou em segundo, mas o terceiro era um manco que serviu como exemplo de superação e apagou sua façanha. Na loteria acertou quase todos os números quase sempre e quando acertou dividiu o prêmio com mais um milhão e meio de acertadores. Ganhou 20 reais de prêmio, apostou de novo, e perdeu os 20 reais. Um dia, atravessando a rua em que passava um carro de bombeiro para apagar um incêndio imenso, distraiu-se e foi atropelado. Não pelo caminhão, mas por uma bicicleta que seguia na contramão. Bateu a cabeça e morreu. 
No céu, foi recebido por São Pedro com a chave que foi entregue ao homem que vinha logo atrás dele e a ele, o título de segundo melhor ator coadjuvante na própria vida.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Todo altruísta ao extremo acaba se tornando um egoísta.

Conheci algumas pessoas na minha vida que eram tão altruístas que chegavam a ser egoístas. Pessoas que colocavam tão acima o ideal coletivo que sacrificaram a sua vida pessoal, a vida de sua família e mesmo o seu trabalho. Isso porque um dia assumiram para si a missão de salvar o mundo e esqueceram que o mundo começa a ser salvo quando conseguimos resguardar o nosso mundo. Não se trata de egoísmos, trata-se de equilíbrio nas forças, pois mesmo o altruísmo em excesso nos faz egoístas e acabamos descuidando de filhos, amigos, esposa e tantas outras pessoas que não optaram por assumir nossos ideais, mas que precisam de nossa atenção tanto quanto os outros.
Muitos colegas que conheci no meio acadêmico alegavam dedicar suas vidas à pesquisa, ao conhecimento, ao ensino e acabavam deixando de completamente lado a família, os amigos, mulher e filhos. Altruísmo? Não. Egoísmo, pois quando se faz uma escolha dessa natureza só se pensa em si mesmo e esquece que nossas decisões são norteadas por variáveis que não mais nos pertencem. E onde fica a liberdade? 
Certa vez, li que liberdade é uma mentira, pois liberdade é o direito de escolher em que prisão queremos viver. Podemos escolher, o que não podemos é fazer com que nossas escolhas se tornem a prisão compulsória de outros que dependem de nós.

sábado, 5 de março de 2011

O inusitado do inusitado, colocando toda uma geração a perder

Minha profissão me traz coisas interessantes e quando acho que já vi de tudo, sempre tem um pouco mais para se ver. Quando acho que esgotou o repertório de coisas esdrúxulas, eis que vem sempre mais uma. Sou professor e diretor em uma instituição de ensino superior. Lido com alunos de diversos níveis sociais e origens e o que mais me chama a atenção é como estamos educando uma classe média alta que chega aos cursos para aqueles de maior poder aquisitivo.
Encaram jogar tinta e intoxicar um colega que vai parar no hospital como normal, uma brincadeira. Veem como uma farra saudável (sic) passar fezes e urina com água de esgoto na cara dos calouros, pois é assim mesmo que se faz com quem entra. Acham bacana ameaçar alunos novos de agressão exigindo dinheiro... Acham a barbárie normal e parte da sociedade. Roubar e extorquir é parte da tradição.
Entender isso demanda entender a origem desses alunos. Não é raro o caso de pais que vem aos diretores pedir o que se pode fazer pelo seu filho que ficou reprovado porque apesar de só estudar e ter dinheiro dos pais à vontade, além de, normalmente, um carro novo, não consegue fazer com o mínimo de decência e dignidade a única tarefa que lhe compete na vida, naquele momemnto, e ficam reprovados ou em dependência. Entendo isso como algo ligado a duas razões: falta de caráter, pois não dá valor a oportunidade que tem ou burrice mesmo. Qualquer uma das duas o deveria excluir do lugar que ocupa.
Já vi situações de pais que foram atrás de policiais para oferecer dinheiro para não autuar os filhos por algum crime num insensato ato de demonstração de que a lei é para o pobres, a eles, filhos do dinheiro, tudo pode. Essa é a elite de nosso pais, os futuros médicos, dentistas, veterinários.... Lamentavelmente, assisto a essa nau de insensatos impotente, com a depressão dos que veem as coisas rumarem para o pior dos caminhos.

quarta-feira, 2 de março de 2011

O mais legal do carnaval é que quem viu um, viu todos

Se a gente pegar um vídeo do carnaval da Bahia, do Rio e de qualquer lugar de há dez anos atrás passa por uma festa desse ano ou de qualquer ano. As reportagens no jornal Hoje de como curar ressaca com opinião de médicos e nutricionistas são as mesmas. Só mudam as caras... As notícias do carnaval de Pernambuco com gente balançando sombrinhas e bonecos gigantes cujas histórias são repetidas todo ano outro vez, de novo.
O carnaval de São Paulo se contentando em ser uma espécie de série B em relação ao Rio e as TVs mais underground (tipo Rede TV) transmitindo aqueles bailes esquisitos com gente famosa e gente que quer ser famosa pegando algum famoso.
E os comentários técnicos dos desfiles de escolas de samba no Rio feitos direto do sambódromo? O que é aquilo gente? Passar a noite toda descrevendo desfile de escola de samba é um castigo que só não é pior do que passar a noite toda ouvindo alguém descrever escola de samba.
No fim, o balanço do feriadão com o número de mortos nas estradas federais e estaduais... Enfim, começa o ano e voltamos a nossa programação normal.
Sou eu que envelheci ou esse troço é um saco mesmo?

P.S.: É impressão minha ou esse cara da foto está pegando o maior travesti pensando que é mulher?

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Precisamos passar por experiências idênticas para aprender?

Dizem que inteligente é quem aprende com os próprios erros e sábio é aquele que aprende com os erros dos outros. Escrevo isso por causa de um comentário de uma amiga de internet (Luisa) deixado no Saco de filó, outro dia, e que me fez pensar bastante. Dentre as palavras dela, uma frase me chamou atenção: "...é preciso passarmos por muitas experiências idênticas, para termos consciência..."
Pensei nisso, várias vezes no dia e constatei que é fato. Experiências são repetidas em sua essência. Não creio haver mais do que 2 ou 3 experiências diferentes em toda a vida quando se trata de sua essência. A traição, a mentira, o logro, a dano pessoal são formas de variantes de uma mesma ideia, tudo gira mais ou menos interligado entre si. Quando caímos no mesmo erro é porque ignoramos que, na essência, esse engano era igual ao outro que acabamos de cometer.
E a vida é engraçada, pois nos expõe repetidamente ao estímulo para que se fixe o entendimento. E quando superamos e achamos que cessou o processo, reinicia-se com uma nova variável do mesmo fato. Como se nos dissesse: olha, isso também pode acontecer do mesmo jeito por esse caminho, entendeu?
Sim. Entendemos. Só isso?
Não. Respire fundo que daqui a pouco tem mais. Uma (ou várias) oportunidades de aprender em um mesmo dia. Todas elas somadas nos dão a leitura do mundo e das coisas que são realmente relevantes durante essa curta passagem por aqui.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Seios, peitos e outras coisas que tiram a atenção

A relação dos homens com os seios é a mais primitiva que existe. Ela remonta o primeiro contato que temos com a ideia de alimento e proteção assim que nascemos. Logo nos primeiros dias de vida e durante algum tempo, aquela coisa redonda com um mamilo no meio é a nossa razão de viver. Acordamos e dormimos, muitas vezes com a boca aberta e grudados nos seios. É o nosso primeiro prazer intenso
O tempo passa e começamos a entender que há coisas mais gostosas do que leite de peito, Nescau, por exemplo. O peito perde o sentido de alimento, mas continuamos repousando a cabeça nele quando queremos consolo da mãe.
Na adolescência, aquelas belas montanhas são símbolos do prazer ainda intocável. Nas capas das revistas masculinas, seios aos montes atraem os olhares da macharia. O foco é outro, mas a essência é a mesmo, o prazer. As mulheres exibem seus seios com ou sem silicone, símbolo máximo das fêmeas da nossa espécie como se dissessem: veja! Sou uma boa fêmea. Posso oferecer conforto e prazer como sua mãe o fazia, mas dessa vez, muito melhor.
E os olhos do homem mergulham nos decotes de verão passam na sua frente. São olhares gulosos, mas não indecentes, são olhares que nasceram em um desejo inconsciente(hoje), mas que nasceu junto com o seu primeiro choro.
Dessa forma, mulheres, não esperem que os seus decotes passem despercebidos por algum homem. Por mais que você não note, sempre há alguns olhares que roubam um pedaço dos seus dotes.