Nascemos numa geração (anos 70) em que aprendemos que tínhamos que nos policiar ao dizer algo, pois havia coisas que só poderiam ser ditas entre as 4 paredes de sua casa. E mesmo assim, carecia ter cuidado, pois até as paredes tinham ouvidos e uma discordância política poderia acabar em problemas significativos.
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Nós educamos uma geração incapaz de ouvir
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
O lado bom e o lado ruim de tudo - Reflexões numa hora dessas..
Tudo tem um lado bom e um lado ruim na vida. A grande lição é aprender a ver a dupla face das coisa num mundo que nos mostra que somente um lado é válido. Penso que mesmo as coisas que aparentemente ruins são no fundo boas, pois nos chamam a atenção para o fato de o quanto o mundo é melhor sem elas.
Carnaval
Lado Ruim: sujeira, bebeira, brigas, aumento de acidentes de trânsito e as coberturas da TV aos desfiles, festas de rua e bailes
Lado bom: quando acaba temos a certeza de que aquela porcaria só será feita de novo daqui a 12 meses.
Funk
Lado ruim: barulho e letras de mau gosto que em nada contribuem para nada
Lado bom: Quando desligam, passamos a dar mais valor ao silêncio.
Eleições:
Lado ruim: campanhas eleitorais na TV e no rádio
Lado bom: rir da cara de um monte de candidato que se achava o tal antes e não foram eleitos a nada.
Fazer turismo
Lado ruim: Comprar porcarias caras para guardar, comer coisas estranhas para provar e assistir a espetáculos folclóricos fazendo cara de quem está gostando para não parecer politicamente incorreto.
Lado bom: Conhecer lugares e hábitos diferentes.
Confraternizações de fim de ano
Lado ruim: confraternizar com quem tentou te ferrar os 364 que antecederam aquele dia e que vai continuar tentando logo que acabar a festa
Lado bom: Um ano me separa de outra festa dessa depois que acaba.
E vai por aí...
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
ECCE HOMO, Simplesmente o homem
A nossa sociedade se apóia sobre um princípio equivocado das coisas, a ideia de que coisas são somente boas ou ruins. As novelas acabam sendo um meio para enfatizar essas ideias. O homem mau é mau em tudo, já o bom, é tão bom que chega a ser idiota. Mocinhos são bons, mas ingênuos e tolos, vilões são muito maus, mas inteligentes e fascinantes. Fazer mocinho para um ator me parece uma espécie de castigo. Vilão, um prêmio.
O nome disso é maniqueísmo, filosofia sobre a qual se planta a sociedade moderna ocidental. É inconcebível pela nossa formação lidar com a ideia de que bem e mal não são atribuíveis a seres humanos, mas a ações que acabam gerando o efeito bom para uns e mau para outros. Como atribuir como maldade o ato de roubar mantimentos doados para vítimas da enchente, ou dos comerciantes que multiplicaram o preço da água por dez para aproveitar a demanda ocasionada pelo desastre. Eles simplesmente pensaram somente em si mesmos e na oportunidade de obter proveito do seu próximo. E a dor do próximo? Que próximo? Responderiam eles cegos aos que lhe rodeavam.
Enfim, aprendemos a ver o ser humano como uma embalagem com o rótulo que se encontra desvinculado de suas ações normais. Somos homens, nem bom nem maus, outrossim, egoístas. Movemos nossas ações em função de obter benefício próprio e daí a inobservância de que há outras pessoas no mundo que podem ser prejudicadas por nossos atos.
Eis o homem. Saramago define o homem como metade maldade, metade indiferença. Eu substituíra maldade por egoísmo.
Dica para o fim de semana:
Se você não assistiu ao filme Ensaio sobre a cegueira, assista. Se já assistiu, assista de novo.
sábado, 9 de janeiro de 2010
Violência é um recurso lamentavelmente legítimo
Outro dia eu corrigia redações do ENEM e um menino cujo título da redação era "ética, paz e direitos humanos", lá pelas tantas no seu texto, dizia que era um absurdo mantermos vivos vivendo às custas do estado um sujeito como o Fernandinho Beiramar. Onde é que estavam as autoridades que não mataram esse cara ainda (sic)...
Obviamente, ele não atentou para o fato de haver um incoerência entre seu título e suas ideias, mas me despertou para o fato de que, inconscientemente, isso é um sentimento comum. Percebo que a violência se justifica para coibir a violência. Lembro das greves que defendem os direitos dos trabalhadores restringindo e limitando (inclusive com violência) o direito de quem não quer ou não pode protestar. Os piquetes são a maior antítese dos sistemas democráticos. Quando a polícia usa violência contra os grevistas as imagens mostradas assustam, mas e quando os grevistas usam violência contra outros colegas que optam por não fazer greve, o que pensar disso?
Parece aquele discurso do vamos acabar com a violência nem que seja a porrada e vamos dar um basta nessa mentirada nem que a gente tenha que inventar qualquer história.
Somos feitos de silêncio e som... de luz e escuridão... hegelianamente humanos. Não vejo uma alternativa para lidar com isso, tento me acostumar. Tento entender menos...
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