quarta-feira, 7 de julho de 2010

Vou morrer sem entender.... e você?

Dois gordões de fralda tentando empurrar um ao outro para fora de um círculo.... Quem quer assistir à final de copa do mundo no Japão com um uma opção tão fantástica e emocionante para se ver como esta?

Preciso de mais umas duas dúzias de encarnações, sendo que, metade delas no Japão para entender a graça disso. Outro dia vi que há até cobertura tv, rádio e internet disso no Japão. Foi aí que eu reformulei a minha concepção de inferno. Antes o inferno para mim era um lugar quente (sem ar condicionado), com ventilador de teto barulhento, com internet discada, computador que trava o tempo todo e acompanhado por um especialista em vinhos (esse é o assunto mais chato que eu conheço. Se você conhece algo mais chato substitua à vontade) e, agora acrescento uma tv preto e branca pegando mal e que só passa reprise de luta de sumô 24 horas por dia.

Chegando lá, pergunte logo:
- Dá licença, vocês servem veneno de rato?

domingo, 4 de julho de 2010

Maradona ou Dunga, quem vai voltar pela porta da frente?

Para encerrar o tema levantado no post anterior (O que derrubou Dunga), encerramos com um fato, triste para os Argentinos, nem tanto para a gente (eta, rivalidade eterna!), a desclassificação dos "Hermanos".
Após a derrota de lavada para a Alemanha, maradona assiste ao jogo até os últimos instantes. Sofre, gesticula, acena.. muito mais refletindo gestos de um torcedor apaixonado do que de um técnico em fúria. Não se via ira ou gestos agressivos dele... Era uma comédia pastelão vê-lo pular como um garoto torcedor que sofre diante da TV. Terminou o jogo. Alemanha 4 X 0 Argentina.
Diferente de Dunga, ele não deu as costas ao campo e saiu pisando irado (temo que nem grama onde pisou o iracundo técnico brasileiro brote mais). Ao soar o apito final, Maradona tratou de entrar em campo para abraçar e dar um beijo afetuoso no rosto de cada um de seus guerreiros. Como o pai/líder que consola os filhos/soldados na derrota... Silêncio meu diante da TV. Vergonha de Dunga, dignidade, humildade e liderança de Maradona.
A eterna discussão Pelé ou Maradona persiste quando se fala em jogadores de futebol, mas quando falamos de técnico, sinto imensa vergonha do que vimos na seleção brasileira e tiro o chapéu para D. Diego Armando Maradona que vai entrar pela porta da frente em seu país.
Já por aqui a cena não se repetirá... com certeza!

sábado, 3 de julho de 2010

O que derrubou Dunga?

A resposta a essa pergunta deve ser dada em dois tempos. Em uma imagem percebida por poucos em sua significância (mas destacada pela minha esposa que assistia ao jogo nervosa) diz tudo. Ao apitar do juiz indicando o término do jogo, Dunga dá às costas ao campo e sai, deixando seu exército a chorar o seu fracasso. Faltou humildade e liderança que o fariam entrar em campo e consolar aqueles que lutaram. Mas não... deu as costas e saiu emburrado, assim como entrou na copa.
O outro tempo dessa resposta se dá nas palavras do treinador que afirma não ter tido um responsável, mas sim o grupo, pela derrota da seleção. Reza a regra dos líderes que na hora do fracasso, chama-se a responsabilidade para si. Mesmo que seja na intenção de ouvir um "deixa disso", "todos fazemos parte disso" ... Mas ele se apressou em parcelar o resultado de sua falta de liderança, de sua arrogância, de seu despreparo em lidar com a imprensa, coisa que ele, depois de tantos anos de vida pública já deveria ter aprendido.
Dei pouca importância ao fiasco dessa seleção que, para mim, já entrou no torneio com a marca dos que vieram para perder, escalada, armada e burilada por um treinador que não sabe falar com a imprensa, mas o pior de tudo, não sabe ouvir.

***
Piadinha infame do dia:
A seleção, depois da derrota para Holanda, vai deixar de ser patrocinada pela BRAHMA e passará a ser patrocinada pelo KY, da Johnson & Johnson.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Que me desculpe povo "Teen", mas Crepúsculo é uma porcaria.

Estreia nos cinemas o mais novo episódio da saga Crepúsculo que promete, assim como os anteriores ser uma porcaria. Poucas vezes, fui tão direto ao ponto em um texto, mas não consigo me conter diante dessas fórmulas batidíssimas de romance gótico teen. Sinceramente, não encontrei as meias palavras. É ruim pra caramba... No primeiro, aquela cena em que a menina é socorrida pelo vampiro "The flash" de ser atropelada por um carro me arrancou risadas ótimas. Só que, creio eu, a ideia dos autores não era ser cômico. Mas enfim.. Outro dia fui entender o porque de parecer tão patético para mim e ser um sucesso entre o público adolescente quando lia um artigo sobre os conflitos na adolescência.
Na verdade, os personagens do filme, vampiros, atuam fortemente no imaginário dos jovens, pois representam o estereótipo da exclusão, do outsider social. Uma sensação comum nessa época da vida. A força, a imortalidade e os superpoderes são uma projeção de sentimentos que temos, muitas vezes, inconscientes nessa fase da vida onde tudo é intenso, somos imortais, incompreendidos, marginais de uma infância que nos deixou e de uma vida adulta que ainda não nos acolheu, Vivemos em um espécie de limbo etário. O vampiro é a constituição plena de um alterego do adolescente, daí toda as paixões despertadas por esse tipo de produção cinematográfica. Isso me ajuda muito a entender as coisas...
O que não faz com que eu deixe de achar a saga uma porcaria... eu, um homem de quase 40 anos, mas o eu, um adolescente de 16 acha o máximo... 

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ensino à distância funciona ? - Parte III (Última parte)

Parte III - Não o tempo todo e com todo tipo de conteúdo.

Embora os meios de ensino à distância tenham evoluído muito e contemplem grandes áreas do conhecimento e ainda que os alunos adquiram método de estudo, algumas formações continuarão sendo necessariamente presenciais ou semi-presenciais. Por exemplo, você deixaria o seu filho operar com um neurocirurgião que se formou à distância? Deixaria seu projeto de prédio de milhões de reais nas mãos de um engenheiro que se graduou à distância? Ou mesmo, iria a um médico de próstata que estudou à distância e está aprendendo na prática depois de formado já que no tempo de estudo só viu um fiofó na tela do pc. (Isso acho que a maioria de nós já viu também...) Bom, a brincadeira é para chamar atenção de que alguns ofícios dependem mais da prática presencial orientada do que se imagina.
Aprender é relacionar-se com o conhecimento, com a prática dele e com a presença de outro ser humano que estabelece uma relação de filtro afetivo de aprendizagem. Computadores ainda não são capazes de substituir a presença de pessoas, de tom de voz, de odores e toques... os seres humanos são extremamente sinéstesicos (precisam dos sentidos no processo de entender) e ainda não dá para dispensar o professor em carne e osso em muitos processos de aprendizagem. Somos seres gregários, precisamos do outro, da experiência do outro falada de forma espontânea presente, narrando erros, rindo, entendendo que cada pessoa tem um tempo e se valendo disso para oferecer o melhor de si. 
Ainda que mundo caminhe para o on line, não consigo ver um mundo sem gente de carne e osso e por perto.  

sábado, 12 de junho de 2010

Ensino à distância funciona ? - Parte II

Parte II - Não, para boa parte das pessoas é um fiasco

Acontece que muita gente não sabe estudar quando o sistema é presencial, imagine sem a presença do professor. O ensino à distância pede do aluno uma postura mais ativa diante da construção do conhecimento e o nosso aluno ainda vive aquela ilusão de que basta estar em sala de aula para estar cursando alguma coisa. E o próprio sistema proclama essa ideologia quando exige do aluno 75% de presença em sala independente de seu resultado, ou seja, bom é o cara que está lá todo dia, mas tira cinco e ruim é o cara que falta mais de 25% mas tira 10. Ideia torta essa né.. mas tudo bem. Ensino à distância pede mudança de mentalidade e isso demanda anos de trabalho. Essa geração ainda vê a internet como uma fonte dispersa de informação e muitos deles usam bem o facebook ou o orkut, mas são completamente ignorantes com as ferramentas de filtragem de busca do Google. Acredito que quando a internet deixar de ser novidade (em uns 10 a 20 anos), as gerações começarão a ver o computador como um meio de acesso banal a esse tipo de ensino. Por enquanto, a internet continuará sendo um lugar tao perdido e confuso para eles que só serve mesmo para copiar trabalhos on line, conversar no MSN e deixar scraps de "bom fds" no orkut.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ensino à distância funciona ? - Parte I

Parte I - Sim, os recursos atuais são suficientes para uma aprendizagem motivante e interativa com o conhecimento.

Para um pergunta complexa, é melhor dar uma resposta em três partes. Vamos lá... As metodologias são eficientes, os recursos são ricos e os materiais, pelo menos os que tenho visto, são de boa qualidade. Como metodologia, desde os antigos cursos por correspondência até hoje, houve uma melhora significativa nesses processos.
O advento da internet e a popularização dos computadores foram a grande mola impulsionadora dessa forma de ensino. Mas o fato é que, mesmo a velha metodologia dos Institutos de ensino por correspondência eram altamente eficazes quando quem estava na outra ponta do processo tinha disciplina, método de estudo e vontade de aprender. Eu mesmo fiz alguns cursos por correspondência na década de 80 e tenho boas informações extraídas destes até hoje. Sem falar no tanto de pessoas que conheço da mesma época que fez curso de manutenção de rádio, eletrônica, manutenção de TV, desenho artístico e publicitário que tiveram uma boa fonte de informação nessas fontes. Em suma, o problema, não é a metodologia, mas quem está do outro lado, o aluno. Se o aluno possui disciplina e vontade de aprender, o seu sucesso se dará por via de carta ou de vídeo conferência via web em plataforma de LMS (Learning Management System).

Próxima postagem: Não funciona. Para a maioria das pessoas é um fiasco

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Copa mundo: um burro que vai, um gênio que vem... ou não




Mais uma copa do mundo... Na minha história, lá se vão dez. Se bem que a de 1974 e 1978 se perderam na minha memória, da primeira não lembro nada e da segunda, quase nada. Só me recordo do pessoal dizendo que foi comprada pela Argentina. Nada de impressionar já que a nossa (a taça) foi roubada e depois vendida. Será que foi um argentino que comprou? Sei não.
Bom, toda época de convocação é a mesma coisa: o treinador é burro, convocou time sem craque, fulano é uma revelação e não foi... culpa do treinador burro. Os paulistas fazendo as eternas contas de quantos jogadores do São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos foram injustiçados... Os cariocas seguindo a mesma linha e o outro tanto do país alegre quando um jogador convocado é da sua região. O que nos oferece as eternas reportagens do menino humilde que ganhou dinheiro com o futebol e ajudou a família lá naquela cidadezinha que, se não fosse o menino craque, nem no Google Earth ela aparecia. E lá vem reportagem do Globo Esporte com a mesma temática de sempre e as imagens dos familiares em frente à TV com camisa lá do time lá da Europa em que o rapaz joga.. as intermináveis fotos na parede seguidas das medalhas de conquista na divisão infantil e juvenil de um time local. Troque o nome, mas a história é sempre e exatamente a mesma.
E lá está, na ponta de tudo o treinador. De santo a maldito em segundos, na velocidade de uma bola, na mão de um goleiro... na desgraça de tomar um gol no último minuto ou de ver o seu homem da defesa arrumar o meião enquanto o atacante adversário faz a festa em suas costas.
E BOOM!.... A volta ao Brasil se dá pelas portas dos fundos do Galeão enquanto a imprensa especula se a sua permanência no time será possível... e mais uma vez, o nome de Luxemburgo é cogitado para substitui-lo.
O fato é que todos, de campeões a perdedores, todos deixaram as nossas terras com mais críticas do que elogios e o que ficou para memória não foi os adjetivos que eles levaram, mas o que eles trouxeram, grandes generais, magníficos estrategistas, melhor técnico do mundo.... ou simplesmente, burros.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

De Discussões e vaidades

Quem se diz muito perfeito/Na certa encontrou um jeito insosso/Pra não ser de carne e osso, pra não ser carne e osso (Carne e osso - Zélia Duncam e Moska)



A vida me ensinou que gozei de melhor conceito quando me mantive calado do que quando falei alguma coisa. Opinião é coisa que só se dá quando se pede, senão fede. Uma vez, ouvi isso de um colega e achei engraçado o jogo de rimas e verdadeiro o jogo de lógica.
Muitas vezes, fico ouvindo duas pessoas discutirem para tentar entender onde elas discordam e já não é surpresa quando constato que as duas concordam em quase tudo, mas estão num jogo cabo de guerra para ver quem leva a paternidade da criança (idéia) que, muitas vezes, nem é tão bonita assim.
Durante certo tempo, interferi dizendo: - olha, mas o que vocês estão falando é a mesma coisa. Hoje, não faço mais isso e procuro me divertir com a vaidade humana. Em uma discussão, surge a curiosa necessidade de, se ambos estiverem certos, um estar mais certo do que o outro. Ainda que isso não traga nenhum benefício além de deitar na cama no final da noite e ter a sensação de ter sido per-fei-to.
As pessoas ainda não perceberam que o tempero da coisa é ser imperfeito. É errar, é estar errado e saber mudar de idéia, é aceitar que o outro pode ver coisas que não vemos e deitar a cabeça no travesseiro com a certeza de seremos amanhã diferente do que fomos hoje porque aprendemos coisas novas, inclusive que o universo não gira em torno de nós.