sábado, 26 de janeiro de 2013

Eu podia estar roubando, cheirando cola....

Fasten your seat belt...

Quando comecei a viajar de avião há mais de 10 anos, o pessoal de bordo lhe oferecia refeição e perguntava: carne ou frango? Eles lhe davam essas duas opções como se frango fosse um vegetal. E eu imaginava uma vasta plantação de frangos vista lá de cima. Hectares e e hectares de galinhas d' Angola até onde a vista alcançava. 
Logo, as companhias resolveram cortar os custos e trocaram essa oferta que nos deixava em dúvida cruel e passaram a oferecer sanduíches. A seguir, vieram as barrinhas de cereais. E reduzindo mais ainda chegaram aos pacotinhos de amendoim. 
Recentemente, quando viajo, eles informam que, em breve, comecará o serviço de "venda a bordo"... E passam vendendos coisas, como nos velhos e antigos trens e ônibus das grandes cidades. Acho que devem aceitar até vale-transporte...
Tenho receio que o próximo passo será um dos membros da tripulação passar distribuindo um papel xerocado contando um drama pessoal (o cara é mudo, tem mãe doente, o pai está preso...)  e pedindo uma ajuda. Qualquer ajuda é bem-vinda, Deus te abençoe ... Logo a seguir, quando eu levantar para ir aos banheiro, um deles, com uma toalhina surrada o ombro vai gesticular efusivamente e dizer:
- aí tio, quer que eu tome conta da mala...?

P.S.: por favor inventem logo o teletransporte.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Sabe como vai ser 2013?

Espere que vai ser um ano interessante. Você aprenderá muitas coisas e esquecerá outras tantas. Investirá em novos projetos e ideias e desistirá de outros tantos. Nesse ano, você irá conhecer novas pessoas e nunca mais ver outras. Alguns afetos se tornarão desafetos e você encontrará lealdade onde menos esperava. Assim como deslealdade onde não acreditava haver. Você ganhará dinheiro, mas perderá dinheiro pagando contas, impostos, tarifas, boletos etc. Haverá dias de chuva, outros de sol, engarrafamentos, trânsitos livre embora esses sejam cada dia mais escassos. Pessoas te admirarão, nem que seja por uns instantes e outras te detestaram, às vezes, mais do que por um instante. Falarão bem de você, mas também falarão mal e você irá ouvir pessoas falando bem e falando mal de outras pessoas como alguém falou de você. É um círculo.. é assim. Um ano interessante, mas com gosto de “déjà vu” 
Enfim, o ano de 2013 será exatamente igual a 2012, 2011, 2010, 2009 etc etc... O tempo não passa, nós passamos por ele. Quem entra no ano e sai diferente somos nós e a maneira com que encaramos sempre as mesmas situações. A vida nos dá repetidas oportunidade de aprender com as mesmas coisas sempre. Que seja um ano interessante então...

domingo, 16 de dezembro de 2012

Brasil, um dos piores sistemas de educação do mundo


O Brasil, no critério educação, está em penúltimo lugar em um ranking de 40 países. Atrás de nós só a Indonésia... Foi o que mostrou uma pesquisa encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países.
Toda vez que alguma agência internacional aponta nosso fracasso em algumas áreas como educação e saúde, logo alguns pesquisadores brasileiros se oriçam e saem em defesa do indefensável. Perguntam como foi feita a pesquisa, quais as fontes, quais as bases, isso não tem validade.. enfim... Há uma preocupação maior em atacar quem fez a pesquisa do que mostrar que eles estão equivocados. Até porque não estão...
Contra fatos não há argumentos.
As perguntas diante dessas situações não devem ser feitas contra as empresas que fazem as pesquisas, mas sim ao nosso governo. Por que nosso professor é tão mal remunerado? Por que não existe uma regularidade de capacitação docente? Por que as escolas têm uma estrutura tão precária? Por que os alunos passam um tempo tão pequeno na escola? Por que escola não oferece atividades que favoreçam a formaçao humana e profissional? Por que os governos que começam se preocupam mais em destruir o que foi feito do que dar continuidade ao que deu certo? Enfim.. por que?
Somos, por fim, um fracasso educacional que os indíces do governo não conseguem camuflar? Esses sim, obscuros, discutíveis e carentes de base que os comprovem face a realidade do nosso ensino. Atingimos essa situação, inclusive, porque nos preocupamos muito mais em encontrar culpados do que solucionar problemas.

Mas ainda nos resta dizer "Chupa, Indonésia" em tom irônico e, no fundo, lastimoso.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Garantias e as meias verdades


Não é verdade dizer que os sistemas de garantia ao consumidor no Brasil não funcionam, mas também não é verdade dizer que os sistemas de garantia ao consumidor no Brasil funcionam como deveriam. Recentemente, precisei trocar a bateria do meu carro na Ford, pois ela apresentava problemas de falha dentro do período de garantia. A concessionária disse que trocava sem problemas, mas precisava retirar a bateria, mandar para fábrica, emitiriam um laudo e mandariam uma nova para meu carro que ficaria parado na oficina de 7  a 14 dias.. por causa de uma bateria. Eu ficaria de férias e justificaria minha falta no serviço com a ordem de serviço da FORD?
Eles cumpriram a garantia, mas criaram condições para que ela se tornasse inviável e que eu fosse obrigado a comprar um bateria que custa uns 130 reais e o cara troca na hora.
Com a Apple, a mesma coisa. Um mac meu deu problema, foi para a autorizada e pediram 15 dias (em média) para identificar o problema, pedir a peça, trocar a peça... e eu ficaria sem computador até lá. Sem poder trabalhar.
A coisa é criada para não desmentir o fabricante quando ele diz que dá garantias, mas para não dar prejuízo para ele também. Ou seja, no final das contas, a coisa existe, mas não funciona do jeito que deveria.
A conversas são sempre as mesmas. Sim. A garantia cobre, mas a fábrica pede prazos e procedimentos que vão tornar completamente inviável o uso dela. 
E agora? Vai dizer que não existe garantia? Vai dizer que é propaganda enganosa... 
Não é não.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Salvos pela desorganização

Que São Paulo é um dos estados mais organizados do país, isso é indiscutível, mas eu acho que eles acabaram pagando por essa organização, pois o crime é mais organizado também. Possivelmente, até mais que o estado como se tem podido ver nos últimos tempos. 
Enquanto eles sofrem ataques de uma facção criminosa que opera como uma máfia nos bastidores do poder público paulista, o governador declara que é exagero, afinal, morre muita gente todo dia numa cidade com tanta gente. Uma declaração fácil de se sustentar quando entre os números estatísticos não consta um filho nosso. Mas é bom não esquecer que todos os "números" têm mãe e os dados sempre doem muito em algum lugar. Enfim, o que eles não querem admitir é que estão há anos num acordo tácito com a máfia paulista. É duro para um estado admitir que pode estar fazendo concessões para poder governar. 
No Rio, não. Somos beneficiados pela nossa natural desordem. O crime reflete o estado. Não há uma facção única como lá, mas um monte de facções que brigam incessantemente entre si e que brigam com as milícias e que brigam entre eles o tempo todo. É uma "autofagia". Ele se devoram mutuamente na sua desordem plena e caos. Tudo isso para a nossa sorte. 
A polícia carioca, muitas vezes, tem a opção de deixá-los se matar e entrar para catar os restos. E não o faz porque na briga do mar com o rochedo que se dá mal é o siri, no caso a população.  Isso sem falar que ela (a polícia) possui um estrutura de combate ao crime moldada em anos de precariedade e reveses. Forjada a ferro e fogo na adversidade se tornou mais forte. Assim é o Rio de Janeiro, um estado que acabou sendo beneficiado por a mais estranha das virtudes. A salutar desordem dos bandidos. 
A PM agradece.

sábado, 24 de novembro de 2012

A vida num roteiro de Hollywood

E se a vida fosse um roteiro de cinema de Hollywood? Então não teríamos decepções amorosas e todas histórias terminariam bem como nas comédias românticas. Em vez de cada um ir para seu lado e acabou, tudo terminaria em um saguão de aerorporto em que um dos dois do casal estaria com olhar perdido de tristeza, quando seu amor lhe cobriria os olhos e revelaria que não foi viajar. A câmera se afastaria e eles se beijariam ao som de uma trilha sonora bem romântica como Endless Love. Se houvesse separação seria até o próximo corte de cena ao som de Someone like you. A seguir se reencontrariam meio sem graça e o fim deixaria no ar o retorno. 
Se assim fosse, os homens maus seria presos no final e apareceriam de uniformes prisionais entrando em penitenciarias e não de toga entrando em tribunais. Os mocinhos terminariam sendo reconhecidos em seu valor e não transferidos de função para não criar mais problemas para seus superiores. O fim, em tom épico, com a trilha sonora de um rapper americano famoso, mostraria um carro se afastando numa estrada em rumo ao desconhecido e não uma repartição cheia de papéis para o mocinho tomar conta. 
Mas a vida não é filme e se a história mostra que, muitas vezes, a ela imita a arte, em nome de uma generosidade, gostaríamos de ser contemplados com happy end, trilhas sonoras e câmera abrindo em plano maior. Pelo menos de vez em quando...
No fundo, fica aquela inveja dos personagens que, pelo menos durante sua vida na tela, sabem o que esperar de suas histórias. 

Na pior das hipóteses, a tristeza poderia se converter em todo mundo em volta dançando e cantado Don`t worry. Be happy ou Everythings gonna be alright... Já era um alento.