terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

É carnaval... imagens e flashes.. sempre mais do mesmo.

Entra ano e sai ano, é sempre o mesmo. Um BBB na avenida, muvuca em Salvador (calor, um monte de gente se acotovelando, barulho ensurdecedor, um cheiro de suor desgraçado... enfim, folia), tradições estranhas de roupas brilhosas e sempre alguém dizendo que aquele é o maior bloco no mundo (Claro, aquilo só tem ali). Por fim, no Rio, um puxador de samba gritando "oooooiiii" antes de começar um samba e, na Bahia, alguma cantora super sexy gritando "sai do chão" em cima de um trio elétrico.


Mas há os personagens dessa folia que são o tema dessa postagem. Foliões anônimos que trazem alegria, ilustram as fotos de jornais e tornam o carnaval a eterna festa do "mais do mesmo" sempre.

Os filhos de Gandhi

Um dos mais tradicionais blocos do carnaval baiano, os filhos de Gandhi, vem seguido pelo bloco, as ex-esposas de Gandhi e o carnaval fecha em uma enorma batucada com o bloco Advogados das ex-esposas de Gandhi em frente ao fórum de Salvador.

Nesse momento, vestidas com roupas tradicionais de peruas e documentos nas mãos, é feita a tradicional cerimonia de lavagem de roupa suja nas escadarias do prédio e em frente ao juiz.



sábado, 21 de fevereiro de 2009

Leitores e visitas: confissões de um diletante.

Todo leitor é uma visita, mas a recíproca não é verdadeira, ou seja, nem toda visita é um leitor. Quando criei o Saco de Filó, tinha em mente ser lido. Óbvio. Ponto final. Mas a grande dúvida seria onde achar este leitor. Eu tinha alguns colegas de e-mail, descobri as comunidades do Orkut, depois o DiHITT e, por aí, eu fui.
Hoje, mais de um ano, mais de 3500 comentários e quase 220 postagens depois, aprendi algumas coisa que sempre compartilho com quem chega agora. Por exemplo, quando um colega me diz que vai montar um blogue, eu sempre pergunto: o que você pretende com um blogue? Você quer leitor ou visitas? Se a resposta para a segunda pergunta é “visitas”, respiro aliviado porque sei que é um caminho menos árduo. Descobri que conseguir 200 visitas/dia é fácil. Difícil mesmo é conseguir 5 leitores/dia.
Certo dia (nas férias), tirei o dia para catar visitas e consegui mais de 200 visitas em pouco tempo. No dia seguinte, sem a operação "cata visitas," voltei às minhas 70 visitas/dia.... repeti o processo por mais dois dias e obtive os mesmos resultados. E, nos dias que seguiam a caça de visitas, voltava aos meus 60/70 casos. Que conclusão eu tiro disso?
O blogue havia cativado um número fixo de leitores e o processo de garimpagem de mais leitores (Já escrevi sobre isso aqui) é uma estafante tarefa e que surte resultados relativos. Como não tenho intenção de monetizar blogue (começou como uma brincadeira e continuará como tal) desisti do trabalho da "cata à visita".
É isso que muitas pessoas não entendem: quem o visita, não necessariamente o lê. Pelo teor de alguns comentários fica muito evidente essa relação. Por exemplo (já vi algo bem parecido), uma postagem, 300 visitas/dia, 3 comentários, somente um mais ou menos pertinente, os outros dois ao estilo “kkkk legal seu blogue. Visite o meu”.... Na verdade, foram 300 espectros que, na maioria das vezes, não fazem idéia do que havia no site... Até que ponto me interessa essa número? Sinceramente, a mim, não interessa.
Sou bloguista (um misto de blogueiro com alma de artista), quero ser lido, quero incomodar, quero ajudar a pensar e quero que me vejam como um eterno diletante da blogosfera.


Em tempo

Não tenho do que reclamar. O Saco de Filó é o terror dos “kkk legal
seu blogue” já ganhei até postagem em outros blogues descendo a ripa em mim. Mas se você vir o blogue em que foi postado isso, soa como uma ironia e o que pretendia ser ofensa, torna-se uma piada tosca e mal escrita. O Saco de Filó é a cara e o nível de seus leitores, basta dar uma olhada nos comentários das postagens.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Webmala I – descobriu o PC.... o início.

Adailto comprou um PC em suaves 12 prestações nas casas Bahia e pagou no cartão. Até então, ele só conhecia o equipamento de lan houses ou do trabalho. O mundo digital entrou em sua vida e fez de Adailto o mais novo plugado da web. Todos os seus trabalhos impressos para faculdade vinham com ícones do Word na capa, margem colorida e letras com aparência de derretimento ou gótica. Ele gostava de explorar os recursos. Fez cartões pessoais, cartões de natal, convites para churrasco, batizados, bar mitzvah, iniciação esotérica....
Registrou um e-mail no Yahoo e outro no Google, criou um perfil no Orkut.... sempre que pode, passa os dias deixando scraps de "bom fds" e feliz aniversário para Deus e o mundo. Ele acha que a internet é uma ferramenta que vai mudar o mundo e se dedica a espalhar e-mails que tornem as pessoas mais ricas com trabalho em casa, e-mails para dar dicas de como aumentar o pênis, e-mails para auxiliar a obtenção de dinheiro para pessoas com doenças terríveis e raras, correntes de fé, e até repassa avisos de que o MSN vai começar a ser pago se você não repassar para todos de sua lista. E, finalmente, adora Powerpoints de anjinhos com mensagens engrandecedoras... Muitos anjinhos... muitas mensagens...

Adailto trabalha por um mundo melhor..
Um mundo chato para cacete, mas melhor...
 
Nota: Adailto sempre começa uma conversa no MSN com oooiieee (mais emoticon)... É super estiloso...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Quanto vale um cavalo de $ 3 milhões e um vibrador de ouro.

Outro dia eu estava assistindo a um programa chamado “Como gastar um bilhão de dólares” (How to blow a billion) na TV por assinatura e o apresentador mostrava as dicas de como “torrar” um bilhão de dólares. Em determinado momento, mostrou um lugar na Arábia Saudita em que comprar um cavalo por 3 milhões de dólares (aproximadamente, uns 7 milhões de reais) é básico, normal.
Não quero ser moralista, mas fico pensando no que leva uma pessoa a gastar 3 milhões de dólares com um cavalo. Investimento? Não. Eu conheço uma lista de 100 investimentos muito melhores do que esses cavalos. E convenhamos quantos desequilibrados você conhece que estão dispostos a pagar isso por um cavalo? Não, os Xeques árabes não investem em cavalos, eles compram cavalos por hobby, explicou o apresentador.
Acho isso de uma ironia cruel. A região do oriente médio é uma das detentoras de maior índice de desigualdade no planeta, reduto de conflito e ódio (de certa forma, agora vou entendendo...)
 
 
Onde o cara vai enfiar um cavalo de 3 milhões....??
(com relação ao vibrador de ouro, a pergunta anterior é meramente retórica)

Em tempo: Sei não, mas o vibrador parece um telefone sem fio... Sei não, mas isso vai dar confusão. 

sábado, 7 de fevereiro de 2009

E quem manda o Abelardo embora???

Aberlardo era funcionário público e, efetuados os descontos, ganhava R$ 3.346,46 por mês para ser responsável por um setor de sua repartição. Se chegasse atrasado, receberia R$ 3.346,46 já com o IR retido na fonte. Se faltasse, vez por outra, receberia R$ 3.346,46. Se tirasse dúvidas de forma atenciosa e correta, receberia R$ 3.346,46, mas se não o fizesse... receberia o mesmo. Se fosse altamente eficiente em seu ofício, receberia R$ 3.346,46, mas se não o fizesse... receberia R$ 3.346,46....
Em nome da pessoa que ele mais amava na vida, ele mesmo, e para evitar o estresse e outros desgastes que encurtam a vida, Abelardo, olhava a por cima do monitor de computador enquanto terminava mais uma partida de paciência no PC.
Se terminasse aquela partida ganharia R$ 3.346,46 e se não terminasse, também.
...
Abelardo fazia cara de preocupado olhando para a tela do computador... não conseguia achar um maldito seis de ouro.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A teoria da emerdificação do mundo

Sei e concordo que tudo no mundo tem dois lados, mas acho que as pessoas exageram nas tintas quando pretendem se mostrar grandes leitoras do mundo que as cerca. Sempre que aparece alguém com uma notícia muito boa, antes que algum mortal se anime, sempre vem um MAS... É a famosa teoria de emerdificação do mundo, ou seja, independente de o quanto melhore, ainda assim vai ficar uma merda pior do que já está. Os pessimistas acham que , se as coisas continuarem como estão, ainda vamos acabar comendo merda e os que adotaram a teoria da emerdificação do mundo acham que não vai haver merda para todo mundo.
Aumentou a produção de biocombustíveis, estamos caminhando para um mundo menos poluído... MAS o ser humano vai usar terra para plantar cana ao invés de comida, além disso irá devastar grandes áreas para gerar combustível... o mundo vai piorar tanto...
O Brasil apresentou crescimento econômico acima da média,.... Oba! MAS, o aumento de riquezas irá aprofundar as desigualdades e tendemos a ser um pais cada vez mais de miseráveis. A riqueza do país não ameniza sua desigualdade.
Bom, mas o melhor de tudo é que podemos pagar nossa dívida externa e ficar de bem com os credores internacionais em definitivo. Já começo a sorrir... MAS o ônus da geração desse caixa é uma forte estagnação nos investimentos sociais e do pagamento de juros altos pelo governo.
Na área de saúde, descobriram um remédio capaz de curar alguns tipos de câncer... MAS, de que adianta se o custo é alto e esse medicamento não chegará às classes que precisam mais.

***

- Duas amigas se encontram na rua. Conversa vai, conversa vem:
- Viu de quem o seu EX está noivo?
- Não.
- Da Claudia.
- Não conheço, mas para ficar com ele deve ser burra.
- Não. Não é nada, garota. Ela é autora de livros, doutora em literatura comparada e sociologia pela Sorbonne.
-No mínimo, com esse currículo, deve ser horrorosa.
- Bem, todo mundo diz que ela se parece demais com a Angelina Jolie e tem o corpo da Flávia Alessandra, sabe, a da novela...
- Ah, mas uma mulher assim só pode ser uma pobretona que está querendo encostar no dinheiro da família dele...
- Que nada, menina, o pai dela é um dos donos da maior siderúrgica da França e da Alemanha, proprietário de uma companhia de aviação e de uma mineradora na Austrália...
- ...
- ...
- Mulher com essas características normalmente são umas porcas, sofrem de gases e quando ninguém vê tem mania de enfiar o dedo no nariz..
- Ah sim.. isso é verdade, concordo com você amiga... aí que nojo, coitado do seu EX.

***
Mas sempre tem que ter um MAS...

sábado, 31 de janeiro de 2009

Egoístas, egocêntricos e ególatras....

As palavras egoísta, egocêntrico e ególatra são cognatas, ou seja, compartilham o mesmo radical. Daí, as confusões se sucederem com relação aos três termos. Para que se entenda melhor veja a explicação.
O egoísta é um sujeito que quer tudo para ele, o egocêntrico acha que todos estão falando dele, já o ególatra é um cara que não quer tudo para ele, mas acredita que merece e não pensa que todos estão falando dele, mas se tivessem bom gosto estariam fazendo isso.

***

Dois amigos conversam numa esquina. Chega um terceiro e o papo se encerra.

- Aí hein, estavam falando mal de mim...
- Não.
- Então, iram começar a falar.
- Também, não.
- Mente pra mim, não. Os dois aí, conversando, pararam de repente... era de mim que vocês falavam, né não?
- Pra falar a verdade...
- Sabia que iria admitir.. aí diz logo... Interrompeu.
- Não, para falar a verdade, nem nos lembrávamos de que você existia.
- Ah tá bom... disfarça maaal - cutucadas com o cotovelo se seguem...
- Por que estaríamos falando de você?
- Pô, cara, sempre estão... tá vendo aquele grupinho de mulheres ali... vai dizer que não vê que elas falam e olham para mim. E os taxistas ali... só falam, só falam... Aquele gordão então... fala e da umas olhadinhas de lado para cá.
- E você acha que eles estão falando o quê?
- Putz... tudo. Minha roupa, meu jeitão de ser, minhas frases de efeito...
- Como o quê?
- "Aí... tão falando mal de mim?" Putz, essa é uma marca.
- Humm
- E aí?
- Aí o quê?
- Vai ou não vai falar o que estavam falando de mim?
- A gente não estava falando nada, pô!
- Agora perdi a paciência. Além de falarem da vida dos outros ainda são mentirosos.
- Quem???
- Vocês. Vão cuidar da vida de vocês, cara, deixem de ser fofoqueiros, vivem falando de mim e ainda mentem. Eu não sei onde estou com a cabeça que não enfio a mão na cara dos dois...
E sai andando para abrir a porta de um carro com três adesivos no vidro da frente: "a inveja é uma merda", Falar de mim é fácil, difícil é ser eu" e "Vigiado por fofoqueiros". O carro se afasta. Os dois amigos prosseguem o papo.
- Bom, como eu ia lhe falando, o cara está completamente biruta, agora cisma que todo mundo está falando dele. Vai falar de alguém, fale de alguém interessante pelo menos...
- Quem?
- Eu.
- Ou até mesmo eu, por exemplo.
- Pois é.

***
Vai dizer que nunca conheceu um biruta assim?

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Uma questão dialética.... chiques or not..

Acredito que vivemos em tempos de praticidade. E tenho sérias razões para crer que não é de hoje, pois, na minha adolescência, um sinal de inteligência era, antes de tudo, falar mal da Globo. A emissora recebia rótulos de manipuladora, tendenciosa, direitista e outros predicados pouco abonadores para um país que saía de 20 anos de ditadura recentemente. Em uma discussão, alguém que falava bem de um programa era visto como um agente conspirador, alienado... Esse cara merecia a exclusão social total.
O tempo passou e caiu a ficha de que todo meio de comunicação é tendencioso. A vilã virou, então, a TV, simplesmente a TV. Admitir que assistia a novelas em um meio intelectual era o mesmo que, a um muçulmano, entrar no meio de uma reunião de fundamentalistas islâmicos e gritar: Eu sou gay!
Eis a aberração das aberrações.

Mas não é que o tempo passa e as pessoas continuam tão cheias de clichês como há 20 anos. Você quer parecer chique e inteligente então decore o discurso:

Uma bebida: vinho - cabernet sauvignon
Uma comida: carpaccio
Uma cantora: Nana Caymmi
Um lugar: um piano bar
Um esporte: squash
Um filósofo: Espinoza
Um programa de TV: não gosto de TV, acho alienante.
Um livro: um só? Deixa eu citar 30.

O caminho mais curto para não parecer chique e inteligente é achar vinho enjoativo e preferir Grappete, achar que carpaccio é aquele negócio que fica no pé da porta para a gente limpar os pés, acreditar que Nana Caymmi quietinha é o máximo, pensar que piano bar é sempre um lugar onde tudo é caro pra caramba, supor que squash parece mais uma onomatopéia do que um esporte, surpreender-se ao ver que Espinoza não era só um ex-técnico do Botafogo e admitir que não tem muito que falar sobre os livros da moda já que dormiu enquanto tentava ler e ver televisão em fim de noite nos últimos tempos.

Se de tudo, ainda você acha que é difícil demais fazer isso, cruze os braços durante uma reunião de chiques, balance levemente a cabeça durante o papo, e quando perguntado sorria com ares de concordância ou diga: é uma questão dialética.
O que é uma questão dialética?
Não interessa, fala que impressiona...

P.S.: Eu, pessoalmente, prefiro Grapette.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Uma breve estória do essencial! - Camisas e calças...

O fato é que, na vida, muitas vezes, o que faz a diferença é uma camisa dentro da calça. Camisa dentro da calça foi a curiosa, mas apropriada maneira de falar a respeito de algumas coisas que fazem uma diferença considerável. Por que não dizer, muitas vezes, uma estúpida diferença.
Na porta de uma festa, o indivíduo tenta entrar. O porteiro o interpela.
"Convite senhor."
O homem enfia a mão no bolso e tira um papel amarrotado, logo entregando-o ao funcionário.
"Aqui!"
"Desculpe senhor, mas este convite só permite entrada com camisa pra dentro da calça. Camisa pra fora da calça é na porta ao lado" Retrucou o porteiro.
"Mas qual a diferença? Se o problema é colocar a camisa pra dentro, eu coloco."
"Agora não vale. Eu já vi pra fora da calça."
"Ah! Então o problema é você ver?"
"Precisamente!"
“Feche os olhos uns instantes”
“Isto seria omissão, Senhor”
As pessoas na fila se impacientavam. Comentavam a indiscrição daquele que ousava entrar pela porta das camisas para dentro da calça sem camisa pra dentro da calça. “Que falta de politese” comentava uma senhora.
“E agora? Troco de fila? Não posso, né!”
“Não, senhor. Vou chamar o Silveira, responsável pelo departamento de CDC”
“O que é CDC?”
“Camisa Dentro da Calça, senhor”
Minutos depois, chega um senhor todo almofadinha que com ares de autoridade diplomática, apresenta-se e sentencia: não há solução. Botar camisa pra dentro da calça ali era uma afronta as regras.
“Ah é!!!” Irritado, o convidado tem uma atitude drástica!
Todos o olham assustados.
O chefe do CDC e o porteiro cochicham entre si.
Agora o senhor pode entrar. Não há nada que o impeça.” Diz o porteiro com o assentimento do chefe do CDC.
A festa transcorre normalmente e ninguém foi capaz de notar aquele homem de cueca que andava entre os convidados, mas no muro ao lado da mansão seguranças agrediam rapazes que durante o baile afrouxaram a camisa para fora da calça e as pessoas ficavam pasmas como alguém ainda insistia em entrar ali com a camisa pra fora da calça.
Que tempos são estes, que tempos!!! Filosofava uma velhinha do tempo das camisas pra dentro da calça.
LEITE, Marcelo. Ladrão de Histórias e tantas histórias.