segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

O Pior conselho do mundo

 

Conselhos.. Ah., os conselhos…. Pérolas que, muitas vezes, chegam sem pedirmos e se fossem bons não seriam dados, mas vendidos. Está aí uma verdade desconfortante, ainda mais quando os tais conselhos nascem do senso comum sem uma análise do contexto amplo do aconselhado por parte do aconselhador.

Pessoalmente, o que eu mais detesto é o famoso, caixão não tem gaveta. Esse conselho é dado para que a pessoa não se preocupe com dinheiro e gaste mesmo, afinal, vai morrer e ficar tudo para os outros. 

Normalmente é um conceito irresponsável a ser seguido por um idiota. 

Morrer, todo mundo vai um dia, o problema é a sua qualidade de vida entre agora e o momento em que seu coração vai parar e você vai encerrar sua cota de participação nessa tragicomédia chamada vida. E essa qualidade depende de onde você mora, do que você come, com que você trabalha etc… 

E tudo isso, a despeito do que te disse aquele professor revolucionário no ensino médio, custa dinheiro… Alimento de qualidade, moradia digna, lazer bom que te ajuda a aliviar o estresse, cursos que te permitam ser mais bem remunerado. Bom, tudo isso custa dinheiro e, normalmente, requer uma manutenção desse investimento constante.

É aí que o cara que decide que caixão não tem gaveta e sai botando fora se ferra. Gasta tudo como se fosse morrer amanhã, afinal, não sabemos quando vamos morrer. Aí, não morre e se enrola completamente.

Ninguém está fazendo apologia à sovinagem, mas tentando fazer entender que, como afirma Aristóteles, a virtude se encontra em um tênue ponto numa linha entre extremos, entre o gastar tudo e viver loucamente e não comprar um copo d’água para economizar 2 reais ficando com sede. É isso… a virtude não vai estar em nenhum extremo, mas em um local equidistante dos dois pontos extremos.  

Com relação ao dinheiro então.. Ixi! Isso é, claramente, o equilíbrio entre a boa e a má qualidade de vida. Entre ser patrão do seu dinheiro ou escravo dele… Tudo é uma questão de achar esse meio. 

E aí, você me pergunta: qual seria esse caminho do meio?

Pois é.. cada um sabe o seu cenário, o seu potencial, enfim, sabe onde o sapato aperta. Existem inúmeras formas e a que se aplicou melhor na minha vida foi estudar, assistir vídeos, ouvir quem entende do assunto e sobretudo, ignorar solenemente as pessoas que dizem que você não sabe aproveitar a vida porque se recusar gerir o seu dinheiro da maneira que elas consideram melhor. 

Afinal, caixão não tem gaveta, mas enquanto você estiver vivo, você tem gavetas, pastas, armários e um monte de lugares em que guarda contas que devem ser pagas e que lhe trazem paz de espírito ao serem quitadas. 

Saber viver é assumir as rédeas de sua vida e entender que somos resultados de nossas escolhas, não da opinião dos outros.