terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Uma breve estória do essencial! - Camisas e calças...

O fato é que, na vida, muitas vezes, o que faz a diferença é uma camisa dentro da calça. Camisa dentro da calça foi a curiosa, mas apropriada maneira de falar a respeito de algumas coisas que fazem uma diferença considerável. Por que não dizer, muitas vezes, uma estúpida diferença.
Na porta de uma festa, o indivíduo tenta entrar. O porteiro o interpela.
"Convite senhor."
O homem enfia a mão no bolso e tira um papel amarrotado, logo entregando-o ao funcionário.
"Aqui!"
"Desculpe senhor, mas este convite só permite entrada com camisa pra dentro da calça. Camisa pra fora da calça é na porta ao lado" Retrucou o porteiro.
"Mas qual a diferença? Se o problema é colocar a camisa pra dentro, eu coloco."
"Agora não vale. Eu já vi pra fora da calça."
"Ah! Então o problema é você ver?"
"Precisamente!"
“Feche os olhos uns instantes”
“Isto seria omissão, Senhor”
As pessoas na fila se impacientavam. Comentavam a indiscrição daquele que ousava entrar pela porta das camisas para dentro da calça sem camisa pra dentro da calça. “Que falta de politese” comentava uma senhora.
“E agora? Troco de fila? Não posso, né!”
“Não, senhor. Vou chamar o Silveira, responsável pelo departamento de CDC”
“O que é CDC?”
“Camisa Dentro da Calça, senhor”
Minutos depois, chega um senhor todo almofadinha que com ares de autoridade diplomática, apresenta-se e sentencia: não há solução. Botar camisa pra dentro da calça ali era uma afronta as regras.
“Ah é!!!” Irritado, o convidado tem uma atitude drástica!
Todos o olham assustados.
O chefe do CDC e o porteiro cochicham entre si.
Agora o senhor pode entrar. Não há nada que o impeça.” Diz o porteiro com o assentimento do chefe do CDC.
A festa transcorre normalmente e ninguém foi capaz de notar aquele homem de cueca que andava entre os convidados, mas no muro ao lado da mansão seguranças agrediam rapazes que durante o baile afrouxaram a camisa para fora da calça e as pessoas ficavam pasmas como alguém ainda insistia em entrar ali com a camisa pra fora da calça.
Que tempos são estes, que tempos!!! Filosofava uma velhinha do tempo das camisas pra dentro da calça.
LEITE, Marcelo. Ladrão de Histórias e tantas histórias.

9 comentários:

Trevo sem Folhas disse...

O q dizer das velhinhas...tsc tsc... no meu tempo era assim...agindo assim na minha época você era visto assim... e era castigado assim...e outras frases já bem decoradas pelas pessoas q esqueceram q a areia da ampulheta já passou p o outro lado e q teme e/ou não aceita as "inovações" do novo tempo. Conviver com gente com pensamento voltado a tradição e não ao questionamento tem sido um osso duro dee roer como os brontossauros de sua época...mas vai lá...um dia a humanidade começa a usar o relógio digital.

Unknown disse...

Gostei do texto. Me fez pensar sobre o sentido que damos as coisas. E creio que a imagem continuará se sobrepondo ao conteúdo enquanto tivemos em mente que "uma imagem fala mais que mil palavras". Nem sempre, há um certo comodismo nosso em se contentar com a embalagem. Às vezes a imagem fala tanto que até mente.

Um abraço.

Unknown disse...

kkkkkkkkk.... Agora eu entendi porque me proibiram de trabalhar de bermuda!!!! É por causa do cara do CDC!!!!!

disse...

Tem presente para vc e seu blog lá no Pequenos Fragmentos de Luz
Passe lá para pegar!!!
Beijos

Anônimo disse...

multiplas interpletaçoes/filosofia ou filosofias...nao consegui me identificar/ de algum tempo para ca nao consigo dar valor a determinadas coisas/ principalmente a burocracia de uma sociedade banal e retrograda/ para mim tanto faz/ por dentro ou por fora da calças/ nao tenho tempo a perder nem dinheiro a gastar/ o que vale é a essencia/ bom texto!!!

Unknown disse...

São metáforas apropriadas para a hipocrisia que reina em muitos meios.

Abraços

Jaime Guimarães disse...

Camisa dentro da calça, traje esporte fino (???), traje social, traje passeio, traje chique, etc e etc. Um bocado de regrinhas, de convenções, de "tradições"...

Querem "uniformizar" as pessoas. E não é só no vestuário, não.

abs!

http://grooeland.blogspot.com

Homenzinho de Barba Mal feita disse...

Muito boa essa cronica. E tem gente que gosta de complicar mesmo.

Wander Veroni Maia disse...

Oi, Marcelo!

Adorei o conto pq mostra o quanto para algumas coisas essas convenções bobas são seguidas à risca e por motivo torpe. A crítica que vale é: qual a diferença? Simplesmnete, não há...são convenções, praticamente, sem sentido.

Quando vc lança o seu livro, faço questão de não divulgá-lo, mas de comprá-lo também...hehehe.

Abraço