Mostrando postagens com marcador complexidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador complexidade. Mostrar todas as postagens

domingo, 8 de setembro de 2024

Senhas, senhas, senhas...


Juro que eu entendo a necessidade de políticas de senhas cada vez mais seguras, mas tem hora que acho que os caras exageram. Você digita uma possibilidade mais afim das que você usa e ele te mostra em vermelho...

Sua senha deve ao menos:

Oito dígitos


Um número
Uma letra maiúscula
Uma letra minúscula
Um símbolo alfanumérico

E ainda chegaremos ao dia em que acrescentarão...

Duas letras maiúsculas
Duas letras minúsculas
Um símbolo alfanumérico
Dois números pares
Dois números primos
Um algarismo composto em romano
Dois emojis
Uma sequência de números ímpares que não conste em suas identidades
Dois símbolos de operações matemáticas

Dias piores virão... 

Os bandidos nunca conseguirão saber nossa senha, inclusive, nem a gente. 

Deus abençoe a opção "recuperar senha"... amém


domingo, 11 de julho de 2021

E la nave va… toca o barco

Dizem, antes dos 20, se não somos revolucionários somos insensíveis e depois dos 40, se o somos, somos insensatos. Isso tem um fundo de verdade. Nesse período de 20 aos 40, a vida se encarrega de nos fornecer um choque de realidade e nos mostrar dia a dia que não é bem assim que a banda toca que as coisas não mudam no atacado, segundo a nossa vontade e nosso tempo. Sim. As coisas mudam, mas isso se dá no tempo das coisas e não no seu.

A verdade é que, nesse período, para a marioria das pessoas, chegam as contas, acumulam-se decepções (essas acumulam-se a vida toda), vemos que muitos rótulos de ideologias são bandeiras úteis para quem, no fundo, quer poder, dinheiro, prestígio e …. mudar o mundo? Não. Nem pensar. Ele não vai querer mudar o mundo logo na hora que conseguir se beneficiar das regras. Ninguém quer eu o bolinho acabe logo na sua vez na fila..

Acabamos depois de certa idade nos acomodando  numa tênue e confortável hipocrisia de saber que aquilo não funciona assim, mas muitos seguem sustentando um discurso que os legitima como alguém consciente, comprometido, engajado com algo nobre. Talvez, queiram mudar o mundo ainda, mas se envolve sair do sofá e do teclado do computador, vai se esperar um pouco. Afinal, em certa fase da vida, sabe-se o mundo vai mudar no fluxo dele e não no seu.

Muito poucas são as pessoas rompem essa inércia quase absoluta para mudar qualquer coisa, esses snao espíritos sui generis, pontos fora da curva. Não é a regra. A miséria do mundo a incomoda, mas os sem teto de sua cidade, seguem nessa miséria, mas essa não incomoda. Só a do mundo. Essa não, essa é culpa do estado opressor capitalista conservador.

As injustiças e desigualdades causam horror, mas se não te toca, tudo bem. É só um cartaz numa passeata eventual contra o sistema ou um discurso cheio de clichês. Voltamos todos para casa e postamos imagens no Facebook e Instagram para que vejam como somos politizados e do bem.

A corrupção enoja até que você ou alguém próximo querido (sua mãe, por exemplo) receba um cargo de um político corrupto e se beneficie disso. Afinal, se você não aceitar, outro vai aceitar. E de dentro do sistema você consegue agir melhor contra ele. Mentira… e não são sinceras. Logo, não me interessam.

Assisti a um filme outro dia chamado Um Bom homem (direção de Vicente Amorim e roteiro de John Wrathall) 2008 que conta a história de um professor que se vê no dilema de usufruir benefícios de um sistema com o qual não concorda (o Nazismo da Alemanha nos anos 30). Não vou dar spoiler, mas é fácil imaginar que rumo essa história leva.

O fato é que não se atenta contra o próprio status quo. Isso é humano. Queremos que o mundo mude, mas não queremos que mexam no nosso queijo. São muito poucos aqueles que se encontram dispostos a abrir mão de algo que afete o seu padrão de vida em nome de igualdade, justiça social etc.

Enfim, a maioria das pessoas quer um mundo melhor mesmo, mas não querem agir no varejo para melhorar esse mundo, querem um mundo mais justo, mas não estão dispostas a comprometer o seu padrão social, querem resumir toda a mudança a uma gritaria eventual, muitas vezes, paga em passeata ou ao clique de uma tecla.

Mas enfim, como dizia Terêncio (163 d.c) Homo sum; humani nil a me alienum puto, ou seja,  Sou humano, nada do que é humano me é estranho.

E la nave va… toca o barco


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Tretas no Face: um espelho da nossa vaidade

A medida da certeza das nossas ideias é proporcional ao desinteresse que temos de convencer os outros de que estamos certos. Explico. Quanto mais eu tenho certeza de alguma coisa e essa alguma coisa está bem resolvida na minha cabeça, todo discurso de convencimento é uma perda de tempo, ainda mais quando a outra pessoa não está disposta a ouvir (entenda ouvir como parar, pensar, relacionar, entender...)

sábado, 9 de junho de 2012

Liga dos anti-nada (eu sei que não se usa hífen aqui)


Vejo, nos últimos tempos, uma proliferação dos anti-qualquer-coisa: anti-flamenguistas, anti-vascaínos, anti-botafiguenses, anti-governo, anti-oposição, anti-ruralistas, anti-ambientalistas.. Enfim, no fundo, um monte de antipáticos com seus pensamentos antiquados. 
Ser anti-qualquer-coisa, ainda mais sendo anti-time de futebol é uma das coisas mais idiotas que uma pessoa pode encontrar para receber como rótulo. E olha que tem gente aos montes que cola imagem no facebook com seus gritos de ódio a isso, ódio àquilo etc. Só uma cabeça muito vazia e um intelecto muito limitado é capaz de se ocupar de fazer banner para chamar torcedor do fluminense de viado, flamenguista de negro, favelado e ladrão ou botafiguense de pobre, chorão e, esporadicamente, favelado.
É um agrupamento de preconceitos tão escrotos orquestrados por gente que soma à falta de o que fazer uma ausência total de reflexão e mesmo leitura de mundo. Pois é.. "os antis" são assim: cabeças vazias, mas  intestinos lotados que pensam por eles.
Entretanto, no embalo do modismo, deixei as críticas e minha implicância de lado e resolvi criar a liga dos anti-nada. Sou anti-nada, nada me incomoda, ou melhor, não sinto necessidade de externar nenhuma das minhas frustrações sobre ninguém que, com certeza, são do tamanho da minha capacidade de lidar com elas. 
Não sou "anti" nem aos imbecis que são anti-qualquer coisa, pois entendo que a ignorância de não se ter consciência do que se é torna-se uma bênção que a vida deu a algumas pessoas para amenizar a dor de ser o que se é.
___________________________
Ah sim... Só para constar. Fiz um uso bem particular do hífen (a ideia é enfatizar o prefixo) no texto por razões estilísticas, mas saiba que:


Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h (anti-horário), se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra (anti-inflacionário) ou se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por "r "ou "s", nesse caso, dobram-se essas letras (antissocial).

quarta-feira, 21 de março de 2012

Só o tempo traz certas coisas


Tempus edax rerum
Leciono em uma turma de 1º período de um curso superior freqüentado predominantemente por garotos e garotas de 18 a 20 anos e outro dia deparei-me com um situação inusitada. Como explicar um texto que falava sobre o massacre da rotina e o processo de coisificação do homem no trabalho cotidiano se estava diante de um público que acabou de sair do ensino médio, oriundos de uma classe média que, muitas vezes, nunca trabalhou e só conhece como rotina o caminho de casa para escola, da escola para o cursinho...? Enfim, o texto se perdeu.
Desisti de aprofundar análises de interpretação e falei que havia coisas que eles só entenderiam com o tempo. Para exemplificar citei uma música dos Titãs, "Epitáfio", e disse que ela só lhes faria sentido depois dos 30 anos. Até lá seria só mais “uma musiquinha piegas”, como ouvi de um garoto de 20 anos uma vez).
Há entendimentos que só tempo traz. Não adianta acelerar os relógios. Eles são implacáveis e se deslocam a velocidade de 60 minutos por hora. Precisamos do tempo e das feridas do tempo para entender o tempo e as feridas do tempo. Não há livro que esboce uma teoria para dar conta disso tudo.
De frente para a turma, eu percebi que poderia falar horas sobre aquele tema e seria como nada, como palavras que se perdiam no ar e se desfaziam. Sob o olhar de sobrancelhas franzidas, desisti.
Toquei em frente na esperança de que um dia eles, aos 40, se lembrem que um professor quarentão que um dia tentou falar de umas coisas que.... Ah... entendi.
Só o tempo certas coisas.. só tempo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

A gente faz M... é nas coisas simples

Cheguei a conclusão disso quando percebi que as últimas cagadas que fiz foram em coisas simples como um adoçar um café, estacionar o carro e coisas do gênero. A Changeller explodiu por causa de um anel de vedação que deu problema e não porque esqueceram ver se vazava combustível ou não. Isso todo mundo checa, mas anelzinho de vedação que vai falhar só depois que voa não, ninguém checa. (Mas deveria, né)
Às vezes, damos show de perícia no volante durante um dia todo, mas na hora de estacionar, botamos tudo a perder quando damos uma "lenhada" do para-lama  na pilastra ou uma arranhada brava da roda de liga leve no meio fio. Pronto. O sentimento de culpa nos bate e nos sentimos o mais incompetente dos motoristas do mundo.
O fato é que quando uma ação se torna banal, desligamos o controle de qualidade e agimos com base no piloto automático. Daí as grandes cagadas. Veja os motoristas de táxi, ônibus e caminhão, por exemplo. Fazem a mesma coisa todos os dias, daí, mais propensos as mesmas cagadas todos os dias.
Até que tento dar um ar especial para para as ações a fim de que saiam bem feitas, mas é difícil ficar atento e ansioso para estacionar o carro ou colocar a quantidade certa de açúcar e café na xícara para não entornar. Ninguém fica ansioso para isso. Fica?
Entretanto, uma coisa eu aprendi. A única maneira de não bater aquela neurose do "será que eu fechei a porta" é tornar aquilo um ato único. Olhe para a maçaneta, introduza a chave, gire e retire. Veja cada momento. Faça prestando atenção e não automaticamente. 
Não tem erro. Entretanto, se você ainda tiver dúvida se fechou a porta, aí , meu amigo, vai se tratar que seu caso extrapola os parâmetros da normalidade.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Violência é um recurso lamentavelmente legítimo


Outro dia eu corrigia redações do ENEM e um menino cujo título da redação era "ética, paz e direitos humanos", lá pelas tantas no seu texto, dizia que era um absurdo mantermos vivos vivendo às custas do estado um sujeito como o Fernandinho Beiramar. Onde é que estavam as autoridades que não mataram esse cara ainda (sic)...
Obviamente, ele não atentou para o fato de haver um incoerência entre seu título e suas ideias, mas me despertou para o fato de que, inconscientemente, isso é um sentimento comum. Percebo que a violência se justifica para coibir a violência. Lembro das greves que defendem os direitos dos trabalhadores restringindo e limitando (inclusive com violência) o direito de quem não quer ou não pode protestar. Os piquetes são a maior antítese dos sistemas democráticos. Quando a polícia usa violência contra os grevistas as imagens mostradas assustam, mas e quando os grevistas usam violência contra outros colegas que optam por não fazer greve, o que pensar disso?
Parece aquele discurso do vamos acabar com a violência nem que seja a porrada e vamos dar um basta nessa mentirada nem que a gente tenha que inventar qualquer história.


Somos feitos de silêncio e som... de luz e escuridão... hegelianamente humanos. Não vejo uma alternativa para lidar com isso, tento me acostumar. Tento entender menos...